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COMO
MARCADORES DE
UM NOVO TEMPO:
O ANTROPOCENO
Uliana Franco Medina Procópio
Importa realmente saber em que Época
geológica a humanidade está vivendo?
Quem decide?
No ano de 2009, foi formado um grupo de trabalho com 38
acadêmicos, chamado de Grupo de Trabalho do Antropoceno
(Anthropocene Working Group, AGW), com representantes de
diferentes áreas, como geologia, química, biologia, arqueologia e
história, por solicitação da Subcomissão de Estratigrafia do
Quaternário (Subcommission of Quaternary Stratigraphy, SQS) da
Comissão Internacional de Estratigrafia (International Comission of
Stratigraphy, ICS) e da União Internacional de Ciências Geológicas
Dr. Colin N. Waters
(International Union Geological Sciences, IUGS), para estudar as
possíveis evidências geológicas do Antropoceno que pudessem levar
à sua formalização. (SILVA et al., 2020)
Etapas necessárias para
o reconhecimento
Etapa em andamento:
Revisão e votação.
século XX.
tad
ap
Ad
Que local do planeta oferece a melhor vista do momento em que o mundo
moderno começou? Onde será o golden spike que determina o ponto de ruptura
entre o Holoceno e o Antropoceno?
90 241
(trítio) (12 anos), o Sr (29 anos) e o Pu (14 anos) o que
limita sua potencial utilidade como marcadores para
tempos maiores que um século. Outros radioisótopos têm
maiores tempos de vida-média, como o 241Am (432 anos),
14
o C (5.700 anos) e o 239 Pu (24.110 anos).
Plutônio (pu)
Elemento químico sintético e radioativo, foi sintetizado em 1940,
através do bombardeio nuclear do urânio com o deutério. A
maior parte do plutônio existente é obtido como subproduto do
trabalho de reatores nucleares. (SANTOS, 2011)
239
O tempo de vida-média do Pu permite que este seja utilizado
por mais de 100.000 anos, considerando o atual
desenvolvimento dos métodos espectrográficos.
Plutônio
Os isótopos do plutônio têm baixa solubilidade e alta radiatividade, o
que facilita sua associação à argila e à matéria orgânica. Em ambientes
terrestres, o plutônio se associa com frações geoquímicas específicas
como óxidos de ferro e manganês e ácidos húmicos e, portanto tende a
ser relativamente imóvel em sedimentos (inclusive gelo).
Nos oceanos se associa ao material em suspensão e movimenta-se nas
colunas d’água, de forma que sua distribuição é afetada pelas correntes
marinhas e pelo movimento dos sedimentos. Em oceano aberto, parte do
plutônio se encontra ainda nas águas e desce lentamente até os
sedimentos.
Plutônio
A partir de determinações de 90 Sr, 137Cs e 239Pu, no ambiente marinho,
aproximadamente 76% das fontes de radiação estão localizadas no
hemisfério norte, e são provenientes do fallout global ocasionados pelos
testes e acidentes nucleares, inclusive de aviões e embarcações de
despejo de resíduos radiativos.
No hemisfério norte existem registros para 239+240Pu em numerosos
ambientes que confirmam o pico em 1963, como sedimentos marinhos e
lacustres, corais, registros de gelo no Ártico e glaciares.
COnclusão
As regiões lacustres, onde os depósitos têm pouca mobilidade, e polares,
onde a acumulação é rápida e pouco sujeita à intervenção, mostram-se
como uma excelente alternativa para a localização do golden spike.
PHIDDIAN, E. Australia in line for its 2nd Golden Spike: the Anthropocene.
Disponível em: <https://cosmosmagazine.com/history/golden-spike-
anthropocene/>. Acesso em: 29 jan. 2023.