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Adriano Cunha - Síntese 1

Gás, poeira girando lentamente, destruição interplanetária, colapso…foram algumas variáveis


para a formação do nosso Sistema Solar. Acredita-se que a formação do Sistema Solar se deu de
forma caótica, no entanto, alguns novos astrônomos trazem a ideia de que houve muito mais caos
do que imaginamos. Por definição, no Sistema Solar clássico, "planetas são subprodutos da
formação de estrelas, que ocorre no centro de nuvens moleculares gigantescas, com dez vezes a
massa do Sol”. Assim, nas regiões nas quais os planetas são formados, há um disco de poeira
chamado protoplanetário. Uma característica de nosso Sistema Solar é a divisão de dois tipos de
planetas: planetas rochosos, mais internos, e planetas gasosos, mais externos, os quais estão
divididos por um cinturão de asteroides. Além da diferença nessas duas subdivisões entre
composição dos planetas, outra bastante intrigante é a diferença de seus períodos orbitais,
principalmente para os planetas gasosos. A observação de exoplanetas trouxe a compreensão de
que a arquitetura de nosso Sistema Solar é algo raro, e alguns detalhes foram postos em cheque
para melhor explicação de sua formação. Como, por exemplo, o porquê da região interna ser
desprovida de massa, a ausência de outro planeta interno à Mercúrio e as órbitas dos planetas
gasosos. Essas três principais questões demonstram falhas na teoria clássica da formação
planetária e sua resposta explicará a variabilidade fluída dos discos planetários. Com a
compreensão de que após o nascimento de um planeta sua influência gravitacional se “propaga
pelo disco circundante, levantando ondas espirais que por si sós já produzem forças
gravitacionais, e gerando forte feedback positivo e negativo entre os planetas e o disco”, pode-se
compreender a migração de um planeta gigante que viaja junto com gás e poeira e ocupa
posições próximas à estrela. No entanto, isso não explicaria a distância das órbitas de Júpiter e
Saturno. Para tal compreensão foi necessário um experimento chamado “A grand tack” para
compreender essa taxa de migração dos planetas. Assim percebeu-se que Saturno, por possuir
massa menor, se movia em direção para o interior do sistema de forma mais rápida que Júpiter. E
à medida que essa movimentação acontecia, os dois planetas se aproximavam mais, movimento
chamado ressonância média de movimento. Então, essa aproximação e distanciamento permitiu
que os objetos lançassem seu peso contra o disco protoplanetário, produzindo um grande
espaçamento entre eles, isso fez com “os dois planetas invertessem seu curso e começassem a
se afastar do Sol”. O movimento ressonante permitiu que Júpiter trouxesse com ele planetesimais
capturados pelo seu efeito gravitacional. Fazendo com que durante a migração de Júpiter para
perto do Sol, alguns blocos de gelo fossem trazidos para região interna do Sistema Solar,
proporcionando água e outros compostos voláteis, processo que resultou na formação do planeta
Marte. Sendo assim, essa movimentação de Júpiter pode explicar muitas propriedades que os
planetas possuem ou não possuem. Desta forma, o Grande ataque pode ter extinguido muitos
possíveis planetas que não resistiram, o que traz o entendimento de que planetas rochosos como
a Terra e a vida possam ser ocorrências raras em todo o Cosmos. Obteve-se uma boa forma de
compreensão para a arquitetura interna do Sistema Solar, e para sua manutenção é necessário a
compreensão do movimento de aproximação e distanciamento do par Júpiter-Saturno, o qual são
Adriano Cunha - Síntese 1
responsáveis por prender Urano e Netuno. Algo novo é a presença de um planeta posterior à
posição de Netuno. O entendimento da formação do Sistema Solar, o reconhecimento da
relevância dos eventos menores como junção de poeira e gás ou até mesmo o Bombardeio
Pesado Tardio ao longo dos Ga nos permite imaginar a imensidão universal, e a nossa falta de
controle às ações das leis da natureza no universo e, consequentemente, em nós.

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