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MECÂNICA DOS SOLOS

AULA 01

Prof. Esp. Eduardo Gullo


eduardo.gullo@estacio.br
Objetivo:
1 - Conhecer e analisar as características gerais dos solos no contexto brasileiro,
a partir da literatura técnica, a fim de entender e solucionar problemas básicos
da engenharia;
2 - Analisar e reconhecer características dos solos, através de índices físicos, para
compreender casos práticos na engenharia;
3 - Compreender a estrutura dos solos, a partir da literatura científica e casos
práticos, a fim de proporcionar uma caracterização real que dê subsídio à
projetos de obras;
4 - Analisar as tensões capilares e estudar as tensões nos solos, por meio da
literatura científica e análises laboratoriais, para solucionar problemas reais;
5 - Examinar e aplicar métodos de estabilização de solos, por meio da literatura
científica e análises laboratoriais, para análise de situações reais e fictícias de
projetos de engenharia;
6 - Analisar e aplicar métodos de investigações geotécnicas, por meio da
aplicação dos resultados de investigações geotécnicas, considerando os riscos
que podem existir, para casos práticos na engenharia.

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Ementa:
Unidade 1: Elementos de Geologia
1.1 Reconhecer a formação geológica do planeta terra
1.2 Reconhecer os mecanismos de formação e a classificação das rochas e
dos solos
1.3 Identificar a constituição dos solos
1.4 Classificar um solo

Unidade 2: Compactação, Capilaridade e Permeabilidade dos Solos


2.1 Identificar as principais características de compactação do solo
2.2 Identificar os diferentes tipos de efeitos, capilaridades e suas funções
2.3 Identificar causas e efeitos da permeabilidade no solo

Unidade 3: Tensões e Deformações no Solo


3.1 Descrever as noções básicas relacionadas ao cálculo de tensões em
solos
3.2 Descrever as noções básicas relacionadas ao cálculo de deformações
verticais Prof. Esp. Eduardo Gullo
Ementa:
Unidade 4: Adensamento do Solo
4.1 Reconhecer o fenômeno do adensamento e estimar os recalques
4.2 Calcular parâmetros do adensamento para estimar o tempo de
ocorrência dos recalques
4.3 Reconhecer os possíveis desvios do adensamento em campo com
relação à teoria do adensamento de Terzaghi
4.4 Reconhecer os efeitos do adensamento e saber como mitiga-los em
obras civis

Unidade 5: Resistência, Ruptura e Comportamento do Solo


5.1 Reconhecer a resistência em solos e sua expressão em termos
matemáticos
5.2 Calcular a resistência ao cisalhamento dos solos por ensaios de
laboratório e de campo
5.3 Identificar o comportamento típico das areias ideais na ruptura
5.4 Identificar o comportamento típico das argilas ideais e de solos não
ideais na ruptura
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Procedimento de Avaliação:
Os procedimentos de avaliação contemplarão as competências
desenvolvidas durante a disciplina, divididos da seguinte forma:
Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2) e Avaliação 3 (AV3):

AV1 - Contemplará os temas abordados na disciplina até a sua realização e será assim
composta:
- Prova individual com valor total de 7 (sete) pontos;
- Atividades acadêmicas avaliativas com valor total de 3 (três) pontos.
(Definição dos instrumentos avaliativos nos Planos de ensino e Planos de aula)
A soma de todos os instrumentos que possam vir a compor o grau final da AV1 não poderá
ultrapassar o grau máximo de 10 (dez) pontos.

AV2 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina e será composta por uma
prova teórica no formato PNI Prova Nacional Integrada, que poderá ter os seguintes
formatos:
- PNI de 0 a 10,0
- PNI de 0 a 8,0. As demais atividades acadêmicas avaliativas devem somar 2 (dois) pontos.
- PNI de 0 a 5,0. As demais atividades acadêmicas avaliativas devem somar 5 (cinco) pontos.
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Procedimento de Avaliação:
AV3 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina. Será composta por uma prova
no formato PNI Prova Nacional Integrada, com total de 10 pontos, substituirá a menor nota
de AV1 ou AV2.

Para aprovação na disciplina, o aluno deverá:


- Atingir resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir da média aritmética
entre os graus das avaliações, sendo consideradas apenas as duas maiores notas
entre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será
o grau final do aluno na disciplina;
- Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações;
- Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.

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Bibliografia Básica:

FERNANDES, Manuel de Matos. Mecânica dos Solos: introdução à


engenharia geotécnica. São Paulo: Oficina de Textos, 2014. 2.

FERNANDES, Manuel de Matos. Mecânica dos Solos: conceitos e


princípios fundamentais. São Paulo: Oficina de Textos, 2016. 1.

PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos. 3. São


Paulo: Oficina de Textos, 2006.

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Bibliografia Complementar:
BOSCOV, Maria Eugenia Ginenez. Geotecnia Ambiental. São Paulo:
Oficina de Textos, 2008.

FIORE, Alberto Pio. Fundamentos de mecânica dos solos e das


rochas. 3. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.

GUIDICINI, Guido; NIEBLE, Carlos Manoel. Estabilidade de taludes


naturais e de escavação. 1. São Paulo: Editora Blücher, 2006.

LEPSCH, Igo F. Formação e conservação dos solos. 2. São Paulo:


Oficina de Textos, 2010.

MASSAD, Faiçal. Obras de terra: curso básico de geotecnia. 2. São


Paulo: Oficina de Textos, 2010.
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Por que estudar os solos?

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Por que estudar os solos?
A necessidade do homem ter que trabalhar com os solos tem sua
origem desde os tempos mais remotos, podendo-se mesmo afirmar ser
tão antiga quanto a civilização.

Aqueduto romano
Pirâmides do Egito

Muralha da China
Babilônia Prof. Esp. Eduardo Gullo
Evolução histórica
 Primeiros estudos
Os primeiros trabalhos sobre comportamento quantitativo dos solos
vão ser encontrados somente a partir do século XVII.

Vauban (1687)

Coulomb (1773)

Rankine (1856)

e outros

Assim, foram desenvolvidas as “Teorias clássicas” sobre o equilíbrio dos


maciços terrosos. Prof. Esp. Eduardo Gullo
Evolução histórica
 Grandes acidentes (Exemplos históricos)
Uma série de numerosos acidentes ocorridos com grandes obras de
engenharia, constatados desde os séculos XIX-XX e início do século XXI,
revelam a inadequada percepção dos princípios até então admitidos e, por
outro lado, a insuficiência de conhecimentos para a tomada de nova
orientação.
 Escorregamentos de taludes durante a construção do Canal do Panamá

Escorregamentos de Cucaracha e Culebra

Canal do Panamá Prof. Esp. Eduardo Gullo


Evolução histórica
 Grandes acidentes (Exemplos históricos)
 As rupturas de barragens de terra e os sucessivos recalques de grandes
edifícios

Rompimento de barragem nos EUA

Em 1913, a American Society of Civil Engineers


nomeia uma comissão para examinar e opinar Primeiros edifícios de “grande porte” nos EUA
sobre o que estava ocorrendo.

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Evolução histórica
 Grandes acidentes (Exemplos históricos)
 Escorregamento de Gotemburgo, onde um muro de cais deslocou-se cinco
metros para o lado do mar, notando-se, a cerca de 90 metros, um
levantamento do fundo de alguns metros.

Escorregamento de Gotemburgo

Dentre as conclusões constantes do relatório, publicado em 1922, destaca-se a


origem do valioso método sueco de verificação da estabilidade de taludes, que
hoje é tão difundido.
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Evolução histórica
O ano de 1925, quando o Prof. Karl Von Terzaghi publicou o seu famoso
livro Erdbaumechanik, constitui um marco decisivo na nova orientação a
ser seguida no estudo do comportamento dos solos.
Nascia então a MECÂNICA DOS SOLOS

O Prof. Karl Von Terzagui, considerado o principal


criador da Mecânica dos Solos, nasceu em Praga, na
Tchecoslováquia, em 02 de Outubro de 1883, tendo
falecido aos 80 anos de idade, no dia 25 de Outubro de
1963, na cidade de Winchester, nos Estados Unidos.
Educado na Áustria, doutorou-se em Tecnologia em
1912.

Karl Terzagui (1883-1963)

Em 1936, ocorre o primeiro Congresso Internacional de Mecânica dos


Solos e Fundações. Prof. Esp. Eduardo Gullo
Evolução histórica
A partir de 1936, quando, no dizer de Terzaghi, ficou oficialmente batizada a Mecânica
dos Solos, seu progresso tem sido verdadeiramente extraordinário, com contribuições
de quase todas as partes do mundo, inclusive do Brasil.

Destaque-se a contribuição brasileira de Alberto Ortenblad, que, em 1926, em tese de


doutoramento, apresentada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT),
colaborou no desenvolvimento matemático da “teoria do adensamento” de Terzaghi e
Frohlich. Esse valioso trabalho, publicado em 1930, foi reeditado pelo seu autor em
1956.

Dentre os numerosos trabalhos publicados por Terzaghi, citamos algumas de suas


obras fundamentais de sistematização e divulgação dos conhecimentos básicos de
Mecânica dos Solos: Theoretical Soil Mechanics, que data de 1943, em colaboração
com Ralph Peck; Soil Mechanics in Engineering Practice, publicado em 1948. Ambas as
obras já foram traduzidas para vários idiomas.

A Mecânica dos Solos, por conseguinte, constitui ciência relativamente jovem,


encontrando-se ainda em pleno desenvolvimento.
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Geotécnica e Investigações Geotécnicas
Segundo o Prof. Milton Vargas, o “fenômeno da Mecânica dos
Solos tem que ser conhecido em sua totalidade geológica, física e
técnica; Surge aí a Geotécnica, que combina uma Geologia, mais
observada do ponto de vista físico, e uma Mecânica dos Solos, Mais
ligada aos problemas geológicos”.
Os estudos para o projeto e a execução de fundações de
estruturas (edifícios, pontes, viadutos, bueiros, túneis, muros de arrimo
etc.) requerem, como é óbvio, investigações geotécnicas prévias, tanto
mais desenvolvidas quanto mais importante seja a obra.

No planejamento de um programa de investigações geotécnicas,


há que se considerar não só as características do terreno – natureza,
propriedades, sucessão e disposição das camadas e presença do nível
de água – como o tipo da estrutura: grande ou pequena, pesada ou leve
e rígida ou flexível.
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Geotécnica e Investigações Geotécnicas
Nada justifica que tais estudos não sejam conduzidos no seu devido
tempo e da maneira mais criteriosa possível, pois só por meio deles se
consegue uma solução realmente técnica e econômica.

Maior
estabilidade

Menor custo

Menor risco

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Geotécnica e Investigações Geotécnicas
Um dos maiores riscos que se pode correr no campo da
Engenharia de Construções é iniciar uma obra sem um conhecimento
tão perfeito quanto possível do terreno (rocha ou solo) de fundação.

Fundação de um arco de ponte que, por deficiência de


estudos geotécnicos, se comportaria de maneira instável
pela possibilidade de deslocamento do “bloco de rocha”
(suposto erroneamente um maciço rochoso) em que se
apoiam as estacas.

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Geotécnica e Investigações Geotécnicas
Para destacar a importância da Geotécnica, basta atentar, para
as seguintes questões que se apresentam na atividade profissional do
engenheiro civil e para as quais ele deverá ter uma resposta, ainda que
apenas indicativa, se não for especialista em solos:
a)Qual a fundação mais adequada: superficial ou profunda? Estaca ou tubulão? Que tipo de estaca: de madeira, de
concreto ou metálica? Pré-fabricada ou moldada in loco? Com que resistência admissível? Haverá recalques? Uniformes ou
diferenciais? Qual o valor tolerável para uma estrutura isostática? E se for hiperestática? Qual a sequência executiva? Será
necessário rebaixar o nível de água? Haverá perigo para as fundações vizinhas?

b)Na execução de um aterro, que altura máxima ele poderá alcançar? Em que condições de compactação e umidade? E as
inclinações dos taludes? E quanto a sua proteção, qual recurso usar? Qual o recalque previsto? Em que tempo ocorrerá?

c)Qual o tipo de pavimento para uma estrada ou um aeroporto? Rígido ou flexível? E as espessuras das camadas que o
compõem? E o grau de compactação a se aplicar?

d)Nas estruturas de sustentação ou de retenção, que tipo de obra deve ser usado? Muros, paredes moldadas no solo ou
cortinas de estacas-pranchas? Que tipo de estaca-prancha? Qual a distribuição das pressões? Qual a ficha? E a posição da
ancoragem? Com que comprimento? Qual o sistema de fixação no extremo do tirante? Qual o tipo de drenagem a adotar?

e)Quais as dimensões mais econômicas e seguras de uma barragem de terra? Quais deverão ser suas características de
resistência e permeabilidade? Que perdas por infiltração poderão ocorrer por meio de sua fundação e/ou de seu maciço?

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Anotações:

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