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GEOLOGIA

Aula 11
Aula
UNIDADE I
GEOLOGIA E CROSTA
TERRESTRE
Aula 1
Sumário

INTRODUÇÃO������������������������������������������������������������������������4

1. GEOLOGIA E CROSTA TERRESTRE���������������������������5


1.1. Divisão da geologia�����������������������������������������������������������������5
1.2. Camadas da Terra��������������������������������������������������������������������8
1.3. A escala do tempo geológico������������������������������������������������ 11
Geologia

Introdução
A Geologia consiste no estudo da composição, das pro-
priedades físicas e estruturais, bem como na explicação das inú-
meras forças naturais que produzem constantes transformações
na Terra.
Também é uma ciência histórica que reconstitui, através
de evidências, a origem e a evolução da Terra desde que se in-
dividualizou como um planeta do Sistema Solar há 4,5 bilhões
de anos.
A compreensão desse sistema como um todo é fundamen-
tal na formulação e na aplicação de conceitos utilizados nas mais
diferentes áreas de atuação profissional, uma vez que a Geologia
se caracteriza por sua natureza investigativa.
Entender a origem, a história e os processos que mantêm o
equilíbrio natural da Terra é saber utilizar com sustentabilidade
os recursos naturais de que dispomos e os que poderemos acres-
centar para o bem-estar de todos.
A história do homem, que habita a Terra há apenas 130.000
anos, está profundamente ligada aos metais, às rochas, ao solo, à
atmosfera, a seu clima e até mesmo à Lua.
As condições climáticas diárias e seus efeitos, às vezes
devastadores, a qualidade da água e do ar, de difícil controle, o
acesso aos alimentos, à saúde e ao bem-estar de todas as formas
de vida do planeta são fatores determinantes para a sobrevivên-
cia de todas as espécies. Todos esses fatores estão interconecta-
dos e precisam ser monitorados para que um pequeno desequilí-
brio não provoque uma reação em cadeia.

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1. GEOLOGIA E CROSTA TERRESTRE


1.1. Divisão da geologia
A geologia tem duas grandes divisões, que são a teórica ou
geral e a aplicada. A Figura 1.1 mostra as várias disciplinas que
compõem o setor (CHIOSSI,1975):

Figura 1.1 Divisão da geologia.

Em relação à Geologia teórica ou geral, temos as seguintes


disciplinas:
I. Teórica ou geral
a) Mineralogia: Estudo das propriedades de cristais (for-
ma e estrutura), propriedades físicas e químicas dos mi-
nerais, bem como sua classificação.
b) Petrografia: Ocupa-se com a descrição e classificação

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das rochas, analisando sua origem, composição quími-


ca, minerais que as compõem, estado de alteração etc.
c) Sedimentologia: Estudo dos sedimentos: sua origem,
transporte, deposição, bem como seu modo de ocorrên-
cia na natureza.
d) Estrutural: Investigação dos elementos estruturais pre-
sentes nas rochas e causados por esforços. Ex: fraturas,
falhas, dobras, orientação de minerais etc.
e) Geomorfologia: Ciência que estuda a maneira como as
formas da superfície da terra são criadas e destruídas.
f) Paleontologia: Estuda os seres que viveram em épocas
anteriores e que são conhecidos através de seus restos
ou vestígios encontrados nas rochas.
g) Estratigrafia: Estudo da sequência das camadas.
Investiga as condições de sua formação e a correlação
entre os diferentes estratos ou camadas.
h) Hidrogeologia: Trata do gerenciamento de recursos hí-
dricos, localização de lençóis freáticos e a construção
de poços.
i) Geocronologia: Desvenda as idades das rochas e even-
tos geológicos a partir da desintegração de elementos
radioativos.
II. Aplicada
j) Engenharia: Entende-se por Geologia Aplicada à
Engenharia, ou Geologia de Engenharia, o emprego dos
conhecimentos geológicos para a solução de certos pro-
blemas de Engenharia Civil, principalmente nos setores

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de construção de rodovias/ferrovias, implantação de


barragens, abertura de túneis e canais, obtenção de água
subterrânea, projeto de fundações de obras em geral etc.
Na Engenharia Ambiental, é responsável pela coleta e
análise de dados geológicos para evitar ou solucionar
problemas oriundos intervenção humana no meio am-
biente. Um dos seus ramos é o da Geologia Urbana, que
trata dos impactos, geralmente caóticos, gerados sobre
o meio ambiente quando o incontrolável crescimento
das cidades agride o ambiente, ocasionando catástrofes
que afetam diretamente a qualidade de vida da popu-
lação. Atualmente, o geólogo ambiental tem trabalha-
do bastante na elaboração de RIMAS (Relatórios de
Impacto Ambiental), exigidos antes da execução de
grandes obras.
k) Economia: Estudo dos materiais do reino mineral que
o homem extrai da terra para a sua sobrevivência e evo-
lução. Podem ser Suborgânicas (carvão e petróleo) ou
Inorgânicas (Fe, Al, Mn, Pb, Cu, Zn, Au etc). A geolo-
gia econômica é um ramo da geologia que estuda as ma-
térias-primas do reino mineral que o homem extrai para
suas necessidades e comodidades. A geologia econômi-
ca estuda as jazidas de minerais metálicos, também as
dos não metálicos, sendo que o valor atual destes últi-
mos é, em vários casos, três vezes maior que o dos pri-
meiros. Além do mais, estuda a aplicação da geologia
nos recursos minerais. Compete à geologia econômica
explicar a origem das diferentes jazidas minerais, en-
quanto à geografia cabe a missão de cartografar, ou me-
lhor, de fornecer mapas em que as jazidas possam ser

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visualizadas no espaço terrestre.


A Geologia de Engenharia, além de sua raiz na Geologia,
tem ligações muito fortes com a Mecânica dos Solos e Mecânica
das Rochas. Estas três juntas formam a Geotecnia.

1.2. Camadas da Terra


Por consequência do enorme impacto e da energia absor-
vida durante a formação da Terra, seu interior aqueceu-se até um
estado “leve” (menos denso), no qual seus componentes podiam
mover-se de um lado para o outro. O material pesado mergulhou
para o núcleo, liberando energia gravitacional e causando mais
fusão, e o material mais leve flutuou para superfície, formando
a crosta.
A emersão do material mais leve carregou consigo calor
interno para superfície, de onde ela podia irradiar-se para o es-
paço. Desta forma, a Terra foi transformada em um planeta di-
ferenciado ou zoneado em três camadas principais: um núcleo
central (interno e externo), um manto e uma crosta externa,
como mostra a Figura 1.2:

Figura 1.2 Estrutura interna da Terra.

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Devido à forte pressão exercida pelas camadas superiores,


o núcleo apresenta as mais altas temperaturas, sendo o responsá-
vel direto pelo aquecimento interno do planeta. Seu calor varia
entre 3000ºC até os 5000ºC, segundo algumas estimativas, valo-
res semelhantes ao que é encontrado na superfície do Sol.
Assim como o manto e a crosta, o núcleo terrestre também
é subdivido em interno e externo. O núcleo externo possui uma
composição totalmente líquida, em um aspecto muito mais flui-
do que o do manto. Já o núcleo interno apresenta uma compo-
sição sólida, devido à pressão extrema que se exerce sobre ele,
formando uma liga maciça de níquel, ferro e outro elemento ain-
da não diagnosticado. Essa estrutura do núcleo interno interfere
e condiciona diretamente o campo magnético da Terra.
O manto terrestre é a maior dentre as camadas da terra e
se posiciona entre as duas continuidades terrestres existentes.
Sua profundidade vai desde os 30 km até 2900 km, com tempe-
raturas que, nos pontos mais profundos, chegam a alcançar os
2000ºC. Assim, as rochas não ficam no estado sólido, de modo
que adquirem uma consistência mais pastosa nas porções supe-
riores e mais líquida e fluida nas porções inferiores, conforme a
variação de temperatura, o que chamamos de magma. Por isso,
costuma-se dividir o manto em superior e inferior.
A principal característica do manto terrestre é o fato de,
graças à variação de temperatura em sua extensão, o magma
apresentar um movimento circular, haja vista que o material
magmático localizado nas porções superiores desce para o in-
terior por ser mais frio e, ao se aquecer, sobe novamente em um
processo cíclico. Essa dinâmica interna é a principal causa para
a movimentação das placas tectônicas na crosta terrestre.

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A crosta terrestre é a menor e mais externa dentre as cama-


das estruturais da Terra. Ela é composta totalmente por rochas na
forma sólida e, em termos minerais, por silício, magnésio e alu-
mínio. Sua espessura média é de 25 km, variando desde os 6 km
em algumas áreas oceânicas até os 70 km em áreas continentais.
Por definição, costuma-se subdividir a crosta terrestre a
partir de dois critérios: a composição e a estrutura. No primeiro,
ela é classificada em camada sima, que também é chamada de
crosta inferior e é composta por silício e magnésio; e em camada
sial, que também é chamada de crosta superior e é composta
por silício e alumínio. No segundo, ela é classificada em crosta
oceânica, onde sua espessura é menor, e em crosta continental,
onde sua espessura é maior.
A peculiaridade principal da crosta terrestre é o fato de ela
encontrar-se fraturada em diversos “pedaços”, o que chamados
de placas tectônicas. A movimentação dessas placas é o princi-
pal dentre os agentes endógenos de formação do relevo, sendo
responsável pela formação da maioria das áreas montanhosas
da Terra pela existência do vulcanismo e pela manifestação dos
terremotos e tsunamis.
Essas camadas foram divididas, pois cada uma delas pos-
suía suas particularidades em relação à forma, temperatura, as-
pecto e também em sua composição química. Esses aspectos
físicos e químicos foram determinantes nessa classificação.
Além da classificação em crosta, manto e núcleo, existe
uma outra forma de se subdividir didaticamente as camadas in-
ternas do nosso planeta, levando em consideração o comporta-
mento mecânico dos materiais. Assim, temos, em ordem de pro-
fundidade, a litosfera, a astenosfera, a mesosfera e a endosfera.

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A litosfera é a camada externa e estruturalmente sólida,


envolvendo basicamente a crosta terrestre, a descontinuidade de
Mohorovicic e a porção superior do manto, com uma profundi-
dade de até 100 km.
A astenosfera encontra-se logo abaixo e também possui
uma espessura muito pequena, estendendo-se até os 670 km e
apresentando uma consistência mais pastosa.
A mesosfera, por sua vez, é maior e abrange a zona de
movimentação magmática, envolvendo a maior parte do manto
terrestre e alcançado os 2900 km de profundidade.
Por fim, a endosfera abrange o núcleo interno e externo,
com as maiores temperaturas e a profundidade total do planeta,
de modo a se estender até os 6378 km correspondentes ao raio
total da Terra.
Mais importante do compreender essas divisões do nos-
so planeta é entender que elas não encontram-se isoladas umas
das outras, de forma que há uma constante troca de material e,
principalmente, de energia. Desse modo, podemos considerar a
Terra não como um elemento estático, mas sim como um corpo
extremamente dinâmico e que apresenta variações conforme a
evolução das eras geológicas.

1.3. A escala do tempo geológico


A história da Terra e da Vida é resumidamente contada atra-
vés da escala do tempo geológico, que é resultante da união de
informações fragmentadas de numerosas exposições de rochas
e restos de animais e vegetais fósseis. A partir dos métodos de
datação, foi possível atribuir idades absolutas para os eventos
geológicos e representá-los através das subdivisões da escala do

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tempo geológico em anos. Sendo assim, os 4,6 bilhões de anos do


nosso Planeta foram divididos em quatro unidade principais de
tempo: Éons, Eras, Períodos e Épocas, como mostra Figura 1.3:

Figura 1.3 Escala do Tempo Geológico.


Fonte: Modificado de Press et al. (2006).

Um éon é a principal subdivisão da escala do tempo ge-


ológico. Para contar a história da evolução da Terra e da Vida,
os geólogos dividiram o tempo geológico em dois éons: Pré-
Cambriano e Fanerozóico.
O Pré-Cambriano engloba mais do que 88% de todo o
tempo geológico. Representa os primeiros 4 bilhões de anos
da história da Terra. Atualmente é subdividida em dois éons:
Arqueano (4,0 a 2,5 bi de anos atrás) e Proterozóico (2,5 bi a
543 milhões de anos atrás).

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O Arqueano (do grego archaios, “antigo”) abrange as mais


antigas rochas conhecidas. Durante o Arqueano formaram-se os
núcleos da maioria dos continentes. Os fósseis de organismos
unicelulares primitivos são encontrados em algumas rochas se-
dimentares. O intervalo de tempo que vai da origem da Terra
(4,6 bilhões de anos atrás) até o início do Arqueano é conhecido
como Hadeano.
O oxigênio atmosférico só chegou aos níveis atuais no
final do Proterozóico (do grego próteros, “anterior”, e zoikós,
“vida”) e pode ter promovido formas de vida unicelulares a evo-
luírem para algas e animais multicelulares, os quais estão pre-
servados no registro fóssil do Proterozóico tardio. Destaca-se
nesse tempo a formação das principais massas terrestres e o sur-
gimento dos primeiros organismos multicelulares (algas, fungos
e invertebrados).
O Fanerozóico (do grego phanerós, “visível”, e zóikos,
“vida”) representa os últimos 543 milhões de anos da Terra. É
o éon mais recente e mais bem estudado. As rochas desse éon
contêm abundantes conchas e outros fósseis. É subdividido em
três eras: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.
Até o início da Era Paleozóica existiam seis grandes áre-
as continentais na Terra: Báltica (incluindo Rússia, a oeste dos
montes Urais e a maior parte do norte da Europa), China (in-
cluindo China, Indochina e Península Malaia), Gondwana (in-
cluindo América do Sul, África, Antártica, Austrália, Flórida,
Índia, Madagáscar e parte do Oriente Médio e sul da Europa),
Cazaquistânia, Laurentia e Sibéria.
Dois principais eventos biológicos marcam a história da
vida nesse momento. Primeiro, a grande fase evolutiva dos

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animais, que ficou conhecida como a “explosão cambriana”, e


a segunda, a maior extinção da história da vida na Terra, onde
cerca de 90% das espécies marinhas foram extintas (Período
Cambriano). Esse éon pode ser subdividido em seis períodos:
Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e
Permiano.
●● O Cambriano é o mais antigo deles (545 milhões de
anos atrás). Caracterizou-se pelo clima quente, sur-
gimento dos primeiros vertebrados e peixes e intenso
domínio dos trilobitas. Existiam nesse período qua-
tro massas continentais, entre eles o super continen-
te “Gondwana” (incluía a maior parte das terras que
consistem no Hemisfério Sul na atualidade), além da
Laurentia, Báltica e Sibéria. O oceano denominado
Panthalassa cobria o Hemisfério Norte. A maioria das
massas continentais desse período localizava-se pró-
ximas ao Equador. Nos períodos seguintes (durante
Ordoviciano e Siluriano), o movimento das placas de-
sempenhou um importante papel na configuração da
geografia global.
●● O Ordoviciano (aproximadamente 505 milhões de anos
atrás) caracterizou-se pelo aquecimento da Terra, sur-
gimento das primeiras plantas terrestres, variedade de
grandes invertebrados, surgimento dos peixes agnatos
(no final do período esse reino marinho sofreu extinção
em massa) e aumento dramático da fauna conchífera.
Neste período, o Gondwana moveu-se em direção ao
sul (juntamente com os atuais continentes de Antártica,
América do Sul e África do Sul, Austrália, América
do Norte, partes de China e Europa), contudo ainda

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estavam unidos na região do Equador. No final do pe-


ríodo, o Gondwana estabeleceu-se no pólo sul e forma-
ram-se grandes geleiras, o que é atribuído às extinções
maciças de espécies de invertebrados marinhos.
●● O Siluriano (438 milhões de anos atrás) caracterizou-se
pela grande diversidade de plantas terrestres, abundân-
cia de euriptéridos, aparecimento dos primeiros artró-
podes terrestres e primeiros gnatostomados. Os inver-
tebrados marinhos tendem a se recuperar da grande
extinção do período anterior a este.
●● O Devoniano (408 milhões de anos atrás) é conheci-
do como “Período dos Peixes”. Foi descrito pelo cli-
ma mais frio e aparecimento dos primeiro anfíbios.
Surgiram nesse período as bacias de água doce, apogeu
dos corais, as primeiras florestas, os primeiros insetos
alados e a grande radiação de peixes. Desaparecem mui-
tos agnatos e surgem os primeiros tetrápodes. No final
do período, houve extinção em massa das comunidades
de recifes maciços. Neste período, houve formação de
muitos depósitos de petróleo e gás e a Gondwana ainda
era o maior dos continentes. Muitas partes da América
do Norte, Europa e da Ásia fundiram-se num segundo
continente chamado Laurásia. Já havia indícios da for-
mação da Pangeia.
●● O Carbonífero definiu-se pelo intenso de vegetais,
grande quantidade de carvão mineral (daí o nome do
período), grandes glaciações no Gondwana, extinção
dos peixes primitivos, proliferação dos animais terres-
tres (artrópodes e anfíbios), surgimento dos primeiros

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répteis e insetos. Durante esse período geológico, o sul


do Gondwana moveu-se sobre o Polo Sul. A formação
da Pangeia foi concluída no período seguinte a este,
no Permiano. O período carbonífero pode ser subdivi-
dido em: Mississipiano (360 milhões de anos atrás),
caracterizado pelo surgimento dos primeiros répteis, e
Pensilvaniano (320 milhões de anos atrás), caracteriza-
do por abundantes pântanos formadores de carvão mi-
neral. Representou-se pelo surgimento de algumas re-
giões áridas, com aparecimento das montanhas, houve
radiação de anfíbios e surgimento de novas linhagens
de peixes.
●● O Permiano foi período mais recente do Paleozóico
(286 milhões de anos atrás). Clima mais frio no início
e aquecimento progressivo, diversificação de répteis
semelhantes a mamíferos, extinção de muitos anfíbios
e proliferação de coníferas. Já existiam nessa época os
ancestrais dos mamíferos modernos. No final do perío-
do Permiano, 95% da vida na Terra foi extinta. Há mais
ou menos 260 milhões de anos atrás, os dois maiores
continentes da época, Gondwana e Laurásia, uniram-se
formando um único continente chamado Pangeia. Um
único grande oceano cercou toda a massa continental
Pangeia e se chamava Oceano Pantalassa.
A era Mesozóica (vida intermediária) é marcada pelo apa-
recimento e extinção dos dinossauros. Pode ser subdividida em
três períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo.
●● O Triássico é o mais antigo dos períodos da Era
Mesozóica (245 milhões de anos atrás). É denotado

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pelo clima quente, grandes desertos, o aparecimento


dos primeiros mamíferos e os primeiros dinossauros e o
aparecimento das primeiras Angiospermas.
●● O Jurássico (208 milhões de anos atrás) evidencia o sur-
gimento dos primeiros pássaros, grande diversidade de
dinossauros (na terra, no ar e no mar), aparecimento dos
mamíferos primitivos, radiação dos Amonites e proli-
feração de florestas. Surgem as primeiras plantas com
flores, as primeiras aves e mamíferos.
●● O Cretáceo é o período mais recente do Mesozóico (144
milhões de anos atrás). Configura-se pelo domínio das
Angiospermas, pela diversificação de mamíferos e ex-
tinção de muitos répteis (dinossauros). O clima esfriou
no final do período. Continua no Cretáceo a tendência
de separação dos continentes. No início do período, a
América do Sul estava ligada com a África, Antártica,
Austrália, Madagascar e Índia. Já no Meso-Cretáceo,
a África isola-se, já a América do Sul, a Antártica e a
Austrália continuam unidas. No final do período, a
Antártica separa-se da Austrália. O rompimento final
entre o Brasil e a África ocorre no Cretáceo Superior
(Cenomaniano).
Sabe-se mais sobre a história da Terra e da Vida Cenozóica
do que sobre outras eras do tempo geológico. A era Cenozóica
(“vida recente”) constitui somente 1,4% de todo o tempo geo-
lógico. As rochas dessa era estão na superfície ou perto dela e
foram pouco alteradas.
O seu acesso e interpretação são mais fáceis do que para
rochas de eras anteriores. Ele pode ser subdividida em dois

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períodos: Terciário e Quaternário.


O Terciário é subdividido em cinco épocas: Paleoceno,
Eoceno, Oligoceno, Mioceno e Plioceno.
●● Paleoceno: uma importante irradiação adaptativa de
mamíferos começou durante o Paleoceno. Os conti-
nentes continuavam a se mover em direção às suas po-
sições atuais. A Índia deslocava-se em direção à Ásia.
Proliferaram-se as plantas com flores.
●● Eoceno: surgem nessa época os primeiros mamíferos
terrestres gigantes que assumiram o domínio da Terra.
Formaram-se as cordilheiras dos Alpes e Himalaia.
●● Oligoceno: os antropóides eram um grupo bem esta-
belecido. Tanto os macacos do Velho Mundo (África e
Ásia) quanto do Novo Mundo (América Central e Sul)
evoluíram durante essa época geológica.
●● Mioceno: surgem as primeiras gramíneas.
Desenvolvimento do “Macaco do velho Mundo”, an-
cestral dos Hominídeos.
●● Plioceno: clima e vegetação semelhantes aos atuais.
Inicia-se o “Grande Intercâmbio Americano” pelo
Istmo do Panamá, fato este que possibilitou a migração
de várias espécies entre as Américas. A aproximação
da África e Eurásia cria o Mar Mediterrâneo. Período
de transição entre clima quente do Mioceno e frio do
Pleistoceno. A fauna era idêntica à atual.
O Quaternário é subdividido em duas épocas: Pleistoceno
e Holoceno. Esta era foi marcada pelas Glaciações cíclicas,

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Geologia

extinção dos grandes mamíferos e aparecimento da espécie hu-


mana (Homo sapiens). Surgem as primeiras civilizações. Após
passar por vários estágios de separação de massas, ocorre o rom-
pimento final do Pangeia.
Pleistoceno: no final dessa época quase todos os grandes
mamíferos (Mastodontes, Mamutes etc.) terrestres da América
do Norte, da América do Sul e da Austrália estavam extintos.
Surgiram os seres humanos na África. Grandes extensões de ter-
ra foram cobertas de gelo. A vegetação predominante era a tun-
dra. A geografia da Terra era muito semelhante à atual, passando
por período de glaciação.
●● Holoceno: inicia-se com o final do Pleistoceno há
12.000 anos atrás, com o fim da última glaciação e da
Idade do Gelo.
A Figura 1.4 e a Tabela 1.1 demonstram as eras geológicas
conforme a ocorrência dos eventos biológicos e geológicos.

Figura 1.4 Eras Geológicas com os eventos biológicos.

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Tabela 1.1 Esquema das Eras Geológicas com os


eventos Geológicos.

ERA GERAL BRASIL


Cenozóica Quaternário: O Homem Quaternário: Bacias
Terciário: Dobramentos sedimentares
modernos (Alpes, (Amazônica).
Himalaia, Rochosas e Terciário: Bacias sedi-
Andes) mentares, vulcanismo
e formação das ilhas
oceânicas e Fernando
de Noronha
Mesozóica Intensa atividade Atividade vulcânica no
vulcânica. Início da Sul (derrame de lavas),
separação dos conti- formação do petróleo e
nentes. Formação de dos terrenos basálti-
Bacias sedimentares e cos (que originaram
de petróleo. o solo de terra roxa).
Formação de Bacias
sedimentares.
Paleozóica Desenvolvimento do Formação de bacias
processo de sedimen- sedimentares antigas.
tação. Formação de Soterramento de
jazidas carboníferas. florestas e formação de
jazidas carboníferas no
sul do país.
Pré-Cambriana Formação de Escudos Formação dos primei-
(Proterozóica e Cristalinos (rochas ros Escudos Cristalinos
Arqueana) magmáticas e meta- (brasileiro e guiano).
mórficas). Formação Formação das bacias
de minerais metálicos. minerais metálicas.
Formação das rochas Formação das
magmáticas mais Serras do Mar e da
antigas e dos primeiros Mantiqueira.
continentes.

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