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2. A TERRA
2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
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2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
Os conhecimentos diretos relativos à natureza do
Globo terrestre limitam-se aos que se obtêm através
do estudo de rochas aflorantes à sua superfície ou
retiradas da profundidade, em minas (até 3 km) ou
através de sondagens (até 8 km).
É possível observar à superfície rochas oriundas de
zonas mais profundas (duas, três ou mais dezenas de
km), trazidas à superfície pelos movimentos tectónicos
e, subsequentemente, postas a descoberto pela
erosão.
Outros materiais mais profundos têm possibilidade de
ascender à superfície (como fragmentos de rochas),
arrastados para cima, englobados no seio de lavas.
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2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
Estes parâmetros quando conjugados com outras
informações, tais como, densidade global do planeta,
magnetismo terrestre, tipos e composições dos
meteoritos, abundância e distribuição dos elementos
químicos no sistema solar, permitem conceber um
determinado modelo, coerente à luz do estado atual
dos conhecimentos científicos e que se aceita como
possível constituição do Globo terrestre.
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2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
A Terra no sistema solar e no Universo
A Terra é um dos planetas principais que constituem
o Sistema Solar, sendo o Sol o seu centro de ação.
Sol
Diâmetro = 1.392.000 km
99,8% da massa do Sistema Solar
Terra
Distância do Sol = 150.000.000 km
Distância da Lua (satélite) = 384.000 km
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2.2. A formação da Terra
Hipóteses Catastrofistas
Considera os sistemas planetários surgidos de acidente
“catastrófico” como colisão ou excessiva aproximação de
duas estrelas. Pressupõe a participação de energia
exterior ao sistema. Dadas as grandes distâncias que
separam as estrelas, essa possibilidade é reduzidíssima.
Hipóteses Evolucionistas
Considera que os sistemas planetários se formaram na
sequência da evolução de dada estrela, a partir de uma
nuvem ou nebulosa gasosa ou de poeira. Neste esquema,
a energia necessária à evolução encontrar-se-ia no
interior do próprio sistema.
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2.2. A formação da Terra
Os Planetas formaram-se assim através das
condensações locais, ganhando massa e contraindo-se
aumentando o calor interno e a densidade. Como a
formação de calor era maior que a quantidade de calor
liberado houve uma fusão dos materiais, concentrando
os mais densos no centro e os mais leves no exterior.
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2.2. A formação da Terra
Forma e dimensões da Terra
Elipsóide de revolução de muito pequeno
achatamento (1/293)
Raio Equatorial = 6.378,388 km
Raio Polar = 6.353,912 km
Superfície = 510 bilhões de km2 (29% terras emersas)
Cerca de 2/3 dos continentes concentram-se no
hemisfério norte
Volume = 1,083 bilhões de km3 (1,083 x 1027 cm3)
Massa = 5,978 x 1027 g
Densidade = 5,52
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2.2. A formação da Terra
Curva hipsobatimétrica de Holmes
(ou curva hipsográfica)
Grandes cadeias montanhosas
Vertente continental
(alt. > 3.000 m)
800 m
3.750 m
29%
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2.2. A formação da Terra
No domínio submerso individualizam-se várias zonas
separadas por rupturas de declive:
A plataforma continental é o prolongamento dos
continentes sob o nível do mar, não ultrapassando
geralmente os 200 m;
Após uma ruptura de declive, segue-lhe, em profundidade,
um trecho de acentuado declive, correspondente ao talude
ou vertente continental, que marca, aproximadamente, o
limite das massas continentais;
Este declive termina de encontro a um trecho muito menos
inclinado, que representa o conjunto das grandes bacias
oceânicas;
O gráfico põe ainda em evidência a reduzida área
correspondente às fossas abissais, situadas abaixo dos
6.000 m.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Breves noções de Sismologia
Os sismos são causados por movimentos de origem
tectónica, por esforços resultantes da atividade vulcânica
e, mais raramente, por deslocamentos superficiais de
terrenos, tais como, abatimentos e escorregamentos.
Os primeiros, os mais frequentes, importantes, e às
vezes catastróficos (terramotos) são os que melhor
contribuem para o conhecimento das zonas profundas do
Globo.
No mar, os abalos sísmicos podem provocar violenta
agitação das águas – maremoto ou “tsunami” – tão
conhecidos pelas suas trágicas consequências.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Breves noções de Sismologia
Hipocentro ou foco – local onde se produz o sismo.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Breves noções de Sismologia
Decorrido novo intervalo de tempo, também função da
distância ao sismógrafo, surgem as ondas transversais,
bem marcadas por um aumento brusco de amplitude.
Menos velozes do que as primeiras, são por isso
designadas por ondas secundárias ou ondas S. Neste
tipo de ondas as vibrações são perpendiculares à
propagação da onda sísmica.
Finalmente os sismógrafos podem registrar ondas mais
lentas, as chamadas ondas L ou ondas longas, de
grande amplitude. Estas ondas geram-se com a chegada
à superfície (ondas superficiais), na zona epicentral,
das duas ondas anteriores (P e S).
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Três zonas principais:
- A mais superficial, ou crosta, é a menos densa (d= 2,8 a 3)
e atinge profundidades entre 10 e 70 km;
- O manto, mais denso que a crosta (d=3,3 a 5,5) que se
estende até à profundidade de 2.890 km;
- O núcleo, zona mais central e também a mais densa (d >
10).
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
A base da crosta é marcada por um aumento brusco da
velocidade de propagação das ondas sísmicas o que
corresponde à importante descontinuidade conhecida
pelo nome do geofísico, Mohorovicic, que a definiu (ou
simplesmente MOHO). Esta superfície é também o limite
superior do manto.
A profundidade de 2.890 km (limite interno do manto)
existe uma nova descontinuidade, dita de Gutenberg,
bem marcada por uma queda brusca da velocidade de
propagação das ondas P (de cerca de 14 para 8 km/s) e
pela interrupção das ondas S.
No núcleo não existe propagação das ondas S.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Variação da densidade no interior do Globo
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
A CROSTA
A crosta atinge uma profundidade de 30 a 40 km sob os
continentes, podendo ser mais espessa, na ordem dos 70
km, sob as grandes cadeias montanhosas recentes.
Sob os oceanos a espessura da crosta é menor e mais
uniforme, rondando os 10 km abaixo do nível do mar, ou seja,
cerca de 6 a 7 km, em média, abaixo do fundo oceânico.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
A CROSTA
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Crosta Continental Inferior
Separada da crosta superior pela descontinuidade de Conrad,
esta camada, não só revela um aumento brusco da velocidade
das ondas P, que passam de 5,6 km/s na crosta superior, para
valores de 6 a 7 km/s, como também evidencia um ligeiro
aumento na densidade das rochas que a constituem (d=3).
Tais características coincidem com as de rochas do tipo dos
gabros, rochas de profundidade equivalentes dos basaltos, de
composição próxima da crosta oceânica.
Todavia, a pressão e a temperatura (tenha-se em atenção que
em profundidade se verifica um aumento de cerca de 1ºC por
cada 30 m, o chamado grau geotérmico) à profundidade desta
camada são mais compatíveis com um outro tipo de rocha, de
alta pressão – o eclogito – cuja densidade (d=3,5) é superior ao
valor admitido para a crosta.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Crosta Oceânica
Nos grandes fundos oceânicos a película sedimentar é
relativamente delgada (em média cerca de 500 m) existindo
extensões apreciáveis destituídas de sedimentação.
Estes sedimentos são, na maioria, produtos precipitados da
própria água do mar tais como, hidróxidos de ferro e
manganésio, carbonatos vários e esqueletos de organismos
(uns de natureza calcária e outros siliciosos). A estes se juntam
sedimentos detríticos muito finos e poeiras transportadas pelos
ventos, constituindo as chamadas argilas vermelhas dos
grandes fundos.
A sedimentação é muito lenta, estimando-se em alguns
milímetros por milénio.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Crosta Oceânica
Sob a camada basáltica, superior, admite-se ainda uma outra,
um pouco mas espessa (5 a 6 km), designada por camada
oceânica, na qual a velocidade das ondas P sobe para 6 a 7
km/s.
Esta camada é tida como de origem e composição, também
basáltica, semelhantes à da camada superior, tendo, porém,
sofrido posteriores transformações mineralógicas e texturais
que lhe modificaram as propriedades físicas.
Paralelamente ao termo Sial, referido para a crosta continental
superior, o termo Sima (de silício e magnésio) envolve a crosta
continental inferior e a crosta oceânica, formadas por rochas de
composição basáltica e com densidade média da ordem de 3.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O MANTO
Admite-se que a crosta se desenvolveu, muito cedo, na história
da Terra, a partir de um manto primitivo, por segregação,
através de um processo longo e complexo que culmina com a
formação da crosta continental diferenciada.
Por outro lado, sabe-se que o manto é a região fornecedora da
energia responsável, entre outros fenómenos geológicos, pela
abertura dos oceanos, pela deriva dos continentes, pelos
movimentos orogénicos e pelos grandes sismos.
Reconhecem-se no manto três zonas: uma desde a periferia
até à profundidade de 200 km, uma entre 200 km e 700 km e,
ainda outra, que se prolonga até ao contato com o núcleo. As
duas primeiras correspondem ao que se designa por manto
superior e a terceira, ao manto inferior.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O MANTO
A astenosfera trata-se de uma zona de menor rigidez
(revelada pela sismologia) de limite difuso, situado
aproximadamente entre 60 km e 250 km de profundidade,
intercalada entre materiais mais rígidos do próprio manto.
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O NÚCLEO
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2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O NÚCLEO
Por outro lado, o desaparecimento das ondas S ao atingirem a
superfície dos 2.890 km, e atendendo ao fato de estas ondas
não se propagarem em meio líquido, levou à hipótese de que,
pelo menos, a zona mais externa do núcleo estaria no estado
líquido.
Esta zona líquida, ou núcleo externo com mais de 2.000 km
de espessura estender-se-ia em profundidade até cerca de
5.150 km, onde se verifica nova variação importante na
velocidade das ondas P, correspondente à passagem para o
núcleo interno, considerado no estado sólido.
Esta variação assinala nova descontinuidade, às vezes
designada por descontinuidade de Lehman.
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2.4. Modelo de evolução da Terra
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2.4. Modelo de evolução da Terra
Os continentes tal como os conhecemos, espalhados à
superfície e envolvidos pelos oceanos são, fragmentos da
Pangea separados e deslocados até às posições que
atualmente ocupam, na sequência de longa e complexa
evolução (ainda atuante).
Esta evolução, hoje muito aprofundada na teoria da tectónica
de placas decorreu sobretudo durante os tempos fanerozóicos,
isto é, posteriormente ao Precâmbrico.
Uma característica importante das plataformas continentais é a
existência de grandes áreas, mais ou menos centrais, mais
antigas, envolvidas por zonas sucessivamente mais jovens.
Estas áreas centrais correspondem a núcleos de ascensão de
material magmático diferenciado, oriundo da profundidade.
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2.4. Modelo de evolução da Terra
O modelo de sequência dos acontecimentos geológicos
tem as seguintes grandes fases, escalonadas no tempo:
Acreção e diferenciação (4.600 a 4.200 M.A.):
1. O material cósmico, representado por gases e poeiras,
muitas já aglutinadas em corpos de maiores ou menores
dimensões – os planetesimais – são reunidos num
protoplaneta indeferenciado, constituído por uma mistura
homogénea;
2. O protoplaneta começa a aquecer a partir da energia
gravitacional da acreção e do declínio de elementos
radioativos, conduzindo à fusão do ferro que, por
densidade, se concentra no núcleo, diferenciando-se de
uma espessa zona envolvente, o manto, silicatada e
ferromagnesiana.
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2.4. Modelo de evolução da Terra
Impactos gigantes (4.200 a 3.800 M.A.):
1. A recém formada crosta é bombardeada por inúmeros
meteoritos, entre eles alguns de gigantescas proporções,
oferecendo uma imagem superficial muito semelhante À
dos planetas vizinhos;
2. Os impactos mais importantes distribuíram-se de um só
lado segundo uma série de pontos, hoje bem localizados,
iniciando ou intensificando nesses locais fenómenos de
diferenciação do manto.
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2.4. Modelo de evolução da Terra
Formação da Pangea (2.500 a 600 M.A., no
Proterozóico):
1. Alargamento e coalescência dos núcleos
protocontinentais em escudos maiores e mais estáveis
(2.500 M.A. a 1.700 M.A.);
2. União destes núcleos num único superescudo contínuo, a
Pangea, fazendo sobressair um amplo empolamento
associado à criação de fraturas e de ondulações e ao
aparecimento de vulcanismo (1.700 M.A. a 600 M.A.).
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2.4. Modelo de evolução da Terra
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