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Ministério de Minas e Energia

MANUAL

DO

ACATI – AEGE

(EOL / UFV)
Procedimentos para alteração de características técnicas
de empreendimentos que comercializaram energia no
Ambiente de Contratação Regulado

Versão: 01/2018
Data: 3 de agosto de 2018

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ALTERAÇÕES PROMOVIDAS NESSA VERSÃO

Seção Alteração
Alteração completa do Manual para alterar a sistemática
do ACATI por meio da utilização da ferramenta AEGE.
Nessa oportunidade, esse Manual disciplinará apenas a
alteração de características técnicas de Centrais
Geradoras Eólicas (EOL) e Usinas Fotovoltaicas (UFV).
Geral
A ANEEL, a EPE e o MME estão construindo o processo
para inclusão das demais fontes no AEGE em um segundo
momento, e enquanto isso não ocorre, essas alterações
deverão observar o disposto na versão anterior do
Manual, de 6 de fevereiro de 2016, agora intitulada de
Manual do ACATI – Demais fontes.

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INTRODUÇÃO

As Portarias MME 514/2011 (Leilões de Energia Nova ou de Fontes Alternativas de


Energia), e n° 132/2013 (Leilões de Energia de Reserva), determinam que os empreendedores
cujos projetos tenham sido habilitados tecnicamente pela EPE e que venderam energia em
leilões poderão solicitar alterações nas características técnicas de suas usinas à ANEEL, a qual
deverá instruir os correspondentes processos e encaminhá-los ao MME para autorização –
podendo consultar a EPE -, nos casos em que as modificações propostas impliquem alterações
de garantia física, de capacidade instalada e de localização da central geradora.

Com o intuito de instruir os pedidos de alteração de características técnicas


integrada, com análise conjunta da ANEEL e da EPE, para posterior autorização do MME, criou-
se um sistema eletrônico denominado ACATI – Sistema de Alterações de Características
Técnicas Integrado.

Para que essa nova sistemática funcione, promovendo ganhos de eficiência com
redução do tempo de análise pelos órgãos, disponibilizamos esse Manual, que representa o
conjunto mínimo de informações que deverão ser disponibilizadas pelo empreendedor para
subsidiar as análises, tornando o processo mais célere e preciso.

Destacamos que em um primeiro momento esse Manual deverá ser observado


apenas para a alteração de características técnicas de Centrais Geradoras Eólicas (EOL) e
Usinas Fotovoltaicas (UFV). As demais fontes deverão observar o disposto na versão anterior do
Manual, de 6 de fevereiro de 2016, agora intitulada de Manual do ACATI – Demais fontes.

Por meio desse sistema, o empreendedor deverá protocolar na ANEEL solicitação de


alteração de características técnicas da usina que será objeto de análise, por meio de modelo
de requerimento disponível no endereço eletrônico: “http://www.aneel.gov.br/outorgas/geracao”,
opção “ACATI - Sistema de Alteração de Características Técnicas”. A partir desse momento, a ANEEL
cadastrará essa solicitação de alteração Pós-Leilão no Sistema Acompanhamento de
Empreendimentos Geradores de Energia – AEGE.

O sistema Pós-Leilão contemplará 2 modalidades de alteração de características


técnicas, que são as alterações Tipo A (Completo) e Tipo B (Conexão). Se a empresa requer
apenas alteração que envolva o seu sistema de transmissão de interesse restrito, deverá optar

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pela alteração tipo B. Se envolver a alteração do seu projeto de geração, incluindo ou não a
alteração de seu sistema de transmissão de interesse restrito associado, deverá optar pela
alteração Tipo A.

Essa sistemática permitirá que o empreendedor altere as informações desejadas de


seu projeto, faça o upload dos documentos necessários e utilize um amplo canal de
comunicação com a ANEEL e com a EPE, que subsidiarão a análise e posterior autorização de
características técnicas pelo MME, da mesma forma como ocorre nos processos de
cadastramento e habilitação técnica para participação em leilões.

Para a utilização do sistema AEGE, a EPE disponibiliza o “Manual do Empreendedor”,


que pode ser baixado e consultado no endereço eletrônico:
http://www.epe.gov.br/leiloes/Documents/EPE-DEE-RE-028_r3_Manual%20Emp.pdf.

Para que tudo ocorra conforme planejado, destacamos a necessidade de o


empreendedor manter atualizado o seu cadastro no sistema AEGE, que inclui seu login e senha,
bem como o(s) responsável(is) técnico(s), para fins de recebimento dos e-mails de solicitação
de complementação de informações ou de documentos por parte da ANEEL, da EPE e do MME,
quando necessário. Sem a manutenção dessas informações, a continuidade da instrução de
características técnicas do empreendimento fica comprometida, o que ensejará seu
arquivamento, o que não é desejável ao empreendedor, tampouco à administração.

Como todas as informações e documentações necessárias para a alteração das


características técnicas do empreendimento serão incluídas diretamente pelo empreendedor no
AEGE, não é necessário novo protocolo na ANEEL, na EPE ou no MME.

Se o empreendedor não atender a todas as exigências que forem solicitadas por


meio do AEGE, o processo será arquivado. Nos casos em que a ANEEL e a EPE exararem
manifestação favorável, o MME autorizará a alteração de características técnicas e a ANEEL
publicará um Despacho no Diário Oficial da União (D.O.U). Caso contrário, a solicitação
indeferida, também por meio de Despacho no D.O.U..

Por fim, destaca-se que a lista de documentos definida nesse manual não é
exaustiva. Assim, caso a ANEEL, a EPE e/ou MME julguem necessário, documentos adicionais
poderão ser solicitados aos agentes, o que se dará por meio do sistema AEGE.

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DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA ANÁLISE DE ALTERAÇÕES DE


CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

• Para as fontes Eólica (EOL) e Fotovoltaica (UFV)

a) Informação de Acesso do ONS

Informação de Acesso é um documento emitido pela concessionária de distribuição, para


conexão nas redes de distribuição, ou emitida pelo ONS, para conexão nas instalações de
transmissão, ou ainda, excepcionalmente, pela EPE, atestando a viabilidade da alteração de
características técnicas do empreendimento. A data de emissão deverá ser compatível com a
solicitação de alteração de características técnicas.

b) Memorial Descritivo

O documento deve conter:

• Características Gerais do Empreendimento


• Concepção Técnica da usina
• Desenhos de Projeto (arranjo geral, inclusive)
• Detalhamento dos Sistemas de Conexão e de Transmissão de Interesse Restrito1.
• Combustível Principal e Reagentes (no caso de termelétricas)
• Balanços térmico e hídrico (no caso de termelétricas)

c) Resumo das Características Técnicas do Sistema de Transmissão e


Interesse Restrito do Empreendimento

Anexo I - Ficha de Dados do Sistema de Integração: documento que resume as


características do sistema de integração do empreendimento (linhas de transmissão e
transformadores elevadores), bem como evidencia o compartilhamento da infraestrutura entre
diferentes parques geradores. Deverá ser apresentada uma única versão do Anexo I,
englobando as informações de todos os parques que compartilham a infraestrutura da
subestação elevadora. As informações apresentadas nesta ficha deverão ser preenchidas em
conformidade com o novo projeto (projeto proposto).

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Como exemplo: As instalações de transmissão de interesse restrito do empreendimento são constituídas
de uma subestação elevadora de [...../..... kV] junto à usina, com ..... transformadores de [...../..... MVA]
cada, e uma linha de transmissão em [.....] kV, em circuito [simples/duplo], de aproximadamente [.....] km
de extensão, conectando-a à subestação [.....], sob a responsabilidade da empresa [............................].
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d) Diagrama Elétrico Unifilar Geral Simplificado

O diagrama unifilar geral simplificado é um documento que deverá conter, conforme


especificado no Anexo I, uma representação gráfica das instalações de interesse restrito da(s)
central(is) geradora(s) evidenciando, onde couber, o compartilhamento da infraestrutura de
integração entre diferentes empreendimentos, permitindo uma completa descrição das
instalações de conexão da central geradora.

e) Certificado de Registro de Regularidade do Responsável Técnico

Toda a documentação técnica produzida pela empresa deverá ser assinada por um Engenheiro
Responsável Técnico, e o pedido de alteração de características técnicas deverá ser
acompanhado de certidão de registro e regularidade perante o Conselho Regional de
Arquitetura e Agronomia – CREA (válida na data do protocolo).

f) Licenças Ambientais/ Outorgas de Recursos Hídricos

Deverá ser observada a necessidade de atualização de Licenças Ambientais ou de Outorgas de


Recursos Hídricos, caso a alteração de características técnicas requerida implique em aumento
de potência, aumento de consumo de água ou alteração de layout e/ou de localização dos
empreendimentos.

g) Cronograma

Caso a alteração de características técnicas represente alteração do número de unidades


geradoras, o cronograma de implantação da usina estabelecido por meio de Portaria do MME
ou de Resolução Autorizativa da ANEEL poderá ser alterado, ensejando a sua atualização por
parte do empreendedor, que ocorrerá diretamente no AEGE nas abas vinculadas à aba Leilão.

h) Atualização da Garantia de Fiel Cumprimento

Caso a alteração de características técnicas represente em postergação do cronograma de


implantação do empreendimento, a Garantia de Fiel Cumprimento deverá ser atualizada e
enviada por meio do sistema AEGE, conforme o Edital do Leilão vinculado.

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• Infomações específicas para Centrais Geradoras Eólicas (EOL)

a) Dados georreferenciados

Arquivos digitais vetoriais, georreferenciados, do contorno da área do parque em polígono


fechado, contendo as curvas de nível, a localização dos aerogeradores e torres de medição,
conforme orientação do site da ANEEL no endereço eletrônico: http://www.aneel.gov.br/scg/

b) Certificação de Medições Anemométricas e Certificação de Produção Anual


de Energia

Todos os procedimentos, critérios, normas e cálculos utilizados nas certificações deverão seguir
as recomendações de entidades como a IEC – International Electrothecnical Commission, IEA -
International Energy Agency, MEASNET - Network of European Measuring Institutes, AWEA -
American Wind Energy Association, ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, entre outras.

As certificações deverão ser apresentadas obrigatoriamente em Português, devendo ser


emitidas por Entidade(s) Certificadora(s) independente(s), especializada(s) em projetos de
energia eólica, reconhecidas nacional ou internacionalmente. Não serão aceitas as Certificações
de Medições Anemométricas e da Produção Anual de Energia emitidas por entidades
certificadoras que tenham participação societária, direta ou indireta no empreendimento, ou
que seja, ou tenha sido, responsável pelo desenvolvimento do projeto.

Certificação de Medições Anemométricas

Dados anemométricos

Deverá ser fornecido, como parte integrante da Certificação, um CD ou DVD contendo o arquivo
de dados brutos de vento medidos considerados na Certificação, bem como o arquivo contendo
estes dados tratados.

O arquivo com os dados brutos deve contemplar a totalidade de dados da série, conforme
registro original do equipamento, inclusive as medidas consideradas não válidas. O arquivo com
os dados tratados deve contemplar a série de dados após a realização do tratamento e do
preenchimento de falhas.

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Torres Anemométricas

Deverá ser apresentada uma ficha técnica da Torre especificando: as coordenadas UTM da
mesma, detalhes da instalação (desenhos esquemáticos, contendo os detalhes de montagem,
as dimensões de haste e alturas dos equipamentos), bem como fotos do terreno onde foi
montada, data de instalação e relação de todos os equipamentos do sistema de medição nela
instalados, com suas respectivas características técnicas.

Quando houver mais de uma Torre Anemométrica, deverão ser descritas as respectivas
informações da mesma forma como citado acima.

Deverão ser apresentados os certificados de calibração de todos os instrumentos de medição


instalados na Torre, válidos no período de aquisição dos dados, de acordo com a norma IEC
61400-12.

Medições Anemométricas

A Certificação de Medições Anemométricas deverá atender obrigatoriamente aos seguintes


requisitos:

• Ter por base um período de medições anemométricas, conforme disposto nas Portarias
MME nº 21, 18/01/2008, e MME nº 29, de 28/01/2011, devendo ser informados o início e o fim
do período de aquisição dos dados;
• As medições anemométricas e climatológicas deverão ser realizadas numa região
próxima ao local do parque eólico, definido conforme o § 1º do art. 6º-A, da Portaria MME nº
21/2008.
• As medições deverão ser feitas em pelo menos duas alturas distintas, sendo uma a
partir de 50 metros, por período não inferior a 24 (vinte e quatro)2 meses consecutivos, sempre
iniciado a partir de dados válidos, devendo ser integralizadas a cada 10 (dez) minutos e ter uma
taxa de perda de dados inferior a 10% (dez por cento), destacando-se que o período contínuo
de ausência de medições não poderá superar 15 (quinze) dias;
• Deverão ser informadas a taxa de perda de dados e a metodologia empregada para o
preenchimento das perdas dos dados medidos;

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Em conformidade com a Portaria MME nº 21/2008, a partir de 2017 deverá ser apresentado histórico de
medições contínuas da velocidade e da direção dos ventos, em altura mínima de cinquenta metros, por
período não inferior a 36 (trinta e seis meses) consecutivos, realizadas no local do Parque Eólico,
integralizadas a cada dez minutos e com índice de perda de dados inferior a dez por cento.
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• Informações sobre os dados de temperatura, densidade média anual do ar, pressão


atmosférica no local do parque eólico, incluindo identificação e localização das estações
meteorológicas de origem dos dados, quando não medidos em instrumentos da torre
anemométrica em estudo;
• Médias mensais de longo prazo da velocidade do vento e os respectivos parâmetros
(fator de forma e fator de escala) da distribuição de Weibull, para cada mês, extrapoladas à
elevação (altura) do rotor da turbina;
• Rosa dos Ventos, com 16 setores, apresentada também, em forma de tabela,
explicitando os percentuais de permanência em cada setor; e
• Velocidade de referência (Vref, 50 anos, 10 minutos), rajada máxima (Ve50, 50 anos, 3
segundos), intensidade de turbulência média (V > 4 m/s), intensidade de turbulência Normal
(quantil de 90 %) e classe IEC do parque eólico, conforme NBR-6123/1988 e IEC-61400-3ª
edição.

Certificação de Produção Anual de Energia

Da Certificação de Produção Anual de Energia deverão constar obrigatoriamente as seguintes


informações:

• A incerteza padrão na Produção Anual de Energia considerando as incertezas de:


velocidade do vento, da curva de potência da turbina e no cálculo das perdas aerodinâmicas do
parque, devendo todas as incertezas estar claramente identificadas e quantificadas;
• Os valores de energia anual Certificados que são excedidos com probabilidades de
50%, 75% e 90% para uma variabilidade futura considerando todo o período contratual (P50,
P75 e P90), que devem considerar, explicitamente, as condições meteorológicas locais, a
densidade do ar, a degradação das pás e as perdas aerodinâmicas do próprio parque e
decorrentes de parques vizinhos (efeito esteira);
• Os valores de Produção Anual Bruta3 e Certificada (P50 e P90), de cada aerogerador,
identificando o fabricante/modelo, altura do eixo do rotor, velocidade média anual do vento
livre, perdas aerodinâmicas e degradação das pás.
• Um Anexo contendo a “Curva de Potência x Velocidade do Vento” ajustada para as
condições locais do parque eólico, emitida e garantida pelo fabricante do aerogerador ou, se

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Produção Anual de Energia Bruta é a energia obtida a partir da velocidade do vento livre considerando as
condições meteorológicas locais, a densidade do ar, topografia e rugosidade do terreno, assim como as condições
operativas das turbinas. Não devem ser descontados os valores de indisponibilidade forçada e programada (TEIF e
IP).
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houver, a curva emitida por uma instituição com credenciamento ISO/IEC 17025, sendo esta
última medida conforme os procedimentos da norma IEC 61400-12/1998 (IEC Systems for
Conformity Testing and Certification of Wind Turbines) e da MEASNET.
• Declaração do fabricante do aerogerador atestando a adequação da Classe da turbina,
selecionada conforme norma IEC 61400, para o local onde será construído o parque eólico;
• O desenho do micrositing do parque eólico indicando a localização dos aerogeradores,
com as respectivas coordenadas (UTM) e respectiva identificação. Além disso, deverá ser
também apresentada a Rosa dos Ventos;
• A Produção Mensal Certificada referente ao valor de P50, em MWh, deverá considerar
as condições meteorológicas locais, a densidade do ar, a degradação das pás e as perdas
aerodinâmicas do próprio parque e decorrentes de parques vizinhos (efeito esteira). Este valor
mensal de Produção Certificada, em MWh, servirá de base para a sazonalização da Garantia
Física;
• Deverão ser apresentados, para todos os parques eólicos vizinhos considerados nas
estimativas de produção de energia, coordenadas (UTM-SIRGAS2000), modelo e fabricante,
altura do cubo e diâmetro do rotor dos aerogeradores, bem como devem constar em mapa de
localização e arranjo. As informações deverão ser apresentadas no corpo do texto da
Certificação.
• A Produção Mensal Certificada, em MWh, deverá ser limitada à Potência Habilitável
multiplicada pelo Fator de Capacidade Máximo (FCmáx) e pelo número de horas do mês.

As certificações deverão ser apresentadas obrigatoriamente em Português, devendo ser


emitidas por Entidade(s) Certificadora(s) independente(s), especializada(s) em projetos de
energia eólica, reconhecidas nacional ou internacionalmente. Não serão aceitas as Certificações
de Medições Eólicas e da Produção Anual de Energia emitidas por entidades certificadoras que
tenham participação societária, direta ou indireta no empreendimento, ou que seja, ou tenha
sido, responsável pelo desenvolvimento do projeto.

Interferência entre Parques Eólicos

Declaração, em meio digital – conforme instruções no sítio oficial da ANEEL na internet, emitida
pelo(s) titular(es) de parque(s) eólico(s) já autorizado(s), ou que possua(m) Despacho de
Registro de Requerimento de Outorga vigente, ou que já tenha(m) comercializado energia nos
leilões previstos na Lei nº 10.848, de 2004, de Ciência de Proposta de Implantação de Novo
Parque Eólico, cuja região de interferência (região que dista de 20 vezes a altura máxima da pá,
considerando-se todas as direções do vento com permanência superior a 10% (dez por cento))
abranja área do parque eólico outorgado, ao(s) declarante(s).

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• Usinas Fotovoltaicas (UFV)

Certificação de Dados Solarimétricos e Certificação de Produção Anual de


Energia

Todos os procedimentos, critérios, normas e cálculos utilizados nas certificações deverão seguir
as recomendações de entidades como a IEC – International Electrothecnical Commission, IEA -
International Energy Agency, MEASNET - Network of European Measuring Institutes, AWEA -
American Wind Energy Association, ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, entre outras.

As certificações deverão ser apresentadas obrigatoriamente em Português, devendo ser


emitidas por Entidade(s) Certificadora(s) independente(s), especializada(s) em projetos de
energia fotovoltaica, reconhecidas nacional ou internacionalmente. Não serão aceitas as
Certificações de Medições Solarimétricas e da Produção Anual de Energia emitidas por
entidades certificadoras que tenham participação societária, direta ou indireta no
empreendimento, ou que seja, ou tenha sido, responsável pelo desenvolvimento do projeto.

Ressalta-se que, de acordo com a Portaria MME nº 21/2008, serão exigidos:

- Para empreendimentos sem tecnologia de concentração da radiação: a partir de 2016, o


mínimo de um ano de medição da irradiação global horizontal no local do empreendimento; e
- Para empreendimentos com tecnologia de concentração da radiação: a partir de 2016, o
mínimo de um ano de medição da irradiação direta normal no local do empreendimento, e, a
partir de 2018, o mínimo de três anos desta medição.

Certificação de Dados Solarimétricos4

Estação Solarimétrica

Caso existente, deverá ser apresentada a ficha técnica da Estação Solarimétrica especificando:
as coordenadas UTM de sua localização, detalhes da instalação bem como do terreno onde foi

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Para empreendimentos fotovoltaicos que utilizem tecnologia de concentração da radiação, aplicam-se os
requisitos de medições solarimétricas e certificação de dados estabelecidos para empreendimentos
heliotérmicos.
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montada através de fotos, data de instalação e relação de todos os equipamentos do sistema
de medição nela instalados, com suas respectivas características técnicas.

Quando houver mais de uma Estação Solarimétrica deverão ser descritas as respectivas
informações da mesma forma como citado acima.
Deverão ser apresentados os certificados de calibração de todos os instrumentos de medição
instalados, válidos no período de aquisição dos dados.
A estação deve estar equipada, no mínimo, com instrumentos de medição de irradiância global
horizontal (dois piranômetros, padrão “First Class” ou superior, conforme norma ISO
9060:1990), umidade relativa, temperatura e velocidade do vento.
Observa-se que na instalação da estação solarimétrica, deve-se atentar para anteparos que
possam provocar sombreamento, o nivelamento dos instrumentos de medição, bem como,
critérios de operação e manutenção, destacando-se a limpeza periódica dos sensores.

Dados Solarimétricos

Na Certificação de Dados Solarimétricos deverá constar obrigatoriamente:

• Descrição das fontes de dados solarimétricos considerados, como estações próprias ou


particulares, estações de referência de alguma rede pública ou privada, imagens de satélites e
modelos empregados para derivar dados de irradiação no sítio do empreendimento.
Além disso, devem ser informados os proprietários dos dados, as especificações dos
instrumentos, o período disponível e intervalo de integração dos dados.
No caso de uso de imagens de satélites e modelos associados, deve ser informada a
resolução e a escala temporal, bem como a descrição do modelo utilizado para criar a série de
dados. Deverão ser apresentadas considerações acerca dos erros e da incerteza sobre os
dados.
• Análise de consistência dos dados, descrevendo inclusive os períodos com falhas
(dados descartados ou não medidos) e a metodologia de preenchimento.
• Descrição das correlações de dados de estações solarimétricas com dados de longo
termo (histórico de pelo menos 10 anos), quando for o caso.
• Diagrama de trajetória solar anual no sítio, com azimute e altura solar, considerando a
topografia do horizonte.
• Médias horárias mensais de irradiação global horizontal (kWh/m²) e médias mensais
de longo prazo da irradiação global horizontal (kWh/m²), ambas calculadas com base no ano
meteorológico típico ou série histórica de dados de estação de referência. Quando aplicável, a
metodologia para definição da série de um ano meteorológico típico deve ser descrita.

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• Determinação das incertezas associadas ao cálculo da irradiação global horizontal.
• Se houver estação solarimétrica, os arquivos digitais em formato “Excel” com as
medições solarimétricas contendo dados brutos e dados tratados devem ser gravados.

O registro de horário das medições deverá estar referenciado à “UTC” (“Coordinated Universal
Time”) do local do empreendimento e não acompanhará o horário de verão.

Requisitos de medições

A certificação da campanha de medições solarimétricas no sítio do empreendimento, deverá


atender aos seguintes itens, sob pena de inabilitação técnica:

• As medições da irradiação solar deverão ser realizadas, em pelo menos uma estação
solarimétrica, dentro de um raio máximo de até 10 km do local do empreendimento;
• Deverão ser medidas as seguintes grandezas: Irradiação Global Horizontal, dados de
temperatura, da umidade relativa do ar e velocidade do vento;
• A Irradiação Global Horizontal deverá ser medida através de piranômetros de primeira
classe (“First Class”, ISO 9060:1990) ou superior, devendo ser prevista pelo menos uma
redundância;

Observa-se que os requisitos estabelecidos neste documento se referem a uma configuração


mínima exigida para a estação solarimétrica. Além destes, poderão ser instalados equipamentos
complementares, tais como, célula ou módulo fotovoltaico de referência (equivalente a dos
módulos da usina, no mesmo plano inclinado), piranômetro orientado conforme plano inclinado
dos módulos ou outros instrumentos de medição da irradiação.

• A frequência de medição deverá ser a cada segundo e os dados integralizados a cada


dez minutos;
• A campanha de medições deverá ter período não inferior a 12 (doze) meses
consecutivos;
• O índice de perda de dados deverá ser inferior a 10% (dez por cento) e o período
contínuo de ausência de medições não poderá superar 15 (quinze) dias;
• No caso de perdas de dados, deve-se informar a taxa de perda e a origem da
recuperação dos dados por meio de correlação com outras fontes representativas da
região.

Certificação de Produção Anual de Energia

Na Certificação de Produção Anual de Energia deverão constar obrigatoriamente as seguintes


informações:
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• Metodologia e modelos empregados para cálculo da irradiação no plano inclinado dos


módulos (sejam fixos ou com seguidores);
• Caracterização técnica dos equipamentos principais (módulos, inversores, cablagem,
transformadores, etc);
• Análise de efeitos de sombreamento e de albedo;
• Descrição das séries e arranjos fotovoltaicos típicos, informando azimute e inclinação, e
a interligação destes com os inversores;
• Fotografias do local, caracterizando as quatro direções cardeais;
• Devem ser discriminados e quantificados todos os fatores de perdas considerados para
o cálculo da Produção Certificada, como: perdas por temperatura, sujeira,
sombreamento, angulares e espectrais, degradação anual dos módulos ao longo do
período contratual, mismatch, tolerância sobre a potência nominal dos módulos,
ôhmicas na cablagem, eficiência do inversor e controle de potência máxima (MPPT),
entre outros, a critério da entidade certificadora;
• As estimativas mensais de produção de energia, elaboradas em base horária,
compatíveis com os dados solarimétricos certificados, em MWh. Devem ser empregados
modelos de simulação adequados para estas estimativas, conforme os critérios
apresentados nas alíneas acima. Poderão ser solicitados estudos de validação dos
modelos utilizados;
• Os valores de Produção Anual de Energia Certificada com uma probabilidade de
ocorrência igual ou maior a 50% e 90%, considerando todo o período contratual em
MWh;
• A Produção Certificada Média Mensal, em MWh, considerando as condições
meteorológicas locais e os diversos fatores de perdas, inclusive a degradação média dos
módulos fotovoltaicos ao longo do contrato. Este valor de Produção Certificada servirá
de base para o cálculo da Garantia Física;

Observação: Não deverão ser considerados nesse cálculo os índices de indisponibilidade, as


perdas elétricas do inversor até o ponto de conexão e o consumo interno da planta.

• Produção Certificada Anual e o Desempenho Global do Sistema (“Performance Ratio”)


para cada ano da vigência contratual;

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• A incerteza padrão na estimativa de Produção Anual de Energia de longo termo


contemplando as incertezas dos dados solarimétricos, da variabilidade interanual, da
representatividade do período monitorado e da variabilidade espacial, do modelo e
simulação energética, da correção para o plano inclinado e do cálculo de perdas da
planta solar.

• Outros requisitos técnicos e legais

O pedido de alteração de características técnicas deverá atender aos critérios estabelecidos no


respectivo Edital do Leilão em que o empreendimento tenha se sagrado vencedor, bem como à
Portaria de aprovação das diretrizes do leilão em questão. Exemplos de pré-requisitos:
atendimento à garantia física contratada, conformidade com o Licenciamento Ambiental, não
incorrer em aumento de perdas elétricas, etc.

Caso os requisitos estabelecidos em futuros Editais sejam alterados (como a exigência de maior
tempo de medição do recurso eólico para fins de habilitação de centrais geradoras eólicas),
prevalecerá o requisito estabelecido no Edital vinculado ao Leilão em que o empreendimento
tenha se sagrado vencedor.

Para empreendimentos de fonte eólica, em virtude da possibilidade de interferência mútua, será


adotada a análise dos empreendimentos por complexo. Assim, somente serão alteradas as
características técnicas desses parques quando for possível avaliar todo o complexo. Por
exemplo, se o complexo for composto de 5 empreendimentos, e todos forem alterados, a
empresa deverá solicitar a alteração de todos eles. Se algum desses empreendimentos não for
objeto de alteração, essa informação deverá acompanhar a solicitação de alteração de
características técnicas das demais usinas.

Em casos de alteração de sistema de transmissão de interesse restrito que impliquem em


compartilhamento, somente serão alteradas as características técnicas quando for possível
avaliar todo os empreendimentos afetados pelo compartilhamento. Por exemplo, se 3
empreendimentos forem compartilhar o mesmo sistema de transmissão, a empresa deverá
solicitar a alteração de todos eles.

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ANEXO I – FICHA DE DADOS DO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO

1. Geradores
Unida Informação do
Item Característica
de Projeto Proposto
1.01 Quantidade de geradores -
1.02 Potência do gerador kW
1.03 Potência instalada do empreendimento MW
1.04 Potência do transformador elevador KVA
1.05 Temperatura considerada para o projeto ºC
1.05.1 Resistência do transformador elevador (Base 100MVA) %
1.05.2 Reatância do transformador elevador (Base 100MVA) %

2. Características técnicas dos transformadores da subestação elevadora


Informação
Item Característica Unidade do Projeto
Proposto
2.01 Tensão primária kV
2.02 Tensão secundária kV
2.03 Potência nominal (1 unidade) MVA
Potência máxima com ventilação forçada (1
2.04 MVA
unidade)
2.05 Quantidade de transformadores -
2.06 Temperatura considerada para o projeto ºC
Resistência do transformador elevador (Base
2.06.1 %
100MVA)
Reatância do transformador elevador (Base
2.06.2 %
100MVA)

3. Sistema de integração até o ponto de conexão na Rede Básica ou ICG


Informação
Item Característica Unidade do Projeto
Proposto
3.01 Tensão do sistema kV
3.02 Tipo (aérea/subterrânea)
3.03 Temperatura considerada para o projeto ºC
3.04 Tipo do cabo
3.04.1 Bitola do cabo (kcmil ou mm2)
3.04.1 Resistência do circuito Ω/km
3.04.2 Reatância do circuito Ω/km
3.04.3 Susceptância do circuito S/km
3.05 Comprimento da linha km
3.06 Quantidade de circuitos -
3.07 Quantidade de subcondutores por fase -
3.08 Ponto de conexão na rede básica ou ICG -

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4. Características da rede coletora em média tensão

O empreendedor deverá apresentar os parâmetros elétricos (Resistência e Reatância) de cada


um dos trechos que compõe a rede coletora de média tensão. A identificação dos trechos deve
ser realizada de forma clara e preferencialmente no diagrama unifilar da rede coletora de média
tensão.

Bitola Temperatura de
Identificação do Resistência Reatância Comprimento
(kcmil ou Projeto
trecho (Ω) (Ω) (m) (ºC)
mm2)
Gerador 1 – Gerador
2
Gerador 2 – Gerador
3
Gerador 3 – SE
Coletora
Gerador 4 – Gerador
5
Gerador 5 – SE
Coletora

5. Compartilhamento dos transformadores e do sistema de integração


Potência
Item Característica Nome
[MW]

Parques eólicos que


4.01 compartilham os transformadores
descritos no Item 2

Parques eólicos que


4.02 compartilham o sistema de
integração descrito no Item 3

6. Diagrama unifilar da subestação elevadora

Representação gráfica da instalação elétrica da subestação elevadora. Deverá evidenciar, no


mínimo, as seguintes características do sistema de integração:

• Conexões dos parques que compartilham a infraestrutura de integração.


• Quantidade de transformadores.
• Potência nominal dos transformadores.
• Potências dos transformadores com ventilação forçada.

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• Separação dos circuitos em diferentes barramentos (quando aplicável) e sua conexão com
os transformadores.

O diagrama unifilar deverá permitir a descrição técnica do sistema de conexão da central


geradora e, também, as instalações compartilhadas.

7. Diagrama unifilar da rede coletora em média tensão

Representação gráfica da conexão elétrica entre os aerogeradores e a subestação elevadora.


Deverá evidenciar, no mínimo, as seguintes características do sistema:

• Conexão entre o cubículo de média tensão de cada aerogerador e a rede entre torres.
• Conexão ao barramento de média tensão da subestação elevadora.
• Comprimento de cada trecho de linha.
• Bitola do condutor utilizado em cada trecho (MCM ou mm²).
• Potência dos transformadores dos aerogeradores.
• Tensão da rede.

É necessário apresentar os diagramas de todos os parques que compartilham o sistema de


integração.

O diagrama unifilar deverá permitir a descrição técnica das instalações e dos


compartilhamentos até o ponto de conexão.

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