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RELATÓRIO FINAL
PROBIC
(Agosto de 2017 – Julho de 2018)
I - IDENTIFICAÇÃO
Orientador (a)
Discente
Eu, DANIEL SOUSA DOS SANTOS, declaro ter lido e revisado o relatório de IC intitulado
ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA
DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA EM UM PRÉDIO PÚBLICO, conforme
compromissos estabelecidos no edital que rege a iniciação científica, estando de acordo
com as informações nele apresentadas. Autorizo a utilização do resumo do relatório no
Livro de Resumos do Evento de Iniciação Científica que será organizado pelo
Departamento de Pesquisa. Declaro que uma versão resumida deste relatório foi
preenchida no SIGAA/UNIFAP pelo discente, com meu parecer, para devida finalização
da bolsa no referido sistema.
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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE
SISTEMA DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA EM UM PRÉDIO PÚBLICO
1) RESUMO
Este artigo tem como objetivo o estudo prévio para elaboração de um projeto
de implantação de um sistema de painéis solares para o prédio do órgão público
municipal da Câmara de vereadores de Santana, no Estado do Amapá.
O estudo relaciona a demanda de carga obtida através do estudo das contas
de energia elétrica e consumo com a disponibilidade de área para implantação do
Sistema, a potência estimada necessitada, a capacidade de geração ideal e
eficiência gerada pelos painéis solares e valores economizados com a implantação.
Os resultados mostram resultado positivo para a implantação do sistema fotovoltaico
e explicitam os valores do projeto em questão, bem como os cenários para a
possível instalação.
2) APRESENTAÇÃO
Introdução
O estudo apresentado neste artigo refere-se ao estudo para posterior
implantação de um sistema de geração fotovoltaico ligado a rede no prédio de
legislativo municipal da cidade de Santana, Amapá.
Com o natural aumento das tarifas de energia elétrica (Colaferro, 2018) (que
variam a partir de diversos fatores, como disponibilidade de combustível, nível de
chuvas e outro, além de decisões políticas e reposições inflacionárias), a
necessidade de diversificar as fontes de energia de uma casa se torna cada vez
mais presente. A alternativa solar, com a utilização de painéis solares, banco de
baterias (ou no caso dos sistemas ligados à rede, a ausência deste banco e
utilização de contadores) e inversores se torna cada vez mais atrativa (Araujo,
2020).
O aumento da produção destes painéis, juntamente com o aumento de sua
demanda, fazem com que a economia de escala torne os preços por Kwh gerados
pelos painéis solares se tornem atrativos frente a valores por Kwh vendidos pelas
concessionárias de energia (Gimenes, 2020).
Este trabalho busca ser base e experiência para a criação de projetos base
de painéis solares para uma crescente demanda atual e futura, onde será lugar
comum a compra desses geradores para residências e haverá grande demanda por
profissionais que atuem nesta área.
Justificativa
O sistema de distribuição moderno de energia elétrica consiste em uma
central geradora de energia elétrica (seja esta uma usina hidrelétrica, uma usina
termoelétrica, nuclear ou qualquer outra forma de geração centralmente
geolocalizada); a energia então, é convertida/transformada e distribuída para
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centrais de redistribuição, que repetem o processo e entregam a potência
transmitida na residência ou indústria que fará uso da mesma.
Entretanto, este processo centralizado possui desvantagens: problemas na
central geradora e problemas na distribuição (como o ocorrido no Amapá em 2020)
causam déficits na produção e distribuição de energia, e por consequência,
problemas na cadeia de produção e uso. A demanda outrora suprida pela central
não é alcançada, ou então, a demanda permanece a mesma, com uma
disponibilidade menor de energia – o que ocasiona aumentos, seja pela relação
oferta-demanda, seja pela necessidade de investimentos no reestabelecimento da
infraestrutura de geração e transmissão.
Há ainda a problemática política relacionada à geração centralizada.
Conforme há mudanças de governo, valores de impostos sobre o kWh e quais fontes
de energia serão utilizadas como centrais geradoras variam de acordo com a gestão
em poder. De acordo com WWF (2012), O Programa de Incentivo às Fontes
Renováveis no Brasil (PROINFA), implantado em 2012, tem como meta fazer com
que 10% do consumo anual de energia elétrica do país sejam supridos por meio de
fontes renováveis alternativas e, em sua primeira fase, já conseguiu avançar na
implementação comercial dessas tecnologias no país. A política do PROINFA,
embora recente, já em sua primeira fase conseguiu avançar na implementação
comercial dessas tecnologias no país. Com mudança da gestão estatal para o setor,
segundo Maia (2021), a intenção atual é de descomissionar as usinas contratadas
pelo programa dentro de 10 anos.
No Amapá, estado onde a pesquisa deste artigo se encerra, a governança
tem impactado diretamente o valor referente a tarifa de energia, que tem crescido
acima da inflação, conforme o gráfico 1 abaixo.
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acumulado entre 2004 e 2014, chegando a -8,3%, tendo como responsável os
subsídios federais e estaduais dispostos pelas gestões nas respectivas esferas de
governo, tendo um estratosférico aumento de 163% no período entre 2015 e 2017.
Para mitigar as problemáticas da geração centralizada, bem como manter
além do alcance políticas de governo no uso corrente da energia elétrica, tal como
aumentos da tarifa, como no exemplo da Companhia de Eletricidade do Amapá
narrado acima, cada vez mais se tem adotado a geração descentralizada, com
notável predileção pela geração residencial através de painéis fotovoltaicos
instalados no teto da residência/indústria ou em local adjacente.
De acordo com o banco de informações de geração da ANEEL (2018) o Brasil
possui aproximadamente cerca de 193MW de capacidade de geração solar
fotovoltaica instalada, valor muito pequeno quando comparado ao total de 135TW de
toda matriz elétrica nacional.
Do ponto de vista estratégico, o Brasil dispõe de favoráveis características
naturais com altos níveis de insolação e grandes reservas de quartzo de qualidade
que possibilitam vantagens competitivas no desenvolvimento de uma indústria
nacional de produção de células e módulos solares. (MME,2009). O Amapá não é
diferente neste cenário, com sua capital Macapá recebendo cerca de 4,7
kWh/m².dia, em média (Marques, 2019), tornando-a propícia para instalação de
painéis solares e geração descentralizada.
Objetivos
Os objetivos deste trabalho são analizar, com base na localização geográfica
e aspectos construtivos da edificação, os valores relacionados a instalação de
paineis solares com um sistema ligado a rede.
Objetivos específicos: obter a quantidade de demanda necessária, projetar a
capacidade de entrega do sistema on-grid, calcular o valor do investimento, o
abatimento na conta de energia, os melhores e piores casos de retorno do
investimento.
3) DESENVOLVIMENTO
Metodologia
A metodologia deste trabalho inclui alguns estudos prévios para a localização
de um sistema fotovoltaico, tais como:
1. Levantamento de carga utilizada pelo prédio;
2. Disponibilidade de área do prédio para instalação dos painéis;
3. Estudo do potencial solar no local;
4. Ângulo de incidência solar para orientação e inclinação dos painéis;
O levantamento de consumo é essencial para sabermos o dimensionamento
e escala do projeto. O levantamento de carga permite aferir o consumo dentro de um
período determinando para que seja possível dimensionar a quantidade de carga
que o sistema de painéis solares precisará entregar, com base nos valores de
consumo de potência de cada mês. A tabela 1 confeccionada a partir de contas de
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energia elétrica de 2018 apresenta o consumo no ano.
Mês (2018) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Consumo (kWh) 3608 4264 3116 4756 4674 4838 2788 4182 3772 4838 5494 6018
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adentra a estrutura, seu teto é inclinado com a presença de telhas acima da laje.
O valor de inclinação é possível de medir com simples cálculos envolvendo
triângulos retângulos, onde se assume o cateto adjacente como a medida do da
área do piso (12 metros para o lado esquerdo do prédio, e 14 metros para o lado
direito, no teto correspondente ao plenário), vista horizontalmente; e o cateto oposto
tendo a medida aferida entre o muro presente no teto no ponto mais inclinado (2
metros) e sua medida no ponto menos inclinado em seu menor ponto de altura (0
metros, no “centro”).
As medidas de ambos os planos estão discriminadas abaixo:
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Fonte: CRESESB
Com a inserção dos dados de altitude e longitude do ponto de referência em
estudo, obtemos a tabela presentes na figura 3, com os valores de irradiação solar
diária média mensal (kWh/m².dia), bem como os valores de irradiação solar para
diferentes ângulo com o melhor aproveitamento de acordo com a inclinação mais
eficiente para montagem do painel dos painéis solares.
Cabe citar que a ferramenta do CRESESB também apresenta os valores
acima para mais duas outras localidades próximas, a 7,2 e 9,4 quilômetros de
distância, respectivamente. Para este trabalho, entretanto, utilizamos apenas os
dados da localidade mais próxima, vez que a discrepância de dados é desprezível
frente a taxa de variação mínima que apresenta.
Figura 4: Irradiação solar diária média para o ponto de estudo e pontos próximos
Fonte: CRESESB.
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destas duas ferramentas, é possível obter valores para estudos com energia solar e
eólica do mundo todo com diversas fontes de dados.
Através da inserção do endereço do prédio no mapa, a ferramenta retorna
valores como os discriminados na figura 5 abaixo, como a potência fotovoltaica
específica, irradiação inclinada global em ângulo ideal, ente outros.
Fonte: SWERA.
Cabe apontar que o ângulo de inclinação ideal é o mesmo nas duas fontes,
SWERA e CRESESB: para a localidade de estudo, o ideal é entre 0º e 3º de
inclinação. Isso deve ser compensado com os ângulos de inclinação aferidos em 4.3.
Juntamente com os dados acima apresentados, também extraímos os perfis
horários médios de acordo com cada mês do ano da irradiação normal direta, em
Wh/m² (figura 6), com distinção por cor (mais amarelo, menor incidência solar, mais
laranja, maior incidência).
A ferramenta ainda possibilita a extração dos dados via PDF e visualização no
navegador de diversos outros dados, não adicionados ao artigo por fugirem do
escopo ou se aprofundarem além do necessário para o tema deste trabalho.
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Fonte: Solar Global Atlas.
Resultados e discussão
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Energia Gerada (kWh) = Potência (kWp) x Irradiação (kW/m²/dia) x TD x Número de dias. (2)
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Dez 6018 4230,20 1787,80 0,00 5378,51 -5378,51 100,00
Fonte: Produzido pelo próprio autor
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Outubro 100,00 R$ 32,04 R$ 369,07 R$ 401,11 R$ 1.919,24 79,10%
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A análise de tal cenário aplica-se ainda sobre a possível desoneração do
ICMS sobre o quantitativo de energia elétrica solar gerado ou acumulado pela
geração excedente da própria unidade consumidora em meses anteriores ao
faturado.
A orçamentação para implantação do projeto em estudo aconteceu através de
consultas a empresas especializadas no mercado local e online, com kits próximos
ao valor de kWp do projeto, onde o preço estimado do investimento foi definido a
partir da média das propostas recebidas, considerando todas as variáveis
envolvidas.
De posse do valor a ser investido e dos valores deduzidos em cada cenário,
foi possível calcular os valores referentes ao tempo de retorno, taxa de retorno e
previsão e ganho com o investimento, conforme apresentados na Tab. 6.
4) CONCLUSÃO
Após análise dos dados relativos a irradiação solar média no local da unidade
consumidora observou-se excelente disponibilidade de recurso solar para
prosseguimento das ações visando implantação do projeto de energia solar. Por
oportuno, importante registrar ainda que expandindo os limites desta pesquisa, foi
possível identificar que tal excelência na disponibilidade de recurso solar confere a
todo o estado do Amapá, tendo em vista os aspectos relacionados a localização
geográfica, distribuição da irradiação solar durante todo o ano, valores médios
anuais de irradiação solar e boa capacidade de geração de energia solar em todos
os meses do ano, fato que confere a viabilidade técnica de implantação da solução
em estudo neste artigo.
A respeito da análise econômica para a unidade de consumo em estudo,
observa-se nos cenários avaliados que a viabilidade é favorável a médio prazo no
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período entre 6,6 a 8,2 anos para o retorno do investimento inicialmente realizado na
implantação do sistema geração solar. A partir desse prazo, até o fim da vida útil do
sistema (25 anos), toda a energia gerada mês a mês pelo sistema fotovoltaico
representará uma previsão efetiva de redução anual da fatura de energia que ficará
em torno de 71,93% para o cenário mais crítico e de 88,93% para o cenário mais
favorável.
As taxas internas de retorno (TIR) e o valor presente líquido do investimento
(VPL) encontrados para cada cenário estudado, representam, quando comparadas,
os limites de atratividade do investimento ao longo do tempo de retorno do
investimento e durante o período de real redução de custos do faturamento mensal.
Por fim, os objetivos específicos deste trabalho foram atendidos quando do
dimensionamento do gerador solar e do cálculo da previsão da geração mensal e
anual de energia elétrica para a avaliação dos cenários econômicos apresentados.
Assim, de posse dos valores encontrados, conclui-se que a implantação da fonte
alternativa de energia solar na unidade consumidora em estudo, representa uma
favorável oportunidade de ganho real do investimento aliado com redução de custos
no consumo de energia elétrica durante a vida útil do sistema.
5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
15
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<http://www.aneel.gov.br/>. Acesso em: 18 dezembro. 2018.
MME, Ministério de Minas e Energia. Relatório Técnico 37 - Perfil do Quartzo,
2009. Disponível em: <http://www.mme.gov.br/documents/1138775/1256650/P27_
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em: 12 maio de 2019.
MARQUES, Derivan. estudo da radiação solar para geração de energia em
sistemas descentralizados no estado do amapá. IEPA - Instituto de Pesquisas
Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá, 2019. Disponível em:
<http://www.iepa.ap.gov.br/meteorologia/publicacoes/radiacaosolar.pdf.>. Acesso
em: 27 de setembro de 2021.
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2018.
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de 17 de abril de 2012. Estabelece as condições gerais para o acesso de
microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia
elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências.
Brasília, 2012.
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Normativa nº 517
de 11 de dezembro de 2012. Altera a Resolução Normativa nº 482, de 17 de abril de
2012, e o Módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição – PRODIST. Brasília, 2012.
ALVES, Dionatas; LIRA, Marcos. Estudo de viabilidade técnica e econômica
para implantação de energia solar fotovoltaica em unidade consumidora no
aeroporto de Teresina no estado do Piauí. VII Congresso Brasileiro de Energia
Solar, Gramado, 2018.
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Assinatura digital do Bolsista:
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