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MATERIAIS PÉTREOS
Grupo:
Rio de Janeiro
2022-2
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1. INTRODUÇÃO
Muito utilizado na produção de bens artísticos, os materiais pétreos podem ser
classificados em dois grandes grupos: minerais à base de silicato e à base de
carbonatos. Todavia, estes têm sido alvo de grande preocupação de
conservadores-restauradores, pois os processos de deterioração comumente
associados à água, quando se tratando das rochas carbonáticas, especificamente o
mármore, podem também estar associados agentes poluentes atmosféricos,
presentes em grandes centros urbanos.
Assim, gases como CO₂, NO₂, NO₃ e SO₂, ao reagirem com a água da chuva,
podem formar chuva ácida, denominada de deposição úmida, e, além disso, podem
reagir também com a água presente nas obras, sendo esse processo denominado de
deposição seca. Dessa forma, em nestas deposições, é formado H₂SO₄, que reage
espontaneamente com o mármore gerando a perda de material externa e interna
respectivamente (FIGUEIREDO, 2012). É necessário, portanto, que o
conservador-restaurador tenha domínio químico dos processos de deterioração
envolvendo os materiais pétreos, antes da efetuação de qualquer medida de
conservação.
Desse modo, de acordo com os conceitos acima, foram realizados
experimentos práticos para compreensão das reações ácido-base envolvidas no
processo de deterioração de materiais pétreos como rochas carbonáticas.
2. OBJETIVO
A partir de experimentos práticos envolvendo composições minerais, gases
atmosféricos e reações ácido-base, analisar o processo de deterioração de materiais
pétreos.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
● Solução de Ca(OH)2 (cal hidratada)
● CaCO3
● HCl 0,12 M
● H2SO4 0,12 M
● HCl 12 M
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● H2SO4 18 M
● Indicador Fenolftaleína
● Pipeta graduada
● Tubos de ensaio
● Papel de filtro
● Vidro de relógio
● Estante para tubo de ensaio
● Balança analítica
3.2. Métodos
3.2.1. Reação do CaCO3 com ácidos diluídos e concentrado
Com o papel filtro sobre um vidro de relógio foi pesado 0,1032 g de CaCO3 e
transferido para um tubo de ensaio. Para um segundo tubo de ensaio foi pesado e
transferido 0,1167 g do mesmo composto.
Após colocar ambos os tubos numa estante e identificá-los, foram levados para
uma capela de exaustão de gases. No primeiro tubo foi adicionado 3 mL de HCl 0,12
M; no segundo, 3 mL de H2SO4 0,12 M, observando e anotando seus respectivos
resultados.
Em seguida, se repetiu o mesmo procedimento de pesagem feito
anteriormente com CaCO3, onde o tubo 3 e 4 tiveram pesagens de 0,1066 g e 0,1069
g, respectivamente.
Levados à capela de exaustão, foi adicionado 3 mL de HCl 12 M no terceiro
tubo, e 3 mL de H2SO4 para o quarto tubo. Comparando os resultados com as
concentrações diluídas anteriores.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Reações entre CaCO3 sólido e ácidos diluídos e concentrados
Em quatro tubos de ensaio diferentes foram postos 0,1 g de CaCO3, para que,
em cada um deles haja uma reação com diferentes ácidos diluídos e concentrados,
de acordo com a maneira descrita abaixo:
É possível dizer que ácidos diluídos em água, assim como os que foram
utilizados no experimento, têm maior pH do que os ácidos concentrados também
utilizados. Isso se dá por conta da diminuição do grau de ionização dos ácidos ao
serem diluídos em água, fazendo com que sejam considerados mais fracos do que os
ácidos concentrados. (FOGAÇA, 2023) “Diluir uma solução significa adicionar a ela
mais solvente, não alterando a massa do soluto. O princípio básico da diluição é que
o número de mol do soluto é o mesmo na alíquota da solução concentrada e na
solução diluída final.” (ICE, 2018)
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Figura 5: Tubo de ensaio 1 com apenas 0,1 g Figura 6: Tubo de ensaio 2 com apenas 0,1 g
de CaCO3 de CaCO3
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2HCl (aq) + CaCO3 (s) → CaCl2 (aq) + H2O (l) + CO2 (g)
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de ensaio 1
Figura 11: Tubo de ensaio 1 após adição de HCl 0,12M após leve agitação
H2SO4 (aq) + CaCO3 (s) → CaSO4 (s) + H2O (l) + CO2 (g)
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2HCl (aq) + CaCO3 (s) → CaCl2 (aq) + H2O (l) + CO2 (g)
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H2SO4 (aq) + CaCO3 (s) → CaSO4 (s) + H2O (l) + CO2 (g)
após suas reações e levemente agitados após suas reações. Tubos 1, 2 e 3, após
alguns minutos de decantação e tubo 4
levemente agitado.
Uma reação de neutralização pode ser descrita como a reação entre um ácido
e uma base cujo composto iônico produzido na reação é chamado de sal. (ATKINS,
2018) Todas as reações descritas no experimento seguiram a seguinte forma geral de
reação:
Ácido + Base → Sal + Água
Figura 20: Béquer 1 com apenas 10 ml de Figura 21: Béquer 1 imediatamente após
Ca(OH)2 adição de 1 gota de fenolftaleína
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Esta situação pode também ocorrer no dia a dia, visto que o hidróxido de
cálcio, Ca(OH)2, pode fazer parte da reintegração das peças de mármore. Quando o
hidróxido de cálcio reagir com o CO2 atmosférico, formará o CaCO3 como
comprovado no experimento. (FIGUEIREDO, 2012)
CaCO3 (s) + 2HCl (aq) → CaCl2 (aq) + H2O (l)+ CO2 (g)
H2SO4 (aq) + CaCO3 (s) → CaSO4 (s) + H2O (l) + CO2 (g)
5. CONCLUSÕES
Por meio das práticas experimentais realizadas, que envolveram a reação de
carbonato de cálcio com ácido sulfúrico e ácido clorídrico em diferentes
concentrações, bem como a formação de carbonato de cálcio a partir da reação do
hidróxido de cálcio com gás carbônico, pode-se concluir que:
● Foi observado que a diluição dos ácidos em água resultou em soluções com
pH mais elevado em comparação com os ácidos concentrados,por estar
atribuído à diminuição do grau de ionização dos ácidos quando diluídos em
água, tornando-os mais fracos em relação aos ácidos concentrados.
REFERÊNCIAS
1. ATKINS, P. W.; JONES, Loretta. Princípios da Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente. v. 7. Bookman, 9 de outubro de 2018.
2. FIGUEIREDO Jr, J. C. D. Química Aplicada à Conservação e Restauração de
Bens Culturais: Uma Introdução. Belo Horizonte: São Jerônimo, 2012.
3. SOLUÇÕES: preparo e diluição. Aula 3, QUI126. ICE - Departamento de
Química - Setor de Química Inorgânica. UFJF. 2018.
4. FOGAÇA, J. R. V. Grau de ionização dos ácidos. Manual da Química.
Disponível em:
20
<https://www.manualdaquimica.com/quimica-inorganica/grau-ionizacao-dos-aci
dos.htm> . Acesso em: 24 de junho de 2023.
5. SUSSUCHI, E. M.; MACHADO, S. M. F.; MORAES, V. R. S. Reações ácido-base.
Aula 11. CESAD, Química I. CCET - Departamento de Química. UFS. 2018.
6. CALOR de neutralização de ácidos e bases. Aula 6, Química I. CCET -
Departamento de Química. UFS. 2021.
7. ATKINS, P. W. Físico-Química e Fundamentos. 3 ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2003.
8. SABNIS, R. W. Handbook of Acid-Base Indicators. 1. ed. Boca Raton: CRC Press,
2007.
9. STEPHANI, R. Indicadores ácido-base e pH. QUI126, UFJF. 2018 Disponível em:
<https://www2.ufjf.br/quimica/files/2015/06/AULA-6.pdf> Acesso em: 26 de junho
de 2023
10. O que é o papel de pH?. SP Labor, 2022. Disponível em:
<https://www.splabor.com.br/blog/30-produtos-para-laboratorio-de-quimica/o-que-e-
papel-indicador-de-ph-qual-a-sua-funcao/>. Acesso em: 26 de Junho de 2023.