Você está na página 1de 23

Composição química da Terra

Figura 1.6 Para entender a Terra (Press et al. 2006)


Composição química da Terra
Composição química da Terra
 O estudo direto da composição da Terra é possível apenas para as porções mais
externas do planeta. A química das porções mais internas, entretanto, não pode
ser obtida diretamente. Apenas através de métodos indiretos, através da
confrontação de análise química das principais rochas aflorantes na superfície do
planeta, análise de meteoritos e da composição do Sol, experimentação
petrológica, dados de velocidade de propagação ondas símicas, e comparando a
densidade das rochas superficiais com as do interior do planeta é que podemos
formular um modelo geoquímico válido para a Terra. Em conjunto, esses dados
delimitam quais são os modelos razoáveis e os improváveis. Por exemplo, a
diferença entre a densidade média das rochas crustais e a densidade média da
Terra, indica que o material existente no interior do planeta deve ser mais denso
que o que encontramos na superfície e mais denso que a média calculada para a
Terra. Por outro lado, os dados sísmicos, mostram que a densidade varia
abruptamente no interior da Terra, o que possivelmente indica que há variações
composicionais.
 Embora os dados acima imponham restrições aos modelos geoquímicos, eles
não permitem definir a composição real média da Terra. Para obte-la é preciso
encontrar um material que represente essa composição. Os materiais eleitos
para essa determinação têm origem extraterrestre: são os meteoritos. A
escolha deve-se ao fato dos meteoritos terem sido originados com a Terra e os
demais planetas, durante a formação do sistema solar. Assim, os meteoritos
teriam se formado a partir do mesmo material disponível para formação da
Terra e seriam “fósseis” dos estágios iniciais da evolução planetária. Apesar de
razoável, uma segunda decisão deve ser tomada: qual dos diferentes tipos
composicionais de meteoritos deve ser considerado?
Composição química da Terra:
meteoritos
Grupo Característica Principal Componente Principais

Meteoritos mais de 90% metálico níquel-ferro


Férricos
Meteoritos mais de 75% rochoso
Rochosos

Condríticos presença de côndrulos silicatos, 3 a 23% de metal

Acondríticos sem côndrulos silicatos


Meteoritos Ferro-
rochosos

Palasitos Cristais de silicatos olivina, metal


centimétricos em metal ca. 2:1
Mesosideritos silicatos e metal silicatos, metal
intimamente ca. 1:1
intercrescidos
Condrito
Composição Química da Terra
 A análise dos dos diferentes tipos de meteoritos permite tirar
algumas conclusões gerais sobre a constituição da nebulosa que
deu origem ao sistema solar  (i) não existe nenhum elemento
químico nos meteoritos que não seja também encontrado na Terra;
(ii) os elementos presentes nos meteoritos podem ser agrupados de
acordo com determinadas associações minerais  a afinidade
geoquímica entre esses elementos:

 siderófilos: aqueles que apresentam afinidade com com Fe metálico,


ocorrendo em meteoritos com Ni e Fe (Fe, Ni, Co, Cu, Au, Pt, Ar, e
outros);
 calcófilos: elementos com forte afinidade com S, concentrados em
meteoritos com sulfetos de ferro (Fe, Ag, Cd, Pb, Bi, S, Se, e outros);
 litófilos: elementos com afinidade com O, particularmente concentrados
nos silicatos dos meteoritos (Li, Na, K, Rb, Ce, Be, Mg, Ca, Sr, Ba, B, Al,
Th, U, Si e outros)
 atmófilos: formam compostos puros ou em combinacões altamente
voláteis e são encontrados em muito poucos meteoritos (H, He, N e
gases nobres).
Composição química da Terra
Terra total: Crosta terrestre:
Fe+O+Si+Mg = 93% Si+O+Al = 82%

Dados e figuras de Press et al. 2006


Composição química da Terra:
modelo condrítico
Crosta da Terra[1] Média da Terra

O – 46% Fe – 35%
Si – 28% O – 30%
Al - 8% Si – 15%
Fe - 6% Mg – 13%
Mg, Ca, K, Na, e outros - Ni, S, Ca, Al e outros – 7%
12%

[1] Composição média da crosta oceânica: 48.7% SiO2, 16.5% Al2O3; 2.3%Fe2O3;
6.2% FeO; 6.8MgO; 12.3% CaO; 2.6% Na2O; 0.4%K2O.
Composição média da crosta continental: 60.2% SiO2; 15.2% Al2O3; 2.5%
Fe2O3; 3.8% FeO; 3.1% MgO; 5.5% CaO; 3.0% Na2O; 2.9% K2O.
Dados retirados de Ronov & Yaroshevsky 1969, appud Press & Siever 1978.
Estrutura Interna: camadas
composicionais
 crosta: é a camada mais externa da Terra e que pode ser subdividida em
dois tipos conforme sua composição química e estrutura: crosta continental e
oceânica. A crosta continental é relativamente espessa, de 35 a 70 km de
espessura, de densidade relativamente baixa (2,7g/cm3) e de composição
relativamente rica em Al e Si, além de Na e K, comparável a dos granitos. A
crosta oceânica, por sua vez, é bastante fina (de 3 a 12km de espessura), de
densidade um pouco mais elevada (3,0g/cm3) e de composição
relativamente mais rica em Mg e Fe comparável a dos basaltos.

 manto: é a camada mediana da Terra, consideravelmente mais complexo


que o núcleo pois contém mais elementos, os quais se agrupam de
diferentes formas dependendo da porção do manto (i.e. dependendo das
condições de P e T) em que se encontram. A composição média é
relativamente homogênea, abaixo das primeiras dezenas de quilometros do
topo do manto, correspondendo aproximadamente a de um lhezorlito (tipo
de peridotito formado por 60% de olivina + 30% de piroxênio + 10% de
feldspato). O manto superior, que se extende em média de 35km à 400km
apresenta regiões com diferentes estados físicos (ver abaixo).

 núcleo: é a porção mais interna do planeta, essencialmente constituida por


Ferro (+ 20% de Ni, no núcleo interno, + 12% S e +2% Ni no núcleo
externo).
Estrutura interna da Terra:
camadas reológicas
 litosfera: camada mais externa da Terra, de comportamento rígido. Inclui a crosta e
a porção superior do manto, até  100km de profundidade.
 astenosfera: camada situada logo abaixo da listofera, que se encontra parcialmente
fundida (- de 10% de fusão) e apresenta comportamento plástico. Estende-se de 100
a 250km de profundidade, aproximadamente, estando totalmente situada no interior
do manto.
 mesosfera: camada rígida de temperaturas e pressões muito elevadas que
compreende o restante do manto, estendendo-se do limite inferior da astenosfera ao
limite manto núcleo.
 núcleo externo: corresponde a porção externa do núcleo que é líquida. Estende-se
da profundidade de 2885km (limite manto-núcleo) à 5155km
 núcleo interno: os 1115km mais internos da Terra são constituídos por matéria em
condições de pressão e temperatura muito elevadas, encontrando-se no estado
sólido.
 A existência de uma “casca” rígida, a litosfera, diretamente assentada
sobre uma camada parcialmente fundida e capaz de fluir, a astenosfera, é
característica fundamental que define os processos da dinâmica interna da
Terra. A litosfera está segmentada em diversas placas, que podem conter
crosta oceânica e continental. Os processos da dinânica interna afetam
toda a listosfera provocando movimentos horinzontais das placas
(Tectônica de Placas) e movimentos verticais (Isostáticos) no interior das
mesmas.
A Terra é um Sistema Aberto

Energia é adicionada do sol; energia é perdida do


interior. A magnitude desses fluxos não é igual
Presse et al. 2006 Fig. 1.10
Principais Componentes do
Sistema Terra

Fig. 1.10
Sistemas Terrestres ativados
pela energia solar
Atmosfera: gaseous envoltória gasosa
extendendo-se da superfície até aproximadamente
1000 km

Hidrosfera: água em todos os rios, lagos, oceanos


e subsuperfície.

Biosfera: matéria orgânica relacionada à vida


próxima a superfície da Terra.
Ativados pela energia interna
da Terra
 Litosfera
 Astenosfera
 Manto Profundo
 Núcleo Externo
 Núcleo Interno
Sistemas Terrestres
Transferência integrada de massa e
energia ambos dentro e entre os
sistemas incluindo:
 Sistema Climático
 Sistemas de Placas Tectônicas
 Sistemas Geodinâmico
Convecção
No fogão No manto

Fig. 1.11
Tempo
A grande diferença entre geologia e
outras ciências: TEMPO (geologicamente
falando, não acontece muita coisa
durante o tempo de vida humana)
Taxasdos processos geologicos: µm/ano
a cm/ano
Grandes terremotos podem deslocar o
chão diversos metros por poucos
segundos, mas apenas a cada 500 anos!
Tempo

A taxa de processos geológicos são


quase sempre mais lentas que os
efeitos humanos no ambiente.
Tempo Geológico

Press et al.
Fig. 1.12
Evolução da Vida na Terra
 Atmosfera e hidrosfera formedos há
4 bilhões de anos.
 Fossils são reconhecidos em rochas
tão velhas quanto 3,5 bilhões de
anos.
 Oxigênio (da fotosíntesis) foi um
importante componente da
atmosfera pelo desde 2,5 bilhões de
anos atrás.
Organismos extintos do
Registro Fossilífero

Fig. 1.13

Você também pode gostar