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Figura 1.0: Espiral do tempo geológico e da evolução da história da Terra. Abreviaturas: Ma,
Milhões de Anos e Ga, Bilhões de anos. Modificado de Press et al., 2006
O estudo da geologia pode ser dividido conforme o diagrama abaixo:
A Terra tem idade aproximada de 4,6 bilhões de anos, tem sua origem em
conjunto a com a galáxia (via láctea) a partir do processo de contração e rotação
do material cósmico que forma a nebulosa (Figura 02).
Figura 03: Terra primitiva e Terra diferenciada, efeito da migração dos elementos por efeito da
densidade. Extraído de Press et al., 2006.
Existem mais de 100 elementos, mas as análises químicas das rochas indicam
que apenas oito constituem 99% da massa da Terra. De fato, cerca de 90% da
Terra consistem em apenas quatro elementos: ferro, oxigênio, silício e magnésio
(figura CC). Quando comparados a abundancia relativa dos elementos que
constituem a crosta com a Terra inteira, pode-se constatar grande diferença na
abundancia relativa dos elementos, principalmente do ferro, o fato deve-se a já
discutida diferenciação que o planeta passou em virtude da migração dos
elementos mais e menos densos.
Figura CC: A abundância relativa dos elementos da Terra inteira comparada com a dos
elementos da crosta é dada em percentuais de peso. A diferenciação criou uma crosta leve,
empobrecida de ferro e rica em oxigênio, silício, alumínio, cálcio, potássio e sódio. Extraído de
Press et al., 2006.
2.3 - A Dinâmica do Planeta Terra
Figura XX: Principais componentes e subsistemas do sistema Terra. Extraído de Press et al.,
2006.
2.4 - A Deriva Continental e a Tectônica de Placas
Figura 02: Distribuição de restos de animais e plantas na massa continental do sul de Pangea,
hoje encontrados em continentes muito afastados entre si. (Modificado de Kious e Tilling 1999)
O problema maior da hipótese foi o de explicar o motor que moveria os
continentes sobre o oceano. Então posteriormente foi proposta a hipótese das
correntes de convecção, considerando o calor do interior da Terra gerado pela
desintegração de elementos radioativos no manto. Essa hipótese explicou os
movimentos como sendo induzidos pelo fluxo de materiais viscosos e quentes
que subiriam das profundezas para alguns locais sob a casca rígida do planeta,
esfriariam e desceriam em outros, estabelecendo correntes de convecção (Fig.
3). As correntes podem ser entendidas, de modo singelo, por comparação com
a água aquecida em um recipiente: o calor aplicado por baixo aquece a água e
esta sobe por ter a densidade diminuída; subindo, a água esfria, tem a densidade
aumentada, escoa para os lados e desce – forma-se um ciclo que tende a
uniformizar a temperatura. As correntes de convecção seriam capazes de
romper a casca rígida da Terra e mover os fragmentos, empurrando e dobrando
as rochas à frente e gerando cadeias de montanhas.
A casca rígida da Terra, a litosfera, está segmentada em porções, que foram
chamadas placas litosféricas (Figura 12), e que se movimentam na superfície da
Terra sobre uma camada de comportamento mais plástico situada abaixo, a
astenosfera. Mais tarde esses movimentos foram designados de tectônica de
placas.
Figura 03: Ilustração das correntes de convecção, mecanismo motor da superfície da Terra e
responsável pela divisão dos continentes, Extraído de Press et al., 2006.
Figura 12: As placas litosféricas e os respectivos continentes. Extraído de Press et al., 2006.
O movimento relativo das placas tectônicas podem criar três tipos de limites, os
transformantes, os divergentes e os convergentes (Figura Y) limites são as
bordas das placas tectônicas, são zonas instáveis nas quais acontecem
fenômenos como terremotos, vulcanismo, rifteamento e falhamento.
Figura Y: Os limites e contatos das placas tectônicas e as características de cada uma, Extraído
de Press et al., 2006.
Figura 10: Estágios iniciais do rifteamento e separação das placas, agora ocorrendo no leste da
África, onde vales em riftes múltiplos e seu vulcanismo, falhamento e terremotos associados
estão distribuídos sobre uma zona mais lagar. Extraído de Press et al., 2006.
Figura 12: Subducção de uma placa oceânica em uma margem continental, formando um
cinturão de montanhas vulcânicas na margem deformada do continente em vez de um arco de
ilha. Extraído de Press et al., 2006.
a b
Figura 13: (a) O Mar Vermelho, divide-se para formar o Golfo de Suez e o Golfo de Aqaba. (b) O
Golfo da Califórnia, um oceano em processo de abertura resultante do movimento da placa,
marca um rifte que está sendo alargado entre a Baixa Califórnia e o México. Extraído de Press
et al., 2006.
2.3.4 - O Brasil e as Tensões Intraplaca
O Brasil é dito um país tectonicamente estável por ocupar uma posição central
na placa sul-americana, porém as tensões das bordas são transmitidas para o
interior da placa assim causando sismos de menos intensidade. As tensões
induzidas na intraplaca têm sido determinadas por vários métodos: análise de
sismos, deformação dos diâmetros de furos de sondagem, fraturamento
hidráulico e análise de falhas e outras estruturas. No Brasil as tensões
intraplacas foram determinadas por análise de sismos (Figura 31). Outras
determinações têm sido realizadas por análise de falhas, faturamento hidráulico
e eliptização de poços de petróleo. Os dados não são concordantes e as
variações requerem mais informações para serem explicadas e regionalizadas.
Na interpretação regional dos dados é preciso considerar a atuação de forças no
interior do território, induzidas pelos movimentos ao longo do perímetro da placa
e também de outras origens (p. ex., carga de sedimentos), além das
reorientações de tensões por descontinuidades (juntas, falhas) e anisotropias
(foliação, acamamento), sempre presentes nos maciços rochosos e de
orientações diversas.
Durante algum tempo, admitiu-se que a intraplaca, sendo rígida, seria capaz de
transmitir esforços de uma borda a outra da placa, sem se deformar. Contudo,
os esforços podem atuar em porções da intraplaca a distâncias de até mais de
3.000 km da borda, gerando estruturas diversas. No caso do Brasil, muitos
admitem reflexos da movimentação nos Andes pelo menos até a costa atlântica,
mas essa é uma questão ainda pendente, porque existem outros esforços a se
considerar, relacionados com movimentos das outras placas adjacentes, o
arrasto do soalho oceânico e o deslocamento do continente.