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MECÂNICA DOS SOLOS

AULA 02

Prof. Esp. Eduardo Gullo


eduardo.gullo@estacio.br
Elementos de Geologia
 O que é Geologia?
Geo Terra (Geologia aplicada a engenharia Geotécnica)
Logia Estudo

A Geologia é a ciência da terra, de seu arcabouço, de sua composição,


de seus processos internos e externos e de sua evolução. O campo de
atividade da Geologia é, desta forma, a porção da Terra constituída de rochas
que, por sua vez, são as fontes de informações. Entretanto, a formação das
rochas decorre de um conjunto de fatores físicos, químicos e biológicos, donde
os interesses se entrecruzam repetidamente.

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Elementos de Geologia
 O que é Geologia?
A Geologia compreende um vasto campo, que pode ser dividido em
dois grupos gerais que constituem: A Geologia Teórica ou Natural e a Geologia
Aplicada, e um grande número de subdivisões:
Mineralogia

Petrografia
Física Sedimentologia
Estrutural
Teórica ou Geomorfologia
Natural
Paleontologia
Histórica
Estratigrafia

Geologia
Mineração
Econômica
Petróleo

Aplicada
Engenharia
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Elementos de Geologia
 O que é Geologia?
 Geologia Física: Trata do estudo dos tipos de materiais e seu modo de
ocorrência, bem como de estudo de certas estruturas. Engloba as seguintes
especialidades:
(a) Mineralogia - Trata das propriedades cristalográficas (formas e estruturas) físicas e químicas
dos minerais, bem como da sua classificação.
(b) Petrografia - Procura descrever os caracteres intrínsecos da rocha, analisando sua origem.
Descreve as rochas sob o ponto de vista de sua composição química, dos minerais que as
compõem, do arranjo dos vários grânulos minerais, do seu estado de alteração, etc.
(c) Sedimentologia - É o estudo dos sedimentos. Diz respeito à origem, transporte, deposição,
bem como ao modo de ocorrência, na natureza, de sedimentos consolidados e não
consolidados.
(d) Estrutural - É o ramo da Geologia que se interessa pela investigação dos elementos
estruturais presentes nas rochas e causados por esforços. Esses elementos são: Orientação dos
minerais, fraturas, falhas, dobras, etc.
(e) Geomorfologia - É definida como sendo a ciência que estuda a maneira como as formas da
superfície da Terra são criadas e destruídas. Prof. Esp. Eduardo Gullo
Elementos de Geologia
 O que é Geologia?
 Geologia Histórica: Diz respeito ao estudo da evolução dos acontecimentos
e fenômenos ocorridos no passado. Está baseado em duas especialidades:

(a) Paleontologia - Estuda os seres que viveram em épocas anteriores à época atual, e que são
conhecidos através de seus restos ou vestígios encontrados nas rochas.
(b) Estratigrafia - Trata do estudo da sequência das camadas. Investiga as condições de sua
formação e a correlação entre os diferentes estratos ou camadas.

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Elementos de Geologia
 O que é Geologia?
 Geologia Aplicada: Está ligada ao estudo da ocorrência, exploração de
minerais e rochas sob o ponto de vista econômico, bem como à aplicação
dos conhecimentos geológicos aos projetos e às construções de obras de
Engenharia. A Geologia Aplicada envolve dois campos de aplicação:

A Econômica - Trata do estudo dos materiais do reino mineral que o homem extrai da Terra,
para a sua sobrevivência e evolução. Inclui tanto substâncias orgânicas (Carvão, Petróleo) como
inorgânicas (Ferro, Alumínio, etc).

A Engenharia - Entende-se por Geologia Aplicada à Engenharia ou Geologia de Engenharia o


emprego dos conhecimentos geológicos para a solução de certos problemas de engenharia.
Exemplos: Movimentos de massa, construção de túneis e barragens, etc.

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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura
Dentre diversas teorias existentes, uma aponta que a Terra se formou
aproximadamente há 4,5 bilhões de anos pelo resfriamento de um imenso esferoide
em estado de fusão, composto de gases e resíduos cósmicos.
A Terra não é um corpo rígido e estático. Trata-se de um planeta em
constante modificação, tanto internamente em sua estrutura, como na superfície,
onde há rochas já formadas e reformadas a todo momento pelos processos
geológicos.

Imagem que imagina como seria a Proto-terra


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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura
A estrutura interna da Terra é composta de três camadas de constituição
físico-química bastante distintas: Crosta ou Litosfera, Manto e Núcleo.

Planeta terra constituído em camadas


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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura
Podemos dividir as camadas em subcamadas:

Planeta terra constituído em subcamadas

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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura

Planeta terra constituído em camadas com suas respectivas medidas de extensões aproximadas

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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura
Crosta ou Litosfera: É a parte externa da Terra, com espessura avaliada em
cerca de (30 a 50km)*. A litosfera é onde os fenômenos geológicos
relacionados à dinâmica interna terrestre se desenvolvem, por exemplo,
movimentos tectônicos e vulcânicos. Compõe-se de rochas que são definidas
como agregados naturais formados por um, dois ou mais minerais. Nas regiões
continentais, a litosfera é formada de duas zonas:
Superior: Predominam as rochas ricas em silício e alumínio,
denominada, por isso, Sial.
Inferior: Supõe-se haver predominância de silício e magnésio, daí o
nome de Sima.

*Medidas aproximadas. Podem sofrer alterações. Prof. Esp. Eduardo Gullo


Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura

Sial
Sima

Exemplo da camada litosfera


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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura
Manto: Camada formada pelo magma, mistura heterogênea e complexa de
substâncias minerais no estado de fusão, contendo ainda gases de diversas
naturezas e substâncias voláteis que escapam sob a forma de vapores. O
resfriamento e endurecimento do magma inicia um ciclo de formação,
destruição e transformação das rochas, pela ação de diversos agentes.
Entretanto, sob condições especiais de profundidade, temperatura e pressão,
qualquer tipo de rocha pode voltar a um estado de fusão, fechando o ciclo.
O manto é constituído principalmente de sulfetos e óxidos de ferro e
magnésio.
Sua temperatura está faixa de aproximadamente 800˚C à 1000˚C.

Obs.: A cada 30m de profundidade na Crosta Terrestre, a temperatura aumenta


aproximadamente 1˚C em relação a atmosfera.

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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua estrutura
Núcleo: É a camada mais interna, constituída de níquel e ferro (Nife),
principalmente. Está relacionado com o magnetismo da Terra e possui
temperaturas muito elevadas em comparação com as camadas superiores.
Sua temperatura pode chegar a aproximadamente 4000˚C.

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Formação geológica do planeta terra
 A terra e sua atmosfera
A atmosfera é uma camada fina de gases e partículas variadas em
suspensão que envolve a Terra. Ela é essencial para a vida e o funcionamento
ordenado dos processos físico-biológicos da Terra. Dessa forma, essa
atmosfera é parte principal dos processos físico-químicos que ocorrem na
formação da estrutura do planeta.

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Formação geológica do planeta terra
 Constituição da Litosfera (Crosta Terrestre)
A parte mais superficial da Crosta está representada por rochas, que
são agregados naturais de um ou mais minerais.
Mineral é definido como toda a substância inorgânica natural de
composição química e estrutura definida.
As rochas são divididas em três tipos principais de acordo com sua
gênese: Magmáticas (ou ígneas), Sedimentares e Metamórficas.
Quando falamos das camadas da Terra, as rochas que formam nosso
planeta são geralmente compostas por dois ou mais minerais. Mas você já
pensou sobre o que é um mineral?

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Minerais
A definição mais aceita de mineral é a de um corpo inorgânico, com
composição química definida, homogêneo, e que pode ser encontrado na
natureza.
O mineral é uma substância de ocorrência natural, com estrutura
caracterizada pelo arranjo particular e regular dos átomos e íons, com
composição química que proporciona propriedades físicas fixas ou variáveis
dentro de determinada faixa.
Os minerais podem ser divididos em minerais primários e minerais
secundários:
Os minerais primários formam-se com a rocha, especialmente as ígneas e
metamórficas.
Os minerais secundários são resultantes do intemperismo ou processos de
cimentação e sedimentação e ocorrem nos solos e rochas sedimentares.

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Minerais
 Propriedades: As principais propriedades dos minerais são:
 Forma: Tem a ver com o sólido geométrico definido pelas faces naturais do corpo
mineral.

 Clivagem: Propriedade que um mineral apresenta ao se dividir segundo planos


paralelos. É uma direção natural de fraqueza segundo a qual o mineral tende a
quebrar. Quando o mineral quebra em uma direção diferente daquela de clivagem,
a superfície criada é chamada de fratura.

 Tenacidade: Refere-se à resistência dos minerais a esforços. Segundo ela, o


mineral pode ser maleável, flexível, elástico, frágil etc.

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Minerais
 Propriedades: As principais propriedades dos minerais são:
 Dureza: Resistência que o mineral oferece ao ser riscado. Considera-se um
material mais duro aquele que, em contato com outro, risca-o ou corta-o. Mohs
estabeleceu uma escala comparativa de minerais, com durezas classificadas em
ordem crescente. Escala de dureza de Mohs:

Escala de dureza dos minerais

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Rochas
Rocha é um agregado natural formado por um, dois ou mais minerais,
ou ainda matéria orgânica, fazendo parte da crosta terrestre.
O critério usado para a classificação das rochas é sua origem ou seu
modo de formação, que pode ocorrer por resfriamento do magma (Rochas
ígneas ou magmáticas), consolidação de depósitos sedimentares (Rochas
sedimentares), metamorfismo (Rochas metamórficas) ou uma combinação de
dois ou três desses mecanismos.

Rochas Ígneas ou Magmáticas: Formada pelo resfriamento do magma (lava de


vulcão) em contato com a atmosfera (água ou ar) ou no interior da crosta terrestre.
Ex.: Basalto, Diabásio, Granito.

Granito

Basalto Diabásio
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Rochas
Rochas sedimentares: Formadas pelo acúmulo de solo, matéria orgânica ou pela
precipitação de substâncias químicas em bacias de sedimentação.
Ex.: Arenito, Siltito, Argilito, Folhelho

Argilito
Arenito

Folhelho

Siltito Prof. Esp. Eduardo Gullo


Rochas
Rochas Metamórficas: São originadas de rochas pré-existentes que sofreram a ação
dos agentes do metamorfismos (altas pressões e altas temperaturas) ocorrendo uma
alteração em sua estrutura e composição mineralógica.
Ex.: Mármore, Xisto, Quartzito, Gnaisse.

Exemplos de rochas metamórficas através do metamorfismo

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Rochas

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Intemperismo
É um conjunto de processos naturais que ocasiona a desintegração e a
decomposição de rochas e minerais por ação dos agentes atmosféricos e
biológicos. Pode-se agrupar os mecanismos de ataque às rochas em dois
grandes grupos: intemperismo físico (mecânico) e intemperismo químico.
Intemperismo físico (mecânico):
•Variação de temperatura;
•Congelamento da água;
•Cristalização dos sais;
•Ação física dos vegetais.
Intemperismo químico:
•Hidrólise;
•Hidratação;
•Oxidação;
•Carbonatação;
•Ação química dos organismos e das matérias orgânicas.
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Intemperismo
 Horizontes do intemperismo:
São as fases de transformação que uma rocha ou material pré-
existente sofre quando submetido aos efeitos dos agentes do Intemperismo.

Exemplo do efeito do intemperismo


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Investigações Geotécnicas

O conhecimento das condições de subsolo em


um determinado local é fundamental para elaboração
de projetos de fundações, obras de contenção e
outros tipos de obras. Só assim a engenharia em si, se
torna segura e econômica.

No Brasil, estima-se que o custo envolvido nas


realizações das sondagens de reconhecimento varie
normalmente de 0,2% à 0,5% do custo total da obra.
(Schaid, 2000)
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Principais Processos de Investigação
 Poços e sondagens à Trado;
 Sondagens a percussão simples (SPT);
 Sondagens rotativas e mistas;
 Sondagens a percussão com torque (SPTT);
 Ensaio de penetração de Cone (CPT);
 Ensaio de Piezocone (CPTu);
 Ensaio de penetração leve (DPL);
 Ensaio de dilatômetro de plano (DMT);
 Ensaio de palheta (Vane Test)
 Ensaio pressiômetro
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Poços e sondagens à Trado

 Poços:
São perfurações feitas com pás e picaretas, permitindo
o exame tátil-visual das paredes da escavação, com obtenção
de amostras deformadas e indeformadas. A NBR 9604:2016
especifica os procedimentos para a execução de poços e
trincheiras de inspeção em solos para retirada de amostras,
deformadas ou indeformadas. As principais limitações deste
método é a limitação da profundidade escavada, em função
das características dos materiais e o encontro de nível d’água.

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Poços e sondagens à Trado

 Poços:

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Poços e sondagens à Trado

 Sondagens à Trado:
Estes tipos de escavações são efetuadas com trados
tipo cavadeira ou helicoidal, ou com equipamentos
mecânicos, para reconhecimento rápido e econômico das
condições geológicas superficiais. O método é empregado
principalmente no levantamento de Jazidas, com obtenção de
amostras indeformadas para ensaios geotécnicos. As
principais limitações deste método é a limitação da
profundidade escavada, em função das características dos
materiais e o encontro de nível d’água.

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Poços e sondagens à Trado

 Sondagens à Trado:

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SPT (Standard Penetration Test)
São escavações que ultrapassam o nível d’água e
podem atravessar camadas de solos compactas e duras. Em
geral, o furo é revestido e a escavação avança na medida em
que o solo é desagregado com a utilização do trépano de
lavagem.

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SPT (Standard Penetration Test)
O ensaio consiste na cravação no solo, com um cilindro
amostrador padrão, através de golpes de um martelo com
65kg de massa, solto em queda livre de 75cm altura.

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SPT (Standard Penetration Test)
Processo de execução:
1) Limpeza do terreno, abertura de sulcos para desvios de águas da
chuva;

2) Marcação de furos (Piqueteamento);

3) Escavar a primeira camada de 1m com um trado apropriado


(φ=10mm), ou no caso de já atingir o NA, passar para o sistema de
trépano de lavagem para retirada do solo liquefeito e
posteriormente revesti-lo;

4) Montagem do tripé, posicionando do amostrador, a haste, o guia do


martelo e martelo no centro do furo;

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SPT (Standard Penetration Test)
Processo de execução:
5) Marcar na haste auxiliar do amostrador, 45cm dividida em três
partes de 15cm;

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SPT (Standard Penetration Test)
Processo de execução:
6) Batendo com o martelo padrão (65kg) a uma altura padrão (75cm), é
marcado o número de golpes para descer cada trecho de 15cm,
completando os 45cm totais. O valor no Nspt é a soma dos dois
últimos trechos de 15cm, ou seja, despreza-se o primeiro trecho,
que pode ter sido alterado pelo trecho acima;

7) Ao final, retira-se o amostrador com o solo na sonda bipartida pré-


classificando o solo por categoria, dentre as 3 principais (areia, silte
e argila) juntamente com as informações de cota da profundidade
de onde foi coletada essa amostra. Essa amostra de solo será
classificada de forma definitiva em laboratório;

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SPT (Standard Penetration Test)
Processo de execução:

Amostradores

Amostrador Bipartido

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SPT (Standard Penetration Test)
Processo de execução:
8) Repetindo o processo até que alcance a profundidade estabelecida
em projeto ou o mais comum, até que o solo se torne impenetrável
pelo método a percussão. Um solo impenetrável ou de acordo com
os critérios de paralização na NBR 6484:2001:
 Quando, em 3m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15cm
iniciais do amostrador-padrão;

 Quando, em 4m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30cm


iniciais do amostrador-padrão;

 Quando, em 5m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos


45cm do amostrador-padrão;

Podendo adotar outros critérios, de acordo com a referida norma.


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SPT (Standard Penetration Test)
Processo de execução:
9) Após a realização do SPT, aguarda-se 24h, e então, é feito o
referenciamento de nível d’água com uma ferramenta chamada
apito. Tal ferramenta emite um som quando entra em contato com a
água.

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SPT (Standard Penetration Test)
Número de Furos Mínimos: Área projetada
Númeromín de Furos
(m²)
Obs.: Não existe uma regra < 200 2
específica para locação dos 200 - 600 3
furos no terreno, fica a critério 600 - 800 4
do projetista. Porém é 800 - 1000 5
conveniente explorar locais 1000 - 1200 6
onde haverá as maiores 1200 - 1600 7
aplicações de carga do projeto. 1600 - 2000 8
2000 - 2400 9
> 2400 a critério

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SPT (Standard Penetration Test)
Compacidade e Consistência em função do SPT (NBR 7250 : 1982):

mole
mole

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SPT (Standard Penetration Test)
Perfil típico de sondagem de SPT:

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SPT (Standard Penetration Test)
Exemplos de Boletins de Sondagens:

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SPT (Standard Penetration Test)
Exemplos de Boletins de Sondagens:

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SPT (Standard Penetration Test)
Perfis de Subsolo:

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SPT (Standard Penetration Test)
Perfis de Subsolo:

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Exercício 01:
Em uma obra de pequeno porte com o terreno retangular,
medindo 12m de frente e 25m de extensão, foi realizado ensaio de SPT
com dois furos distintos e espaçados. Mostra-se abaixo, o levantamento
inicial de um desses furos. Furo SPT 01
Golpes
Profund.

Gráfico
1º 2º 3º Nspt Solo Classificação
15cm 15cm 15cm 5 10 15 20 25
-1 2 2 3 Silte Arenoso

-2 6 8 8 Areia

-3 1/22 1 1 Argila

-4 1 1 1 Argila

-5 1 1 1 Argila

-6 1 1 3 Silte Argiloso

-7 6 7 7 Silte Arenoso

-8 7 8 10 Areia

-9 8 10 13 Areia

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Continuação do exercício 01:

Pede-se:

a) O Nspt de utilização;

b) A classificação do solo neste furo, por camadas de 1m, em relação a


sua compacidade e/ou consistência

c) Traçar o gráfico de perfil Nspt;

d) Verificar e justificar também, se o procedimento está de acordo com


as normas.

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Sondagens rotativas e mistas
 Rotativas:
Consiste no uso de um conjunto motomecanizado
projetado para obtenção de amostras contínuas de materiais
rochosos através da ação perfurante.
É empregada quando as sondagens à percussão
atingem estrato rochoso, matacões ou solo impenetráveis à
percussão.
O ensaio consiste em aplicar força vertical e de rotação
em conjunto com as hastes, de modo que o elemento de
corte localizado na extremidade inferior da haste perfure a
rocha.
A ferramenta que retira as amostras de rocha
(chamadas de testemunho) é o barrilete. Prof. Esp. Eduardo Gullo
Sondagens rotativas e mistas

 Equipamentos:
 Sonda rotativa;
 Bomba d’água;
 Hastes;
 Barriletes;
 Coroas;
 Tubos de revestimento.

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Sondagens rotativas e mistas

 Equipamento: (Sonda rotativa)


Pode ser manual, mecânica e/ou hidráulica

• Motor;

• Guincho  tambor onde é enrolado cabo de aço, dotado de


embreagem e freio. Usado no manejo das hastes e remoção
dos testemunhos;

• Cabeçote de perfuração  gira a coluna de perfuração e


exerce pressão sobre a ferramenta de corte.
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Sondagens rotativas e mistas

 Equipamento: (Hastes)

• Tubos (1,5 a 6 m) ligados por niples;

• Transmitem movimentos de rotação e penetração à


ferramenta de corte;

• Conduz água para refrigeração e limpeza do furo.

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Sondagens rotativas e mistas

 Equipamento: (Barriletes)
São tubos destinados a receber o testemunho.
•Barrilete simples  Único tubo, o testemunho é sujeito à ação erosiva
do fluído de circulação  rochas brandas de excelente qualidade;

•Barrilete duplo rígido  2 tubos de igual movimento de giro, o fluído


circula entre os 2 tubos (rochas de boa qualidade);

•Barrilete duplo-livre  2 tubos, o tubo interno é estacionário, quando


se pretende recuperar o material de preenchimento das fraturas;

•Barrilete de tubo removível  O tubo interno é retirado por dentro da


coluna de perfuração, alta recuperação do material, sondagens
especiais profundas. Prof. Esp. Eduardo Gullo
Sondagens rotativas e mistas

 Equipamento: (Coroas)
• Matriz  Elemento de fixação dos diamantes;

• Corpo  Elemento de ligação da coroa com os elementos


superiores;

• Saídas d’água  Espaços deixados na coroa para saída de


água de refrigeração;

• Diamantes  Cravados ou impregnados na coroa. Em


rochas brandas se usa coroas de vídia.
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Sondagens rotativas e mistas
Processo de execução:
1) A sonda é instalada sobre a plataforma ancorada no terreno;

2) O conjunto (hastes, barrilete e coroa) é acionado junto com o


sistema de circulação d’água;

3) Manobra  Ciclos sucessivos de corte e retirada dos testemunhos,


o comprimento de manobra é em função do comprimento do
barrilete (1,5m a 5m) e da qualidade do material retirado;

4) Ao final da manobra o barrilete é retirado e os testemunhos


cuidadosamente removidos.

5) Os testemunhos são disposto em caixas de testemunhos e medidos


após arrumação que recomponha a disposição no barrilete;
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Sondagens rotativas e mistas
Recuperação dos testemunhos:
Porcentagem do comprimento total da amostragem recuperada
pelo testemunho.

Índice RQD (Rock Quality Designation) - Deere, 1967 :


*Para barriletes duplos ( > 76 mm)

𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑎𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 > 10 𝑐𝑚


𝑅𝑄𝐷 =
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑖𝑙𝑒𝑡𝑒
RQD (%) Qualidade do maciço rochoso
0 - 25 muito fraco
25 - 50 fraco
50 - 75 regular
75 - 90 bom
90 - 100 excelente Prof. Esp. Eduardo Gullo
Sondagens rotativas e mistas
 Mistas:
As sondagens mistas consiste na combinação entre o
equipamento de sondagem a percussão (SPT) e o
equipamento de sondagem rotativa no mesmo furo de
sondagem.

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Sondagens a percussão com torque (SPTT)

Normatizado também pela NBR 6484:2001, o ensaio de


SPT com Torque consiste no mesmo princípio e método de
execução do SPT simples, porém, com a inclusão da
verificação do torque resistente do solo em relação a haste
metálica, aplicando um braço de alavanca, é simulado um
momento torçor na haste metálica, que é medido por um
torquímetro analógico ou digital analisando qual o torque
máximo obtido para que haja rotação do amostrador em
meio ao solo, obtendo assim um parâmetro de resistência
lateral do furo.

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Sondagens a percussão com torque (SPTT)

Torquímetro
Aplicação e leitura
de torque.
(Braço de alavanca)

Momento Torsor
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Sondagens a percussão com torque (SPTT)

Sugerido por estudos realizados na UNESP e não normatizados,


podemos adotar como parâmetro máximo de torque em relação ao Nspt
a tabela abaixo:
Variação de Nspt Capacidade máxima do torquímetro
0 à 10 270 N.m
11 à 30 480 N.m
30 à 45 800 N.m
UNESP – Departamento de Geotecnia

A própria UNESP não recomenda torques acima de 400 N.m,


pois o mesmo poderá danificar a rosca do amostrador.

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Sondagens a percussão com torque (SPTT)
 Índice de Torque (TR) : É a relação entre o torque medido em Kgf/m
pelo valor N do SPT, descrito pela seguinte equação:

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Sondagens a percussão com torque (SPTT)
Através dessas
informações adicionais
no Boletim, podemos
relaciona-las com
parâmetros e encontrar a
resistência de atrito
lateral sem a utilização
de outros métodos
conhecidos (Aoki Velloso,
Décourt-Quaresma, etc).

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Ensaio de penetração de Cone (CPT)
O ensaio CPT consiste na penetração de uma ponteira
cônica (ângulo da ponto 60°) a uma velocidade constante de
20 mm/s com auxílio de um equipamento mecânico de
cravação, para que seja garantida a velocidade sempre
constante de cravação.
A ponteira de cravação tem diversos sensores que
obtém vários parâmetros do solo enquanto é cravada, as
principais são:
 Resistência de ponta (qc);

 Resistência lateral (fs);

 Razão de atrito
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Ensaio de penetração de Cone (CPT)

NBR 12069 - cancelada


Utilizar ASTM-D344

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Ensaio de penetração de Cone (CPT)
O equipamento para realização do ensaio CPT possui
uma tecnologia que depende de um computador para extrair
os dados obtidos no ensaio. Diferentemente do SPT, o CPT
não fornece um perfil físico do solo, todavia por conta de sua
tecnologia mais avançada, é possível obter diversos
parâmetros que o SPT não oferece.
Existem equipamentos de
pequeno, médio e grande porte, o mais
comum é encontrar um caminhão baú,
com todos os aparelhos necessários
adaptados a ele para realização do
ensaio.

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Ensaio de penetração de Cone (CPT)

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Ensaio de penetração de Cone (CPT)

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Ensaio de penetração de Cone (CPT)

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Ensaio de Piezocone (CPTu)
O ensaio CPTu, consiste na acoplagem de uma ponteira
com transdutores de poro-pressão. Com esse equipamento é
possível medir a pressão neutra presente no solo, devido a
água que ocupam os vazios do solo.

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Ensaio de CPT e CPTu
 Resultado do ensaio de Piezocone (Estratigrafia):

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Ensaio de CPT e CPTu
 Pré-Classificação do solo em função de Rf:

 Compacidade e ângulo de atrito em função de qc:

 Módulo de elasticidade: E= 3,5 . qc Prof. Esp. Eduardo Gullo


Ensaio de CPT e CPTu
 Classificação do solo (Robertson e Campanella, 1983):

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Ensaio de penetração leve (DPL)

É um ensaio manual, equipado com um torquímetro,


que permite medir a resistência lateral, resistência de ponta e
ângulo de atrito até uma profundidade de 12m (DPL de
Nilsson).
Consiste na cravação de
um martelo de 10kg que cai de
uma altura de 50cm. A energia
transmitida é de 50J, quase dez
vezes menor que a do SPT
(≈488J).

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Ensaio de penetração leve (DPL)
O ensaio DPL é pouco difundido no Brasil, onde grande
parte do material que se encontra desse método está ainda
em fase de pesquisa, porém é um método bem utilizado na
Europa, regulamentada pela norma Alemã DIN 4094-3:1990.

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Ensaio de penetração leve (DPL)
O equipamento inteiro pesa aproximadamente 100kg,
possibilitando seu transporte de maneira mais fácil. Sua
utilização é simples, segue os passos abaixo:
 Escolha do local onde de deseja fazer o
ensaio;
 Retira-se a primeira camada de solo
vegetal (1m) se necessário com trado
manual;
 Posiciona-se o DPL no local do ensaio;
 Com o auxílio de marcações nas hastes
ou uma régua, anota-se quantos
golpes são necessários para penetrar
10cm no solo, com o peso de 10kg,
solto a uma altura de 50cm.
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Ensaio de penetração leve (DPL)
 Observações:

O ensaio DPL simples tem uma profundidade máxima


de 8m de profundida, o DPL de Nilsson, segundo o criador
(Nilsson) pode chegar até 12m de profundidade com coleta
de dados confiáveis!

Segundo a DIN esse ensaio é recomendado para solos


do tipo SW (areia bem graduada) e SM (areia siltosa) pela
classificação SUCS.

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Ensaio de dilatômetro de plano (DMT)
O ensaio DMT foi desenvolvido em 1975 por Silvano
Marchetti e patenteada em 1977 no EUA. Com esse ensaio é
possível obter diversos parâmetros do solo, tais como:

 Coeficiente de empuxo em repouso (K0);


 Módulo de elasticidade (E);
 Resistência ao cisalhamento não drenadas em argilas (Su);
 Ângulo de atrito interno em areias;
 Classificação granulométrica;
 Razão sobre adensamento (OCR). Prof. Esp. Eduardo Gullo
Ensaio de dilatômetro de plano (DMT)
O ensaio consiste da introdução de uma haste metálica
com uma ponteira expansível com interrupções a cada 20cm,
nessas interrupções é injetado gás nitrogênio que expande a
membrana contra o terreno obtendo resultados das pressões
através de um manômetro, o ensaio DMT pode ser aplicado
desde argilas moles à solos rígidos.

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Ensaio de palheta (Vane Test)

Desenvolvido por John Olsson, em 1919, foi


aperfeiçoado em 1940 assumindo a forma que é empregado
até hoje, em 1949 chegou ao Brasil pelo instituto de
pesquisas de São Paulo o IPT e Geotécnica A.S.

O Vane test é normalmente empregado para


determinação da resistência ao cisalhamento de depósitos de
argilas moles saturadas, submetidas à condição de
carregamento não-drenado (Su ao Cu). Normatizado pela NBR
10905:89 - Ensaio de palheta in situ.

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Ensaio de palheta (Vane Test)
O ensaio consiste na cravação estática de palheta de
aço, com seção transversal em formato de cruz com
dimensões padronizadas, inserida até a profundidade onde se
deseja executar o teste.
A palheta tem quatro aletas com
diâmetro de 65mm e altura de 130mm,
mas admite-se palheta retangular de
50mm e altura de 100mm em argilas rijas
(Su>50kPa), a haste conduz a palheta até a
profundidade desejada, protegida por um
tubo externo de 20mm, para que a haste
interna não sofra por atrito deturbando o
ensaio de rotação da palheta.
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Ensaio de palheta (Vane Test)
O equipamento de medição do torque deve possuir um
mecanismo de coroa e pinhão acionado por manivela, sendo
feitas as leituras de rotação a cada 2°, para determinar a curva
torque x rotação.

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Ensaio pressiometro
Desenvolvido por Kogler em 1933 na Alemanha, porém
foi aperfeiçoado em (1955-1959) por Louis Ménard e Michel
Gambin (1963), hoje em dia existem 3 diferente tipos de
equipamentos pressiômetros.
O Brasil por não possuir
uma normativa própria relativa ao
ensaio, recomenda-se a utilização
das normal americana (ASTM D-
4.719/87) e francesa (P94-110/91-
AFNOR).

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Ensaio pressiometro
O ensaio consiste na introdução de uma
sonda em um furo pré- executado ou executado
pelo próprio equipamento, depende do tipo do
equipamento, onde se tem uma membrana
expansível, um “balão”, que se expande com o
bombeamento de gás nitrogênio medindo a
tensão x deformação do solo de forma radial.
Considerando o solo como um meio elástico,
pode-se utilizar a teoria de MALÉ (1852) para
calcular o módulo de Young. No caso de meio
apresentar comportamento elastoplástico,
pode ser adotada a formulação elastoplástica
tipo Tresca, proposta por BISHOP et al. (1945) e
geralmente utilizada para determinação da
resistência ao cisalhamento num material sem
atrito. Prof. Esp. Eduardo Gullo
Ensaio pressiometro
Os três diferentes tipos de pressiômetro de Ménard:

 Tipo E: Foi o primeiro a ser criado e não é fabricado nem


vendido atualmente;

 Tipo GC: O mais utilizado e tem seu uso destinado a


ensaios de solo;

 Tipo GB: Existem poucos em utilização no mundo e são


utilizados para ensaios em rochas.

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Comparação entre os métodos
Robertsson e Powell (1997)
Parâmetros geotécnicos Tipo de solo
Grupo Test in-situ Tipos de Silte/ Matéria
Perfil Uo OCR DR-ψ φ Su Go-E σ-E M-Cc K Cv Rocha Pedregulho Cascalho Areia
Solo Argila Orgânica
DPL C B - C C C C C - - - - - C B A B B
SPT B B - C B C C C - - - - - C B A B B
Penetração Direta
Penetrômetro

CPT B A - B B B B B C C C - - B B A A A
CPTU A A A B A B A B C B A A - B B A A A
SCPTU A A A A A B A A B B A A - B B A A A
DMT B B B B C B B B C B C B - C C A A A
SDMT B B B A B B B A B B C B - C C A A A
Full-flow (T/ball) C B B B C C A C C C C C - - - C B A
Palheta (Vane Test) B C - B - - A - - - - - - - - - A B
rt o Pré-bored B B - C C C B B C C - C A A B B B B
e
m
is ô Self-bored B B A B B B B A A B B A - C - B A B
es
Pr Ful Displacement B B B C C C B A A B B A - C - B A A
Carga de placa de parafuso C - - B C C B B B B C C C A B B B B
Cisalhamento de furo C - - - - B C - - - - - C B C C C -
Outros

Permeametro C - A - - - - - - - A B A A A A A B
Furo Sísismica C C - B C - - A C - - - A A A A A B
Superfície sísismica - C - B C - - A C - - - A A A A A A
Fratura hidráulica - - B - - - - - - - C C B B - - B C

A - Excelente B - Regular/Bom C - Ruim (-) Inexistente

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Anotações:

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