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As pinturas rupestres do Monte Riane são um abrigo rochoso situado na serra do mesmo
nome no distrito de Eráti, na província de Nampula. É uma estação na qual as escavações
possibilitaram identificar uma sequência de níveis arqueológicos referentes aos últimos 5 mil
anos (Idade da Pedra Superior e a Idade do Ferro). A parte central da parede rochosa
encontra-se um painel de pinturas rupestres de vários estilos: naturalístico, esquemático e
simbólico.
Fonte: Archcad.
Contudo, a gruta é formada por planos de fractura de granito, com o tecto em forma de arco e
abertura voltada na direcção ENE, rodeada de um caos de afloramentos graníticos. O
pavimento por baixo da pala era constituído por um terreno arenoso, com cerca de 7 metros de
profundidade (Tamele, 2018).
Na sociedade de Riane as condições climáticas são em geral boas, com duas épocas distintas:
seca e fria de Maio a Setembro (inverno tropical - Junho e Julho são os mais frios no inverno),
e quente, húmida e chuvosa de Outubro/Novembro até Março/Abril.
Contudo, o nível de precipitação varia entre 1000-2000 mm, em épocas chuvosas (algumas
vezes com tempestades) a precipitação anual atinge mais de 1500 mm (a precipitação da
sociedade de Riane é de cerca de 1100 mm e nas montanhas chega a atingir 1400 mm), tendo
em conta o ecossistema da região (Cfr. Rodrigues, 2006).
A gruta de Riane terá sido um lugar de eleição dos povos caçadores-recolectores hoje
localizadas na província de Nampula e, pela qualidade das suas pinturas, pode ser considerada
como um sítio singular quanto ao contexto, organização temática e cromática das
representações rupestres a Norte do Zambeze, comparativamente das outras já estudadas,
nomeadamente na Zâmbia.
Bibliografia
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Miombo provém do nome muombo (plural de miombo) que deriva de um grupo de várias línguas africanas do
planalto central do continente, e se aplica as espécies Brachystegia Boehmii e Brachystegialongifolia. Este tipo
de vegetação cobre uma área de cerca de 2.800.000 km² na África Austral, Central e Oriental (Smith & Allen,
2004, p. 11).
Rodrigues, M. (2006). Os primórdios da Investigação Arqueológica em Moçambique e o
Prof. Santo Júnior: Um Reconhecimento Arqueológico.
Smith, B. (2013). Zambia’s ancient rock art: paintings of Kasama. Livingstone: National
Heritage Conservation Commission.