Gás, poeira girando lentamente, destruição interplanetária, colapso…foram algumas variáveis
para a formação do nosso Sistema Solar. Acredita-se que a formação do Sistema Solar se deu de forma caótica, no entanto, alguns novos astrônomos trazem a ideia de que houve muito mais caos do que imaginamos. Por definição, no Sistema Solar clássico, "planetas são subprodutos da formação de estrelas, que ocorre no centro de nuvens moleculares gigantescas, com dez vezes a massa do Sol”. Assim, nas regiões nas quais os planetas são formados, há um disco de poeira chamado protoplanetário. Uma característica de nosso Sistema Solar é a divisão de dois tipos de planetas: planetas rochosos, mais internos, e planetas gasosos, mais externos, os quais estão divididos por um cinturão de asteroides. Além da diferença nessas duas subdivisões entre composição dos planetas, outra bastante intrigante é a diferença de seus períodos orbitais, principalmente para os planetas gasosos. A observação de exoplanetas trouxe a compreensão de que a arquitetura de nosso Sistema Solar é algo raro, e alguns detalhes foram postos em cheque para melhor explicação de sua formação. Como, por exemplo, o porquê da região interna ser desprovida de massa, a ausência de outro planeta interno à Mercúrio e as órbitas dos planetas gasosos. Essas três principais questões demonstram falhas na teoria clássica da formação planetária e sua resposta explicará a variabilidade fluída dos discos planetários. Com a compreensão de que após o nascimento de um planeta sua influência gravitacional se “propaga pelo disco circundante, levantando ondas espirais que por si sós já produzem forças gravitacionais, e gerando forte feedback positivo e negativo entre os planetas e o disco”, pode-se compreender a migração de um planeta gigante que viaja junto com gás e poeira e ocupa posições próximas à estrela. No entanto, isso não explicaria a distância das órbitas de Júpiter e Saturno. Para tal compreensão foi necessário um experimento chamado “A grand tack” para compreender essa taxa de migração dos planetas. Assim percebeu-se que Saturno, por possuir massa menor, se movia em direção para o interior do sistema de forma mais rápida que Júpiter. E à medida que essa movimentação acontecia, os dois planetas se aproximavam mais, movimento chamado ressonância média de movimento. Então, essa aproximação e distanciamento permitiu que os objetos lançassem seu peso contra o disco protoplanetário, produzindo um grande espaçamento entre eles, isso fez com “os dois planetas invertessem seu curso e começassem a se afastar do Sol”. O movimento ressonante permitiu que Júpiter trouxesse com ele planetesimais capturados pelo seu efeito gravitacional. Fazendo com que durante a migração de Júpiter para perto do Sol, alguns blocos de gelo fossem trazidos para região interna do Sistema Solar, proporcionando água e outros compostos voláteis, processo que resultou na formação do planeta Marte. Sendo assim, essa movimentação de Júpiter pode explicar muitas propriedades que os planetas possuem ou não possuem. Desta forma, o Grande ataque pode ter extinguido muitos possíveis planetas que não resistiram, o que traz o entendimento de que planetas rochosos como a Terra e a vida possam ser ocorrências raras em todo o Cosmos. Obteve-se uma boa forma de compreensão para a arquitetura interna do Sistema Solar, e para sua manutenção é necessário a compreensão do movimento de aproximação e distanciamento do par Júpiter-Saturno, o qual são Adriano Cunha - Síntese 1 responsáveis por prender Urano e Netuno. Algo novo é a presença de um planeta posterior à posição de Netuno. O entendimento da formação do Sistema Solar, o reconhecimento da relevância dos eventos menores como junção de poeira e gás ou até mesmo o Bombardeio Pesado Tardio ao longo dos Ga nos permite imaginar a imensidão universal, e a nossa falta de controle às ações das leis da natureza no universo e, consequentemente, em nós.