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Antropoceno e a sua caracterização.

Um novo período geológico?

Monografia produzida no âmbito da Unidade


Curricular de Temas Avançados de Biologia e
Geologia (40722)
Docente: Prof. Maria Martins

Produzido por Pedro Ferreira, nºMec.: 94374


Índice

Índice...........................................................................................................................1
Índice de Figuras.........................................................................................................1
Índice de Tabelas........................................................................................................1
Introdução................................................................................................................... 2
Utilidade e discussão de formalização........................................................................3
Critérios................................................................................................................... 3
Definição de um GSSP............................................................................................3
Possíveis marcadores.................................................................................................5
Marcadores por materiais modernos antropogénicos.............................................5
Marcadores biogénicos........................................................................................... 6
Marcadores geoquímicos........................................................................................6
Reparos finais............................................................................................................. 9
Bibliografia................................................................................................................ 10

Índice de Figuras
Figura 1 - Vista atual de Teufelsberg..........................................................................5

Índice de Tabelas
Tabela 1- Requisitos para a criação de uma Secção e Ponto de Estratotipo de
Fronteira Global (GSSP).............................................................................................4

CORRECÇÃO
Aaaaa – erros gramaticais em geral (ortografia, sintaxe, brasileirismos, etc.)
Bbbbb – erros científicos, imprecisões, necessidade de mais explicações científicas
Ccccc – erros de apresentação da bibliografia, ou falta de referência bibliográfica
Ddddd – Citações demasiado extensas
Eeeee – Plágio

1
Confusão entre “à” e “a”, falta de vírgulas, outros erros
gramaticais
Erros (?) científicos ou, mais provavelmente expressões e frases ambíguas e
falta de explicação de certos temas abordados
Não abordas o lançamento das primeiras bombas atómicas, que terá ficado
registado, através das poeiras radioactivas dispersas por todo o mundo, e que
poderão estar registadas em sedimentos e depósitos antropogénicos. Este é
um “ponto específico” importante, que muitos autores consideram que deve
marcar o início do Antropoceno. Para além disso, é após a 2ª guerra mundial
(que terminou com o lançamento das 2 bombas atómicas), em particular a
partir das décadas de 50 / 60, que as alterações climáticas e a extinção de
muitas espécies, devido a causas antropogénicas, se tornou marcante.

Conclusão: apesar dos muitos erros e expressões mal explicadas, o trabalho


está bastante bom.

Classificação: 18 valores

2
Introdução
A crescente proeminência dos seres humanos durante o atual período
interglacial tem sido marcada por um aumento progressivo do seu efeito no
ambiente natural e nos seus processos [1];[2]. Estes efeitos antropogénicos
atingiram níveis significativos nos últimos séculos, e, em particular, desde a
Revolução Industrial [1]. Devido a isto, certos cientistas começam a referir
informalmente o «Antropoceno» nos seus trabalhos ainda no século passado.
A introdução do termo «Antropoceno» no discurso académico e popular de
uma forma comum é, geralmente, creditado a duas publicações do início do milénio
[1];Error: Reference source not found do cientista neerlandês Paul Josef Crutzen,
que argumentava que se deveria referir à atual época geológica, não como parte do
Holoceno (IUGS), mas sim como uma nova época geológica caracterizada por uma
forte influência antropogénica nos sistemas terrestres. Crutzen aponta o
crescimento populacional mundial exponencial dos séculos anteriores à publicação
destes seus trabalhos (a população mundial tinha cerca de 6 mil milhões de
pessoas à data, sendo que atingiu 8 mil milhões em 2022), o crescimento da
população de gado, da urbanização, da produção industrial e da pesca, como
fatores a ter em conta ao analisarmos esta questão.
Os temas anteriormente descritos como fatores de análise do Antropoceno
são abordados, mais ou menos detalhadamente, no 8º e 11º anos de escolaridade,
fazendo parte dos Domínios “Sustentabilidade na Terra” e “Exploração sustentada
de recursos geológicos” respetivamente. Para mim, como futuro professor destes
graus de Ensino, ter um conhecimento com alguma profundidade deste assunto,
que engloba, mais do apenas a influência antropogénica na Terra, mas também a
discussão democrática como parte fundamental do método científico, é de
relevância extrema para poder instruir os meus futuros alunos nesse aspeto do
conhecimento [3];[4].
Ao momento de escrita desta monografia, o Antropoceno ainda não é
reconhecido formalmente como época geológica, sendo que o Grupo de Estudos do
Antropoceno (AWG na sigla inglesa), parte da Subcomissão da Estratigrafia do
Quaternário (SQS na sigla inglesa) da Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS
na sigla inglesa), membro da União Internacional de Geociências (IUGS na sigla
inglesa) é o grupo de cientistas responsável pela possível formalização desta época,
o qual, em 2019, votou favoravelmente à formalização do Antropoceno como uma
unidade crono-estratigráfica definida por um Estratotipo Global de Limite (GSSP-
Global boundary Stratotype Section and Point na sigla inglesa) e também à
definição da base do Antropoceno como um sinal estratigráfico algures nos meados
do século XX [5]. Basear-me-ei em grande parte no trabalho desenvolvido pelo
AWG, tendo em conta o trabalho por este desenvolvido desde a sua criação em
2009, assim como em artigos publicados na revista Nature para a escrita desta
monografia.

3
Utilidade e discussão de formalização
Critérios
Tendo em conta que falamos de uma época geológica, é necessário, para a
definir, cumprir certos critérios. O AWG considera que, para que o Antropoceno seja
formalmente considerado um termo temporal geológico, este deve produzir sinais
geológicos significativamente abrangentes no espaço, claros e distintos
(especialmente do Holoceno, época geológica na qual formalmente nos
encontramos atualmente), em estratos que estejam a ser formados atualmente (o
mesmo grupo defende que esta condição está demonstrada) e que este termo deve
ser útil para o contínuo avanço da ciência e da discussão científica, cujo critério,
defende o AWG, também já foi demonstrado verdadeiro pelo seu uso ubíquo há já
cerca de duas décadas pela comunidade científica dos sistemas terrestres [5].

No entanto, há cientistas que argumentam que não há, ainda, evidências


suficientes que demarquem esta época e que, para uma definição formal, seria
necessário demarcar um GSSP bem fundamentado cientificamente [7], e que sem
isso, não há justificação para dissociar o Antropoceno do Holoceno. Isto poderá ser
uma tarefa difícil, tendo em conta que será necessário encontrar um estrato que
contenha os requisitos necessários a ser considerado “antropocénico”, i.e., conter
vestígios antropogénicos. Visto que algumas das propostas de início do
Antropoceno são nos séc. XVIII/XIX ou XX (tendo por base o início da revolução
industrial ou a utilização de explosivos nucleares, por exemplo) Error: Reference
source not found;[5];[8] e a formação de estratos ocorre a uma escala de tempo
geológica, será difícil conciliar estas premissas [9].

Definição de um GSSP
O processo complexo de decisão sobre um GSSP normalmente requer uma
seleção inicial de um nível de fronteira caracterizado por um evento marcante
(como, segundo o AWG, poderá ser a Grande Aceleração – o aumento significativo
de muitas medições de atividade humana em meados do séc.XX [5];[9];[10]) com
potencial de correlação estratigráfica global ideal. Após isso, deve-se realizar uma
seleção de uma secção de estratotipo entre várias, com a secção escolhida
contendo o melhor registo possível do evento marcante primário, bem como outros
eventos que suportem a correlação global. Preferencialmente, dever-se-ia fazer a
seleção de alguns estratotipos auxiliares em que o mesmo nível de fronteira é
representado por sinais semelhantes em diferentes geografias (na definição da
Série Holoceno, por exemplo, segundo Walker et al. ,2009, há cinco estratotipos
auxiliares, bem como o GSSP [10]). Finalmente, poder-se-á definir o ponto preciso
dentro do estrato (ou gelo, no caso do Holoceno) que fixa o limite cronostratigráfico
de forma absoluta [9]. Está este processo detalhado na tabela seguinte, retirada do

4
artigo “Global Boundary Stratotype Section and Point (GSSP) for the Anthropocene
Series: Where and how to look for potential candidates” [9].

Tabela 1- Requisitos para a criação de uma Secção e Ponto de Estratotipo de Fronteira Global (GSSP).

1. Nome e classificação estratigráfica do limite, incluindo declaração concisa


da definição de GSSP
2. Detalhes da geologia geográfica e física do GSSP
• Localização geográfica, incluindo coordenadas de mapas
• Detalhes geológicos (litoestratigráficos, sedimentológicos, tectónica pós-
deposição, etc.)
• Localização precisa e posição estratigráfica do nível do GSSP e ponto
específico do mesmo
• Completude estratigráfica do nível do GSSP
• Espessura adequada e extensão estratigráfica da secção acima e abaixo
• Acessibilidade, incluindo logística e política
• Provisionamento de conservação e proteção
3. Marcadores primários e secundários
• Marcador de correlação primária (evento) ao nível do GSSP
• Marcadores secundários - biostratigrafia, magnetostratigrafia, estratigrafia
química, estratigrafia de sequência, estratigrafia de ciclo, etc.
• Datação por cinza vulcânica e/ou afinação orbital
• Demonstração da correlação regional e global
4. Resumo do processo de seleção
• Relação do GSSP com utilização histórica
• Referências ao contexto histórico e às unidades adjacentes (andar)
• Publicações selecionadas
• Outras propostas candidatas e razões para possível rejeição
• Resumo dos votos e comentários recebidos
• Outras secções de referência úteis
5. Publicação oficial
• Resumo para documentação oficial em episódios da revista da IUGS,
Episodes
• Estratigrafia digital (litho-, palaeo-, magneto-e-estratigráfica) e
ficheiros gráficos submetidos ao ICS para arquivo público
• Publicação completa num diário apropriado

5
Possíveis marcadores
Como já referido anteriormente, na escala de tempo geológica, as
classificações (da classificação de andar para cima) são definidas com recurso a um
GSSP, e este definido por um conjunto de marcadores que poderão ser da mais
diversificada natureza, desde geoquímicos, biogénicos ou outros, desde que
permitam uma correlação relevante a nível geográfico e uma distinção significativa
de outras [5];[9].

Marcadores por materiais modernos antropogénicos


Segundo (Waters et al., 2018) [9], o desenvolvimento e produção de materiais
modernos como materiais semelhantes a minerais ou a rochas (como, por exemplo,
porcelana, tijolo ou cimento) ou polímeros orgânicos (como o plástico) é
historicamente conhecido, no entanto são pouco estudados no contexto
estratigráfico. Por causa do quão recentes estes materiais são, não se conhece ao
certo a sua longevidade e/ou fragmentação em sedimentos depositados, embora
haja algum trabalho a ser feito nesse sentido.
Já há algum estudo realizado na deposição de materiais como os
microplásticos ou a cinza criada pela queima de combustíveis fósseis em ambientes
lacustres, fundos oceânicos ou nos glaciares polares [9]. O aumento da produção e
disseminação ambiental destes materiais, desde a década de 1950, poderia servir
como marcador estratigráfico permanente para o Antropoceno em sedimentos de
lagos em todos os continentes [9];[11].
As deposições deste tipo de
materiais podem ser bons locais de
procura por um estratotipo que preencha
os critérios mais atrás descritos para o
estabelecimento de um GSSP. Temos no
depósito Teufelsberg (em português
“Montanha do Diabo”) em Berlim um
exemplo de um local promissor. Os
escombros gerados em Berlim durante a
Segunda Guerra Mundial foram Figura 1 - Vista atual de Teufelsberg
distribuídos em montes nas imediações
da cidade, sendo o maior monte de escombros Teufelsberg. Este assenta
principalmente de sobre areia do Pleistocénico Superior, e, por isso, estas áreas
seriam inadequadas para hospedar um GSSP. Mas localmente, existem depósitos
finos do Holoceno que se localizam entre as duas unidades, e aqui a colocação de
um GSSP poderia ser considerada. O depósito Teufelsberg compreende então uma
unidade litostratigráfica distinta e mapeável e com uma base aproximada à do
Antropoceno.

6
Marcadores biogénicos
A pressão antropogénica nos sistemas terrestres, não se esgota, obviamente,
na geosfera (inclusive arriscaria afirmar que é mais comum o público geral estudar e
ter consciência dos efeitos antropogénicos na ecologia estritamente biológica) e o
facto de a neobiota ir muito além das suas gamas geográficas originais, através de
ações humanas deliberadas ou acidentais, pode também ser usado como marcador
para a definição de um GSSP. A chegada desta neobiota a novos ecossistemas
está bem documentada através da observação ao longo dos séculos, e,
frequentemente, está relacionada com a extinção de fauna e/ou flora locais [9].
Espécies utilizadas pelas comunidades humanas, como o milho doméstico ou
as galinhas, tendem a ser abundantes e geograficamente difundidas. A criação de
fábricas agroalimentares levou a um aumento muitíssimo significante de
quantidades de sobras de fauna de espécies domesticadas depositadas em aterros
e outros contextos estratosgráficos terrestres a partir de meados do século XX [9].
Em geral, o Homem provocou uma redução da biodiversidade de plantas em
níveis regionais e espécies antroposignificantes tornaram-se ubíquas
geograficamente o que poderá tornar sinais geoquímicos de origem biológica em
depósitos sedimentares passíveis a serem utilizados, pelo menos, como
marcadores secundários [9];[12].
O escoamento de águas contaminadas com fertilizantes resulta em
eutrofização, que por sua vez resulta em "zonas mortas" nos lagos e zonas
costeiras, o que leva, por exemplo à proliferação de foraminíferos bentónicos
tolerantes à hipoxia [14], que após morte e deposição das suas partes duras
poderão fornecer um bom marcador à definição do GSSP [9]. A legislação ambiental
conduziu localmente a uma fase de recuperação dos stresses da poluição nos finais
dos séculos XX e XXI, mas cada vez mais as alterações climáticas estão a impor
mudanças na distribuição de espécies e a dificultar a recuperação da acidificação
[14].

Marcadores geoquímicos
O rácio em excesso de deutério (²H ou D) é utilizado como o marcador
primário para a base da Série do Holoceno num GSSP de núcleo de gelo onde uma
diminuição de 2-3° na razão está associada a um rápido declínio da temperatura da
superfície oceânica de 2 − 4 °C [13]. Este rácio, assim como outros (por exemplo o
rácio δ¹⁸O – rácio entre isótopos de ¹⁸O e ¹⁶O) podem ser futuramente utilizados
para a definição do GSSP de base do Antropoceno, tendo em conta o aumento da
temperatura da superfície oceânica registado devido às emissões de gases de efeito
de estufa [9]. Variações no rácio δ¹⁸O já começa a ser observável em mineraloides
biogénicos carbonatados e fosfatados [9].

7
As emissões de metano, um gás de efeito de estufa, aumentaram
substancialmente com o aumento da população mundial, o crescimento da
população de gado ruminante e da produção agrícola, o que fez com que desde o
final do séc. XIX a proporção atmosférica deste gás tenha vindo a crescer [9]. Este
gás providencia um marcador estratigráfico direto, já que pode ficar armazenado em
bolhas de ar em gelo e assim ser utilizado, como é para o Holoceno um GSSP num
núcleo de gelo[9];[13].
O metano, não é, no entanto, o único gás de efeito de estufa que pode ser
utilizado como marcador, já que o dióxido de carbono providencia, nas mesmas
condições que um possível marcador de metano, uma boa forma de avaliarmos as
alterações ambientais antropogénicas, através da assinatura isotópica δ¹³C, sendo o
rácio entre isótopos de ¹³C e de ¹²C. O dióxido de carbono proveniente da queima de
combustíveis fósseis contem apenas ¹³C, diminuindo esta assinatura no CO2
atmosférico, o que vem acontecendo desde o final do séc. XVIII, mas com uma
maior proeminência desde a década de 1960 [9].
Alguns metais estão também a ser apontados como possíveis bons
marcadores geoquímicos para a definição de um GSSP. Um desses exemplos é o
mercúrio (Hg); as concentrações atmosféricas globais atuais de Hg, em comparação
com níveis pré-industriais, são cerca de duas a quatro vezes mais elevadas,
resultando da refinação do mesmo ou da queima de carvão, principalmente. O Hg
persiste na atmosfera durante cerca de 9 meses, pelo que pode ser disperso
globalmente antes da sua deposição, enquanto nos ambientes marinhos uma maior
e mais lenta dispersão pode produzir uma resposta de deposição mais prolongada
no tempo de 1 a 2 séculos [9].
Talvez a mais mediática possibilidade de marcador (e inclusive posta em
discussão como mais provável de ser utilizada para definir o Antropoceno pelo AWG
[5]) serão os isótopos radioativos antropogénicos, como o plutónio-239 (²³⁹Pu),
amerício-241 (²⁴¹Am), césio-137 (¹³⁷C) e estrôncio-90 (⁹⁰Sr) que são raros ou
inexistentes na Natureza. Estes isótopos são resultantes da detonação de bombas
termonucleares, sendo que o estrôncio e o césio mencionados têm tempos de meia-
vida diminutos à escala geológica, mas o plutónio tem um potencial elevado de ser
usado como marcador já que tem uma meia-vida de 24,110 anos [9]. O isótopo
natural ¹⁴C apresenta valores elevados associados a testes nucleares e poderá
fornecer um sinal claro e duradouro como marcador auxiliar na maioria das matérias
orgânicas [9].

8
Reparos finais
Gostaria de acrescentar, no final desta produção, que ao longo da pesquisa
sobre o tema que intitula esta monografia, encontrei, em meandros dos artigos
listados na bibliografia ou em outros, escrita de uma forma ou outra, a seguinte
pergunta: «Será a tentativa de formalizar uma época geológica com base no fator
humano apenas uma consequência de um narcisismo que temos enquanto
espécie?»; ou de outra forma: «Somos uma parte inequivocadamente fundamental
do sistema que nos envolve ou uma mera parte do puzzle, uma vírgula na História
do nosso planeta?». Estas perguntas levaram-me a uma espiral de pesquisa sobre
temas como a evolução de espécies inteligentes, os problemas éticos do
desenvolvimento humano ou a Escala de Kardashev e teorias subjacentes que,
embora me tenha enriquecido bastante, seria desnecessária à produção desta
monografia.
Não obstante, é, de facto, uma pergunta à qual todos os cientistas (e até
certo ponto, todas as pessoas), independentemente da sua área, deveriam prestar
atenção. A objetividade da produção científica nunca é plena, mas é tendo em conta
estas questões-base que poderemos tentar chegar mais perto dela. Este é, sem
dúvida, um dos ensinamentos que levarei da pesquisa deste trabalho para a sala de
aula como professor das ciências da Terra; ter por base que o Homem é uma parte
integrante do sistema terrestre, ou, se por força do nosso desenvolvimento, for não
apenas um fator nesse sistema, mas uma parte fundamental deste, temos, como
espécie, de tomar decisões conscientes e com base na ética (inerente ao
pensamento crítico humano) sobre esse mesmo sistema.

Acabo este trabalho com uma citação (traduzida) retirada de um artigo


publicado na revista Nature intitulado “Defining the Anthropocene” [6].

“De uma forma mais geral, a definição formal do


Antropoceno torna os cientistas árbitros, em certa medida, da
relação humano-ambiente, em si mesmo um ato com
consequências para além da geologia.” [6]

9
Bibliografia
[1] Crutzen, P.J. (2006). The “Anthropocene”. In: Ehlers, E., Krafft, T. (eds) Earth
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[2] Crutzen, P. J. (2002). Geology of mankind. Nature, 415(6867), 23.


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[3] Nacional, E. F. (2014). Aprendizagens Essenciais Biologia e Geologia.

[4] Direção Geral de Educação. (2018). Aprendizagens Essenciais Ciências


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[8] Subramanian, M. (2019). Humans versus Earth: the quest to define the
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[9] Waters, C. N., Zalasiewicz, J., Summerhayes, C., Fairchild, I. J., Rose, N. L.,
Loader, N. J., Shotyk, W., Cearreta, A., Head, M. J., Syvitski, J. P. M.,
Williams, M., Wagreich, M., Barnosky, A. D., An, Z., Leinfelder, R., Jeandel,
C., Gałuszka, A., Ivar do Sul, J. A., Gradstein, F., … Edgeworth, M. (2018).
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_2053019614564785-FIG2.JPEG

10
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Wheeler, J., & Bacon, K. L. (2015). Spheroidal carbonaceous particles are a
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[12] Ellis, E. C., Antill, E. C., & Kreft, H. (2012). All Is Not Loss: Plant
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[13] Walker, M., Johnsen, S., Rasmussen, S. O., Popp, T., Steffensen, J.-
P., Gibbard, P., Hoek, W., Lowe, J., Andrews, J., Björck, S., Cwynar, L. C.,
Hughen, K., Kershaw, P., Kromer, B., Litt, T., Lowe, D. J., Nakagawa, T.,
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[14] Battarbee, R. W., Simpson, G. L., Shilland, E. M., Flower, R. J.,


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