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GEOLOGIA E MECÂNICA DOS SOLOS
AULA 1

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CONVERSA
  INICIAL
 
Nossa trajetória na geologia
começará pelo Big Bang, que foi a explosão que deu início ao universo e,
consequentemente, ao sistema solar e à
 
Terra, nosso planeta. Aliado a isso,
conheceremos melhor alguns fenômenos e elementos do universo, além das camadas
internas do planeta Terra e
 
seus limites físicos e químicos. Passaremos pelo tempo
geológico, suas características e divisões e conheceremos as técnicas para
determinar a

idade dasProf.ª Maria


rochas. Carolina
Vamos aindaStellfeld
falar sobre as forças internas do
planeta que são responsáveis pela dinâmica que movimenta as placas tectônicas.

Conheceremos
de perto os tipos de placa tectônica e como elas se relacionam, além de saber
como surgem terremotos, vulcões e as cordilheiras.

TEMA 1 – FORMAÇÃO DO UNIVERSO E DO SISTEMA SOLAR

A Geologia é
responsável pelo estudo do planeta Terra, sua composição e seus processos. Para
entender o contexto do nosso planeta

atualmente, é necessário conhecer a


formação do Universo. A explicação mais aceita hoje para esse processo chama-se
Teoria Cosmológica do Big

Bang.

Figura 1 – Modelo de evolução do Universo

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Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK.

A ideia central dessa teoria


fundamenta-se em que o universo foi formado a partir de uma singularidade
gravitacional – um ponto onde

temperatura e densidade tendem ao infinito,


segundo os físicos. Essa singularidade não teria equilíbrio e com isso toda a
energia acumulada
desestabilizada, gerando uma grande explosão – o Big Bang
– e jogando energia e matéria em todas as direções, criando o Universo. Esse
acontecimento,
dizem os cientistas, aconteceu a aproximadamente 15 bilhões de anos e marca o
início do tempo, criando também uma das forças

fundamentais da natureza, a
gravidade. Cabe ressaltar que atualmente existem duas definições importantes
sobre a gravidade – a clássica de
Newton que diz que a força da gravidade é
diretamente proporcional as massas dos corpos, e a definição de Einstein que
postula que a gravidade é

consequência da curvatura espaço-tempo que regula o


movimento dos objetos celestes. Ambas definições devem ser consideradas.

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No início da formação
do universo foram criados os primeiros elementos químicos primordiais, como o hidrogênio
e outros elementos de
pequena massa. Por conta da força gravitacional esses elementos
químicos foram-se aglutinando e formando as estrelas, depois de 300 milhões de

anos do início do Universo. O aumento da massa das estrelas atraiu outras


partículas que começaram a orbitar em torno destas estrelas primordiais,
os
planetas, quando o universo tinha aproximadamente 1 bilhão de anos. Nesse período
começaram a se formar as primeiras galáxias, incluindo a

nossa, a Via Láctea.


Desde o Big Bang o universo continua se expandindo e partículas
continuam vagando pelo espaço-tempo. Existem inúmeras
galáxias, com inúmeros
sistemas estelares dentro desses aglomerados estelares.

1.1 FORMAÇÃO DO SISTEMA SOLAR

Quando o Universo tinha


aproximadamente 10 bilhões de anos, nosso sistema solar começou a ser formado. Especula-se
que sua formação

aconteceu em função de um colapso gravitacional de uma nuvem


molecular, concentrando essa massa e originando nossa estrela: o Sol. A massa
do Sol começou a atrair gravitacionalmente outras partículas formando discos protoplanetários,
que originaram os planetas. Os planetas

denominados rochosos são mais próximos


ao Sol e são pequenos e densos; e os planetas gasosos mais distantes do sol,
tiveram condições de atrair
somente gases, então são leves e grandes.

Planetas rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.


Planetas gasosos: Júpiter, Saturno Urano e Netuno.

Separando essas duas classes


de planetas, existe o Cinturão de Asteroides, que provavelmente seria um
planeta rochoso, mas que não teve

força gravitacional suficiente para se


aglomerar e formar um planeta. Já o corpo celeste que recebeu o nome de Plutão tem
características distintas

e até hoje existem discussões se ele é um planeta ou


não. Para ser um planeta do sistema solar, um corpo celeste precisa: 1. orbitar
ao redor do Sol;
2. ter autogravidade suficiente para ter forma arredondada; 3.
possuir uma órbita não influenciada diretamente por outros corpos celestes. Assim,

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em função da terceira definição, Plutão não pode ser caracterizado como um


planeta, pois existem outros corpos celestes no Cinturão de Kupier

que
influenciam na sua órbita.

Figura 2 – Sistema solar

Créditos: TRISTAN3D/ SHUTTERSTOCK.

1.2 OUTROS OBJETOS E FENÔMENOS CELESTES

No
sistema solar, existem objetos menores que os planetas, mas que desenvolvem uma
órbita em torno do Sol que é elíptica, grande e sem

influência da gravidade dos


planetas e são conhecidos como cometas. Esses objetos passam perto da
Terra em períodos definidos por suas órbitas.
Entre os mais famosos que
passaram por aqui nos tempos modernos estão o Halley e o Hale Bopp.

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Os asteroides são
objetos celestes que navegam pelo espaço, mas que são atraídos pela gravidade
dos planetas. Quando um asteroide é

capturado pela gravidade da Terra, ele


colide com o nosso planeta e, ao cair, chamamos esse pedaço de rocha vindo do
céu de meteorito. O
fenômeno luminoso que avistamos no céu quando um
asteroide atravessa a atmosfera é conhecido como meteoro ou, mais popularmente,
estrela

cadente.

Figura 3 – Chuva de meteoros, asteroides atraídos pela gravidade terrestre, tornando-se meteoritos

Créditos: BELIS/ SHUTTERSTOCK.

TEMA 2 – FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA TERRA

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Como já compreendemos,
os corpos celestes são formados pela gravidade, que atrai as partículas que vagam
pelo universo, desde a explosão

do Big Bang; com a Terra não foi diferente.


Nosso planeta se formou pela colisão de asteroides. Estas batidas geram
calor e este é responsável pela

segregação dos minerais que foram formados,


gerando diferenciação magmática que é responsável pela distribuição em camadas
do interior da

Terra. Essas camadas podem ser divididas conforme seu


comportamento físico ou por sua composição química. As camadas do interior da
Terra
foram identificadas pelo uso de ondas que cruzam as camadas e mudam sua
velocidade de propagação quando passam por diferentes materiais,

estudada pela
Geofísica.

Figura 4 – Composição interna da Terra

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Fonte: elaborado por Elias Dahlke, com base em Tojal, 2012.

2.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS CAMADAS

A divisão das camadas


internas da Terra em função de sua composição química é uma das mais conhecidas
e consiste nas camadas principais
crosta, manto e núcleo. A crosta terrestre é
rica em silicatos e pode ser dividida em:

Crosta Continental –
composição granítica, rica em silício e alumínio
Crosta Oceânica –
composição basáltica, rica em silício e magnésio.

É a camada mais fina


do globo e apesar de ser composta por rochas, ou seja, é solida muito frágil por
ser tão fina em comparação das outras
camadas. Podem atingir até 70 km nas
porções continentais e até 12 km nas porções oceânicas. Ela também se subdivide
nas conhecidas placas
tectônicas, que serão objeto de estudo desta aula, mais
adiante.

O manto terrestre também


se divide em dois: manto superior e manto inferior. A composição química é
semelhante, composto principalmente
por minerais silicáticos ricos em ferro e magnésio,
mas apresentam diferença na densidade, provocada pela diferença de composição
química de

outros minerais que o formam.

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A camada mais interna


do globo terrestre é o núcleo. Acredita-se que a sua composição química é
basicamente ferro e níquel, principalmente

em função da densidade elevada


destes elementos. Não é possível identificar a composição e as características
do núcleo, porque não temos como
acessá-lo. No entanto, pela Geofísica podemos
acreditar que o núcleo também pode ser dividido em núcleo interno e núcleo
externo.

Quadro 1 – Camadas internas da Terra conforme composição química

2.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS CAMADAS

Além dessa separação


química, as camadas internas da Terra podem ser divididas conforme o
comportamento dos materiais que as compõe.

Essas divisões são definidas por


técnicas de geofísica, que consistem em ler as ondas sísmicas que atravessam o
globo. Essas ondas, conhecidas
como ondas de volume ou de corpo,
refratam conforme a diferença do material em que elas se propagam. São dois
tipos de ondas sísmicas de
volume: P e S.
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Ondas P: chamadas
também de primária, porque são as primeiras a serem em função da sua
maior velocidade. São longitudinais e fazem a
rocha vibrar paralelamente à
direção de propagação da onda, como um elástico. Quando atingem a superfície se
propagam em forma de
onda sonora, mostrando que essas ondas sempre se propagam,
independente do material que atravessam.

Ondas S: chamadas
também de secundárias, têm velocidade ligeiramente menor que as ondas P.
São transversais, fazendo com que com a
rocha movimente-se de modo
perpendicular a direção de propagação desta onda. A característica mais
importante da onda S é que ela não
se propaga em meio líquido, nem gasoso. Assim,
pelas características do comportamento das ondas sísmicas P e S pode-se
determinar uma

divisão em camadas internas, conforme suas características


físicas.

Quadro 2 – Camadas internas da terra conforme comportamento físico

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A endosfera corresponde ao núcleo


terrestre e se divide em núcleo interno – que deve sólido por causa da alta
pressão, com temperaturas que
podem atingir 5.000 ºC; e núcleo externo – que
deve ser líquido pois as ondas S não se propagam nesta camada e as ondas P têm sua
velocidade

diminuída. Já a mesosfera corresponde aproximadamente ao Manto e


possivelmente apresenta alta viscosidade – é quase sólida. Separa-se da
endosfera
pela Descontinuidade de Gutemberg, em que as ondas S são refletidas e as ondas
P refratadas.

A astenosfera é uma
camada estreita, mas de grande importância para a dinâmica terrestre. Ela é
levemente fluida, principalmente em função
do alívio de pressão, e essa
característica confere a ela a responsabilidade pelo equilíbrio isostático – a
capacidade das placas tectônicas afundarem
ou subirem, e também se deslocar
sobre essa camada. Separa-se da crosta por meio da descontinuidade de
Mohorovicic, em que as ondas P e S

refratam e têm suas velocidades aumentadas. A


litosfera é a camada rochosa da Terra, que corresponde à crosta continental e
oceânica. É separada
por blocos, que são as placas tectônicas, que “flutuam”
sobre a astenosfera; é bem mais espessa nas áreas continentais do que nas áreas
oceânicas.

É importante perceber
que as camadas da Terra, mesmo sendo subdivididas pela Geofísica e pela
Geoquímica, são bastante semelhantes em
espessuras e comportamento. Assim, as
características físicas e químicas dos materiais que a compõem são
complementares.

TEMA 3 – ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO

Os acontecimentos que
marcaram a humanidade são narrados pelo tempo histórico e os acontecimentos que
marcaram o planeta Terra são

narrados pelo tempo geológico. A escala do tempo


geológico divide o intervalo de tempo desde a formação do planeta até os dias
atuais.
Atualmente, utilizamos diferentes técnicas para estabelecer limites dos
períodos geológicos, principalmente datações radiométricas; entretanto, a
divisão do tempo geológico é campo de estudo há muito tempo, baseada
principalmente na observação dos fósseis. Nicolas Steno (1638-1686) foi

o
primeiro cientista que estabeleceu os princípios usados pelas datações
relativas, pela observação dos estratos (camadas) das rochas. Hoje
sabemos que
os estratos podem ser modificados por movimentações tectônicas, mas as
observações de Steno formularam a base da estratigrafia e

consequentemente do
entendimento do tempo geológico.

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3.1 IDADE DAS ROCHAS

As rochas que compõem a


crosta terrestre se formaram em diferentes períodos do tempo geológico. Para
conseguirmos concluir que a Terra
tem 4,5 bilhões de anos e estabelecer a
divisão da escala de tempo, foi fundamental a compreensão das idades das
rochas. Essa idade é
determinada pelas datações relativas e absolutas.

As datações relativas são


baseadas na ocorrência de fósseis nas camadas (estratos). A ideia principal é
comparar um fóssil ou camada com
outro fóssil ou camada, comparando suas
características, mas sem necessariamente determinar a idade daquela rocha,
somente quem veio antes e

quem veio depois.

As datações absolutas são


baseadas no decaimento radioativos dos elementos químicos tais como urânio,
potássio, tório, rádio, radônio etc.

Além disso, em material orgânico pode ser


utilizada a técnica conhecida como carbono 14. Os elementos radioativos
têm o núcleo instável e
perdem prótons com o passar do tempo. A comparação da
quantidade de prótons de um átomo novo com a quantidade de prótons de um
átomo
que está a muito tempo cristalizado é que traz a informação da idade
absoluta das rochas.

Figura 5 – Fóssil usado para estabelecer uma idade relativa (a); minério com urânio usado para estabelecer a idade absoluta (b)

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Créditos: ABRILLA/SHUTTERSTOCK.

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Créditos: RHJPHTOTOANDILUSTRATION/SHUTTERSTOCK.

3.2 DIVISÃO DO TEMPO GEOLÓGICO

A identificação das
camadas e tipos diferentes de rocha na crosta terrestre possibilita dividirmos
a história da Terra, nomeando estes momentos
importantes e os colocando em uma escala
do tempo geológico. Ela pode ser dividida em unidades cronoestratigráficas éons,
eras, períodos,

épocas e idades.

Éon é um
intervalo de tempo enorme e indeterminado, e dividimos o tempo geológico em quatro
éons: Hadeano, Arqueano, Proterozoico e

Fanerozoico. O Éon Hadeano é o tempo de


formação do planeta, se inicia e, 4,5 bilhões de anos e vai até 3,85 bilhões de
anos. O vulcanismo era
muito ativo e superfície da Terra estava quente e sem
vida. É o único éon que não se subdivide em eras.

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O Éon Arqueano inicia


em seguida do Hadeano e seu fim se dá a 2,5 bilhões de anos. A vida surgiu
nesse período, mas os serem eram
procariontes – as mais primitivas formas de
vida. A crosta continental começou a ser formada nesse período e alguns
cientistas acreditam que

existiu o primeiro continente da Terra – Vaalbara, mas


as rochas deste período são muito difíceis de serem encontradas, pois a crosta
desde então já
foi amplamente modificada e renovada. O Arqueano pode ser
dividido nas eras:

Eoaqueano: quando a
Terra era bombardeada por muitos meteoritos.

Paleoarqueano: quando
surgiu o Vaalbara.
Mesoarqueano:
intervalo onde os estromatólitos dominaram a crosta terrestre e o Vaalbara se
partiu.
Neoarqueano: havia água
líquida, a tectônica de placas começa a se estabelecer e as primeiras bacias
sedimentares se formaram, assim como
as formações ferríferas e outras rochas de
grande importância econômica nos dias de hoje.

Figura 6 – Escala do tempo geológico

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O Éon Proterozoico se
inicia a 2,5 bilhões de anos e termina em 540 milhões de anos, sendo o
mais longo intervalo da história geológica da
Terra. Divide-se em:
Paleoproterozoico (2,5 a 1,6 b.a.), quando surgem os seres eucariontes;
Mesoproterozoico (1,6 a 1.0 b.a.), marcado pela

formação do continente Rodínia


e a reprodução sexuada dos seres vivos; e o Neoproterozoico (1,0 b.a. a 540
m.a.), que abrigou a biota eudiacarana
– animais marinhos multicelulares
descobertos na Austrália e que viveram a 700 milhões de anos.

Por fim, atualmente


estamos vivendo no Éon Fanerozoico, cujo nome relaciona-se à vida visível,
isto é, ao período em que a vida evoluiu e se
espalhou completamente pelo
planeta. Em função disso, é o intervalo melhor dividido, principalmente pela
facilidade em encontrar rochas e
registros fósseis. Divide-se nas três
importantes eras: Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico.

A Era Paleozoica (540


a 251 m.a.) é marcada pelo desenvolvimento de seres mais complexos, como peixes
e plantas, porém sem mamíferos
nem aves, e também é a era da união das terras
emersas formando o grande continente Pangeia. O Período Cambriano foi de grande
diversidade
evolutiva, sendo seguido pelo Ordoviciano ondem surgem os peixes de
água doce. O Período Siluriano é marcado pela evolução das plantas
terrestre e
no Devoniano surgem os insetos e os anfíbios. A formação de jazidas de carvão
se dá no período Carbonífero, com o surgimento de
grandes florestas. Ainda
conta com o período Permiano, em que os seres vivos sofreram a maior extinção
em massa do planeta, marcando o fim da

era Paleozoica.

É na Era Mesozoica
(250 a 65 m.a.) que acontece o desenvolvimento dos dinossauros; era também
marcada pela separação do continente
Pangeia, formado no final do Paleozoico. É
dividido nos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo. O Período Triássico (250
a 200 m.a.) apresenta
sobre o Pangeia o grande deserto que originou o Arenito
Botucatu – atual reservatório de água conhecido como Aquífero Guarani; este
período
também é marcado pelo desenvolvimento dos répteis, principalmente os
dinossauros. No Período Jurássico (200 a 145 m.a.) inicia-se a divisão do

Pangeia,
originando os continentes Laurásia e Gondwana, evento marcado por extenso
vulcanismo e que separou o Brasil da África.

O período Cretáceo
(145 a 65 m.a.) é quando os continentes tomam formas bastante parecidas com o
atual e os dinossauros chegam ao seu
auge e também são extintos, provavelmente
por causa do impacto gigantesco de um meteorito de 10 km de diâmetro que caiu
onde hoje situa-se

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a península de Yucatán, no México. Com a extinção dos


grandes répteis foi possível o desenvolvimento dos mamíferos, inclusive com
placenta, além
de plantas com flores.

Finalizando o Éon
Fanerozoico, entramos na era Cenozoica, que é também onde nos situamos hoje.
Ela se inicia a 65 m.a. e é dividida nos
períodos Paleógeno (65 a 23 m.a.), o Neógeno
(23 a 2,6 m.a.) além do Quaternário, que se estende desde 2,5 m.a. até os dias
de hoje. É neste
período que os continentes assumem a forma que conhecemos,
tendo sido criados neste período as Cordilheiras dos Andes e dos Himalaias e o
Oceano
Atlântico como conhecemos hoje.

No Quaternário, temos
a época do Pleistoceno, marcada pela Era do Gelo, uma grande glaciação do Hemisfério
Norte, que também atingiu,
menos intensivamente, o Sul. Também temos a época
atual, o Holoceno é conhecido como um intervalo interglacial. O mais importante
acontecimento do Quaternário é o aparecimento dos hominídeos; há cerca de 450
mil anos existem controvérsias sobre o aparecimento do homo
sapiens, mas
ele provavelmente surgiu entre o Pleistoceno e o Holoceno. É no Holoceno que temos
a expansão da civilização humana.

TEMA 4 – DINÂMICA INTERNA DO PLANETA TERRA

Compreendemos que a Terra


levou bilhões de anos para chegar ao seu estado atual, e durante esse tempo sua
composição interna foi se
moldando, conferindo mudanças também na superfície do
globo. Como vimos, a crosta pode ser dividida em placas tectônicas, que deslizam
sobre
a astenosfera, numa interface entre crosta e manto. Mas para chegarmos a
essas conclusões, além de observações sísmicas, a observação do
formato dos
continentes foi fundamental. A Teoria da Deriva Continental foi formulada por
Alfred Wegener em 1913, no tratado A Origem dos

Continente e Oceanos.

Após observar o
formato da costa da América do Sul e da África, ele percebeu que elas eram
muito semelhantes e que podiam se encaixar,
assim afirmou que
antigamente os continentes estavam unidos em um grande continente, chamado por
ele de Pangeia. Porém, ele não sabia

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explicar o mecanismo que era


responsável pela movimentação de grandes massas continentais. Após a Segunda Guerra
Mundial, sonares

submarinos mostraram que o fundo marinho era cheio de


estruturas, assim como a superfície terrestre. E assim, a partir dessas
observações em
conjunto com dados paleontológicos, litológicos e outras
observações, foi sendo formulada uma nova teoria que explica como os
continentes se
movimentam: a Teoria da Tectônica de Placas.

Figura 7 – Placas tectônicas

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Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK.

Como vimos, a Terra


pode ser dividida em litosfera e astenosfera, sendo que a litosfera, rígida e
fria, desliza sobre a astenosfera, que é quente e
se comporta como líquido no
tempo geológico. A litosfera é dividida em placas tectônicas, algumas grandes
com a Sul-Americana e a Placa do
Pacífico, e em outras menores, como a Placa de
Cocos ou a Placa das Filipinas, com porções de crosta continental e/ou oceânica.
O movimento

dessas placas sobre a astenosfera configura o posicionamento dos


continentes, expande o fundo dos oceanos e molda as grandes estruturas de
relevo do globo terrestre como as cordilheiras e bacias sedimentares.

Figura 8 – Processo da tectônica de placas

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Crédito: ELIAS DAHLKE.

O mecanismo que faz


com que as placas deslizem é denominado corrente de convecção e é
provocado pelo calor que ascende do manto.
Aparentemente, o núcleo, muito
quente, emite radiação térmica que movimenta o manto em forma de células de
convecção – semelhante ao

movimento que acontece dentro de uma panela com água


fervente, onde a água quente sobre e a fria desce. Não é consenso, mas o
processo de

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subducção pode também alimentar a movimentação das placas


como se fosse empurrando uma placa para dentro da astenosfera e “girando” o
manto, contribuindo para as correntes de convecção. Vale frisar que subducção é
o nome que se dá ao processo de mergulho de uma placa
tectônica sob
outra, num limite convergente entre placas.

4.1 LIMITES ENTRE PLACAS TECTÔNICAS

Os movimentos entre
placas são classificados em divergentes ou construtivas, convergentes ou destrutivas,
e transformantes ou conservativas.
A velocidade de deslocamento das placas é
variável, mas tem média de 3 a 4 cm por ano, sendo que placas com crosta
oceânica têm velocidades
maiores que placas de crosta continental.

Os limites divergentes
são também chamados de construtivos, porque eles constroem novos pedaços
de crosta, normalmente oceânica. O
exemplo mais clássico de um limite
divergente de placas tectônicas é entre a Placa Sul-americana e a Placa
Africana, e que se situa no meio do
Oceano Atlântico e é representado pela
Cadeia Meso-Oceância – a maior cadeia de montanhas do globo, mas que não vemos
porque está
submersa. Nesse exemplo, também fica fácil compreender porque um
limite divergente é construtivo. As partes continentais dessas placas estão se
afastando divergindo de direção, e está sendo expandido o assoalho oceânico, criando
crosta oceânica.

Figura 9 – Limite divergente entre placas tectônicas

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Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK.

Os limites
convergentes ou destrutivos são o posto dos divergentes, isto é, as placas
estão colidindo. A placa mais densa e fria mergulha sobre
outra placa, gerando
fossas submarinas, cordilheiras e províncias vulcânicas. Essa colisão de placas
destrói uma das placas pelo processo de
subducção, criando as fossas submarinas.

Figura 10 – Limite convergente entre placas tectônicas

Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK.

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Um limite convergente
com subducção mais clássico é o encontro da Placa Sul-Americana com a Placa do Pacífico,
onde existe a Cordilheira
dos Andes. Neste limite, a placa do Pacífico,
oceânica, mais densa e fria, subducta na Placa Sul-Americana em sua porção
continental, e com esse
processo é criada a Cordilheira dos Andes. A Cordilheira
dos Himalaias também é formada por esses processos, mas neste caso são duas
placas

continentais que colidem, criando dobramentos de rocha continentais, mas


sem a formação de fossa submarina.

Os limites
transformantes ou conservativos não produzem nem destroem placas tectônicas,
mas conserva-as, pois elas deslizam lateralmente
uma com as outra. Estes
limites criam grandes falhas transformantes, como a clássica Falha de San
Andreas, entre a Placa do Pacífico e a Placa
Norte-Americana, deixando as
cidades de Los Angeles e São Francisco em permanente risco de terremotos.

Figura 11 – Limite transformante entre placas tectônicas

Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK.

TEMA 5 – PROCESSOS ENDÓGENOS

Agora que já
entendemos os principais movimentos das placas tectônicas e compreendemos essa
dinâmica, podemos entender os produtos
gerados pela tectônica de placas.

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Terremotos são
notícias comuns nos telejornais e eles são produtos da acomodação das placas
tectônicas. Quando há aumento de tensão nos
limites das placas, há acumulação
de força que é liberada na forma de tremor ou sismo. Os terremotos, portanto,
estão diretamente relacionados

aos limites convergentes de placas tectônicas e à


liberação dessa tensão de uma placa empurrando a outra pode se dar na
superfície da crosta ou
em camadas mais profundas, sendo que quanto mais
próximo à superfície mais destrutivo o terremoto será. Um terremoto pode ser
avaliado por
sua intensidade, medido pela Escala de Mercalli, uma maneira de
descrever os efeitos do tremor no ambiente. Podemos também avaliar um
terremoto
por sua força, por meio da escala de Richter, logarítmica e baseada na
amplitude das ondas registradas por um sismógrafo.

Figura 12 – Locais preferenciais de terremotos no mundo

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Os tsunamis são
terremotos em placas oceânicas, que ao se movimentarem fazem com que o mar se
acomode, podendo ocasionar grandes

ondas que chegam até as costas. Em limites


de placas também há formação de vulcões. Eles representam a reciclagem das
rochas que foram para
as fossas no processo de subducção, e são responsáveis
pelo acréscimo de crosta no oceano. Veremos mais alguns detalhes de vulcões
quando
estudarmos as rochas ígneas, produtos do vulcanismo.

E, como já comentado,
os limites convergentes das placas tectônicas produzem orogênese, que é a
formação de cadeias de montanhas, ou
cordilheiras. Essas montanhas são formadas
pelo dobramento da crosta continental juntamente do denominado prisma de
acreção, que é produto

do derretimento de uma placa que está em subducção


sobre a placa que está sobreposta (Figura 8), onde são formados vulcões. Os
processos
endógenos da Terra são complexos e vale a pena conhecer mais
profundamente sobre vulcanismo e a formação de cordilheiras.

FINALIZANDO

Do Big Bang até


os dias atuais, vimos como nosso planeta se formou. Todo o calor da explosão
inicial, dos fragmentos de matéria chocando-se
e tornando-se rochas até a
formação da Terra, ainda é presente em nosso planeta. Prova disso são células
de convecção que conseguem
impulsionar a crosta, fazendo com que os continentes
se movimentem. Essa movimentação dá origem a terremotos, vulcões e cadeias de
montanhas. Além disso, aprendemos que o planeta Terra é dinâmico.

REFERÊNCIAS

TEIXEIRA, W.;
FAIRCHILD, T. R.; TOLEDO, M. C. M. de; TAIOLI, F. 2009. Decifrando a Terra. 1.
ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 623 p.

CPRM. SGB Educa. Serviço Geológico do Brasil. Disponível em: <http://sgbeduca.cprm.gov.br/>. Acesso em: 26 ago. 2021.

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