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Introdução

O presente trabalho visa falar da geologia de Moçambique. Moçambique possui uma


geologia bem como os outros países, e vai desde a sua estrutura geológica até aos
minerais.
Assim, pretende-se no âmbito deste trabalho, apresentar a estrutura geológica de
Moçambique, falando do pré-câmbrico e do fanerozoico. De seguida, apresentar os
principais minerais e as suas áreas de ocorrência, que no seu desenvolvimento iremos
falar dos minerais energético, metálicos e não-metálicos.
Esta organizada em duas partes. Na primeira parte será abordado o pré-câmbrico, em
que iremos ver qual e a sua superfície, a área que ocupa, a suas divisões bem como
caracteriza-las, os tipos de rochas que formam-se e por fim dizer onde estas se localiza.
Também nesta parte, será abordado o fanerozoico, em que remos ver a sua constituição,
anos de formação, áreas que ocupa, suas divisões e as suas respetivas localizações.

Objetivos
Objetivo geral
 Analisar o desenvolvimento da geologia de Moçambique.
Objetivo especifico
 Identificar as principais características da geologia de Moçambique;
 Identificar a estrutura geologia de Moçambique.

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Geologia de Moçambique
Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande diversidade geológica
(geodiversidade), da qual fazem parte locais geológicos com carácter excepcional do
ponto de vista científico, didático, turístico, etc., denominados por geossítios.

Caracterização geotectónica e geológica de Moçambique


Dada a sua enorme extensão, as diferenças geológicas são muito grandes entre o norte, o
centro e o sul do País. Assim, o norte é fundamentalmente proterozoico e o sul
inteiramente fanerozoico, com a região centro albergando terrenos arcaicos,
proterozoicos e fanerozoicos (Fig. 1). Os terrenos pré-câmbricos mostram uma série de
estruturas lineares regionais delimitando 3 blocos tectónicos, consequência da colisão
entre os vários blocos do Gondwana, cada um com características próprias (Vasconcelos
& Jamal, 2010): Gondwana E, Gondwana W e Gondwana S (Westerhof et al., 2008). Os
blocos E e W estão separados por um limite N-S, e estes estão separados do bloco S
respetivamente pelo Cinturão do Lúrio (LTB - Lúrio Tectonic Belt) e pela Zona de
Cisalhamento de Sanângoè (SSZ – Sanângoè Shear Zone). Os terrenos fanerozoicos
dividem-se em Supergrupo do Karoo (SGK) e Sistema do Rift Este-Africano (SREA)
(Vasconcelos & Jamal, 2010). A idade do SGK, dividido em Inferior (sedimentar) e
Superior (sedimentar e ígneo), varia do Carbonífero Superior ao Jurássico Inferior
(GTK Consortium, 2006; Vasconcelos & Jamal, 2010), e está representado em
depressões tectónicas intracratónicas profundas resultantes de rifts abortados 2010), que
teve o seu início no Jurássico e se continua até hoje (GTK Consortium, 2006),
resultando no desenvolvimento de duas enormes bacias sedimentares, a Bacia de
Moçambique e a Bacia do Rovuma.

Fig.1. Terrenos pré-câmbrico de Moçambique


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Moçambique apresenta duas grandes unidades geológicas:

 Pré-câmbrico
 Fanerozoico

Pré-câmbrico
É uma unidade geológica constituída por rochas mais antigas formadas há mais de 600
milhões de anos. Esta formação ocupa uma superfície de 534 mil km2 , equivalente a 2/3
do território nacional, apresentando sua maior expressão nas regiões Centro e Norte de
Moçambique.

Em Moçambique o Pré-câmbrico divide-se em duas sub-unidades: Pré-Câmbrico


inferior ou arcaico e Pré-câmbrico superior ou Cinturão de Moçambique.

Pré-câmbrico Inferior ou Arcaico – localizado na província moçambicana de Manica,


esta sub-unidade é representada pelo cratão rodesiano pelo facto de abranger os dois
países (Moçambique e Zimbabué). É constituído por rochas metamórficas de origem
magmáticas e sedimentares. É constituída pelas formações de Macequese, Mbeza e
Vengo.

Pré-câmbrico Superior – conhecida por cinturão de Moçambique São rochas


antigas que datam 500 milhões de anos removidas por orogenias e divide-se em 3
províncias geológicas: província de Moçambique, província de Niassa e província de
Médio-Zambeze.

Fig.2. Rocha pré-câmbrico.

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Fanerozoico
É constituído essencialmente por rochas sedimentares que se formaram entre 300 e 700
milhões de anos. Essas rochas incluem também as formações eruptivas (magmáticas)
como basaltos e riólitos e se podem encontrar junto a fronteira de Namaacha. Ocupa
também quase na totalidade as províncias de Inhambane, Gaza e Maputo e vai se
estreitando para o norte até ao curso do rio Rovuma ocupando 1/3 do território nacional.

Fazem parte do fanerozoico as seguintes formações:

 Karroo– localiza-se nas províncias de Cabo delgado, Niassa, Tete, Manica e Sofala. Os
segmentos de Karroo são caracterizados pela sua origem continental e estão depositados
nas falhas, sobretudo nas províncias de Manica e Tete. Em Moçambique o karroo tem 3
divisões: indiferenciado, inferior e superior. Possui enormes jazigos de carvão,
germano, perlites, ágatas e bentonites.
 Jurássico–localiza-se nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, onde forma
enormes bacias carboníferas, dividindo-se em quatro andares: o Dwyka, Ecca, Beanfort
e Stromberg. Estas são ricas em grés calcário e conglomerados.
 Cretácico– localiza-se a sudeste da província de Tete em Lupata e é constituído por
rochas sedimentares, com maior enfase para os granitos, sienito, carbonatite e traquito,
que são utilizados na produção do alumínio.
 Terciário e quaternário: estas duas formações tem características litológica
semelhantes. As rochas quaternárias resultam da decomposição e destruição das rochas
do terciário. Estas duas rochas dominam o sul do rio Save quase na totalidade, bem
como o litoral de Moçambique. São constituídas por e calcários. Também são
compostos de dunas litorais, calcário, lacustre lacustres, aluviões, grés e conglomerados.

Principais Minerais de Moçambique e sua área de ocorrência


O nosso país tem uma variedade de minerais que podemos agrupá-los e:

 Minerais energéticos;
 Minerais metálicos;
 Minerais não metálicos.

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Estes, tal como atesta a tabela a seguir, ocorrem em quase todo o território nacional
(Moçambique):

Recursos Área de ocorrência

Minerais Carvão minera Tete, Manica, Sofala e Save


energéticos
Petroleo Bacias de Rovuma, Zambeze e
Save
Gas natural Cabo Delgado ( Bacia do
Rovuma), Sofala(Búzi) e
Inhambane (Panda e Temane)
Ouro Cabo Delgado, Nampula, Manica
Minerais Tete e Zambézia
metálicos Ferro Tete, Manica e Nampula

Cobre Manica e Tete


Areias pesadas Gaza, Nampula e Zambézia

Mármore Cabo Delgado (Montepuez)

Grafite Cabo delgado (Ancuabe), Tete e


Nampula

Pedras preciosas e semipreciosas Zambézia, Nampula, Cabo


Delgado, Niassa e Tete
Minerais não
metálicos
Apatite Nampula e Tete

Bentonite Maputo

Bauxite Manica e Zambézia

Calcário Maputo, Sofala e Nampula

Caulina Nampula e Zambézia

Argila Em todo país

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Principais Rochas e Minerais - suas áreas de ocorrência (Moçambique)

Bauxite e sienito nefelínico


Em Moçambique ocorrem várias matérias-primas contendo alumínio (laterites, bauxite e
sienito nefelínico). A bauxite ocorre no monte Snuta na Serra de Moriangane, Serra
Vumba, na área de Chimanimani-Rotanda, Serra Suira (Zuira) e próximo de Catandica
na Província de Manica. Na província da Zambézia ocorrem várias intrusões de sienito
nefelínico, tais como por exemplo o monte Maúzo, Cargo, Serra Tundo, monte Derre,
etc. A mais importante e mais conhecida ocorrência de bauxite localiza-se no monte
Maúzo, a cerca de 46 km de Milange. O depósito do monte Maúzo é constituído por
sienito nefelínico com aegirina-augite, e é intersectado por diques fonolíticos
porfiréticos.

Pegmatitos
Minerais de metais raros, tais como tântalo e nióbio, assim como minerais de terras
raras ocorrem frequentemente associados a pegmatitos, e em menor grau a intrusões
alcalinas e carbonatitos.
Os pegmatitos são comuns em todo o Proterozoico em Moçambique e ocorrem,
nomeadamente, nas seguintes áreas (Lächelt, 2004):
• Alto Ligonha (Província da Zambézia) e zona leste de Nampula;
• Inchope-Doerói (Províncias de Manica e Sofala);
• Monapo-Nacala (Província de Nampula);
• Norte de Ribáuè-Malema, sul de Nipepe (Províncias de Nampula, Zambézia e
Niassa);

Bentonite
A bentonite ocorre em Moçambique como produto de meteorização de riólitos e tufos
riólitos. Os depósitos e ocorrências mais conhecidas e investigadas ocorrem nos
Pequenos Libombos, especialmente em Boane, a cerca de 35 km a sudoeste de Maputo.

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Mármore
O mármore ocorre em todas as unidades do Proterozoico de Moçambique. Os depósitos
de mármore mais estudados são os de Montepuez e Netia. Outras ocorrências de
mármore existem em Metolola próximo de Morrumbala-Chire (província da Zambézia),
Matema ao longo do rio Zambeze (província de Tete) e em Malula a 50 km a norte de
Lichinga (província de Niassa). São também de assinalar as ocorrências de Mazeze,
Mesa e Negomano (província de Cabo Delgado), as de Massanga, Mungári e Madzuire
(província de Manica), e as de Chire-Morrumbala (província da Zambézia).

Fig.3. Marmore

Granitos vermelhos e castanhos


Os granitos vermelhos são rochas granulares (granitos e sienitos) de cor vermelha ou
rósea, devido à coloração do feldspato potássico. Os granitos vermelhos ocorrem no
monte Tchonde (próximo de Meponda, na província de Niassa).
No monte Morrumbala, a oeste da província da Zambézia, ocorrem granitos vermelhos
de grão médio, sienitos alcalinos e sienitos alcalinos vermelhos. Granitos castanhos
ocorrem em várias províncias, mas principalmente na província de Tete, a norte de
Fíngoè. Estas rochas são de grão médio a grosseiro e de cor castanha.

Granitos negros
São dioritos e gabros de grão fino a médio, de cor cinzenta, cinzento-escura a verde
conhecidos em Moçambique por “granitos negros”. Ocorrem frequentemente no soco
Proterozoico em Gôndola (província de Manica), em Memba próximo de Nacala
(província de Nampula) e em Buzimuana, a 60 km a leste de Tete.
Anortosito
Estas rochas ocorrem na província de Tete ao longo da linha-férrea que liga Necungas
à Beira (no distrito de Moatize), em Sicarabo e Chipera.

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Labradorito
O labradorito pode ser encontrado em vários locais dentro da Suite de Tete (antigo
Complexo Gabro-Anortosítico de Tete). Grandes cristais de labradorite ocorrem a cerca
de 20 km a leste de Moatize.

Calcário
Em Moçambique, o calcário tem sido explorado como matéria-prima para a indústria
de construção (p.ex. na produção de cimentos). Cerca de metade dos calcários e
calcários dolomíticos são do Cretácico e Quaternário. Segundo Cílek (1989), nas
Formações de Cheringoma (Eocénico) e de Jofane (Miocénico), a sul de Moçambique,
ocorrem calcários puros. Os depósitos da área de Chire e de Canxixe-Maringué são
reconhecidos como contendo calcários puros de qualidade elevada.

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Conclusão

A estrutura geológica de Moçambique é resultado da interação de vários processos,


sobretudo os endógenos (internos) e exógenos (externos), que se fizeram sentir e ainda
sentem-se na atual região da África Austral, onde Moçambique faz parte. Moçambique
apresenta duas grandes unidades geológicas que são Pré-câmbrico e Fanerozoico
Pré-câmbrico é uma unidade geológica constituída por rochas mais antigas formadas há
mais de 600 milhões de anos. Esta formação ocupa uma superfície de 534 mil km2 ,
equivalente a 2/3 do território nacional, apresentando sua maior expressão nas regiões
Centro e Norte de Moçambique. E este por sua vez divide-se em duas sub-unidades:
Pré-Câmbrico inferior ou arcaico e Pré-câmbrico superior ou Cinturão de Moçambique.

Fanerozoico é constituído essencialmente por rochas sedimentares que se formaram


entre 300 e 700 milhões de anos. Essas rochas incluem também as formações eruptivas
(magmáticas) como basaltos e riólitos e se podem encontrar junto a fronteira de
Namaacha. Ocupa também quase na totalidade as províncias de Inhambane, Gaza e
Maputo e vai se estreitando para o norte até ao curso do rio Rovuma ocupando 1/3 do
território nacional.

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5.Referências Bibliográficas
BOCA, Nogar Estrutura geológica de Mocambique. GEOCARTOGRAFOBOCA 2016
REIS, Hermenegildo Geologia e morfologia de Mocambique2013
NONJOLO, Luís Agostinho; ISMAEL, Abdul Ismael. G10 - Geografia 10ª
Classe. Texto Editores, Maputo, 2017.

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