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Avançados e Introdução
a Obras da Terra
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Luís Urbano Durlo Tambara Júnior
J95m
ISBN 978-65-5663-019-9
CDD 624.15136
Impresso por:
Apresentação
Na natureza, o solo é essencialmente constituído por duas fases: a
sólida e a fluída, sendo a última formada por líquidos e gases. Os espaços
ocupados pela fase fluída, água e ar são denominados vazios. Na Engenharia
Civil, o solo é de grande importância, pois nele que são elevadas as construções
e fundações, e depositados todos os esforços de uma obra.
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 – MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS
DA TERRA........................................................................................................................1
VII
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................86
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................87
VIII
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................178
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................179
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................201
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, estudaremos os conceitos avançados de mecânica
dos solos, relacionando as tensões que ocorrem dentro do solo e trazendo um
entendimento de como se comporta o solo em determinadas ações de carga.
3
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
E
IMPORTANT
A água pode estar presente no solo de diferentes formas (LEEPER; UREN, 1993):
• Água adsorvida: é aquela que está presente na superfície da partícula de um solo sob
a influência de forças de atração molecular, sendo necessárias altas temperaturas para
sua remoção.
• Água de constituição: é a que compõe a estrutura do material.
• Água higroscópica: uma quantidade de água que se encontra envolta do grão e não
pode ser removida na temperatura ambiente, sendo necessário fazer uso de uma estufa.
• Água livre: é a água que se encontra solta, livre do grão, e não há ligação nenhuma. Essa
conseguimos retirar na temperatura ambiente.
• Água capilar: é a água capaz de aderir a uma superfície por tensão superficial.
Observamos que cada grão realizaria um esforço (F) com ângulo variável
ao entrar em contato com outra superfície. Esse esforço parte do centro de
gravidade de cada partícula e pode ser decomposto em esforços normais (N)
e cisalhantes ou tangenciais (T) ao plano. O esforço normal é a decomposição
perpendicular ao plano da força atuante do grão. O esforço cisalhante (T), por sua
vez, é o esforço tangencial ao plano em que está aplicada a força.
4
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
∑N ∑T
=σ =
área
( Eq.1) τ
área
( Eq. 2 )
5
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
6
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
γ n ×V γ n × área ×altura
σ=
área
=
área
= γ n × altura ( Eq. 3 )
=u ( zF - z A ) ⋅γ A ( Eq. 4 )
Em que:
σ =σ -u ( Eq. 5 )
Porém, qual é o significado da pressão efetiva? Quando falamos do
comportamento dos solos na engenharia não podemos associar ao comportamento
típico de materiais da construção civil, visto que há uma linearidade entre a
7
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Para o ponto B:
8
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
Ponto C:
3 8,85 tf / m2
σ 2,55 + 2,1×=
=
µ= 1,0 ×3= 3,0 tf / m2
=σ 8,85
= - 3,0 5,85 tf / m2
Ponto D:
σ = 16,05 tf / m2
= 8,85 + 2 ×3,6
µ = 1,0 × 6,6 = 6,6 tf / m2
=σ 16,05
= - 6,6 9,45 tf / m2
Esse fenômeno também ocorre nos solos, uma vez que os espaços vazios
nos solos são tão pequenos que resultam em uma alta tensão superficial. A altura
da ascensão de água em tubos capilares é calculada através da lei de Jurin (Eq. 6).
4T
=h
dγ a
× cos α ( Eq. 6 )
Em que:
DICAS
9
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
10
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
Em que:
11
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
• maciço semi-infinito;
• elástico (obedece a Lei de Hooke em que as tensões crescem linearmente com
as deformações e o corpo recupera a forma e o volume iniciais ao cessar a ação
das forças);
• isótropo (mesmas propriedades em todas as direções);
• homogêneo (mesmas propriedades em todos os pontos).
12
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
Em que:
φ0 = ângulo de espraiamento;
Solos muito moles φ0 < 40º;
Areias puras φ0 ≅ 40º a 45º;
Argilas rijas e duras φ0 ≅ 70º;
Rochas φ0 > 70º.
E
IMPORTANT
Solução:
b
tg ϕ0 =
5,0
=b 5,0 ×tg 40º
b1 =2b + 1,5 =9,67 m
Em seguida, igualamos as equações referentes a carga inicial para isolar a carga de p1.
Q = p0 × b0 = p1 ×b1
p0 × b0 100 ×1,5
=p1 = = 15,51 tf / m2
b1 9,67
13
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
FONTE:O autor
14
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
Para essa sapata se verifica que todo o bulbo de tensões está contido na
camada de areia, sendo essa camada responsável por resistir por toda a tensão
induzida pela sapata SP. Para a sapata SM, temos:
3 ×z 3
σv = 5
Q ( Eq. 7 )
( 2
2π r + z 2
) 2
15
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
FONTE: O autor
Em que:
( )
0,5
σ 0 2 mn( m + n + 1 ( m + n + 2
2 2 2 2 2 2
2 mn m + n + 1
σv + arctg ( Eq. 8 )
( )(
4 π m 2 + n2 + 1 + m 2 n2 m 2 + n2 + 1 ) m 2 + n2 + 1 - m 2 n2
16
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
17
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
18
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
19
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
20
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
σ=
z ∆σ ×I ( Eq. 9 )
Esses esforços são calculados através da utilização dos ábacos.
21
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
22
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE MECÂNICA DOS SOLOS
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As ações do peso próprio e do peso da água atuam como tensões num solo,
conhecendo os conceitos de poropressão e tensão efetiva.
24
AUTOATIVIDADE
FONTE: O autor
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste segundo tópico, abordaremos os efeitos de compressibilidade e
adensamento dos solos. Mostraremos o que fazer para que seja possível realizar
uma obra sobre diferentes tipos de solos.
ATENCAO
27
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
28
TÓPICO 2 | COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS
29
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
NOTA
• granulometria;
• densidade;
• grau de saturação;
• permeabilidade;
• tempo de ação da carga de compressão.
30
TÓPICO 2 | COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS
DICAS
31
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
E
IMPORTANT
Somente para casos em que os níveis de tensão são muito altos, a deformação
total do solo pode ser acrescida da variação de volume dos grãos.
FONTE: O autor
• Grau de saturação: nos solos saturados, a variação de volume ocorre por uma
variação de volume de água contida nos vazios (escape ou entrada). No caso
de solos não saturados, a compressibilidade do ar é grande e pode interferir na
magnitude total das deformações do solo.
32
TÓPICO 2 | COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS
• Nível de tensões: apesar das obras de engenharia não chegarem aos limites
de tensão que atingem patamar que cause deformação ou quebra nos grãos
do solo, o nível de tensão que o solo é submetido afeta na compressibilidade.
Verifiquemos o gráfico seguinte: quanto maior a reta vertical tangente à curva
maior é a compressibilidade, sendo inicialmente visto um arranjo denso
devido à remoção dos vazios. Posterior, quando há muito altas cargas sobre
o solo ocorre um novo ganho tangencial, devido à quebra de grãos do solo,
aumentando sua compressibilidade.
• não confinados;
• parcialmente confinados;
• integralmente confinados.
33
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
FONTE: <https://geocoring.com.br/wp-content/uploads/2018/12/3.-
Servi%C3%83%C2%A7os-3.-Laborat%C3%83%C2%B3rio-6.-compress%C3%83%C2%A3o-
simples-1.jpeg>. Acesso em: 14 set. 2019.
∆H
ε
=
H
×100 ( Eq.10 )
Em que:
34
TÓPICO 2 | COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS
35
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
n
σ
Eσ= Ea ×Pa ( Eq. 11)
Pa
Em que:
Módulo de elasticidade
Descrição da areia
(Mpa)
Compacidade Fofa Compacta
Areias de grãos frágeis, angulares 15 35
Areia de grãos duros, arredondados 55 100
Areia basal de São Paulo, bem graduada, pouco argilosa 10 27
σc σc pedra
porosa
σc σc
corpo
drenagem ou de membrana
medição de prova
pressão neutra entrada de água
e aplicação da
pressão confinante
pedra porosa
36
TÓPICO 2 | COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS
ATENCAO
Muito cuidado deve ser tomado para que a amostra não sofra nenhum tipo
de perturbação desde a coleta até à moldagem e laboratório. Se for perturbada a amostra,
pouco ou quase nada se poderá extrair sobre o comportamento do solo no seu estado
natural.
37
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
As sequências usuais de cargas (em kPa): 10, 20, 40, 80, 160, 320, 640, entre
outros.
Cc =
( e1 - e2 ) =
∆e
( log σ '2 - log σ '1 ) log
σ2
σ1
cr =
( e1 - e2 )
( log σ 2′ - log σ 1′ )
38
TÓPICO 2 | COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS
39
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
40
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem ensaios nos quais se pode obter dados de compressibilidade dos solos,
de acordo com o tipo de grau de seu confinamento. Sendo eles: não confinados,
parcialmente confinados e integralmente confinados.
41
AUTOATIVIDADE
42
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste tópico é transmitir conhecimento das propriedades do
solo referentes aos conceitos de adensamento dos solos, ou seja, estudar como
ocorre a expulsão de fluído no decorrer do tempo após carregamento de um
solo, assim como saber como variam as tensões no solo durante o processo de
adensamento.
Em que:
E = índice de vazios, %;
Vv = volume de vazios;
Vs = volume de sólidos.
43
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
44
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
ATENCAO
ε
Uz =
εf
( Eq.14 )
∆H
ε=
H
( Eq.15 )
e -e
ε f = 1 2 ( Eq.16 )
1 + e1
45
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
e1 - e
1 + e1 e1 - e
Uz =
=
e1 - e2 e1 - e2
( Eq.17 )
1 + e1
σ 2 -σ 1 = ui ( Eq.18 )
No instante t, visto na Eq. 19:
σ 2 -σ = ui - u ( Eq.19 )
Ao convertemos a expressão de grau de adensamento em relação às
tensões efetivas, temos a Eq. 20:
46
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
σ - σ 1 ui - u
Uz
= =
σ 2 -σ 1 ui
( Eq.20 )
ε e - e σ -σ 1 ui - u
U=
z = 1 = =
ε f e1 - e2 σ 2 -σ 1 ui
( Eq. 21)
Quando U ≤ 60%
π
T=
4
U2 ( Eq. 22 )
Quando U > 60
volume de água
tα =
velocidade de escape
( Eq. 24 )
(=
∆σ ) H × m H2 × m
=tα ( Eq. 25 )
k × ∆σ k
H
47
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Solução:
=tα
(=
∆σ ) H × m H2 × m
k × ∆σ k
H
2
tareia mareia H / kareia mareia / kareia
= =
targ ila marg ila H / karg ila marg ila / karg ila
2
Se:
1
mareia = marg ila
5
Então:
kareia = 10000 karg ila
tareia 1
=
targ ila 5 ×10000
targ ila
tareia =
50000
48
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
49
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
ATENCAO
50
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
Variação Ação
Remoção de sobrecarga superficial (processo erosão, ação do
homem, recuo das águas do mar, por exemplo).
Tensão total
Demolição de estruturas antigas.
Glaciação.
Variação da cota do lençol freático.
Pressões artesianas.
Poropressão Bombeamento profundo.
Ressecamento e Evaporação.
Ressecamento devido à vegetação.
Compressão secundária.
Estrutura do
Mudanças ambientais: temperatura, concentração de sais, pH etc.
solo
Precipitação de agentes cimentantes, troca catiônica etc.
51
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
• prolonga-se a reta virgem até o encontro com uma horizontal traçada do índice
de vazio inicial;
• do ponto de interseção, baixa-se uma vertical até a curva;
• desse último ponto, traça-se uma horizontal até o prolongamento da reta
virgem.
3,3
e₀
Indice de vazios
2,8
2,3
σ'vm
1,8
10 100 1000
Tensão vertical, kPa
52
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
53
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
54
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
O caso da vila dos atletas, no Rio de Janeiro, fez uso dessas duas aplicações
em conjunto para acelerar o adensamento dos solos moles da região, conforme
visto na Figura 21.
55
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
56
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
57
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
CRITÉRIOS DE RUPTURA
Pinto (2006) define esses critérios como formulações que buscam exprimir
as condições em que ocorre a ruptura dos materiais. Existem critérios que
estabelecem máximas tensões de compressão, de tração ou de cisalhamento.
Outros se referem a máximas deformações. Um critério é satisfatório na medida
em que reflete o comportamento do material em consideração. Contudo, a
ruptura dos solos, quase sempre, é causa do fenômeno de cisalhamento. Dentre
os principais critérios de ruptura, destaca-se o de MohrCoulomb. Por se tratar
de uma combinação de dois critérios, a teoria de Mohr-Coulomb emprega a reta
utilizada por Coulomb para traçar a envoltória tangenciando os círculos de Mohr
conforme a Figura 03.
Figura 03– Representação dos critérios de ruptura de Coulomb e Mohr (Pinto, 2006).
58
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
τ = c + σ .tan φ (2)
σ=
d σ1 − σ 3 (3)
59
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
∆σ1
σc σc pedra
porosa
σc σc
corpo
drenagem ou de membrana
medição de prova
pressão neutra entrada de água
e aplicação da
pressão confinante
pedra porosa
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
60
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
Resumo Granulometria
Tipo de Pedregulho Areia Grossa Areia Média Areia Fina Silte (0,05 - Argila (<
Total
Material (> 4,8mm) (4,8 - 2,0mm) (2,0 - 0,42mm) (0,42 -0,05mm) 0,005mm) 0,005mm)
Solo
0% 0% 0% 83% 3% 14% 100%
Granular
Solo Fino 6% 2% 0% 30% 24% 38% 100%
Para a amostra granular, cuja moldagem foi feita por compactação estática,
determinou-se a umidade ótima do material, seguindo DNER (1994b). Os corpos
de prova foram, então, esculpidos com a quantidade de água determinada. Todos
os procedimentos realizados nos ensaios de compressão triaxial estão detalhados
na Figura 05.
61
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
62
Figura 05– Resumo de procedimentos do ensaio de compressão triaxial (Monteiro, 2014).
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
Corpo
σ (kgf/cm²) σ1 (kgf/cm²) Raio (kgf/cm²) u (kgf/cm²) σ'1 (kgf/cm²) σ'3 (kgf/cm²) σd (kgf/cm²)
de Prova 3
3 1 8,12 3,56 -1,63 9,75 2,63 7,12
24 2 10,04 4,02 -1,1 11,14 3,1 8,04
4 3 14,43 5,72 -1,39 15,82 4,39 11,43
Figura 06– Envoltória com círculos de tensões totais e efetivas da amostra arenosa (Monteiro, 2014).
63
UNIDADE 1 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Figura 07– Envoltória com círculos de tensões totais e efetivas da amostra argilosa.
64
TÓPICO 3 | ADENSAMENTO DOS SOLOS
CONCLUSÃO
FONTE: <researchgate.net/publication/323265984_Avaliacao_dos_Resultados_de_Ensaios_de_
Compressao_Triaxial_em_Solos_Granulares_e_Finos>. Acesso em: 24 out. 2019.
65
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
66
AUTOATIVIDADE
+2,5m
aterro
0 NA
argila mole
-4 m
areia
FONTE: O autor
67
68
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Nesta segunda unidade, estudaremos as propriedades de resistências
dos diferentes tipos de solos. No primeiro tópico, abordaremos conceitos de
resistências, apresentando os cálculos de círculo de Mohr, resistência de atrito
e coesão e os ensaios para determinação de resistências nos solos. Depois,
abordaremos a resistência e o comportamento das areias e, adiante, estudaremos
sobre os comportamentos resistivos dos solos argilosos. Discutiremos também
sobre a influência da tensão de pré-adensamento, as definições de tensões efetivas,
a comparação entre o comportamento das argilas e areias, a trajetória de tensões e
os ensaios de adensamento rápido das argilas.
71
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
DICAS
72
TÓPICO 1 | RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
73
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
74
TÓPICO 1 | RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
NOTA
75
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
76
TÓPICO 1 | RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO DAS TENSÕES NUM PLANO GENÉRICO POR MEIO DO CÍRCULO
DE MOHR
77
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
d) Em dois planos que formam o mesmo ângulo com o plano principal maior, de
sentido contrário, ocorrem tensões normais iguais e tensões de cisalhamento
numericamente iguais, mas de sentido contrário.
Exemplo aplicado:
78
TÓPICO 1 | RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Solução:
a)
2
σ 3 σ y + σ x σy - σx 2
= ± + τxy
σ1 2 2
2
120 + 96 120 - 96
+ ( -38 )
2
= ±
2 2
σ1 = 147, 85 kN / m2
σ3 = 68,15 kN / m2
b)
σy + σx σy - σx
=σn + cos 2θ + τsen2θ
2 2
120 + 96 120 - 96
=
σn + cos ( 2 * 20 ) + ( -38 ) sen ( 2 * 20 )
2 2
σ n = 92,76 kN / m2
σy - σx
=τn sen2θ - τ cos 2θ
2
120 - 96
τn = sen ( 2 * 20 ) - ( -38 ) cos ( 2 * 20 )
2
τn = 36, 82 kN / m2
79
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
3 ATRITO
O conceito de atrito (PINTO, 2006) equivale ao visto durante aprendizagem
de física, através da Lei de Coulomb. A resistência de um solo ao atrito está
relacionada a uma força horizontal necessária a se aplicar a um corpo que comece
a fazer deslizar sobre uma superfície (Figura 10(a)). Em que N é a força vertical
aplicada, T a força horizontal necessária para iniciar o deslizamento. Ocorre uma
proporção entre as forças, resultando uma relação conforme Eq. 8:
T N. tg ϕ
= ( Eq. 8 )
O ângulo de atrito ϕ também é entendido como o ângulo máximo que a
força transmitida pelo corpo à superfície pode fazer com relação à força normal
ao plano de contato, sem que ocorra deslizamento (Figura 10(b)).
80
TÓPICO 1 | RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
E
IMPORTANT
3.1 COESÃO
É a parcela de resistência ao cisalhamento de um solo que independe
das tensões normais aplicadas. Sua ocorrência se dá com a atração química entre
partículas argilosas, particularmente atrações iônicas; cimentação de partículas.
Segundo Vargas (1977), de uma forma intuitiva, a coesão é aquela resistência que
a fração argilosa empresta ao solo, pelo qual o mesmo se torna capaz de manter
a coesão em forma de torrões ou blocos, ou pode ser cortado em formas diversas
e manter esta forma. Os solos que têm essa propriedade chamam-se coesivos. Os
solos não-coesivos, que são areias puras e pedregulhos, esboroam-se facilmente
ao serem cortados ou escavados.
Pinto (2006) afirma que a atração química entre as partículas pode produzir
uma resistência independente da tensão normal atuante no plano denominada
“coesão real”: parcela da resistência ao cisalhamento de solos úmidos, não
saturados, devido à tensão de atração entre partículas.
81
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Gerscovich (2008) afirma que no caso dos solos coesivos (argilo minerais),
a presença de uma ligação entre partículas faz com que o esforço necessário
para movimentação relativa do bloco seja aumentado de uma parcela que
independe da tensão normal (Figura 11); denominada coesão. Definida pela Eq.
9. Já a equação englobando ambos fenômenos fica definida pela Eq. 10.
H
=τ f =c ( Eq. 9 )
A
τ= c′ + σ′ ⋅ tg ϕ ( Eq. 10 )
ATENCAO
82
TÓPICO 1 | RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
τ f = c + f ⋅σ ( Eq.11) ou
τ f = c + σ tg ϕ ( Eq.12 )
Em que:
τ f = resistência ao cisalhamento.
c = coesão;
f = coeficiente de atrito interno;
ϕ = ângulo de atrito interno;
σ = tensão normal do plano de ruptura;
σ =σ'+ u ( Eq.13 )
• Pinto (2006) define os principais pontos com relação das análises do estado de
tensões no plano de ruptura (Figura 12).
• O Círculo de Mohr tangencia a envoltória.
• O plano de ruptura (ângulo α com plano principal maior).
• O plano onde age a tensão normal é AB (σα).
• A tensão cisalhante é CB (τα).
• Tensão cisalhante CB < ED (tensão cisalhante máxima).
• No plano de máxima tensão cisalhante ED, a tensão normal AD proporciona
uma resistência ao cisalhamento maior do que a tensão cisalhante atuante CB.
83
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
2 α =ϕ + 90º ( Eq.14 )
ϕ
α= + 45º ( Eq.15 )
2
σ -σ
senϕ = 1 3
σ1 + σ3
( Eq.16 )
1 + senϕ
σ1 =σ3
1 - senϕ
( Eq.17 )
2 senϕ
( σ1 - σ3 ) =
σ3
1 - senϕ
( Eq.18 )
84
TÓPICO 1 | RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
85
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• É preciso identificar a máxima tensão aplicada em um solo para que não ocorra
o rompimento através do cisalhamento de solos, utilizando técnicas de Círculo
de Mohr e Mohr e Coulomb.
86
AUTOATIVIDADE
87
4 São conhecidas as tensões em dois planos ortogonais, como indicado a
seguir. Determine as tensões principais representando o círculo de Mohr.
88
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos especialmente o comportamento das areias
quanto à resistência, cujo comportamento é determinado pelo contato entre os
grãos minerais, que são geralmente de origem quartzosa, de diâmetro superior a
0,05 mm.
Conforme a NBR 6502 (ABNT, 1995), as areias são solos não coesivas
e não plásticos formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros
compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. As areias são divididas em diferentes
diâmetros, sendo: areia fina (0,06-0,2 mm), areia média (0,2-0,6 mm) e areia
grossa (0,6-2,0 mm). A Tabela 2 apresenta todos os limites de fração de solos de
acordo com os tamanhos de grãos:
89
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
90
TÓPICO 2 | RESISTÊNCIAS DAS AREIAS
91
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
a) distribuição granulométrica;
b) formato dos grãos;
c) compacidade relativa;
d) tamanho dos grãos;
92
TÓPICO 2 | RESISTÊNCIAS DAS AREIAS
b) Formato dos grãos: areias constituídas de grãos angulares tem maiores valores
de ϕ que areias de grãos arredondados, resultando em maior entrosamento das
partículas.
e) Rugosidade dos grãos: o ângulo de atrito aumenta com a rugosidade dos grãos
devido ao maior atrito superficial:
93
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
DICAS
94
TÓPICO 2 | RESISTÊNCIAS DAS AREIAS
Compacidade
Fofa Compacta
Areias bem graduadas
Grãos angulares 37º 47º
Grãos arredondados 30º 40º
Areias mal graduadas
Grãos angulares 35º 43º
Grãos arredondados 28º 35º
95
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Em que:
• Tensão de cisalhamento:
T
τ=
A
• Tensão normal:
N
σ' =
A
96
TÓPICO 2 | RESISTÊNCIAS DAS AREIAS
97
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
E
IMPORTANT
98
TÓPICO 2 | RESISTÊNCIAS DAS AREIAS
99
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
100
TÓPICO 2 | RESISTÊNCIAS DAS AREIAS
σc σc pedra
porosa
σc σc
corpo
drenagem ou de membrana
medição de prova
pressão neutra entrada de água
e aplicação da
pressão confinante
pedra porosa
101
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Ensaio Método
Variação do volume é determinada pela medida do volume
Drenagem + corpo de
de água que sai ou entra no corpo de prova (acoplar
prova saturado
buretas graduadas nas saídas de água)
Drenagem + corpo de
Através de sensores no corpo de prova (dentro da câmara)
prova seco
Drenagem não Pressão neutra medida por transdutores conectados nos
permitida tubos de drenagem
• Ensaio adensado não drenado (CU): ensaio que aplica a pressão confinando
e deixa-se dissipar a pressão neutra. Resultando no adensamento do corpo de
prova através da pressão confinante. Em sequência, aplica-se o carregamento
axialmente sem drenagem (este ensaio também é denominado ensaio rápido
pré-adensado) e indica a resistência não drenada em função da tensão de
adensamento.
102
TÓPICO 2 | RESISTÊNCIAS DAS AREIAS
• Ensaio não adensado não drenado (UU): ensaio em que se submete ao corpo
de prova a pressões confinantes e ocorre o carregamento axial, sem permitir
drenagem da amostra. Não ocorre variação de volume da amostra se o corpo
de prova estiver saturado. O ensaio também é conhecido como ensaio rápido
por não requerer tempo para drenagem.
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
104
AUTOATIVIDADE
Ensaio 1:
Tensão normal = 100 kPa;
Tensão cisalhante na ruptura = 162,5 kPa.
Ensaio 2:
Tensão normal = 250 kPa;
Tensão cisalhante na ruptura = 162,5 kPa.
105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Os solos argilosos são classificados assim devido seu limite
granulométrico ser inferior de 0,002 mm de diâmetro, conforme descritos pelo
sistema do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) através da
classificação de textura ou de uma classificação de acordo com o comportamento
da engenharia pela Associação Americana de Rodovias Estaduais e Autoridades
de Transporte (AASHTO), determinando a parte física desses materiais em
empregos geotécnicos, como sua plasticidade (DAS, 2014).
• baixa permeabilidade;
• necessidade de conhecer o comportamento da resistência tanto em termos de
carregamento “drenado” como de carregamento “não drenado”;
• necessidade de analisar separadamente o comportamento para argilas NA
(solo nunca esteve submetido a maiores cargas) e para argila PA (solo esteve
no passado sujeito a tensões maiores que as atuais);
• a resistência depende do atrito entre as partículas e, consequentemente, das
tensões efetivas, embora na maioria dos casos a água nos poros possa estar sob
pressão.
107
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
DICAS
108
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
ATENCAO
• Vemos que quando o ensaio ocorre em tensão confinante menor da tensão de pré-
adensamento, o crescimento da tensão axial x deformação acontece de maneira mais
rápida e o máximo acréscimo de tensão axial ocorre para menores deformações.
• A tensão desviadora máxima difere de maneira a obter menor tensão axial.
• Ocorre menor redução de volume durante carregamento axial do que no solo
normalmente adensado.
Por fim, na Figura 21 (h) vemos o resultado final em que ocorre uma
envoltória curva para os esforços em que ocorrem o pré-adensamento. Deve-se
procurar a reta melhor se ajuste a envoltória, sendo definida pela Eq. 19.
τ= c′ + σ ⋅ tgϕ′ ( Eq.19 )
Em que c’ é a coesão efetiva ou intercepto de coesão efetiva.
109
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
110
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
TABELA 5 – VALORES TÍPICOS DE ÂNGULO DE ATRITO INTERNO DAS ARGILAS PARA TENSÕES
ACIMA DE PRÉ-ADENSAMENTO
NOTA
111
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
σ1 qu
τf = = = cu
2 2
Em que:
112
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
Consistência Qu (kN/m2)
Muito mole 0-25
Mole 25-50
Médio 50-100
Rígida 100-200
Muito rígida 200-400
Dura > 400
5 TRAJETÓRIA DE TENSÕES
Das (2014) afirma que através de diversos carregamentos efetuados por
meio dos ensaios triaxiais podemos representar um diagrama que é denominado
trajetória de tensão. Essas trajetórias de tensões são linhas que conectam diversos
pontos, que representam um estado de tensão sucessivo submetido a um corpo
de prova de solo, durante o andamento de um ensaio (ver Figura 23).
σ1 + σ3
p=
2
σ1 - σ 3
q=
2
113
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
q = d + p ⋅ tan β
c tgϕ
=
d tgβ
Como tg=
β senϕ , resulta:
d
c=
cos ϕ
114
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
• Dados dos ensaios: corpos de prova (CPs) realizado através de amostra retirado
do bairro Retiro em Juiz de Fora – MG de um solo compactado, moldados
nas dimensões 5x10 cm, na densidade máxima, homogeneizados no teor de
umidade ótima, correspondente a energia aproximada do PN, permanecendo
24 horas em câmara úmida.
• Ensaio: tipo UU prevendo uma situação mais desfavorável de solicitação do
subleito por uma roda de veículo parado sobre o pavimento, imediatamente
após a liberação ao tráfego.
115
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Pede-se determinar:
Resolução:
116
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
sen ϕ= tan β
c = d/cosϕ
β= arc tg (∆y/∆x)
β= arc tg (340-200/450-250)= arc tg(0,7) = 35,0º
Então ϕ= arc sen (tan β) = arc sen (0,7) = 44,4º
Logo, c= 30/cos(44,4) = 42 kPa
117
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
Diante de uma produção cada vez mais evidente dos resíduos sólidos
resultantes das ações humanas, tais como os Resíduos da Construção e Demolição
(RCD), destinar adequadamente esses materiais ganhou importância no cenário
atual, pois quando dispostos irregularmente atuam de forma degradante sobre
o meio ambiente e contribuem com a proliferação de vetores de doenças. Sob
outra perspectiva, os problemas enfrentados pela Construção Civil na busca por
áreas cujos solos apresentem propriedades favoráveis para utilização em obras
de engenharia têm incentivado o melhoramento dos solos com características
insatisfatórias. Sendo assim, este artigo tem por objetivo analisar a influência
de agregados miúdos reciclados de RCD nas propriedades hidromecânicas
de um solo areno-argiloso, em diferentes teores de substituição (10, 20 e 30%).
Para tanto, os materiais utilizados foram submetidos a ensaios laboratoriais
de caracterização física de solos, compactação na energia Proctor normal,
caracterização microestrutural, cisalhamento direto e permeabilidade das
amostras compactadas na condição ótima de compactação. Os resultados obtidos
mostram que para o solo utilizado, a adição de agregado reciclado de RCD reduz
as suas frações finas e, a plasticidade pouco interfere na massa específica dos
grãos, pois diminui em até 2% a umidade ótima, com uma baixa variação do
peso específico aparente seco, e mantêm a faixa de valores dos parâmetros de
resistência, todavia se verifica um acréscimo no coeficiente hidráulico do solo
em mais de 13 vezes. As diferenças de comportamento hidráulico podem ser
explicadas por mudanças observadas na microestrutura das amostras.
ABSTRACT
118
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
1 INTRODUÇÃO
119
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais
120
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
FIGURA 1 – LOCAL DE COLETA DO SOLO (A) E VISTA GERAL DA USINA DE RECICLAGEM (B)
(a) (b)
2.2 Métodos
121
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
122
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
123
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
124
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
125
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
126
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
127
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
128
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
129
UNIDADE 2 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
4 CONCLUSÕES
O solo é classificado como areia argilosa (SC) pelo SUCS, é do tipo A-7-
6 pelo TRB, apresenta alta plasticidade e possui agregados naturais com grãos
subarredondados a arredondados inseridos em uma matriz argilosa, com
a presença de flóculos formados pelo arranjo de grãos de areia interligados
por partículas de silte e argila de forma densa, conferindo ao mesmo baixa
permeabilidade. O agregado reciclado de RCD é composto majoritariamente
por grãos equivalentes a areia e 21% de material com tamanho inferior a 0,074
130
TÓPICO 3 | RESISTÊNCIAS DOS SOLOS ARGILOSOS
FONTE: FERREIRA, S. R. M.; FUCALE, S.; SILVA, A. C. Efeito da adição de resíduos da construção e
demolição (RCD) nas propriedades hidromecânicas de um solo areno-argiloso. 2019. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/rmat/v24n2/1517-7076-rmat-24-2-e12355.pdf. Acesso em: 15 jan.
2020.
131
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
132
AUTOATIVIDADE
133
134
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
135
136
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, abordaremos sobre os efeitos de empuxo de terra
aplicado em mecânica dos solos. Conhecer o empuxo de terra é fundamental para
projetar e analisar e o projeto de obras como muros de arrimo, cortinas de estacas-
prancha, construção de subsolos, encontro de pontes, entre outros.
137
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
σ v =γz ( Eq.1)
Em que:
σ h = K0 γz ( Eq. 2 )
Em que:
σh
K0 =
σv
( Eq. 3 )
138
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
Solo K0
Argila 0,70 – 0,75
Areia solta 0,45 – 0,50
Areia compacta 0,40 – 0,45
E
A
E
A
Cortina de estacas
Muro de arrimo
(Por gravidade)
NOTA
139
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
140
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
NOTA
Abreviações utilizadas:
Caputo (2008) afirma que o estado de tensões ativo e passivo também pode
ser interpretada com o uso do círculo de Mohr. À medida que o solo é submetido
a uma solicitação de cisalhamento, o Círculo de Mohr varia de diâmetro. Quando
o círculo se encontra abaixo da envoltória de resistência, geralmente representada
por uma linha reta denominada envoltória de Mohr-Coulomb, o elemento de solo
permanece em equilíbrio.
141
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
σ1 =σ 3 N ϕ + 2 c N ϕ' ( Eq. 4 )
Em que:
142
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
E
IMPORTANT
σ h =σ 3 =Ka γh ( Eq. 5 )
1 1 ϕ
K
= a =
Nϕ
= 2 tg 2 45° -
ϕ 2
( Eq. 7 )
tg 2 45° +
2
143
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
ATENCAO
144
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
ϕ
K=
p N=
ϕ tg 2 α
= tg 2 45° +
2
( Eq. 8 )
1
Ka =
Kp
( Eq. 9 )
ATENCAO
145
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
φ Ka Kp
0° 1,00 1,00
10° 0,70 1,42
20° 0,49 2,04
25° 0,41 2,47
30° 0,33 3,00
35° 0,27 3,69
40° 0,22 4,40
45° 0,17 5,83
50° 0,13 7,55
60° 0,07 13,90
FONTE: Marangon (2018, p. 174)
146
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
Sendo:
q = γ.h0;
h0 = q/γ = sobrecarga vertical/peso específico do solo.
Devido à altura equivalente de solo (h0), existirá uma pressão inicial (σhi)
nos diagramas de tensões. Conforme apresentado na equação 10.
q
σ hi = Ka γh0 = Ka γ = Ka q
γ
( Eq.10 )
σ v = σ h . N ϕ + 2C . N ϕ ( Eq.11)
1 Nϕ
σh =
Nϕ
.σv - 2 c
Nϕ
= Ka .σv -2 c Ka ( Eq.12 )
147
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Ka . σ v =2. C Ka ( Eq.13 )
Considerando essa profundidade hI, obtemos a equação 14:
2c K a 2c
Ka .=
γ.hi 2. c. Ka ∴
= hi - .
γ Ka
, ou=
: hi ( Eq.14 )
γ. Ka
∫( )
h 1
Ea =
0
Ka .σ v - 2.c. Ka dh = .K .γ.h 2 - 2. c.h. Ka
2 a
( Eq.15 )
1
2. c.h. Ka ( Eq. 16 )
.K .γ .h 2 =
2 a
148
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
1
.K .γ .h 2 = 2. c.hcrit . Ka ( Eq. 17 )
2 a criti
2. c. Ka 4.c
hcrit
= = = 2. hi ( Eq. 18 )
1
.K .γ γ Ka
2 a
(a) (b)
FONTE: Marangon (2018, p. 176)
149
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
σ h = K p σ v + 2c K p ( Eq. 19 )
150
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
P – Peso da cunha.
R – Reação do terreno, parcela de atrito da equação de Mohr-Coulomb, que
forma um ângulo ϕ com a normal à linha de ruptura BC.
Ea – Empuxo ativo resistido pela parede, sedo a força cuja direção é determinada
pelo ângulo δ de atrito entre a superfície rugosa AB (muro e solo).
151
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
152
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
1 2
Ea= γh Ka ( Eq. 20 )
2
sen2 ( α + ϕ )
Ka = ( Eq. 21)
sen ( ϕ + δ ) sen ( ϕ - β )
sen2 α sen ( α - δ ) 1 +
sen ( α - δ ) sen ( α + β )
1 2
Ep= γh K p ( Eq. 22 )
2
sen2 ( α + ϕ )
Kp = ( Eq. 23 )
sen ( ϕ + δ ) sen ( ϕ - β )
sen2 α sen ( α - δ ) 1 -
sen ( α - δ ) sen ( α + β )
Caputo (2008) reforça que a teoria de Coulomb para o caso de solos não
coesivos, leva em conta, ao contrário de Rankine, o atrito entre o terrapleno
e a superfície sobre a qual se apoia. Essas equações, para α= 90º e β= δ= 0º,
transformam-se nas conhecidas expressões de Rankine de Empuxo ativo equação
24 e Empuxo passivo equação 25:
1 2 2 ϕ
Ea=
2
γh .tg 45 -
2
( Eq. 24 )
1 2 2 ϕ
Ep =
2
γh .tg 45 +
2
( Eq. 25 )
153
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Solos Coesivos
154
TÓPICO 1 | EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA
155
RESUMO DO TÓPICO 1
156
AUTOATIVIDADE
157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior apresentamos conceitos teóricos para calcular as
pressões de solo para estruturas de contenção. Dentre elas, encontram-se: os muros
de arrimo e as estacas-prancha. Os muros de arrimo podem ser divididos em dois
tipos: rígidos e de solo estabilizado mecanicamente. Já as estacas-prancha podem
funcionar como cortinas de contenção (provisórias ou definitivas) formadas por
perfis justapostos e cravados no solo. Neste tópico, abordaremos sobre essas duas
estruturas, seus tipos e os métodos de estabilidade.
2 ESTRUTURAS DE ARRIMO
Gerscovich (2013, p. 2) define que:
159
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
FONTE: <https://alemdainercia.files.wordpress.com/2017/12/muros-de-pedras-1.jpg>.
Acesso em: 5 mar. 2020.
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/_9BbEWEZ1XDU/TClqju2ErPI/AAAAAAAAAEk/DLBrIegJKAA/
s1600/muro+de+arrimo+de+peso.JPG>. Acesso em: 5 mar. 2020.
160
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
161
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_uIGNIXMkU6w/RcGeCSHPrNI/AAAAAAAAABo/
bfcdXM0VUTY/s400/cheras+krib+3.jpg>. Acesso em: 5 mar. 2020.
162
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-5Q-6R8y3vzw/VSHvXIftyoI/AAAAAAAALyc/DSnK3ggrF38/
s1600/noti_img_2693_pq.jpg>. Acesso em: 5 mar. 2020.
163
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
H V tg ϕ' ( Eq. 26 )
1, 5=
Sendo que:
164
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
E
IMPORTANT
165
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Método Construtivo
Parâmetros de Resistência
166
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
E
IMPORTANT
M RES
FS=
TOMB ≥ 1, 5 ( Eq. 27 )
M solic
167
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
∑ FRES
FS
=DESLIZ ≥ 1, 5 ( Eq. 28 )
∑ FSOLIC
EP + S
FSDESLIZ
= ≥ 1, 5 ( Eq. 29 )
Ea
168
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
Em que:
169
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
qmax qmax
σ max = ≈
FS 2 , 5
( Eq. 30 )
170
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
∑ M RES
FSGLOBAL
= ≥ 1, 5 ( Eq. 31)
∑ Minstabilizante
Para a fatia n, as forças consideradas são: peso (Pn), sobrecarga (Q), reações
normais (N e tangenciais (Tn). Os componentes normais (Hn-1 e Hn+1) e verticais
(Vn-1 e Vn+1) das reações (Rn-1 e Rn+1) das fatias vizinhas. É necessário realizar
algumas hipóteses quanto às grandezas e pontos de aplicação de H e V. O método
de Fellenius consiste em admitir que as reações Rn-1 e Rn+1 são iguais, da mesma
direção e sentidos opostos. Com isso, despreza-se a ação mútua entre as fatias.
Drenagem
171
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
3 ESTACA-PRANCHA
As estacas-pranchas são peças de madeira, concreto armado, Plástico
Reforçado com Fibra de Vidro, Polietileno (de outro material como o PRFV
(Plástico Reforçado com Fibra de Vidro, Polietileno), mais resistente à corrosão
d'água do mar) ou metálicas que são cravadas no terreno para formar uma
justaposição as cortinas, planas ou curvas, destinadas a servir de obra de retenção
de água ou de terra (CAPUTO, 2008).
172
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
Martelo
Batente
Capacete
Estaca
prancha
173
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
DICAS
Perfis Metálicos
Tipo AU
E
IMPORTANT
174
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
Tipo AZ
Combinado HZ/AZ
175
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
De alma reta
E
IMPORTANT
Varela (2010) afirma que para pequenas alturas (até 5 m) podem ser
empregadas cortinas sem ancoragem. A rotação da cortina em torno de um ponto
176
TÓPICO 2 | MUROS DE ARRIMO E CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
“O” e o sistema de forças atuantes são indicados na Figura 37. Para simplificar os
cálculos admite-se que a linha de ação de Ep2 coincide com o ponto “O” arbitrado.
(h + f )
3
1 f3 1
2
.K p . γ = .K p . γ .
3 2 3
( Eq. 32 )
. f 3 Ka ( h + f ) ( Eq. 33 )
3
Kp =
177
RESUMO DO TÓPICO 2
178
AUTOATIVIDADE
179
180
UNIDADE 3
TÓPICO 3
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, identificaremos o que são taludes e sua importância na
engenharia. Verificaremos como se comportam os movimentos de massas em
taludes e quais os métodos utilizados para calcular a estabilização destes taludes.
A ocorrência de deslizamentos de taludes de terra apresenta preocupantes
consequências para a vida de uma comunidade, qualidade das estradas, meio
ambiente, assim como das construções de edificações. Sendo a estabilidade de
taludes um dos principais tópicos de técnicos da área de solos.
2 TALUDES
NOTA
O que é um talude?
Os taludes são considerados qualquer superfície inclinada que limita um maciço de terra,
rocha ou de terra e rocha. Podem ser considerados como taludes naturais e taludes
artificiais.
Talude natural é aquele que foi formado pela natureza, pela ação geológica
ou pela ação das intempéries (chuva, sol, vento etc.).
181
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
182
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
183
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Tipo de
Forma de ocorrência Principais causas
problema
Em taludes de corte e aterro (em
Deficiência de drenagem.
sulcos e diferenciada).
Deficiência de proteção superficial.
Longitudinal ao longo da
Concentração de água superficial e/
Erosão plataforma.
ou intercepção do lençol freático.
Localizada e associada a obras de
Deficiência ou inexistência de
drenagem (ravinas e boçorocas).
drenagem interna.
Interna em aterros (pipping).
Secagem ou umedecimento do
material.
Empastilhamento superficial em
Presença de argilomineral
taludes de corte.
Degradação expansivo ou desconfinamento do
Superficial.
superficial material.
Profundo.
Inclinação acentuada do talude.
Formas e dimensões variáveis.
Relevo energético.
Descontinuidades do solo e rocha.
184
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
Deficiência de fundação.
Deficiência de drenagem.
Escorregamento Deficiência de proteção superficial.
Atingindo o corpo do aterro.
em aterro Má qualidade do material.
Compactação inadequada.
Inclinação inadequada do talude.
Deficiência de fundação.
Recalque em Deformação vertical da Deficiência de drenagem.
aterro plataforma. Rompimento do bueiro.
Compactação inadequada.
185
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
3 MÉTODOS DE ESTABILIDADE
Em teoria, um talude se apresenta como uma massa de solo submetida a
três campos de força: peso, escoamento de água e à resistência ao cisalhamento.
Basicamente existem dois métodos de estudos utilizados (CAPUTO, 2008):
186
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
187
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Pressão neutra U:
u
= h . cos2 i
= hw
γw
u = γ w . h .cos2 i
U = u . b0 = γ w .b0 . h .cos2 i
Peso da lamela W:
W = γ sat .b.h
b = b0 .cosi
N = W .cosi = γ sat .b.h.cosi
T = W .seni = γ sat .b.h.seni
N
σ= =γ sat . h .cos2 i
b0
T
τ= =γ sat . h .sen i .cosi
b0
188
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
Simplificando:
γ sat - γ w =γ'
Temos:
c + γ' . h .cos2 i.tgθ
FS =
γ sat .h.sen i .cosi
Dados:
Antes da chuva: 3,5
γ = 1,70 tf/m³
c = 2 tf/m³
4m
Após a chuva:
γ = 1,90 tf/m³
c = 0 tf/m³ ROCHA
FS = 1
Solução:
c + γ' . h .cos2 i.tgθ
FS =
γ sat .h.sen i .cosi
Após a chuva:
Se FS = 1
189
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
tf tf
γ ′ →=
γ nat 1, 70 3
; γ sat →=
γ nat 1, 70
m m3
2 + 1, 70 .4 .cos2 16°.tg 31,1°
FS =
1, 70.4.sen 16° .cos 16°
FS = 3 , 20
190
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
c.AD
Cm =
FS
tgθ
tg θm =
FS
c.AD N.tgθ
T = Cm + N. tgθm = +
FS FS
Resultando:
1 sen ( i - θ )
W = H. AD.
2 sen i
1 sen ( i - θ ) 1
Cm + AD + γ.H.AD .cos θ.tgθm = γ.H.AD.sen ( i - θ ) .senθ
2 sen i 2
cm 1 sen ( i - θ ) .sen ( θ - θm )
N= = γ .H
γ.H 2 seni.cos θm
191
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
1
θ=
cr
2
( i + θm )
cm 1 1 - cos ( i - θm )
= .
γ.H 4 sen i.cos θm
4.cm.sen i . cos θm
H=
γ 1 - cos ( i - θm )
192
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
En, En+1 = resultante das forças horizontais totais, atuantes nas seções n e
n+1, respectivamente.
Xn, Xn+1 = resultante das forças cisalhantes que atuam nas seções n e n+1,
respectivamente.
∑ MR
FS =
∑ MA
193
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
A cunha BDR recebe o nome de cunha ativa e a ABR de cunha passiva. São
desconhecidos os seguintes esforços: F1, F2, E, α e o FS, o que torna o problema
indeterminado. Assumindo um valor para α podemos tornar o problema
determinado. É comum assumir que a direção dos esforços (E) entre as cunhas
fica determinada pela resistência mobilizada ao longo da superfície de ruptura,
ou seja:
tgθ
α =θm = arc
FS
tgθ1 tgθ1
Fsi
= →θ
=m1 arctg
tgθm1 FSi
tgθ2 tgθ2
Fsi
= →θ
= m2 arctg
tgθm2 FSi
194
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
C1 . AB
Cm1 =
FSi
195
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
LEITURA COMPLEMENTAR
Juliana Nakamura
Luiz Antônio Naresi Júnior
FONTE: <https://www.aecweb.com.br/tematico/img_figuras/contencao-com-estacas-prancha.
jpg>. Acesso em: 6 mar. 2020.
196
TÓPICO 3 | ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
Vantagens e Contraindicações
197
UNIDADE 3 | MECÂNICA DOS SOLOS AVANÇADOS E INTRODUÇÃO A OBRAS DA TERRA
Cravação de Estacas-Prancha
FONTE: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/estacasprancha-metalicas-sao-usadas-em-
contencoes-de-obras-subterraneas_19303_10_22>. Acesso em: 14 dez. 2019.
198
RESUMO DO TÓPICO 3
CHAMADA
199
AUTOATIVIDADE
200
REFERÊNCIAS
ABNT. Rochas e solos. 1995. Disponível em: http://licenciadorambiental.com.br/
wp-content/uploads/2015/01/NBR-6.502-Rochas-e-Solos.pdf. Acesso em: 12 dez.
2019.
BARONI, M. Mecânica dos solos II: Notas de Aula. Notas de Aula. 2011.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e suas aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
201
LADD, C. C. Settlement analysis for cohesive soils. MIT Research Report. R71-2,
Soils Publication 272, 1971.
LAMBE, T. W.; WHITMAN, E. R. Soil mechanics. New York: John Wiley & Sons,
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MARANGON, M. Mecânica dos solos II: empuxos de terra. 2018. Disponível em:
http://www.ufjf.br/nugeo/files/2013/06/MARANGON-2018-Cap%C3%ADtulo-
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MARANGON, M. Mecânica dos solos II: pressão nos solos. jan./jul. 2018. Notas
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Acesso em: 25 out. 2019.
PINTO, C. de S. Curso de mecânica dos solos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos,
2002.
TAYLOR, D. Fundamentals of soil mechanics. New York: John Wiley & Sons,
Inc., 1948.
202
TERZAGHI, K. von. Theoretical soil mechanics. New York: John Wiley & Sons,
Inc., 1943.
203