Você está na página 1de 4

CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO: ERÁTI

Eráti, também conhecido como Namapa-Eráti, é um distrito da província de Nampula, em


Moçambique, com sede na vila de Namapa e tem os seguintes limite:

 Norte: com o distrito de Chiúre da província de Cabo Delgado,

 Sul: com os distritos de Muecate e Nacarôa,

 Oeste: com o distrito de Mecubúri,

 Este: com o distrito de Memba.

O distrito está dividido em três postos administrativos: Alua, Namapa-Eráti e Namiroa,


compostos pelas seguintes localidades:

 Posto administrativo de Alua:


 Alua-Sede
 Samora Machel
 Posto Administrativo de Namapa-Eráti:
 Namapa-Sede
 Odinepa
 Posto Administrativo de Namiroa:
 Muanona
 Namiroa-Sede

2.1. Localização geográfica das pinturas rupestres de Riane

As pinturas rupestres do Monte Riane são um abrigo rochoso situado na serra do mesmo
nome no distrito de Eráti, na província de Nampula. É uma estação na qual as escavações
possibilitaram identificar uma sequência de níveis arqueológicos referentes aos últimos 5 mil
anos (Idade da Pedra Superior e a Idade do Ferro). A parte central da parede rochosa
encontra-se um painel de pinturas rupestres de vários estilos: naturalístico, esquemático e
simbólico.

Este monte localiza-se na Província de Nampula na região norte de Moçambique, de cerca de


250 quilómetro da cidade de Nampula e a cerca de 10 quilómetros da margem esquerda do
Rio Monapo e, está localizada na folha n°57 da carta de Moçambique, na escala 1:250.00.
Com as seguintes Coordenadas: Longitude Este 40°9“20”-latitude Sul 13°43“30” S
(Rodrigues, 2006, p.19). Vide o mapa a baixo.
Mapa 1. Mapa de Moçambique e localização do Monte-Riane.

Fonte: Archcad.

Mapa 2. Localização geográfica do distrito de Eráti, Posto Administrativo de Alua.

O monte Riane é um Inselberg1, constituído por um enorme recheado granitóide de ascensão


difícil (granito biotite, de acordo com Santos Júnior); a cerca de 400 metros de altitude.
Destaca-se uma abertura, formado por uma saliência, se situa a pequena gruta em cujo fundo,
1
“Inseberg” -massa rochosa residual proeminente em que o topo é planado ou arredondado. Estas são
consideradas característicos típicos da região da província de Nampula (Atlas de Moçambique 1986, p.14).
sobre uma rocha de tonalidade escura, é utilizada como suporte e, estão pintadas umas
representações de grande número de alguns animais, assim como algumas figurinhas humanas
e geométricos e alguns sinais geométricas, formando desta feita um magnífico painel que a
preenche numa extensão de cerca de 4 metros.

Contudo, a gruta é formada por planos de fractura de granito, com o tecto em forma de arco e
abertura voltada na direcção ENE, rodeada de um caos de afloramentos graníticos. O
pavimento por baixo da pala era constituído por um terreno arenoso, com cerca de 7 metros de
profundidade (Tamele, 2018).

2.2. Condições climáticas de Riane

Na sociedade de Riane as condições climáticas são em geral boas, com duas épocas distintas:
seca e fria de Maio a Setembro (inverno tropical - Junho e Julho são os mais frios no inverno),
e quente, húmida e chuvosa de Outubro/Novembro até Março/Abril.

Contudo, o nível de precipitação varia entre 1000-2000 mm, em épocas chuvosas (algumas
vezes com tempestades) a precipitação anual atinge mais de 1500 mm (a precipitação da
sociedade de Riane é de cerca de 1100 mm e nas montanhas chega a atingir 1400 mm), tendo
em conta o ecossistema da região (Cfr. Rodrigues, 2006).

2.3. Características da Vegetação

A gruta de Riane terá sido um lugar de eleição dos povos caçadores-recolectores hoje
localizadas na província de Nampula e, pela qualidade das suas pinturas, pode ser considerada
como um sítio singular quanto ao contexto, organização temática e cromática das
representações rupestres a Norte do Zambeze, comparativamente das outras já estudadas,
nomeadamente na Zâmbia.

Caracteriza-se pela vegetação Mosaico de miombo2-Floresta seca descontínua-Savana


(Meneses, 1988). As espécies predominantes na base do Monte Riane e área envolvente, que é
uma zona de baixa altitude (Atlas Geográficos de Moçambique, 1986:18), são do tipo-
Brachystegiaspeciformis, Adensoniadigitata e sterculiaappendiculata, com copas mais ou
menos contínuas, possibilitando a presença do estrato graminoso, além de vegetação herbácea
e subarbustiva.

Bibliografia
2
Miombo provém do nome muombo (plural de miombo) que deriva de um grupo de várias línguas africanas do
planalto central do continente, e se aplica as espécies Brachystegia Boehmii e Brachystegialongifolia. Este tipo
de vegetação cobre uma área de cerca de 2.800.000 km² na África Austral, Central e Oriental (Smith & Allen,
2004, p. 11).
Rodrigues, M. (2006). Os primórdios da Investigação Arqueológica em Moçambique e o
Prof. Santo Júnior: Um Reconhecimento Arqueológico.

Tamele, A. C. (2018). A importância do estudo dos factores de degradação na província de


tete: estação arqueológica de mpenya. Dissertação de Licenciatura. Maputo: DH/UEM.

Meneses, M. P. G. (1988). Idade da Pedra em Moçambique (Os primórdios da Sociedade


humana: Evidências arqueológicas). Trabalhos de Arqueologia e Antropologia.

Smith, B. (2013). Zambia’s ancient rock art: paintings of Kasama. Livingstone: National
Heritage Conservation Commission.

Você também pode gostar