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Educação Especial, AEE, NEE,

REVISÃO:

Deficiências e Inclusão

Beverly S. M. Nunes
Pessoa com Deficiência:
´ Pessoas com deficiência são aquelas
que têm impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em
igualdades de condições com as
demais pessoas.
´ Mental X Intelectual
´ Convenção sobre os Direitos da
Pessoa com Deficiência 2007 (NY)
´ Decreto legislativo 186/2008
´ LBI 13.146/2015
Doença: ausência de saúde, Síndrome: conjunto de
causa reconhecida, fatores sintomas ou sinais associados a
externos, sintomas específicos, mais de uma causa, diversas
alterações no organismo. origens.

DIFERENÇA

Transtorno: geralmente
Deficiência: perda ou
associados à desordem
disfunção física, intelectual ou
mental ou psicológica,
sensorial, acarreta limitação
influenciam e comprometem
nas funções.
a vida social.
Educação Especial
´ Modalidade da educação escolar, entende-se
como um processo educacional definido por
uma proposta pedagógica que assegure
recursos e serviços educacionais especiais,
organizados institucionalmente para apoiar,
complementar, suplementar e, em alguns
casos, substituir os serviços educacionais
comuns, de modo a garantir a educação
escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que
apresentam necessidades educacionais
especiais, em todas as etapas e modalidades
da educação básica..
´ Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro
de 2001.
´ Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, 07/01/2008
Necessidades Educativas Especiais
(Necessidades educacionais específicas)

´ Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais


os que, durante o processo educacional, apresentarem:
´ I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades
curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquelas não vinculadas a
uma causa orgânica específica; b) aquelas relacionadas a condições,
disfunções, limitações ou deficiências;
´ II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
´ III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem
que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
´ Resolução CNE/CEB n2, 11/09/2001
´ Parecer CNE/CEB n17, 17/08/2001
AEE: Atendimento Educacional Especializado

´ Público-alvo do AEE: Alunos com deficiência (física, intelectual, mental,


sensorial) com transtornos globais do desenvolvimento e os com altas
habilidades/superdotação.

´ Tem como função identificar, elaborar e organizar recursos


pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a
plena participação dos estudantes, considerando suas necessidades
específicas.

´ Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva, 07/01/2008

´ Resuloção 4, 02/10/2009
Deficiência Física

´ alteração completa ou parcial de um ou


mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma
de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência de membro, paralisia cerebral,
nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho
de funções;
´ Decreto 5.296/2004
Ainda encontraremos alterações funcionais
motoras decorrentes de lesão do Sistema
Nervoso e,
nesses casos, observaremos principalmente a
alteração do tônus muscular (hipertonia,
hipotonia, atividades tônicas reflexas,
movimentos involuntários e incoordenados). As
terminologias dizem respeito à determinação da
parte do corpo envolvida:
Para= somente os membros inferiores
Mono= somente um membro
Tetra= os quatro membros
Tri= três membros e
Hemi= um lado do corpo”.
DEFINIÇÃO: Uma variedade de condições que afeta a mobilidade e
a coordenação motora geral de membros ou da fala. Pode ser causada por
lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, más-formações
congênitas ou por condições adquiridas.

CARACTERÍSTICAS: Comprometimento motor, o aprendizado é


mais lento, precisam de cadeiras de rodas ou muletas, outros apenas de
apoio especial e material escolar adaptado para se locomover.

RECOMENDAÇÕES: A escola precisa ter elevadores ou rampas.


Fique atento a cuidados do dia a dia, como a hora de ir ao banheiro deve
ter um acompanhante especialmente alunos com hidrocefalia observar
sintomas como vômitos e dores de cabeça.
Paralisia Cerebral

Quadro patológico que define um conjunto de


lesões permanentes no cérebro que ocorrem
no período pré-natal, perinatal ou pós natal, ou
seja, antes, durante ou após o nascimento.
Pode ocorrer também alterações mentais,
visuais, auditivas, de linguagem e/ou
comportamento com movimentos ativos
intermitentes. As lesões cerebrais variam
conforme a área afetada, o tempo de lesão e
intensidade da mesma, porém neste tipo de
encefalopatia a lesão não é progressiva.
DEFINIÇÃO: Lesão no sistema nervoso central causada, na maioria
das vezes, por uma falta de oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação,
ao nascer ou até dois anos após o parto.

CARACTERÍSTICAS: A principal é a espasticidade, um


desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão. Inclui dificuldades
para caminhar, na coordenação motora, na força e no equilíbrio. Pode afetar
a fala.

RECOMENDAÇÕES: Para contornar as restrições de


coordenação motora, use canetas e lápis mais grossos uma espuma
em volta deles presa com um elástico costuma resolver. Utilize folhas
avulsas, mais fáceis de manusear que os cadernos. Cuidados ao ir
banheiro e em alguns casos ao fazer lanche.
Deficiência Visual

´ Artigo 1
´ § 1º Considera-se pessoa com deficiência visual
aquela que apresenta baixa visão ou cegueira.
´ § 2º Considera-se baixa visão ou visão subnormal,
quando o valor da acuidade visual corrigida no
melhor olho é menor do que 0,3 e maior ou igual a
0,05 ou seu campo visual é menor do que 20º no
melhor olho com a melhor correção óptica
(categorias 1 e 2 de graus de comprometimento
visual do CID 10) e considera-se cegueira quando
esses valores encontram-se abaixo de 0,05 ou o
campo visual menor do que 10º (categorias 3, 4 e
5 do CID 10).
´ Portaria nº 3.128, de 24 de dezembro de 2008
´ Lei 14.126 de 16/03/2021 (visão monocular)
DEFINIÇÃO: Condição apresentada por quem tem baixa visão (em
geral, entre 40 e 60%) ou cegueira (resíduo mínimo da visão ou perda
total), que leva à necessidade de usar o Braile para ler e escrever.
.
CARACTERÍSTICAS: A perda visual é causada em geral por duas
doenças congênitas: glaucoma (pressão intraocular que causa lesões
irreversíveis no nervo ótico) e catarata (opacidade no cristalino) ela pode
ser corrigida mas só com cirurgia.

RECOMENDAÇÕES: As atenções devem ser redobradas quando


o assunto é orientação e mobilidade, identificar os degraus com contraste
(faixa amarela ou barbante), os obstáculos, como pisos com alturas
diferentes, e, principalmente, os vãos livres e desníveis. A sinalização de
marcos importantes, como tabuletas indicando cada sala e espaço, é feita
também em Braile.
Deficiência Auditiva
´ Anacusia: perda total ou parcial da
audição.
´ Perda bilateral, parcial ou total, de
quarenta e um decibéis (dB) ou
mais, aferida por audiograma nas
freqüências de 500Hz, 1.000Hz,
2.000Hz e 3.000Hz;
´ Hipoacusia, perda auditiva
(diferentes graus) até a surdez
completa.
´ Decreto 5.296/2004
´ Projeto de Lei da Câmara n23/ 2016
perda unilateral.
DEFINIÇÃO: Causada por má-formação na orelha, no conduto
(cavidade que leva ao tímpano), nos ossos do ouvido ou ainda por uma
lesão neurossensorial no nervo auditivo ou na cóclea (porção do ouvido
responsável pelas terminações nervosas). Tem origem genética ou pode
ser provocada por doenças infecciosas, como rubéola ou meningite.

CARACTERISTICAS: Pode ser leve, moderada, severa ou profunda.


Quanto mais aguda, mais difícil é o desenvolvimento da linguagem.

RECOMENDAÇOES: Há duas formas de o aluno com deficiência


auditiva desenvolver a linguagem. Uma delas é usar um aparelho
auditivo e passar por acompanhamento terapêutico, familiar e escolar. O
outro meio é o uso de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais).
Deficiência Intelectual
´ Funcionamento intelectual significativamente inferior à média,
com manifestação antes dos dezoito anos e limitações
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas,
tais como:
1. Comunicação
2. Cuidado pessoal
3. Habilidades sociais
4. Utilização dos recursos da comunidade
5. Saúde e segurança
6. Habilidades acadêmicas
7. Lazer
8. Trabalho
´ Decreto 5.296/2004
DEFINIÇÃO: O funcionamento
intelectual inferior à média (QI), que se
manifesta antes dos 18 anos. Está associada a
limitações adaptativas em pelo menos duas
áreas de habilidades (comunicação,
autocuidado, vida no lar, adaptação social,
saúde e segurança).
O diagnóstico do que acarreta a
deficiência intelectual é muito difícil,
englobando fatores genéticos e ambientais.
Além disso, as causas são inúmeras e
complexas, envolvendo fatores pré, peri e
pós-natais. Entre elas, a mais comum na
escola é a síndrome de Down.
Síndrome de Down

´ Olhos amendoados, maior


propensão ao desenvolvimento
de algumas doenças, hipotonia
muscular e deficiência intelectual.
Em geral, as crianças com
síndrome de Down são menores
em tamanho e seu
desenvolvimento físico e mental
são mais lentos do que o de
outras crianças da sua idade.
´ Trissomia do cromossomo 21
´ 3/21 (data de conscientização)
DEFINIÇÃO: Alteração genética caracterizada pela presença de um
terceiro cromossomo de número 21.
CARACTERISTICAS: Além do déficit cognitivo, são sintomas as
dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução do tônus muscular).
Quem tem a síndrome de Down também pode sofrer com problemas na
coluna, na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros.

RECOMENDAÇÕES: Na sala de aula, repita as orientações para que o


estudante com síndrome de Down compreenda, reforçar comandos, a
linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. O ideal é adotar o mesmo
tratamento dispensado aos demais.
Deficiência Múltipla

´ Multideficiência (Portugal)
´ associação de duas ou mais
deficiências;
´ é a associação de duas ou
mais deficiências primárias como
física, sensorial, mental na mesma
pessoa. Frequentemente as pessoas
com deficiência múltipla possuem
atrasos no desenvolvimento, na
aprendizagem ou na capacidade
administrativa do cotidiano.
DEFINIÇÃO: Ocorrência de duas ou mais deficiências: autismo e
síndrome de Down; uma intelectual com outra física; uma intelectual e
uma visual ou auditiva, mais comum nas salas é a surdo-cegueira.

CARACTERÍSTICAS: Problemas de comunicação e mobilidade. O


surdo-cego pode apresentar dois comportamentos distintos: isola-se ou
é hiperativo.

RECOMENDAÇÕES: O primeiro desafio é criar formas de


comunicação. Busque também integrar esse estudante aos demais e
criar rotinas previsíveis para que ele possa entender o que vai acontecer.
Ofereça objetos multissensoriais, que facilitam a comunicação.
Transtornos Globais do Desenvolvimento

(TGD)
´ Os estudantes com transtornos globais do desenvolvimento são
aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais
recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades
restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo estudantes
com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil.

´ Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva, 07/01/2008
Transtorno do Espectro Autista :TEA
´ LEI 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012; DECRETO Nº 8.368, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2014
´ § 1o Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro
autista
´ aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I
ou II:
´ I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da
interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e
não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência
em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
´ II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades,
manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por
comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de
comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.
´ § 2o A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com
deficiência, para todos os efeitos legais.
DEFINIÇÃO: Transtorno com influência genética causado por
defeitos em partes do cérebro, como o corpo caloso (que faz a
comunicação entre os dois hemisférios), a amídala (que tem funções
ligadas ao comportamento social e emocional) e o cerebelo (parte mais
anterior dos hemisférios cerebrais, os lobos frontais).

CARACTERÍSTICAS: Dificuldades de interação social, de


comportamento (movimentos estereotipados) e de comunicação
(atraso na fala).

RECOMENDAÇÕES: Crie situações que possibilite a interação.


Tenha paciência, pois a agressividade pode se manifestar. Avise
quando a rotina mudar, pois alterações no dia a dia não são bem-
vindas. Dê instruções claras e evite enunciados longos.
Altas Habilidades/ Superdotação
´ Estudantes com altas
habilidades/superdotação demonstram
potencial elevado em qualquer uma das
seguintes áreas, isoladas ou combinadas:
intelectual, acadêmica, liderança,
psicomotricidade e artes, além de apresentar
grande criatividade, envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em
áreas de seu interesse.

´ Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009


Educação Inclusiva

´ Declaração de Salamanca (1994)


´ Estrutura de Ação em Educação Especial
´ 3 - O princípio que orienta esta Estrutura é o de que escolas deveriam
acomodar todas as crianças independentemente de suas condições
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Aquelas
deveriam incluir crianças deficientes e super-dotadas, crianças de rua e
que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade,
crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e
crianças de outros grupos desavantajados ou marginalizados. Tais
condições geram uma variedade de diferentes desafios aos sistemas
escolares.
Declaração de Salamanca (1994)
Estrutura de Ação em Educação Especial
´ 3- Necessidades Educativas Especiais (específicas):

´ No contexto desta Estrutura, o termo "necessidades educacionais especiais" refere-


se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais
se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. Muitas
crianças experimentam dificuldades de aprendizagem e portanto possuem
necessidades educacionais especiais em algum ponto durante a sua
escolarização. Escolas devem buscar formas de educar tais crianças bem-
sucedidamente, incluindo aquelas que possuam desvantagens severas. Existe um
consenso emergente de que crianças e jovens com necessidades educacionais
especiais devam ser incluídas em arranjos educacionais feitos para a maioria das
crianças. Isto levou ao conceito de escola inclusiva.
Declaração de Salamanca (1994)
Estrutura de Ação em Educação Especial
´ Orientações para ações em níveis regionais e internacionais:

´ 7 - Escola Inclusiva: “o princípio fundamental da escola inclusiva é o de


que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente
de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas
inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de
seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de
aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos
através de currículo apropriado, modificações organizacionais,
estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras com a
comunidade”.
Declaração de Salamanca (1994)
Áreas prioritárias (seção E)
´ 50 - A integração de crianças e jovens
com necessidades educacionais
especiais seria mais efetiva e bem-
sucedida se consideração especial fosse
dada a planos de desenvolvimento
educacional nas seguintes áreas
´ educação infantil, para garantir a
educabilidade de todas as crianças:
´ transição da educação para a vida
adulta do trabalho e
´ educação de meninas.

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