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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA

FACULDADE DE MEDICINA
DISCIPLINA: BASES MOLECULARES DOS
CAMPOS ULYSSES E MORA GUIMARÃES SISTEMAS ORGÂNICOS

Discentes:

MARIA MANUELA (202208422292)

MARIANA AMORIM (202208422314)

MARCIA R. P S. GHIDONI (202209150148)

MARIA VICTÓRIA PIRES (202208422306)

RAYAN (

RELATÓRIO: GLICÓLISE E FERMENTAÇÃO

ANGRA

2022.2
1. INTRODUÇÃO

Uma das principais vias metabólicas para produção de energia se inicia pela
glicólise. Em situações em que o fornecimento de oxigênio está presente e é
constante, o piruvato que é o produto final da glicólise segue para ser metabolizado
nas vias metabólicas do Ciclo de Krebs e na cadeia transportadora de elétrons até a
formação do ATP.

A fermentação Lática por sua vez, também faz parte do processo de obtenção


de energia, na ausência de oxigênio. Com a ausência do oxigênio, o piruvato que
deveria seguir para o Ciclo de Krebs é metabolizado a lactato. Dessa forma, o
lactato formado por meio da lactato desidrogenase (enzima) é o produto final da
glicólise anaeróbica nas células eucarióticas.

Vale ressaltar, que mesmo sabendo que a maioria das nossas células
promovem o método de produção de ATP pela via aeróbica, existem algumas
células que possuem o lactato como sendo o produto final através da fermentação,
como: os músculos, as hemácias.

Apesar da energia produzida pela glicólise anaeróbica ser muito baixa, (dois
ATPs para cada molécula de glicose), não existe a produção ou consumo do NADH
já que a molécula de NAD+ é constantemente restaurada na reação de formação do
lactato a partir do piruvato, sendo este o receptor final de elétrons na fermentação
lática. Isso faz da glicólise anaeróbica uma fonte valiosa de obtenção de energia em
condições especiais como quando o fornecimento de oxigênio está insuficiente ou
mesmo ausente nos tecidos, ou em tecidos com nenhuma ou poucas mitocôndrias
como os citados acima.

Na fermentação alcóolica, o piruvato em vez de ser convertido em lactato, ele


é metabolizado a CO2 e etanol mediante ação de microrganismos como as leveduras
usadas em nosso experimento. Com a fermentação alcoólica, o piruvato perde um
de seus átomos de carbono na forma de CO 2 (descarboxilação) pela ação da
piruvato descarboxilase e o etanol é formado mediante a enzima álcool -
desidrogenase que catalisa a reação de redução do acetaldeído em etanol pela
oxidação do NADH em NAD+.

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Deve-se ressaltar também que, enzimas estão diretamente ligadas aos
processos metabólicos em sua via aeróbica e em suas vias anaeróbicas. Dessa
forma, a análise dos fatores como, a quantidade de produto, a temperatura e o Ph,
devem ser analisados nesses processos. Cada enzima possui um pH e uma
temperatura ideal para que as atividades enzimáticas possam ocorrer, e as
alterações dessas poderão acarretar prejuízos a essas reações, como diminuição na
atividade enzimática e até mesmo, uma desnaturação dessa enzima.

2. OBJETIVO

O objetivo é verificar, acompanhar o processo de glicólise e fermentação e


quais os fatores que podem influenciar o processo metabólico, como a temperatura
e o Ph.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais:

 10 ml Solução de levedura 0,15 g/ml (para Frasco Erlenmeyer 1, 2, 3)


levedura Sacaharomyces cerevisiae.
 3 frascos Erlenmeyer (identificados e enumerados 1, 2, 3)
 3 ml NaOH a 3 M (estava em um béquer)
 3 ml de H₂O (estava em um béquer)
 20 ml Glicose 20 % (para Frasco Erlenmeyer 1, 2, 3). Estava em um
béquer
 3 Bexigas Elásticas
 Pipeta de Vidro
 Pipeta Automática
 Ponteiras descartáveis
 Pera
 Fitas indicadoras de Ph
 Tabela de Ph
 Gelo

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 Incubadora (37 graus)

Imagem 01: materiais utilizados no experimento.

3.2 Métodos:
Foram efetuados 07 passos iniciais.

3.2.1 Passo 1 - Levedura


Adicionar 10 ml solução de levedura 0,15 g/ml no Frasco Erlenmeyer 1, 2 e 3
(com a pipeta de vidro).

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Imagem 02: Frascos Erlenmeyer com solução de levedura.
3.2.2 Passo 2 - Efeito do Ph
Adicionar 3 ml de NAOH 3 M no Frasco Erlenmeyer 2 (com a pipeta
automática).

Imagem 3: 3 ml de NAOH M no frasco 2.

3.2.3 Passo 3 – Igualar o volume


Adicionar 3 ml de H₂O nos Frascos Erlenmeyer 1 e 3 com a pipeta
automática.

Figura 4: adicionar 3 ml de água nos frascos 1 e 3.

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3.2.4 Passo 4 - Glicose
Adicionar 20ml de glicose 20 % nos Frascos Erlenmeyer 1, 2 e 3 com o
auxílio de pipeta de vidro.

Imagem 5: 20ml de glicose 20 % nos frascos 1,2 e 3.

3.2.5 Passo 5 – Verificação de desprendimento de gás.


Foi anexado bexigas elásticas nos Frascos Erlenmeyer 1, 2 e 3. Observar o
desprendimento de gás.

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Imagem 6: bexigas anexadas nos frascos Erlenmeyer.

3.2.6 Efeito da temperatura


Incubar a 37 graus o Frasco Erlenmeyer 1 e 2 e observar se houve
desprendimento de gás.

Imagem 07: Frascos 1 e 2 incubados a 37 graus.

3.2.7 Banho de gelo


Incubar em banho de gelo o frasco Erlenmeyer 03 para observar se houve o
desprendimento de gás.

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Imagem 08: incubação em banho de gelo o frasco 03.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Iniciou-se o experimento rotulando 03 frascos Erlenmeyer 1,2 e 3. Através


do experimento, observar-se as possíveis reações nos frascos 1, 2 e 3, e o possível
desprendimento de CO2, decorrente da reação de Fermentação Alcoólica e os
fatores que poderiam influenciar o processo metabólico. Após rotulá-los, adiciona-se
10 ml de solução de levedura 0,15 g/ml ( levedura Saccharomyces) no Frascos
Erlenmeyer 1,2 e 3, utilizando a pipeta de vidro (passo 1).
No passo 2, adicionou-se 3 ml De NAOH 3M no Frasco Erlenmeyer 2 (utiliza-
se a pipeta automática).
No passo 3, igualou-se o volume entre os frascos, adicionando 3 ml de H 2O
nos Frascos Erlenmeyer 1 e 3, com a utilização da pipeta automática.
No passo 4, adicionou-se 20 ml de glicose 20 % nos frascos Erlenmeyer 1, 2
e 3, com o auxílio da pipeta de vidro.
No passo 5, anexou-se as bexigas elásticas nos frascos Erlenmeyer 1, 2 e 3,
buscando assim, vedar os frascos, para que não houvesse a presença de oxigênio
durante as reações.
Incubou-se os Frascos Erlenmeyer 1 e 2 a 37 graus ( incubadora ).
Incubou-se o Frasco Erlenmeyer 3 em banho de gelo.
Passou-se a observar os resultados nos Frascos Erlenmeyer 1, 2 e 3.
Nos 10 primeiros minutos, não foi observado nenhuma mudança nos Frascos
Erlenmeyer 1, 2 e 3.
Entretanto, no minuto 10, passou-se a observar uma mudança (elevação,
enchimento), da bexiga elástica que estava no frasco 2, comprovando assim o início
do desprendimento de CO2, resultante do processo metabólico.

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Imagem 09: Frasco 3, incubado no gelo Imagem 10. Frasco 1 e 2
na incubadora a 37

No minuto 13, pode-se observar, que a bexiga elástica anexada no frasco


Erlenmeyer 1, estava erguida ( ela subiu), comprovando assim, como esperado, o
desprendimento de CO2, resultado do processo metabólico, da fermentação
alcoólica. Nos frascos Erlenmeyer 2 e 3, não houve mudança.

Imagem 11. Resultado dos 3 frascos após 13 minutos

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Diante do resultado, pode-se observar que houve fatores que influenciaram o
processo metabólico nos frascos Erlenmeyer 2 e 3. Os fatores que influenciaram o
resultado, foi a temperatura, (incubação do Frasco 3 em banho de gelo - diminuiu a
função enzimática) e a adição de NaOH no frasco 2 (a enzima desnaturou).
Com isso chegou-se aos seguintes resultados

Tabela 1 - Resultados obtidos


Frasco 1 Frasco 2 Frasco 3
37ºC 37ºC 0°C
Ph 5 Ph 14 Ph 6
Houve desprendimento Não houve Não houve
de CO2 (que ficou preso desprendimento de desprendimento de
no balão). CO2, pois foi adicionado CO2, pois a reação
NaOH na mistura, que desnatura a enzima,
alterou o Ph e afetou o que perdeu a sua
funcionamento das função.
enzimas.

Imagem 12: medição do pH

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Após o resultado final do experimento, no final do processo, mede-se o pH
de cada frasco com fita indicadora de pH.
No frasco Erlenmeyer 1, o pH ficou em 5 e houve desprendimento do CO 2
(bexiga subiu). O pH ficou em 5, pois houve a acidificação do meio com a formação
do CO2, por isso não é igual a pH 7.
No frasco Erlenmeyer 2, o pH ficou em 14 e não houve desprendimento de
CO2. Nesse caso, a adição de NaOH influenciou o pH do meio. Houve alteração do
pH e dessa forma, alterou a função da enzima, que não conseguiu produzir o
produto. A enzima foi desnaturada.
No frasco Erlenmeyer 3, o pH ficou em 6 e não houve desprendimento de
CO2. Nesse caso, que incubou-se o frasco 3 no banho de gelo, a temperatura
influenciou a função da enzima. Ela perdeu a sua função.

Imagem 13: Reação da Fermentação alcoólica

Observa-se dessa forma que, no Frasco Erlenmeyer 1 , ocorreu a


fermentação Alcoólica, em condições anaeróbicas ( sem a presença de oxigênio) ou
em Hipóxia.

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A fermentação alcoólica ocorre em 2 etapas. A glicose, através do processo
de glicólise, formou 02 piruvatos. Na presença de levedura, na primeira etapa, os 02
piruvato foram descarboxilados em acetaldeído em uma reação irreversível, pela
enzima Piruvato descarboxilase, formando C02 ( ficou preso na bexiga e a bexiga
subiu).
Na segunda etapa, os 2 acetaldeídos são reduzidos a 2 etanol. Nessa etapa
o NADH é regenerado em NAD+, que poderá continuar participando de outros
processos metabólicos, na forma oxidada( NAD+) e na forma reduzida NADH ao
transportar elétrons ( o acetaldeído foi o aceptor final dos elétrons transportados pelo
NADH).
Equação geral da fermentação Alcoólica:

Glicose + 2 ADP + 2Pi — 2 etanol + 2 CO2 + 2 ATP +2 H2O

A fermentação alcoólica não acontece em humanos. O que pode ocorrer é a


chamada Síndrome da autocervejaria, em que o próprio organismo transforma em
álcool alimentos ricos em glicose, através de colônia de bactérias tipo Klebsiella
pneumoniae, presente no intestino.
No corpo humano, ocorre a fermentação lática. Em condições anaeróbicas
nos músculos, o piruvato é reduzido a lactato, gerando o NAD+. Esse lactato, que
poderá ir para o ciclo de Cori formando, novamente, a glicose ou poderia voltar a
piruvato e formar AceitlcoA (sendo uma reação reversível ao contrário da reação
alcoólica que é irreversível). O lactato formado pelo músculo esquelético em
atividade pode ser reciclado, sendo transportado pelo sangue até o fígado, onde é
convertido em glicose durante a recuperação da atividade muscular exaustiva.

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5. CONCLUSÕES
Conclui-se a partir desse experimento da aula prática, que o processo
biológico de fermentação alcoólica é importante na formação de substrato a partir
de piruvato em condições anaeróbicas, obtenção de energia celular e regeneração
de NAD+. Mediante análise dos experimentos realizados no laboratório, pode –se
concluir que o Ph e a temperatura foram capazes de influenciar nos resultados,
comprometendo a atividade enzimática, tanto na perda de sua função como na sua
desnaturação, visto que as enzimas possuem padrões ideais para suas reações.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NELSON, D. L. COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger, 6º Edição,


2019, p, 58 a 67, 2019

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