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E-BO OK L I V

BULLYING
COMO LIDAR COM ESSE DESAFIO?

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EBOOK LIV: BULLYING - COMO LIDAR COM ESSE DESAFIO?

Lidar com os desafios do bullying é uma tarefa complexa. Antes de saber o que
fazer a respeito de uma situação de bullying, é preciso entender por que ele
acontece e quais são os atores envolvidos no contexto.

Desenvolvemos este livro digital na intenção de auxiliar educadores, pais e


responsáveis a compreender e a lidar com essa situação no cotidiano das crianças
e jovens. Também trouxemos uma reflexãoo sobre como as habilidades emocionais
são necessárias nesse contexto e por que desenvolvê-las pode reduzir casos de
bullying.

Boa leitura!

CONHEÇA O LIV - LABORATÓRIO INTELIGÊNCIA DE VIDA

LIV é o programa que desenvolve o pilar socioemocional nas escolas de todo o


Brasil, criando espaços de fala e de escuta para ampliar a compreensão de si, do
outro e do mundo. A proposta do LIV é fortalecer um espaço seguro na escola, no
qual a escuta e a fala são as principais ferramentas, desde a Educação Infantil até
o Ensino Médio.

Presente em 350 instituições de ensino em todo o Brasil, junto a mais de 200 mil
alunos, alunos, o LIV disponibiliza para as escolas parceiras diversas ferramentas,
como a capacitação contínua de professores e coordenadores, assessoria
individual com equipe de psicólogos e pedagogos especializados em diferentes
temáticas, ações de marketing, aplicativo para famílias e o Portal LIV. Buscando
levar a educação socioemocional para todos, o LIV também proporciona uma série
de conteúdos gratuitos sobre o tema nos meios digitais.

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ÍNDIC E

O Q UE É B ULLYING E QUA L A SUA D IMEN SÃO? 4

P OR QUE O B ULLYING A CONT EC E E Q UAIS SÃO 8


OS ATORES ENVOLV IDOS ?

L IDANDO COM O B ULLYING N O AMBIEN T E ESC OL AR 12


O QUE É
BULLYING E
QUAL A SUA
DIMENSÃO?

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Atitudes agressivas, sejam verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, são defi-
nidas como bullying. Essas situações envolvem uma ou mais pessoas e têm a in-
tenção de intimidar, causar dor e angústia em outro indivíduo. Em geral elas se
baseiam em relação de poder e divergem daquelas brigas esporádicas ou discus-
sões pontuais.

Como o bullying é um assunto cada vez mais falado, não é incomum as pessoas
perguntarem sobre sua origem. Esse é um problema que sempre existiu, desde
que existe escola, desde que existem crianças lidando com crianças, existe
bullying.

Para a autora Maria Giovana Xavier, o bullying é um fenômeno


histórico-social que sempre existiu sob o nome de violência, mas que se
apresenta de formas especificamente construídas no processo de
desenvolvimento da modernidade, cujos efeitos são os novos sintomas
contemporâneos”. Ou seja, a violência entre as pessoas esteve sempre presente,
mas ela vai se manifestando de maneiras diferentes conforme o mundo se
transforma.

0 BULLYING É UM FEN ÔMEN O HI STÓR I C O- SOC IA L QUE


S E MPRE EXISTIU SOB O N OM E DE VI OL ÊN C I A , M A S
QUE SE APRESENTA DE FOR MA S ESP EC IFIC A MEN TE
C ONSTRUÍDAS NO PROC ESSO DE DESEN VOLVIMEN TO
D A MODERNIDADE, C UJ OS EFEITOS SÃ O OS N OVOS
SINTOMAS C ON TEM P OR Â N EOS.

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Em sociedades competitivas e desiguais, essa violência é estimulada com
mais força e em todas as idades, porém, na infância e adolescência,
identificamos um número um significativamente maior de registros de
bullying, principalmente, no ambiente escolar - lugar em que as crianças são
obrigadas a frequentar e que, na maioria das vezes, não foi escolhido por elas.

Ainda é muito difícil definir com 100% de certeza se o bullying está aumentando
ou não. De um lado, pode-se dizer que houve apenas um maior aumento na consci-
ência da sociedade a respeito do problema, e que os casos sempre existiram.

Por outro lado, segundo dados do IBGE que analisam o período de 2009 a 2012, a
presença de bullying nas escolas aumentou de 2% (de 5% para 7%). Para especia-
listas como a psicóloga, Cleo Fantes, "o bullying é uma das formas de violência
que mais cresce no mundo". Isso pode ser fruto de uma sociedade cada vez mais
individualizada e competitiva que terá pouco estímulo para desenvolver a
empatia.

É importante também considerar a influência dos programas de televisão, das


séries e dos jogos sobre o comportamento de crianças e adolescentes. Para
Juliana Hampshire, psicóloga e consultora pedagógica do LIV, é
necessário refletir sobre o desenvolvimento desses conteúdos e o
impacto de considerarem, muitas vezes, personagens com posturas
violentas como heróis. Para as famílias, com as longas jornadas de trabalho,
parece não haver outra alternativa senão deixar as crianças em frente às telas.
Mas quando não pensamos sobre os espaços e as pausas para as crianças
acabamos, como sociedade, precisando lidar com as consequências disso.
Talvez o aumento do bullying seja uma dessas consequências.

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DADOS BULLYING
Confira dados sobre o bullying e seu impacto
na vida das crianças e adolescentes brasileiros

43% 21%
das crianças ou adoles- dos estudantes já
centes já sofreram algum praticaram algum
tipo de bullying. tipo de bullying.
Fonte: Relatório UNICEF - 2016 Fonte: IBGE - 2015

42% 70%
das pessoas que
dos jovens afi rmam
sofreram agressões
nunca procuraram ajuda terem visto algum tipo
ou falaram sobre o de agressão na escola.
problema, nem mesmo Fonte: Diagnóstico Participativo
com colegas. das Violências nas Escolas - 2016

Fonte: Abrapia

18% Desde 2002, a taxa de


suicídio entre jovens de
dos alunos disseram 15 a 29 anos subiu.
sofrer bullying
“algumas vezes por mês”.
Fonte: Relatório PISA - 2015
10%
Fonte: Ministério da Saúde - 2017

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POR QUE O
BULLYING
ACONTECE E QUAIS
SÃO OS ATORES
ENVOLVIDOS?

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Sabendo da proporção deste problema, é preciso entender quem são as pessoas en-
volvidas e quais as melhores formas de evitar que a situação se agrave ainda mais.
Os comportamentos que estimulam o bullying estão presentes na vida de todas
as crianças e adolescentes, porque vivemos em uma sociedade que estimula mais
a competição do que a cooperação, mais a segregação do que a união, produzindo
preconceito e afastamento entre as pessoas.

Os próprios desenhos animados voltados para o público infantil colocam um per-


sonagem contra o outro e abordam com muita naturalidade temas como vingança,
uso indevido da força, submissão e a necessidade do mais fraco se curvar frente
ao mais forte, entre outras atitudes. Assistir e presenciar cenas como essas sem a
possibilidade de crítica e de reflexão, acaba provocando a sensação de que essas
atitudes são as mais adequadas e esperadas nas relações e pode estimular a prática
das mesmas.

Além disso, uma cultura individualista tende a formar pessoas com dificuldade
de aceitar pessoas diferentes. Para muitos praticantes do bullying, características
diferentes das suas podem ser um artifício para reprimir e/ou agredir.

“A VIOLÊNCIA NA TEL EVISÃOE N OS JOG OS,


ESPECIALMENTE QUA N DO P R A TI C A DA P OR
PERSONAG ENS HER ÓI C OS C A R I SMÁ TI C OS,
D ISSEMINA ESSA PR Á TIC A C OM O UMA MA N EI R A
A PROPRIADA DE LIDA R C OM DIVER SA S SI TUAÇ ÕES.”

L . ROWEL L HU ES M A N N, UN I V E RS I T Y O F M I CHI G A N

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Segundo Juliana, ao serem questionadas sobre a causa do bullying,
muitas pessoas tendem a acreditar que ele acontece contra quem possui
alguma característica específica, seja relacionada a classe social, um aspecto
de sua aparência, dentre outros pontos.

Em outras palavras, existe uma tendência a justificar o bullying por conta


das características das pessoas agredidas. Se pararmos para pensar, esse é o
mesmo mecanismo que opera nas violências provocadas pelo preconceito e
pela falta de empatia, respeito e aceitação das diferenças.

RESPEITO

EMPATIA

ACEITAÇÃO
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Nesse sentido, vamos abordar sobre quem são os indivíduos que fazem parte da
prática do bullying:

AGRESSOR X AGREDIDO?
Existe uma tentativa de estabelecer uma relação de poder do “agres-
sor” com o “agredido”. Porém, não há uma definição exata de quem
é cada um deles. O bullying é uma prática social com diversos fato-
res que o implicam. Para além de uma simples relação entre “aquele
que agrediu” e “aquele que foi agredido”, que não necessariamente
estão sozinhos nessas posições, existe um outro posicionamento
que afeta essa cena. “Aquele que assistiu” e participou de forma
silenciosa ou passiva, mesmo que por medo.

Não se deve colocar todos em “caixinhas” de agressor ou de vítima. O


bullying pode ser um pedido de ajuda da pessoa que agrediu, por exemplo, que
pode já ter passado pela situação de vítima e usa de suas atitudes como
forma de externar seus sentimentos.

Para os adultos, tanto educadores quanto responsáveis, a melhor forma de


lidar com essa situação é sair do papel de espectador e interferir na situação de
forma inteligente e ativa para auxiliar no comportamento das partes envolvidas.
Para tal, é essencial diálogo entre as partes para entender as razões de cada um e
esclarecer a situação na busca de relações mais saudáveis e respeitosas.

Vale ainda lembrar que o mais importante é prevenir, não remediar. Para isso,
o conhecimento e o domínio da educação socioemocional é essencial. A partir
do estudo e da compreensão das emoções interpessoais e intrapessoais é
possível desenvolver a consciência emocional nas crianças e adolescentes, e
assim, evitar previamente situações como o bullying.

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LIDANDO COM
O BULLYING
NO AMBIENTE
ESCOLAR

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O QUE FAZER

Criar espaços de escuta e fala: direcionados para resolver conflitos, colo-


car o que se está passando (principalmente entre colegas da escola);

Falar sobre o tema: explorar o tema do bullying e abrir o diálogo entre


pais, alunos e professores;

Trabalhar junto com os espectadores: dessa forma, mostrar para as


pessoas que o bullying não é um ato possível;

Mostrar que se importa: é importante que a atenção não seja


direcionada apenas para o agressor, e sim para todas as crianças;

Prevenir e diminuir, mas não acabar: tomar cuidado para não


idealizar as relações humanas. Os conflitos vão sempre existir, mas nós
podemos buscar pela prevenção e diminuição desses;

O QUE NÃO FAZER

Generalizar: não achar que o que funcionou para uma pessoa funcionará
para todas. É preciso compreender o que se passa com cada pessoa inse-
rida no conflito.

“Não rotular”: muitas vezes o bullying é um pedido de ajuda. Por isso,


é importante não rotulá-los. Com os rótulos, o agressor entende que
será sempre agressor e que as vítimas serão sempre vítimas.

“Não liga pra isso não’’: é muito importante que as pessoas exerçam a
empatia quando estão frente a uma situação de bullying. Acontece que
falar para a pessoa não ligar para o que está acontecendo é irrelevante já
que, provavelmente, ela já tentou realmente não ligar para aquilo.
Para finalizar este e-book, selecionamos alguns questionamentos que você
pode fazer junto aos demais membros do grupo escolar para debater e se
preparar para situações de bullying. Reforçamos que o mais importante é ter em
mente que essas situações fazem parte da realidade e que o melhor a fazer não é
negar sua existência, mas sim oferecer abertura para que possam ser debatidas e
combatidas .

Os adultos da sua escola tratam


0 corpo docente da escola teve a
e falam com os alunos de forma
oportunidade de conhecer os pais
respeitosa? Existe intervenção em
dos alunos?
caso de desrespeito?

Os professores cumprimentam os
A escola oferece algum tipo de
alunos? A escola oferece espaço e
mentoria que os alunos possam
tempo para os adultos interagirem
participar?
informalmente com os alunos?

Como a escola Iida com a indis-


Que tipo de espaço e auxílio sua
ciplina? Será que os alunos são
escola oferece para os alunos que
indisciplinados com o objetivo de
estão passando por dificuldades?
chamar a atenção?

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ASSISTA:
RIA, CHORE, SINTA. UM CONVITE
PARA FALAR DOS SENTIMENTOS!

CONHEÇA
O MANIFESTO LIV, NARRADO PELO
ATOR E PAI LIV, LÁZARO RAMOS:

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ESCOLA QUE SENTE
UMA HOMENAGEM LIV

NA NARRAÇÃO DE FERNANDA MONTENEGRO, O LIV TRAZ A


EXPERIÊNCIA DE UMA ESCOLA VIVA, QUE FALA DO QUE SENTE
E RECONHECE A IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS. UMA ESCOLA
QUE SE IDENTIFICA TANTO COM A “GRITARIA E MOVIMENTO”
COMO, TAMBÉM, COM O “SILÊNCIO E CONCENTRAÇÃO”.
ESSA É A HOMENAGEM DO LIV AOS EDUCADORES DE TODO
O BRASIL QUE TÊM MANTIDO VIVA, COM MUITA DEDICAÇÃO,
UMA INSTITUIÇÃO QUE É TÃO ESPECIAL E INDISPENSÁVEL NA
VIDA DE TODOS.
ACREDITAMOS EM UMA #ESCOLAQUESENTE

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Este material foi produzido pelo LIV - Laboratório Inteligência de Vida, programa
de educação socioemocional que atua em parceria com mais de 350 escolas no
Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, do
outro e do mundo. Você pode compartilhar este conteúdo de forma gratuita, na
íntegra ou parcialmente, e sempre citando a referência dos criadores.

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