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TERMALISMO NO TRATAMENTO

PALIATIVO AO PACIENTE COM AUTISMO

Lourdes M.C. Gerber¹


Mariana Schlindwein Bastiani¹
Vânia de Souza¹
Karina Nuernberg Reis²

1. INTRODUÇÃO

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma alteração do neurodesenvolvimento


que se manifesta com sinais quase que imperceptíveis logo na primeira infância, afetando
a comunicação, comprometendo o aprendizado e a interação social, com características
marcantes como baixa capacidade de concentração ou atenção, excessivamente sensíveis,
dificuldade para fazer amigos, isolamento social entre outros em maior ou menor grau de
acometimento e, por isso, utiliza-se a noção de espectro. A atuação das terapias
integrativas nos tratamentos paliativos dos portadores do TEA, vem de encontro aos
anseios da procura pela diminuição dos sintomas com ótimos resultados, na elevação da
autoestima, melhora do humor, coordenação motora, comunicação, interação com o meio
ambiente, a natureza e socialização alívio da ansiedade, depressão e dor, promovendo
relaxamento e facilitando na interação do convívio família/cuidadores e profissionais de
saúde. E o fato de os tratamentos farmacológico não serem exclusivo e eficaz para os
sintomas do TEA, às práticas integrativas e complementares juntamente com a medicina
alternativa tornam-se uma opção de grande valia para que as crianças desenvolvam sus
habilidades. Na luta em busca de minimizar o impacto e despertar sobre a importância de
saber conviver com o autista, criou-se o “ABRIL AZUL”, onde instituições promovem
ações de conscientização sobre o tema, na busca Te apoio profissional, promovendo
políticas de inclusão do autista na sociedade. O presente trabalho de pesquisa teve como
objetivo confirmar a importância das práticas integrativas e complementares
ofertadas pelo SUS, como coadjuvante nos tratamentos dos portadores do TEA
e a importância de se realizarem cada vez mais pesquisas científicas com foco
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nas características das crianças com TEA em especial no primeiro ano de vida ,
para que o tratamento seja iniciado o quanto antes com eficácia e ótimos
resultados, reduzindo a ansiedade e a depressão e as potencializando para melhoria do
relacionamento com objetos, eventos e pessoas; e as evoluções do ritmo de habilidades
físicas, linguísticas e sensoriais.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os estudos sobre o Transtorno Espectro do Autismo (TEA), começaram apenas


em 1943, por um médico psiquiatra chamado Dr. Leo Kanner. Onde ele analisou e
descreveu minuciosamente o comportamento de um grupo de pacientes: crianças com
comportamentos similares e específicos que as tornavam diferentes das demais.
Em sua primeira definição, citou que as características que definiram o autismo,
era a incapacidade dessas crianças se relacionarem com outras pessoas de maneira
“normal” desde as primeiras fases de vida, o fato de resistirem fortemente a mudança e
também o pouco domínio da fala. Os pais relatavam que os filhos sempre buscavam a
independência, davam a impressão de apresentarem uma sabedoria silenciosa, ficavam
alheias com tudo e todos a sua volta como se estivessem dentro de um casulo e que quando
havia contato físico direto ou qualquer tipo de ruído que perturbasse esse “espaço interno”
da criança a reação era de indiferença ou ficavam muito angustiadas. E uma simples
mudança no ritmo habitual dessas crianças, como se fosse movida apenas uma peça do
quebra-cabeça que já havia sido montado na cabeça delas, gerava impaciência e também
em muitos casos, frustração. (KANNER, 1943)
Anteriormente o autismo era classificado em cinco categorias, indo desde a
síndrome de Asperger (grau leve) até o espectro grave. Ao passo que se foi avançando
nos estudos sobre o autismo, a classificação mudou. Hoje, a Organização Mundial de
Saúde (OMS), estabeleceu uma classificação somente, passando a ser chamado de
Transtorno do Espectro do Autista (TEA). Ficando inserida numa classificação de
deficiência mental, exigindo os testes específicos e avaliações bem detalhadas para um
diagnóstico preciso, uma vez que esse distúrbio afeta indivíduos de várias idades, e com
peculiaridades muito específicas, algumas em níveis incapazes de reconhecer os códigos
próprios da comunicação humana. Os níveis são distintos, indo de grave, onde o indivíduo
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se isola completamente, o moderado ou clássico onde fala, mas não consegue se expressar
com clareza e o leve, onde há comunicação, socialização e inteligência avançada, com
vida social tranquila podendo até constituir família, porém necessitando de
acompanhamento contínuo.
O autismo é classificado como um transtorno global do desenvolvimento, tendo
como característica principal o desenvolvimento acentuadamente atípico na interação
social e na comunicação e pela presença de um repertório marcadamente restrito de
atividades e interesses. Proporcionar às crianças com autismo oportunidades de conviver
com outras da mesma faixa etária possibilita o estímulo às suas capacidades interativas,
impedindo o isolamento contínuo (CAMARGO; BOSA, 2009, p.48).
Como mostra o gráfico a seguir, a prevalência da quantidade de casos com autismo
por nascimento, vem crescendo anualmente, o que torna os estudos sobre este transtorno,
cada vez mais necessário. Vale pontuar, que não se sabe ao certo se esses números são
totalmente pelo aparecimento de novos casos ou se é pela maior facilidade hoje em dia
em ser feito o diagnóstico adequado. (CDC, 2021)

Devido à complexidade desse transtorno, o autismo é um desafio para os pais,


familiares e profissionais. Com foco no TEA, e ações que se tornam relevante nessa
aceitação em busca de minimizar o impacto e despertar sobre a importância de saber
conviver com o autista, criou-se o “ABRIL AZUL”, onde instituições promovem ações
de conscientização sobre o tema, na busca e apoio profissional, promovendo políticas de
inclusão do autista na sociedade. No Brasil desde 2002 foi promulgada a lei do autismo
– que assegura de forma plena os direitos do autista, em busca de vencer os preconceitos,
e a negação de seus direitos. Ter conhecimento sobre o TEA, é fundamental no
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enfrentamento de sintomas mais graves, pois diante de tratamentos eficazes muitos dos
sintomas podem ser reduzidos, o que melhora significativamente a qualidade de vida do
autista. Avanços da ciência e métodos psicoterapêuticos ajuda o autista no convívio
familiar e na interação social. Por fim, é provável verificar uma diversidade de
comportamentos e atitudes entre as pessoas com autismo. Algo comum e que acontece
com qualquer sujeito é que não existem duas crianças autismo idênticas. O que serve para
uma pode não funcionar com outra. O reconhecimento da singularidade de cada sujeito,
a compreensão de que ele não tem um caminho traçado a partir do que lhe falta e a aposta
no seu desenvolvimento potencial são elementos efetivos processo de desenvolvimento
da pessoa (XAVIER, 2002). A família é um alicerce essencial no que tange a pessoa com
transtorno do espectro autista, pois é a responsável pelo desenvolvimento integral da
criança nas diferentes áreas. Segundo Gauderer (1987), os pais podem encorajá-las a
comunicar-se espontaneamente, estabelecendo situações que provoquem a necessidade
de comunicação. Não se pode esquecer que as famílias passam por um trauma ao se
deparar com o filho diferente do idealizado.
Segundo o documento Direito das pessoas com autismo (2011, p.5):

É muito difícil para os pais que têm filhos com autismo enfrentarem essa
situação, principalmente quando recebem o diagnóstico. Nos momentos
difíceis, orientações de um profissional qualificado podem ajudar muito. Os
pais também podem contar com a ajuda de pessoas próximas ou que tenham
experiência com situações semelhantes. O importante é que essas pessoas
saibam compreender e aceitar o sofrimento destes pais, acolhendo-os da
melhor forma, sem críticas ou julgamentos.

Haja vista que não há cura definitiva para o autismo, estudos e pesquisas
científicas tem se mostrado cada vez mais relevantes na tentativa de tentar melhorar o
desenvolvimento e a qualidade de vida do autista com as práticas das PIC em seu
tratamento. Essas práticas são de fácil acesso por serem ofertadas pelo SUS, sendo elas
vinte e nove terapias. Essas terapias vêm de encontro às necessidades dos indivíduos
como um todo, expressando o cuidado com a saúde, trazendo ótimos resultados com a
elevação da autoestima, melhora do humor, coordenação motora, comunicação, interação
com o meio ambiente, a natureza e socialização. Porém apesar dessas terapias serem de
grande importância para quem dela se beneficia, por ser um tratamento, na perspectiva
comportamental e cognitiva que reduz os sintomas, tornando o indivíduo capaz de
melhorar e inserir-se na sociedade, há pouca disponibilidade de material de estudo e
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pesquisa sobre a temática, tornando o tema pouco explorado. Para que a criança com TEA
se desenvolva com maior facilidade, principalmente em alguns aspectos como a fala, a
motricidade fina e as questões que envolvem o toque, é preciso investir em ações
terapêuticas e tratamentos que proporcionem a melhoria desses aspectos, muitas vezes
limitantes. É importante ressaltar a tarefa de refletir e redimensionar a ação que promova
a qualidade de vida desses indivíduos, tendo como função social promover a aquisição de
conhecimento, assumindo assim o papel de agente transformador das relações
estabelecidas na sociedade, buscando superar as práticas discriminatórias. No contexto
atual, há inúmeras possibilidades de tratamentos e terapias que auxiliam a convivência
mais fácil dos autistas, assim destacando-se o termalismo, como caminho contribuinte
para o tratamento paliativo de autistas.

2.1 TERMALISMO

Com a necessidade de uma vida mais saudável, tornou-se importante a criação de


programas que promovem a melhoria da saúde e bem-estar, voltadas também às pessoas
com alguma síndrome ou deficiência. Assim a procura por tratamentos alternativos para
indivíduos com diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista ampliou-se e tornou-se
algo mais acessível, dentre eles destaca-se o termalismo. O termalismo é um tratamento
que pode ser associado com outras formas de tratar a doença ou deficiência, sendo
agregador para ter resultados benéficos. O termalismo encontra amplo embasamento em
relação aos benefícios à saúde, uma vez que as propriedades terapêuticas das águas
termais são inúmeras e refletem resultados positivos, principalmente se utilizadas com
indicação e acompanhamento de especialistas da área, refletindo de forma benéfica no
tratamento paliativo de pessoas autistas. A água termal é uma água mineral natural com
propriedades terapêuticas, dentre seus benefícios apresenta efeito imuno-regulador, ou
seja, depois do tratamento termal o nosso sistema imunitário reorganiza-se levando ao
aumento das nossas defesas naturais, aumento esse que se prolonga pelo tempo.
Assim, a prática termal não se restringe à permanência das termas, mas sim tem
benefícios evidentes ao longo do ano. A água mineral natural sulfúrea (com elevado teor
de enxofre) possui propriedades anti-inflamatórias, o que traz benefícios para o alívio de
patologias. (SOUSA, 2008, p. 78).

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Termalismo é o conjunto de relações e vantagens que derivam de deslocamento e
permanência das pessoas nas estâncias termais, com o fim de obter melhores condições
de saúde ou evitar sua degradação. O termalismo social refere-se a abordagens coletivas,
tanto na prevenção como na promoção da saúde. Quando falamos em práticas termais,
referimo-nos aqui a um conjunto de práticas que tem como agente terapêutico a água
termal e que ocorrem no espaço de um estabelecimento balnear, usualmente designado
em Portugal e no Brasil por balneários, termas ou casa de banhos. No Brasil, a legitimação
do uso das águas termais acontece a partir de 1818, data associada à criação da primeira
estância termal brasileira. Segundo Ismael Rocha (1916), a situação deve-se ao fato de,
em 1812, terem sido enviadas para a corte amostras de água termal das Caldas de Cubatão
(SC), hoje Caldas da Imperatriz, para se proceder à análise. Nela foram reconhecidas
propriedades terapêuticas, e as águas passaram a ser consideradas como um bem público.
A situação de um hospital termal que se deveria reger pelos estatutos do hospital Caldas
da Rainha (Portugal). Este é considerado o marco do início no Brasil (Mourão, op.cit.14;
Silva, 1994), entendendo-se o termo como prática terapêutica desenvolvida a partir da
água termal e usada no espaço de um estabelecimento balnear - uma vez que já havia
notícias da fonte de águas com propriedades curativas no final do século XVII
(Rodrigues, 1833; Lemos, 1904; Gonsalves et al.; Mourão et al.; 1992 et al.; Marras, op.
Cit). Os locais onde existem esses estabelecimentos têm designações diferentes conforme
o país e a época histórica. São utilizadas para essas localidades as seguintes designações:
Caldas, termas, estâncias termais, estâncias hidrominerais. Estas expressões estão hoje
definidas por legislações internacionais e nacionais relativas ao termalismo. As práticas
termais tiveram uso ancestral e são associadas, sobretudo por médicos, a fase religiosa e
empírica da medicina. Com o seu advento da medicina dita cientifica, os médicos
sentiram necessidade de se apropriar dessa prática terapêutica de modo a que ela
acompanhasse a história da medicina. Diferentes denominações para o uso da água como
elemento terapêutico são encontradas: Caldas, termalismo, hidroterapia, crio terapia,
balneoterapia, entre outros. A água como recurso terapêutico, é usada em diferentes
temperaturas e classificação química, podendo ser termal, (termalismo) e mineral (creno
terapia). Começaremos por apresentar como ponto de poio das práticas termais a água
mineral, alvo de estudo sendo transformado em um fato científico de uma disciplina
médica. Tentaremos enunciar alguns dos conceitos necessários à compreensão do
termalismo entendendo o como o conjunto de práticas e saberes relativos ao uso das águas
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minerais com fim terapêutico, o uso das águas termais em caldas da Imperatriz e depois
falaremos sobre esta prática no tratamento paliativo a pacientes com autismo. A
classificação das águas minerais brasileiras corresponde aos critérios definidos pelo
decreto – lei nº7.841/45 – código de águas minerais, o qual considera as águas minerais
soluções muito diluídas contendo diferentes sais. A água de Caldas da Imperatriz é
classificada como “fluoretada, Litinada, Radio – ativa na fonte e Hipertermal na fonte”,
segundo o boletim 284/LAMIN/13(Fls 3134 a 3132). As características físico-químicas
das águas de Caldas da Imperatriz encontram se descritas no quadro 1. Por sua vez
descreve se a composição química provável da água termal mineral em Caldas da
Imperatriz no quadro 2. As águas de Caldas da Imperatriz são classificadas como oligo
minerais, pois contém diferentes tipos de sais em baixas concentrações radioativas, por
conterem radônio em dissolução, e hipertemal, pois a sua temperatura é acima de 38ºC.
O município de Santo Amaro da Imperatriz possui águas termais com características que
lhe conferem propriedades terapêuticas sedativas e relaxantes, auxiliam as funções
digestivas, recomendadas também como auxiliares no tratamento de atonia
gastrointestinal, prisão de ventre, dispepsias, calculose renal e vesicular, dermatoses de
fundo alérgico, reumatismo, artrite e tensões nervosas como a depressão, ansiedade e
síndromes relacionadas.

Quadro 1 – Características físico-químicas das águas termo-minerais de Caldas da


Imperatriz, Santo Amaro da Imperatriz, SC

Temperatura da fonte 38,9Cº


Radioatividade na Fonte, 20ºC E 760mmHg 37,04
Ph a 25ºC 6,95
Condutividade elétrica a 25ºC em mhos/cm 92,9 S/cm
Resíduo de evaporação a 180ºC 85,89

Fonte: Estudos in loco realizado pelo DNPM conforme boletim 284/LAMIN/13


(Fls 3134 a 3132), de 31/07/2013.
Quadro 2 - Composição química provável da água termo-mineral de Caldas da
Imperatriz, Santo Amaro da Imperatriz, SC.

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COMPOSIÇÃO
Bicarbonato 43,80
Cloreto 2,67
Fluoreto 1,03
Cálcio 6,717
Estrôncio 0,020
Lítio 0,013
Magnésio 1.144
Nitrato 1,07
Potássio 3,559
Sódio 8,341
Sulfato 1,03
Fonte: Estudos in loco realizado pelo DNPM conforme boletim 284/LAMIN/13
(Fls 3134 a 3132), de 31/07/2013.

2.2 USO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PIC)


NO TRATAMENTO DO AUTISMO

As terapias integrativas como coadjuvantes no tratamento dos portadores do TEA


têm possibilitado uma significativa melhora na comunicação e habilidades sociais, pois a
redução dos sinais do autismo é essencial para o desenvolvimento escolar, sendo estas
intervenções iniciadas o quanto antes, asseguram resultados satisfatórios maiores as
chances de sucesso na redução dos sintomas do autismo.
Schmidt e Bosa (2007), em sua pesquisa, identificaram que há um alto índice de
estresse, pois a continuidade de cuidados e o convívio com um membro com autismo e,
os comportamentos diferenciados são elementos que podem desencadear estresse.
A partir da compreensão do que é Transtorno do Espectro Autista e suas
implicações-possibilidades e dificuldades-, os pais vão à busca de atendimento para seus
filhos. A partir do momento em que a intervenção é realizada e, estão engajados começam
participar, efetivamente, proporcionando a criança um desenvolvimento satisfatório,
principalmente, se estas intervenções são precoces (SCHMIDT e BOSA, 2007).

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Nos moldes repetitivos e estereotipados de comportamento dos autistas estão
inclusos: resistência a mudanças, insistência em algumas rotinas, apego excessivo a
objeto e deslumbre com o movimento de peças. São também manifestações frequentes
em sujeitos portadores de autismo Estereotipias motoras e verbais, tais como se balançar,
bater palmas repetitivamente, andar em círculos ou repetir palavras, frases ou canções
(CAMARGO; BOSA, 2009). “O autismo necessariamente apresenta um prejuízo
marcado e permanente na interação social, alterações da comunicação e padrões limitados
ou estereotipados de comportamentos e interesses, que devem estar presentes antes dos
três anos de idade” (MERCADANTE; ROSÁRIO, 2009, p.56). O autista não carece ser
visto como uma pessoa que não aprende ou possuidor de algo interno que lhe dificulta a
aprendizagem, mas sim, como uma pessoa que têm formas diferentes para alcançar este
aprendizado (MERCADANTE; ROSÁRIO, 2009). Os sujeitos diagnósticos de autismo,
podem exibir desempenho além do normal em tarefas que demandam apenas atividades
mecânicas ou de memória, ao contrário das tarefas nas quais é exigido algum tipo de
sentido ou conceitos abstratos (MERCADANTE; ROSÁRIO, 2009). Referente à
linguagem, Xavier (2002) trata que podem-se encontrar crianças autistas sem expressão
verbal e com problemas de comunicação em outras vias, como gestos, manifestação facial
incompreensível para outros. Portanto, também há autistas que apresentam linguagem
verbal, contudo ela é repetitiva e não comunicativa. Muitas das crianças que possuem
linguagem verbal repetem somente o que lhes foi falado, esse fenômeno é conhecido
como ecolalia imediata. Para que a criança com TEA se desenvolva com maior facilidade,
principalmente em alguns aspectos como a fala, a motricidade fina e as questões que
envolvem o toque, é preciso investir em ações terapêuticas e tratamentos que
proporcionem a melhoria desses aspectos, muitas vezes limitantes.
Pensando na ampliação das formas de cuidado para pessoas com TEA, o
acompanhamento terapêutico (AT) apresenta-se como uma forma inventiva e criativa de
promoção da saúde. A potência desse dispositivo é perceptível, pois ela rompe os limites
institucionais que por muitos anos foram entendidos como a única forma de promoção de
cuidado em saúde. É neste cenário que o AT pode ser um dispositivo possível para a
construção de percursos pelo par acompanhante/ acompanhado, inserindo as pessoas com
TEA pelo território da cidade e auxiliando na consolidação de uma prática clínica no
âmbito da cidade (PALOMBINI, 2004).

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Por fim, é provável verificar uma diversidade de comportamentos e atitudes entre
as pessoas com autismo. Algo comum e que acontece com qualquer sujeito é que não
existem duas crianças autismo idênticas. O que serve para uma pode não funcionar com
outra. O reconhecimento da singularidade de cada sujeito, a compreensão de que ele não
tem um caminho traçado a partir do que lhe falta e a aposta no seu desenvolvimento
potencial são elementos efetivos processo de desenvolvimento da pessoa (XAVIER,
2002).

3. METODOLOGIA

O trabalho caracteriza-se como uma pesquisa de investigação bibliográfica.


Segundo Minayo (2002, p. 52) a pesquisa bibliográfica “[...] permite articular conceitos
e sistematizar a produção de uma determinada área de conhecimento. Portanto auxilia o
pesquisador a criar novas questões num processo de incorporação e superação daquilo
que já encontra produzido”. Com a avaliação do desempenho ocupacional das crianças
com TEA, foi realizado junto ao Centro de Terapias Integrativas e Complementares de
Caldas em Santo Amaro da Imperatriz – SC, pela terapeuta responsável, um tratamento
com 14 sessões de banho com tempo de 20 minutos, e com algumas foi realizado a
aromaterapia. Ao iniciar a terapia o primeiro passo é a criação de um plano individual de
tratamento, considerando as necessidades individuais de cada criança, os sintomas e sua
gravidade, a disponibilidade e a adesão da família ao tratamento. Levando em
consideração a importância para um bom resultado, é o trabalho em conjunto com
profissionais no modelo multidisciplinar para a criação de um plano individual de
educação, criado com a ajuda de pedagogos e orientadores educacionais, visando a
estimulação e desenvolvimento da aprendizagem. Para tanto, este estudo foi elaborado
por meio de observação do trabalho realizado pelos profissionais do Centro de Terapias
Integrativas com as crianças com TEA e pesquisas de materiais já publicados, tais como:
livros, artigos, periódicos, se constituindo em uma pesquisa bibliográfica, descritiva,
qualitativa e pura utilizando-se o método dedutivo (LAKATOS E MARCONI, 2016).

4. CONCLUSÃO

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Desde a tentativa da elucidação do Transtorno do Espectro Autista, criam-se
métodos na tentativa de suavizar seus sintomas, tendo em vista que a ciência ainda não
descobriu a cura definitiva. A presente revisão evidência a melhora do desenvolvimento
da criança com TEA, na inserção das PIC em seu tratamento. Porém apesar dessas
terapias serem de grande importância para quem dela se beneficia, por ser um tratamento,
na perspectiva comportamental e cognitiva que reduz os sintomas, tornando o indivíduo
capaz de melhorar e inserir-se na sociedade, há pouca disponibilidade de material de
estudo e pesquisa sobre a temática, tornando o tema pouco explorado. As vinte e nove
terapias ofertadas pelo SUS, sem dúvida expressa a verdadeira essência do cuidar da
saúde dos indivíduos, expressão da sensibilidade e da emoção, e não apenas da razão,
onde se constata uma evolução interpessoal de crianças autistas e redução dos seus
sintomas, tornando-os aptos e capazes de melhor conviver na sociedade. Descrito em
1940 pela primeira vez, o TEA vem ganhando muita atenção nas últimas décadas, apesar
de pouco se saber sobre o transtorno, a incidência é relevante e predominante em
indivíduos do sexo masculino, fazendo-se de suma importância o conhecimento profundo
sobre o assunto por partes dos pais, professores e profissionais de saúde. Outros fatores
de extrema importância no atendimento e assistência ao portador de TEA, é o
conhecimento das leis vigente, das políticas públicas existentes, na busca pelo
desenvolvimento de forma espontânea, formações continuadas, capacitações adequadas
e incentivo à pesquisa e à produção científica. A autonomia do espírito humano, capaz de
encontrar por si mesmo a melhor alternativa para suas dificuldades, é o ponto de encontro
entre o humanismo e a Gestalt-terapia. Ambos vêem o homem como possuidor de um
valor positivo, capaz de se autogerir e de se autorregular sem a tutela de autoridade
externa, inclusive a do terapeuta (Mendonça, 2013, p. 80).
Desta forma observou-se a efetividade das terapias integrativas no tratamento
paliativo da criança com autismo, e seu empoderamento frente as dificuldades e ajuda
familiar para favorecer sua autonomia. Diante do exposto, este trabalho confirma a
importância de se realizarem cada vez mais pesquisas científicas com foco nas
características das crianças com TEA em especia l no primeiro ano de vida. E
não menos importante, reforça-se a importância de profissionais de saúde estar
cada vez mais preparados e atualizados nos conhecimentos em relação ao TEA,
pois atraso no diagnóstico muita das vezes ocorre devido à falta de
conhecimento e uma investigação mais especializada.
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DESAFIOS
Fonte:
https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/CNTC/article/view/
3292

AUTISMO
Fonte: https://hospitalsantamonica.com.br/

COMPREENSÕES GESTÁLTICAS E GESTALTPEDAGÓGICAS SOBRE O


AUTISMO
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
25912021000100002

1 – Nome dos acadêmicos


2 – Nome do tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Tecnólogo em Terapias Integrativas
e Complementares (TIC – 8821) – 04/05/2022

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