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John Tuzo Wilson:

John Tuzo Wilson foi um geólogo e geofísico canadiano que


alcançou notoriedade como um dos principais autores da
formulação final da tectónica de placas e do desenvolvimento
da teoria do ciclo de Wilson.

John Tuzo Wilson nasceu em Ottawa, Canadá a 24 de outubro


de 1908. Foi o primeiro estudante canadiano a iniciou os
estudos especializados na área da geofísica, iniciando os seus
estudos na Universidade de Toronto em 1930. Após a
graduação, continuou os seus estudos em geofísica no Saint John's College da Universidade
de Cambridge e na Universidade de Princeton. O seu percurso académico terminou com a
aquisição do grau de doutor em geologia em 1936 e entrou no Geological Survey of Canada
(agência do governo federal canadiano responsável por realizar pesquisas geológicas do
país, desenvolvendo os recursos naturais do Canadá e protegendo o meio ambiente.)

Depois de completar os estudos, Wilson juntou-se às forças armadas canadianas, tendo


servido na Segunda Guerra Mundial. Em 1946 foi nomeado o primeiro professor de geofísica
da Universidade de Toronto .

Wilson faleceu a 15 de abril de 1993 em Toronto.

A contribuição mais notável de Wilson para a geologia foi a sua proposta do "Ciclo de
Wilson" ou da "teoria da tectónica de placas", que ele formulou na década de 1960. Essa
teoria revolucionou a compreensão da dinâmica da crosta terrestre, argumentando que a
litosfera da Terra é dividida em placas que se movem e interagem entre si. Esta teoria
unificou várias observações geológicas e geofísicas, explicando características como
terremotos, vulcões, a formação de montanhas e a deriva continental.

TEORIA DA TECTÓNICA DE PLACAS:


O geofísico canadiano John Tuzo Wilson inicialmente não confiava na teoria das placas
tectónicas, mas acabou por se tornar um dos seus mais famosos defensores, propondo duas
ideias importantes.

Placas tectónicas é a teoria científica de que as camadas externas rígidas da Terra (crosta e
parte do manto superior), a litosfera, são divididas em cerca de 13 pedaços ou "placas" que
se movem independentemente sobre a astenosfera mais fraca.

Embora as evidências da deriva continental aumentassem, a teoria ainda não explicava o


porquê de os vulcões ativos serem encontrados a muitos milhares de quilómetros do limite
mais próximo da placa. Em 1963, Wilson propôs que as placas poderiam mover-se sobre
“pontos quentes” fixos no manto, formando cadeias de ilhas vulcânicas como o Havai.

Wilson sustentou que as ilhas havaianas foram criadas como uma placa tectônica (que se
estende por grande parte do Oceano Pacífico)
deslocada para noroeste sobre um ponto quente
fixo, criando uma longa série de vulcões.

Em 1965, ele seguiu esta descoberta com a ideia de


um terceiro tipo de falhas transformantes nos
limites da placa. Também conhecidas como limites conservadores de placas, estas falhas
deslizam horizontalmente, conectando dorsais oceânicas (limites divergentes) a fossas
oceânicas (limites convergentes). As falhas transformantes foram consideradas a peça que
faltava no quebra-cabeça da teoria das placas tectónicas.
Permite que as placas deslizassem umas sobre as outras sem
que nenhuma crosta oceânica fosse criada ou destruída.

O exemplo mais famoso é provavelmente a falha de Santo


André entre as placas da América do Norte e do Pacífico.
CICLO DE WILSON:

O ciclo de Wilson é um conceito na geologia que descreve a evolução cíclica das placas
tectónicas da Terra ao longo de milhões de anos. Este ciclo foi proposto por John Tuzo
Wilson na década de 1960 e é uma parte fundamental da teoria da tectónica de placas.

O ciclo de Wilson é composto por três fases principais:

 O ciclo começa com a formação de um rift continental, uma fenda na litosfera da


Terra, onde a crusta terrestre se divide e começa-se a afastar. Isto cria uma fossa
oceânica, com consequente formação de um oceano. No fundo do oceano podemos
observar a dorsal oceânica que é a evidência de renovação do fundo oceânico. Nesta
zona produzem-se sismos e aparecem vulcões. Um exemplo é o oceano Atlântico,
que se formou a partir da fenda que separava a América do Norte e a Eurásia.

 Com o aumento de tamanho, esta placa pesará cada vez mais, o que provocará que
sofra subducção sob uma placa continental vizinha. Nesta zona criar-se-á uma fossa
oceânica e aparecerão arcos insulares, como é o caso do Japão. Com o passar do
tempo, estes arcos insulares acabarão por formar uma cordilheira no limite da placa
continental. Vão surgir vulcões e atividade sísimica relevante. Nesta situação
encontra-se a placa de Nazca que está a sofrer subducção por baixo da placa Sul-
Americana criando-se a cordilheira dos Andes. Outro exemplo é os Himalaias, que se
formaram devido à colisão da placa indiana com a placa euro-asiática.
CURIOSIDADES:

Em sua honra, a Canadian Geophysical Union criou a Medalha J. Tuzo Wilson, destinada a
reconhecer a excelência em investigação científica e tecnológica no campo da geofísica. Foi
premiado com a Medalha Penrose pela Sociedade Geológica dos Estados Unidos em 1968,
com o Prémio John J. Carty pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em
1975, com a Medalha Wollaston pela Sociedade Geológica de Londres em 1978 e com o
Prémio Vetlesen em 1978 pelo Lamont-Doherty Earth Observatory,.

CONCLUSÃO:

Além das suas contribuições científicas, Wilson também desempenhou um papel importante
em organizações científicas e educacionais, incluindo a Royal Society do Canadá e a
Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. A sua carreira exemplar e as suas
descobertas fundamentais em geologia e geofísica deixaram um legado duradouro no
campo da ciência da Terra.

JOÃO DUARTE

João Duarte concluiu o doutoramento em Geologia, na Ciências ULisboa. Entre 2011 e 2015
foi investigador na Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália. Publicou cerca de
40 artigos e editou quatro livros. É membro do corpo editorial da revista Communications
Earth & Environment do Grupo Nature, desde 2020.

Uma equipa de investigadores do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa em parceria com
cientistas da Universidade Johannes Gutenberg (JGU), em Mainz, na Alemanha, apresenta
uma nova perspetiva para o início das zonas de subducção, contribuindo dessa forma para
um maior conhecimento da teoria da tectónica de placas.
Os autores deste estudo – Jaime Almeida, Nicolas Riel, Filipe Rosas, João Duarte e Boris Kaus
– procuram compreender como é que as novas zonas de subducção se iniciam de forma a
que os oceanos se possam fechar. Segundo os investigadores as zonas de subducção podem
ser geradas a partir de outras zonas de subducção já existentes noutras placas tectónicas,
como uma espécie de infeção global.

Este trabalho foi realizado através de modelação numérica avançada realizada em


supercomputadores. Estes modelos permitem simular o processo de transmissão/infeção de
uma zona de subducção de uma placa para outra a três dimensões (3D). Tratam-se de
modelos dinâmicos, que abrem um novo leque de perspetivas, em que a própria gravidade
da Terra é simulada.

João Duarte a este propósito refere que se trata da primeira vez que este tipo de início de
subducção (provavelmente a mais comum na história da Terra) é simulada a 3D, garantindo
também que todas as forças são modeladas de forma dinâmica, ou seja, que todas as forças
são simuladas de forma consistente e mais realista.

A União Europeia das Geociências (EGU) atribui anualmente um prémio que reconhece
atividade científica de exceção a nível mundial, realizada por cientistas desta área na fase
inicial da carreira. Este galardão foi atribuído pela primeira vez a um investigador a trabalhar
em Portugal. João Duarte é investigador do Instituto Dom Luiz e do Departamento de
Geologia de Ciências e recebeu este prémio pelo seu trabalho na área da Geologia Marinha
e Tectónica, bem como pela sua atividade na área da divulgação científica

Foi distinguido com o galardão Arne Richter entregue em abril de 2017, em Viena, durante a
assembleia geral da EGU.

João Duarte foi distinguido com o "Arne Richter Award for Outstanding Early Career
Scientists of the European Geosciences Union".

O Arne Richter Award for Outstanding Early Career Scientists reconhece actividade científica
de exceção, realizada por cientistas na fase inicial da carreira, em qualquer área das
Geociências.
Interesses Científicos
Tectonica, Geodinamica, Modelacao, Geologia Marinha, Geofisica

https://
j oaocduarte
. weeb
João Daniel Casal Duarte. Concluiu o(a) Doutoramento em Geologia em 2012 pelo(a)
Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências, Mestrado em Cartografia Geológica em 2007
pelo(a) Universidade de Évora Escola de Ciências e Tecnologia e Licenciatura em Geologia e
Recursos Naturais em 2005 pelo( a) Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa. Publicou 33 artigos em revistas especializadas. Possui 1 capítulo(s) de livros e 2
livro(s). Recebeu 4 prêmio(s) e/ou homenagens. Participou e/ou participou como Bolseiro de
Doutoramento em 1 projeto(s), Bolseiro de Pós-Doutoramento em 1 projeto(s), Investigador em
9 projeto(s) e Investigador responsável em 3 projeto(s). Atua na(s) área(s) de Ciências Naturais
com ênfase em Ciências da Terra e do Ambiente com ênfase em Geologia. No seu currículo
Ciência Vitae os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica
e artístico-cultural são: ciclo supermaré; ciclo do supercontinente; evolução das
marés; dissipação de marés; Elevação; Placas tectônicas; iniciação de subducção; Limite da
Placa Açores-Gibraltar; .

ly.com/blog

Sou geólogo e trabalho em diferentes aspectos das


ciências da terra. Depois de um doutoramento em
geologia na Universidade de Lisboa, onde trabalhei
na tectónica da margem SW Ibérica, mudei para a
Universidade de Monash, na Austrália, para trabalhar
na modelação geodinâmica de zonas de subducção.
Ao longo dos anos, realizei modelos analógicos
simulando diferentes ambientes tectônicos, incluindo
falhas de deslizamento, estruturas rifting, cunhas de
acréscimo, zonas de subducção e interações laje-
pluma. Mais recentemente, também contribuí para o
desenvolvimento de modelos numéricos de iniciação
de zonas de subducção, investigando tanto modelos
genéricos como diferentes exemplos naturais,
incluindo o Arco de Gibraltar, o sudoeste da
Península Ibérica, o Arco da Escócia e as Caraíbas.
Tenho também uma colaboração contínua com
colegas para estudar a relação entre a tectónica, as
marés oceânicas e o clima ao longo de toda a história
da Terra, com aplicações à geologia planetária e ao
estudo de exoplanetas. Adoro trabalhar em diversas
disciplinas (só existe uma ciência!) e colaborar com a
mídia e locais científicos populares.

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