Você está na página 1de 17

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO

OS DANOS CAUSADOS PELO FLUIDO REFRIGERANTE PRESENTE NOS


APARELHOS DE AR CONDICIONADO EM SALAS DE AULA DA UFPB -
CAMPUS I

GEYSA DOS SANTOS SALVINO

João Pessoa-PB
2023
GEYSA DOS SANTOS SALVINO

OS DANOS CAUSADOS PELO FLUIDOS REFRIGERANTE NOS


APARELHOS DE AR CONDICIONADO EM SALAS DE AULAS DA UFPB-
CAMPUS I

Trabalho entregue conforme exigência


acadêmica para a obtenção da nota da
Disciplina Instrumentação para ensino de
química, ministrada pela Professor Dr.
MARCOS PIRES LEODORO, como caráter de
avaliação do período 2022.2

João Pessoa PB
2023
INTRODUÇÃO

O engenheiro mecânico e químico Thomas Midgley, em sua premiação em


1937 pela descoberta das propriedades antidetonantes do chumbo tetraetil na
gasolina, em vez de falar sobre sua descoberta, fez uma apresentação para
defender o uso do freon (Freon é o nome comercial para a classe de produtos
químicos conhecidos como clorofluorcarbonetos ou CFCs). Nesta
apresentação, inalou um pouco do gás Freon (CFC) e, depois, exalou em um
tubo para apagar uma vela que lá estava. Com isso quis demonstrar que o
gás não era nocivo. Logo, o Freon passou a ser aceito e foi utilizado em
grande escala para substituir o amônio e o dióxido de enxofre presentes nos
refrigeradores, em especial, nos ar-condicionados antigos.

Tudo estava aparentemente bem, mas, em 1970, os cientistas


começaram a investigar se o CFC realmente era um produto confiável. Em
1974, foi descoberto que o freon era o culpado pela formação do buraco na
camada de ozônio, a qual envolve o planeta Terra e o protege da luz
ultravioleta. Com a confirmação desse fato, o CFC foi proibido de ser
fabricado (SCHWARCZ, 2009).
Com todos os ocorridos, era preciso achar um substituto para o CFC. Os
hidroclorofluorcarbonetos (HCFC) começaram a ser incorporados no mercado
para substituírem os CFC. Eles causam danos bem menores à camada de
ozônio, pois possuem menos cloro. O cloro (Cl) presente nos gases
refrigerantes, é quem reage com a camada de ozônio (O3). Assim, era
necessário substituí-lo por um gás que não tivesse na sua composição o
cloro. Então, os hidrofluorocarbonetos HFC e HFO entram em cena, pois não
possuem cloro na sua composição. Dessa forma, o gás refrigerante
clorodifluorometano, R22 ou HCFC22, da classe HCFC, foi substituído pelo
R-410A (mistura azeotrópica composta de R-125 e R-32), da classe HFC. Ele
é o principal gás usado nos dias atuais.
Como mostram as Figuras 1 e 2, os ar-condicionados da sala de aula do
Centro de Educação e da biblioteca do Departamento de Ciências Exatas da
Natureza, assim como outros ar-condicionados da Universidade Federal da
Paraíba, são, na sua maioria, antigos.
Os ar-condicionados antigos usam o gás refrigerante R-22, e os modelos
mais atuais usam o R-410A. Na figura 3, por exemplo, temos o
ar-condicionado da biblioteca do Departamento de Ciências Exatas da
Natureza que utiliza o R 410.

Figura 1 - Ar-Condicionado do Centro de Educação

Fonte do Autor, 2023

Figura 2- Ar-condicionado da biblioteca do Departamento de Ciências Exatas da


Natureza

Fonte, Autor, 2023


Figura 3- Ar-condicionado da biblioteca do Departamento de Ciências Exatas da Natureza

Fonte: Autor (2023)

Diante de toda essa problemática, a abordagem


Ciência–Tecnologia-Sociedade (CTS) se faz necessária. O CTS tem uma
visão de educação ambiental que inclui uma análise crítica e reflexiva sobre
as implicações da tecnologia para a sociedade. Trazer esse tipo de reflexão
para a sala de aula tem o intuito de tornar os cidadãos mais conscientes para
debater sobre como as tecnologias impactam a sociedade, seja positivamente
ou negativamente. Permitindo assim, o entendimento dos fenômenos que
ocorrem no cotidiano.
Na Figura 4, podemos ver a sistematização da demanda social, perante
uma problemática CST. As interações entre áreas da tecnologia, conceitos e
habilidades científicas, leva à construção de conhecimento teórico e análise
científica, para depois retomar a problemática inicial. Essa análise deve
propor soluções que visem o bem estar da sociedade, inerentes ao problema
inicial. (SANTOS, 2010).
Na construção do conhecimento visando buscar a melhor substância para
os refrigeradores, passamos pelas etapas do problema social, estudo e
aprofundamento do problema e, depois, a sugestão de possíveis soluções
para um retorno positivo à sociedade.
Figura 4

Fonte: Livro de Wildson Luiz Pereira dos Santos;Coleção Educação em Química

FUNCIONAMENTO DO AR-CONDICIONADO

A segunda lei termodinâmica é a base do funcionamento dos


refrigeradores. Segundo ela, o calor flui espontaneamente do corpo de maior
para o de menor temperatura. O ar-condicionado funciona da mesma forma
que a geladeira e outros tipos de refrigeradores.

De forma simples, a Figura 5 mostra o funcionamento dos


refrigeradores. Ocorre uma transferência espontânea do calor do ambiente ou
alimento para o gás “gelado” presente em tubos. Esse gás, depois de retirar
calor dos alimentos ou do ambiente, é comprimido para ficar mais quente e
transferir o calor para fora do aparelho de ar-condicionado. É por isso que
quando passamos por trás de uma geladeira ou ar-condicionado, sentimos
um certo vento quente, pois o calor está sendo transferido. Depois, o gás que
estava comprimido se expande e, desse modo, realiza trabalho e perde calor,
ficando frio novamente. Assim, um novo ciclo começa.
Figura 5

Fonte Autor, 2023

UMA VISÃO DO GASES REFRIGERANTES NA CTS

Os gases CFC causam graves danos à camada de ozônio que envolve a


Terra e a protege dos raios UVB do Sol. O uso desses gases pode causar
sérios danos aos olhos e, também, uma infinidade de problemas: plantas e
animais têm a sobrevivência ameaçada com a brusca mudança de clima,
vários biomas estão prejudicados, pois ocorre a diminuição da água e a
escassez de alimentos.
Para evitar o calor e ter um ambiente mais arejado, foi criado o
ar-condicionado. A fim de congelar a comida, surgiu a geladeira. Sprays foram
desenvolvidos para a eliminação de maus odores. Todos são recursos usados
para “melhorar” a qualidade de vida, conforme propagado pela mídia. Mas,
esses equipamentos contêm gases poluentes como CFC, HCFC e HFC, ainda
que a sociedade tenha se acostumado a eles. Geralmente, não há a intenção
de acabar com tais dispositivos e sim, apenas eliminar os gases poluentes
que eles emitem.
Apesar dos CFC terem sido banidos e os HCFC terem prazo limite de
utilização, existem empresas que falsificam os gases refrigeradores para
continuarem usando o CFC.
O CFC foi banido no Brasil mas, nos Estados Unidos, ele pode ser
reciclado. Dessa forma, há fiscalização em empresas para não falsificar os
gases refrigerantes.
Os conteúdos científicos presentes nos casos dos gases refrigeradores
apresentam vários aspectos: geológico, biológico, físico e químico. Nas
figuras 6 e 7, vemos a reação química em que as moléculas de cloro (Cl) do
CFC reagem com ozônio (O3), destruindo a camada que envolve a Terra. Isso
porque o cloro é gás nobre e muito reativo. Eles têm alta eletroafinidade. A
destruição da camada de ozônio produz a morte de plantas e animais, uma
vez que há quantidade excessiva de raios UVB atingindo a crosta terrestre.
Os gases são mantidos nos equipamentos. Mas, quando são descartados
ou ocorre algum problema nos tubos de armazenamento (por exemplo, um
furo), esses gases são liberados para atmosfera.
Há uma grande quantidade de equipamentos quebrados que são
substituídos por novos, seguindo o ciclo capitalista, e não são descartados
devidamente.

A reação química que ocorre na camada de ozônio tem início nas


radiações solares. Como o buraco na camada de ozônio está localizado na
Antártida, esse processo de dissociação dos gases CFC e HCFC, ocorre
quando há radiações solares por lá. O cloro que hoje reage com a camada
de ozônio ainda é aquele da década de 90. Isso acontece porque demora
muito tempo para o elemento cloro deixar de existir. É previsto que, apenas
em 2060, a camada de ozônio deixe de aumentar. Atualmente, foi observado
uma pequena redução do buraco na camada de ozônio (TREULIEB, 2022).
Os conteúdos científicos norteiam o funcionamento dos refrigeradores e a
busca de formas de produção de equipamentos menos poluentes. Ocorre o
envolvimento do conhecimento químico das interações das moléculas na
atmosfera e de como os gases se comportam fisicamente e químicamente.
O R-410A, muito utilizado até os dias atuais, mantém o bom
funcionamento dos aparelhos e não prejudica a camada de ozônio. Mas,
contribui para o efeito estufa e a elevação da temperatura média global, uma
vez que o aquecimento global está relacionado ao acúmulo de gases na
atmosfera.

Figura 6 reação do CFC com ozônio

Fonte, Site1

1
Fonte:
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fblog.explicae.com.br%2Fenem%2Fquimica-ambiental-os-efeitos-da-poluicao-atmosferica&psig=AOvVaw1EXtPqT1IYxzVJwUDU6GOj&ust=1684450
182216000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCKDVjIi4_f4CFQAAAAAdAAAAABAE
Figura 7 Reação do CFC na camada de ozônio

Fonte, Site2

Atualmente, são pesquisadas substâncias que substituam os


refrigerantes HCFC e HFC, para o funcionamento dos ar-condicionados. São
estudados os gases que permitem fazer a troca de calor nesses
equipamentos.

Infelizmente, a sociedade carece do conhecimento da relação do efeito


estufa e aquecimento global e destruição da camada de ozônio que tem
relação com os gases presentes no ar-condicionados. Eles não são
abordados na educação de modo a demonstrar, à sociedade, a relação
desses fenômenos com os produtos tecnológicos que o ser humano produziu.
E, na maioria das vezes, uma solução sempre gera outro problema.
Quando se fala dos gases CFC, eles são relacionados com materiais
domésticos, nos quais são utilizados. Os gases atuais, como R-22 e R410A,
são poucos comentados. O principal uso deles é na refrigeração.
Os estudos são direcionados, na sua maioria dos casos, para a relação
dos gases e tecnologias envolvidas na produção de geladeiras e
2
Fonte da Figura 7
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbrasilescola.uol.com.br%2Fquimica%2Fozonio.htm&psig=AOvVaw1aQnxEFCVoMSS9mOR1vcv6&ust=1684691496639000&source=images&cd=vf
e&ved=0CBEQjRxqFwoTCPjqyIO7hP8CFQAAAAAdAAAAABAJ
ar-condicionados e nos seus danos ambientais. As descobertas oriundas de
estudos científicos sobre o gases refrigerantes CFC o fez ser banido e
substituído. O HCFC foi posto no lugar do CFC, pois tem menos cloro. Agora,
a corrida é para encontrar outros substitutos para HCFC e os considerados
menos danosos, até o momento, são HFC e HFO.
Apenas quando as consequências do uso atingem a população, como o
aquecimento global, de forma tão rápida, é que realmente são estudadas
maciçamente as raízes do problemas. É somente assim que a sociedade
procura saber o que está acontecendo. Deveríamos buscar saber do que é
constituído o gás utilizado no ar-condicionado, antes de comprá-lo: “Será que
faz mal à saúde, ao planeta Terra?”. São questionamentos esquecidos pelos
consumidores. Em suma, os equipamentos deveriam ser analisados de
acordo com os problemas ambientais que causam. Para isso, é necessário
estudar o conceito teórico envolvido. Essa análise é feita com observação e
estudo.
A mídia aponta o CFC como vilão e que ele foi substituído. Porém, pouco
é comentado sobre o substituto do CFC. O consumismo e as empresas por
trás dessa história podem explicar o silenciamento das informações. Muito se
fala do aquecimento global e do efeito estufa. São conteúdos trabalhados em
sala aula. Mas, não é discutido os HCFC. A discussão termina nos CFC e não
passa para o uso atual de gás refrigerante. Enquanto os ar-condicionados e
geladeiras estão funcionando, o CFC é considerado o culpado pelo efeito
estufa, o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio. Porém, ele
já não é tão usado e, sequer, fabricado. As substâncias que o substituem
atuam de forma bem semelhante à ele. O assunto é trabalhado de forma
superficial e não traz uma abordagem “Ciência, Tecnologia e Sociedade (
CTS)”, não trabalha com os estudantes um pensamento crítico.
A utilização do CTS no ensino tem o intuito de fazer uma alfabetização
científica dos estudantes para torná-los cidadãos conscientes e que possam
intervir, de forma crítica e reflexiva, no contexto social, através da construção
de conhecimentos, habilidades, atitudes que possibilitem a tomada de decisão
consciente sobre assuntos que os cercam. A informação é uma ferramenta de
grande relevância na tomada de decisões para que os cidadãos conheçam o
que está acontecendo e possam intervir (SANTOS; MORTIMER, 2000).
São desenvolvidas pesquisas que buscam sanar estes problemas para
substituição dos gases HCFC e HFC mas, infelizmente, neste momento,
estamos usando ar-condicionado e geladeiras que causam efeito estufa e
aumentam o aquecimento global, e até, ampliando o buraco na camada de
ozônio.
Vale ressaltar que os HCFC destroem a camada de ozônio. Possuem
menos átomos de cloro, pois eles são substituídos por hidrogênio. Tem
também os gases HFC e o HFO que não possuem cloro e são conhecidos
como os gases refrigerantes ecológicos. Porém, também causam efeito estufa
e aquecimento global.

ABORDAGEM ATUAL DO HFC

Os CFCs são substâncias químicas sintéticas constituídas por átomos de


carbono, cloro e flúor. São consideradas as principais substâncias químicas
sintetizadas pelo homem para diversas aplicações. Foram amplamente utilizadas na
indústria de produtos e serviços nas décadas de 80 e 90.
Encontrar fórmulas químicas para substituir os refrigeradores é algo que já está
sendo feito há décadas, desde o CFC até o HFO, nos dias atuais. Mas, ainda, não
foi encontrado algo que não cause danos ao meio ambiente. O fato é que esta
estratégia produz outro problema. Quando é encontrada uma solução para a
destruição da camada de ozônio, persistem os problemas do efeito estufa e
aquecimento global.
Os gases atuais da classe HFC e HFO não causam a destruição da camada
de ozônio. O HFO e HFC Eles contêm flúor. E o flúor, pelas regras da tabela
periódica, tem a maior eletronegatividade.
A eletronegatividade é a capacidade de um átomo atrair ou repelir elétrons.
O flúor só reage com oxigênio quando se encontra em alta concentração. Já no caso
do cloro, quando ocorre a quebra na molécula, o oxigênio é mais eletronegativo do
que ele. Logo, o cloro perde dois elétrons se tornando um radical livre que destrói a
camada de ozônio. Como vemos na Figura 8, na equação abaixo, o cloro tem um
ciclo reagindo com oxigênio.

Figura - 8 Reações químicas do CFC com o ozônio.

Fonte: Crédito: Ana Lucia Souto, domínio público. Site3

A eletroafinidade é a intensidade de energia que um átomo libera ao receber ou


perder um elétron. A afinidade é diretamente proporcional à eletronegatividade.
Então, quanto maior a eletroafinidade, mais eletronegativo será o elemento. Vale
ressaltar que existem exceções como o cloro, que apesar de ocupar uma posição
inferior na tabela periódica, possui maior eletroafinidade do que o átomo de flúor.
(NEVES, 2019). Dessa forma, entendemos como o cloro tem maior eletroafinidade
que o flúor. Logo, é o cloro que reage com camada de ozônio e não o flúor. Como a
camada de ozônio é formada por oxigênio (O3), o flúor só reage com oxigênio em
altas concentrações. Assim concluímos que os HFCs que não possuem cloro
realmente não afetam a camada de ozônio. Mas, em contrapartida, os gases do
HFCs são lançados na atmosfera e nela se acumulam, causando o aquecimento
global. E o flúor não reage com a camada de ozônio.
O caso da camada de ozônio atualmente é tido como resolvido, pois ela está se
regenerando. As variações que nela ocorrem são devidas ao cloro ainda existente e
oriundo de quando era usado o CFC. Agora que não é usado mais cloro (Cl), os
novos refrigeradores usam refrigerantes que causam o efeito estufa. A corrida atual
é resolver o aquecimento global e o efeito estufa trocando o refrigerante (TREULIEB,
2022).
A busca por soluções para os gases refrigerantes é incansável e visam um

3
O ciclo do ozônio (artigo) | Kh
substituto que satisfaça as propriedades físico-química necessárias. Mas, já existem
soluções de refrigeração do ambiente com outros métodos.
Mesmo sendo considerado que o caso da camada de ozônio estaria
resolvido, é importante manter uma vigilância com o assunto. O que está pendente
para resolver é o caso do efeito estufa e aquecimento global. Ter ambientes mais
arborizados, uso de tecnologias como climatizadores à base de água,
planejamentos de casas com mais entradas de ar, são formas de manter o clima
agradável e não causar danos ambientais.
As florestas são, por natureza, úmidas. Mas, mesmo assim, o ser humano
prefere se rodear de aparelhos do que por árvores. Propor equipamentos
ecologicamente sustentáveis, como climatizadores à base de água, também tem
seus custos.
Em 1987, o protocolo de Montreal foi adotado para regular as substâncias
químicas que são nocivas à camada de ozônio. A primeira evidência dos efeitos
nocivos do CFC apareceu no artigo publicado por Sherwood Rowland e Mario
Molina, no qual foi descrito apenas os mecanismos de destruição da camada de
ozônio pelo CFC. Em 2012, Molina, assinou um artigo, onde comenta sobre os
problemas que o HFC, ou seja, o efeito estufa ( BIRCH, 2022).
Segundo Treulieb (2022, p.1), a professora e coordenadora do Programa de
Monitoramento de Ozônio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Damaris Kirsch Pinheiro, afirma que:

O que está na atmosfera agora é o que foi lançado anos atrás. Os


CFCs têm um tempo de residência na atmosfera muito longo, por
isso ainda estão lá. A cada ano, eles começam a destruir a camada
de ozônio de novo. O cloro que está lá vai continuar destruindo o
ozônio ano que vem e no outro ano. Por isso, a gente espera que o
buraco não abra mais lá pela década de 60 [do século 21], 2060 mais
ou menos. São as previsões.

A Figura 9 inclui três círculos que se cruzam. Na interseção desses círculos está a
“Zona Verde”. A prevenção contra a poluição no planeta impulsionou a química
verde, para um conjunto de ideias, que tem como base a construção da
comunidade química por cientistas, professores e estudantes. A química verde é
considerada "benigna por definição” (MIDDLECAMP et al., 2016). É buscado um
equilíbrio da economia, ecossistema e comunidade. Tudo para proporcionar uma
maior qualidade de vida, de forma sustentável.
Um dos desafios atuais é manter a parte econômica ativa nas áreas da
química verde. A era capitalista só visa os lucros. Poder encaixar os refrigeradores
na zona verde é uma solução sustentável para todo planeta Terra.

Figura - 9 Representação da Linha de Base Tripla, “Zona Verde”.

Fonte: Química para um futuro sustentável

O ar-condicionados da Universidade Federal da Paraíba

A água dos ar-condicionados da Universidade Federal da Paraíba do campus


I, em João Pessoa, foram analisados pela pesquisadora Jéssika de Oliveira entre
2018 e 2020. Foi concluído com a pesquisa que essa água poderia ser reutilizada
para lavar banheiros e pisos da UFPB. Foram encontrados alguns microrganismos
patogênicos, mas com concentração muito abaixo do que a norma brasileira NBR
16.783/2019 estabelece como prejudicial (VIEIRA, 2020).
Em 2019, a Direção do Centro de Educação da UFPB emite uma nota,
afirmando que a UFPB não tinha um contrato para manutenção dos aparelhos de
ar-condicionados, ocasionando a ausência de técnicos para a realização de diversos
serviços, como a reposição de gás nos aparelhos.4
No ano de 2022, a Comissão Permanente de Licitação e a Pró-Reitoria de
Administração fazem uma licitação para escolha da proposta mais vantajosa para a
aquisição de aparelhos de ar-condicionados. No edital, há uma cláusula exigindo
que os ar-condicionados fornecidos à UFPB, devem possuir gás refrigerante

4
CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA.. NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A SITUAÇÃO DOS APARELHOS DE AR-CONDICIONADO NO CE. 2019. Disponível
em: <https://www.ufpb.br/ce/contents/noticias/nota-de-esclarecimento-sobre-a-situacao-dos-aparelhos-de-ar-condicionado-no-ce>
R-410A, que não emitem CFCs (clorofluorcarbonos).5
Como vimos na Figura 1, o ar-condicionado do Departamento de Educação é
antigo. O gás R22 que nele está presente faz parte da família dos HCFC. E essa
classe de gases tem cloro, o que prejudica a camada de ozônio. Boa parte dos
ar-condicionados da UFPB são antigos e consequentemente são à base do gás
R22.

5
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA. Comissão Permanente de Licitação, Pró-Reitoria de. PREGÃO ELETRÔNICO Nº 08/2022 Processo Administrativo n°23074.038866/2022-28. 2022.
Disponível em: <https://www.ufpb.br/pra/contents/pregoes/2022/pregao-eletronico-srp-ndeg-08-2022-agendado/edital-pe-08-ar-condicionado-apos-alteracao-tcu-evento-alt.pdf>.
Referência

BIRCH, Hayley. 50 ideias de química: que você precisa conhecer. 2. ed. São Paulo: Planeta do
Brasil LTDA, 2022.

MIDDLECAMP, Catherine H, et al.Química para um futuro sustentável. 8. ed. Porto Alegre: AMGH
Editora Ltda, 2016. 580 p.

NEVES, Juliete. Aponta o índice de capacidade do átomo em atrair elétrons. 2019. Disponível
em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/quimica/eletronegatividade>. Acesso em: 20 maio
2023.

SCHWARCZ, Joe. Barbies, Bambolês e Bola de Bilhar. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. Coleção Educação em Química. Rio Grande do Sul: Unijui
Filia: Associação Brasileira dos Editores Universitária, 2010.

SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma Análise de Pressupostos Teóricos da Abordagem


C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no Contexto da Educação Brasileira. Ensaio - Pesquisa
em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 2, n. 2, p. 133-162, dezembro 2002.

TREULIEB, Luciane. Camada de ozônio pode se recuperar até 2060. 2022. Disponível em:
<https://www.ufsm.br/midias/arco/camada-de-ozonio-pode-se-recuperar-ate-2060>. Acesso em: 15
maio 2023.

VIEIRA, Jonas Lucas. Estudo da UFPB conclui que água de ar-condicionado pode ser
reutilizada.2020.Disponível
em:<https://www.ufpb.br/ufpb/contents/noticias/estudo-da-ufpb-conclui-que-agua-de-ar-condicionado-
pode-ser-reutilizada>. Acesso em: 20 maio 2023.

Você também pode gostar