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Curso Técnico de Apoio Psicossocial

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE APOIO PSICOSSOCIAL

ANO LECTIVO DE 2012/2013

Prova de Aptidão Profissional


Deficiência múltipla
“Viva a diferença”

Portaria 550-C/2004 alterada pela portaria


797/2006

Co-financiado - Medida 1.2

Maggy Costa Valentim

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Curso Técnico de Apoio Psicossocial

Ano lectivo: 2012/2013


Identificação

Nome: Maggy Costa Valentim

Curso: Técnico de Apoio Psicossocial

Coordenador de curso: Victor de Sousa

Director de Turma: Rosa Machado

Professor acompanhante: Victor de Sousa

2012/2013

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Curso Técnico de Apoio Psicossocial

Agradecimentos

Ao meu orientador Professor de Curso Victor Sousa, pela paciência, dedicação,


disponibilidade e por todos os conhecimentos transmitidos.
Aos meus pais também, pela paciência, compreensão e incentivo.
Á equipa de voluntárias e alunas que me acompanharam na Instituição e me deram
sempre uma base de conhecimentos provenientes da sua área de formação.
A todos aqueles que estiveram sempre presentes e não me deixaram desistir, e a
todos aqueles que embora não tenham sido mencionados, lembrarei sempre com amizade e
gratidão por todo o apoio que me deram.

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Índice geral

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Curso Técnico de Apoio Psicossocial

Introdução

Sou aluna do curso de técnico de Apoio Psicossocial, de 12º ano de escolaridade e


portanto terei que fazer um trabalho designado por Pap ( Prova de Aptidão profissional).
Ora, o meu projecto consta de duas partes como se pode calcular, partes essas designadas
inicialmente por parte teórica na qual vou dar uma breve definição de deficiências
múltiplas que foi o tema que optei por desenvolver em conjunto com contacto de pessoas
portadoras de tipo de deficiência motora na Instituição Casa Santa Isabel da qual fui
acompanhada por uma equipa de voluntárias com formação nesta área de contexto. Para
além da definição, vou apresentar os tipos de deficiência múltipla que existem e portanto
cingir-me no tipo de deficiência motora e dar a sua definição assim como os tipos que
constituem dessa doença, também causas e sintomas parecem ser pontos imprescindíveis
para a compreensão da componente a ser tratada assim como também no que concerne a
uma possível inclusão e social com apoio de família, comportamentos que se devem evitar
para se saber lidar um pouco melhor com esta realidade tanto por parte de parentes e
família como técnicos profissionais e outrem que acompanhe essas doenças. Relativamente
a Sexualidade no doente, a primeira ideia que surge é que é tal como essa pessoa,
deficiente, mas acho que seja importante esclarecer esse ponto porque na verdade as
pessoas absorvem uma ideia completamente errada.
Relativamente á parte prática, irei observar e analisar o que vou visualizando ao
longo dos dois meses, na sala de aula, neste caso onde os alunos se encontram e onde estou
com eles e portanto vou esclarecer a ideia do papel de um técnico de Apoio Psicossocial na
sala, que tipos de estímulos e quando falo em estímulos, refiro-me automaticamente á
integração quer a nível cognitivo como de linguagem ou de outro tipo, e por isso quero
poder dar a conhecer o que se pode ou quais as tarefas possíveis de realizar com este tipo
de alunos que apresentam alguma incapacidade motora e por fim irei realizar uma
entrevista, um inquérito com cerca de cinco questões que vão ser apresentadas á monitora
para responder acerca da rotina do paciente na casa. Vou atribuir um nome fictício a esse
aluno como se deve calcular, por isso dei a esse aluno o nome de Individuo A

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Parte I- Enquadramento teórico

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1. Instituição Casa Santa Isabel

A Casa de Santa Isabel é uma comunidade terapêutica para crianças, adolescentes e


adultos com necessidades especiais. Na Casa de Santa Isabel procuramos formar uma
comunidade que proporciona a cada pessoa a possibilidade de auto desenvolvimento, de
cura e de realização do seu potencial.
O corpo jurídico da instituição é uma Associação e é como tal reconhecida como
IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social. A Casa de Santa Isabel é guiada por
um impulso comunitário e pelos princípios sociais, culturais e económicos da Antroposofia
inspirada por Rudolf Steiner, doutorado em filosofia (1861-1925), uma mundovisão que
abarca a compreensão espiritual do ser humano e do universo:
‘Numa comunidade de pessoas que trabalham juntas, o bem-estar da comunidade é tanto
maior quanto menos o trabalhador individual reclamar para si os proveitos do seu trabalho
e quanto mais desses proveitos forem entregues aos seus pares. Por sua vez ele permitirá
que as suas próprias necessidades encontrem resposta no trabalho realizado por outros. O
objectivo da Casa de Santa Isabel é de criar uma comunidade de vida, de trabalho e de
aprendizagem para crianças, adolescentes e adultos com necessidades especiais e seus
colaboradores. Estes esforçam-se por criar relações sociais saudáveis num ambiente
dedicado à renovação pessoal, social e cultural, à terapia e ao cuidado da terra. O
reconhecimento do pleno potencial de cada indivíduo promove tanto a independência
como a interdependência, o que possibilita a cada um o seu crescimento na vida da
comunidade, enquanto permite à comunidade o crescimento com o indivíduo.

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2. Deficiências múltiplas

2.1 -Definição de deficiência múltipla

A deficiência múltipla é a ocorrência de duas ou mais deficiências simultaneamente


sejam deficiências intelectuais, físicas ou ambas combinadas. Não existem estudos que
comprovem quais são as mais recorrentes. As causas podem ser pré-natais, por má-
formação congênita e por infecções virais como rubéola ou doenças sexualmente
transmissíveis, que também podem causar deficiência múltipla em indivíduos adultos, se
não tratadas.
Segundo a Associação Brasileira de Pais e Amigos dos Surdo-cegos e dos
Múltiplos Deficientes Sensoriais (Abrapacem), o modo como cada deficiência afetará o
aprendizado de tarefas simples e o desenvolvimento da comunicação do indivíduo varia de
acordo com o grau de comprometimento propiciado pelas deficiências, associado aos
estímulos que essa pessoa vai receber ao longo da vida.

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2.2 – Tipos de deficiência múltipla

A pessoa especial pode ser portadora de deficiência única ou de deficiência multipla


(associação de uma ou mais deficiências). As várias deficiências podem agrupar-se em
quatro conjuntos distintivos, sendo eles:

 Deficiência visual;
 Deficiência mental;

 Deficiência auditiva;

 Deficiência motora

Deficiência visual

Deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos, com


carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou corrigida com o uso de
lentes e/ ou tratamento clinico ou cirúrgico.

Deficiência mental

Deficiência mental é a designação que caracteriza os problemas que ocorrem no


cérebro e levam a um baixo rendimento, mas que não afectam outras regiões ou áreas
cerebrais.

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Deficiência auditiva

A deficiência auditiva, trivialmente conhecida como surdez, consiste na perda parcial


ou total da capacidade de ouvir, isto é, um indivíduo que apresente um problema auditivo.
É considerado surdo todo o individuo cuja audição não é funcional no dia-a-dia, e
considerado parcialmente surdo todo aquele cuja capacidade de ouvir, ainda que deficiente,
é funcional com ou sem prótese auditiva.

Deficiência motora

2.3 – Definição de deficiência motora

Considera-se deficiência motora qualquer défice ou anomalia que tenha como


consequências uma dificuldade, alteração e/ou a não existência de um determinado
movimento considerado normal no ser humano.
As alterações dos movimentos podem ter origem em alterações dos grupos
musculares, da estrutura óssea, da estrutura ósseo- articular ou em anomalias do Sistema
Nervoso Central. Podem ter um carácter definitivo estável, isto é o que não sofre alterações
com o tempo ou evolutivo que tem a tendência a modificar-se ao longo do tempo.

A deficiência motora afecta o individuo na:

 Fala;
 Mobilidade;

 Coordenação motora

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2.4- Tipos de deficiência motora

•Monoplegia
•Hemiplegia
•Paraplegia
•Tetraplegia
•Amputação

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2.5- Causas e sintomas da doença

São muitas as causas da deficiência motora e normalmente dividem-se em dois grupos


fundamentais, de acordo com a sua origem:

Causas:

 Deficiências motoras que têm origem em lesões cerebrais;

Deficiências motoras com origem não cerebral causadas por factores externos,
como por exemplo traumatismos, ou por factores internos como por exemplo
reumatismos, tuberculose óssea entre outras.

 Deficiência motora de origem cerebral

A paralisia cerebral pode dar origem a diferentes situações clinicas que trazem
sempre muitas dificuldades para a pessoa.
Trata-se de uma alteração do movimento e da postura, que aparece no primeiro
ano de vida, devido a uma lesão não progressiva, que não evolui, do cérebro. Sabe-se
que grande parte das lesões cerebrais no período intra-uterino, no entanto ainda não
existe um conhecimento claro das suas causas. Parece, no entanto, ser evidente que
certas infecções como a rubéola podem provocar ou favorecer o aparecimento de
alterações circulatórias e de lesões vasculares.
As lesões cerebrais perinatais, período esse que tem inicio de quinze dias antes do
parto e se prolonga quinze dias após o nascimento da criança, que podem dar origem
a paralisias cerebrais que resultam de falta de oxigénio no cérebro e de hemorragias
cerebrais.

 Causas pós natais

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As causas mais frequentes de lesão cerebral são os traumatismos


cranioencefálicose, infecções como as meningites bacterianas e tuberculosas, entre
outras.

 Deficiência motora de origem não cerebral

Existem vários tipos de deficiência motoras de origem não cerebral com causas
também muito diferentes.

 Deficiências motoras temporárias

As mais frequentes são aquelas que resultam de traumatismos, especialmente os


cranianos. São especialmente frequentes durante a infância e adolescência.
Na infância são sobretudo consequência de acidentes ocorridos nos períodos do
recreio na escola e no trajecto casa-escola-casa. Na adolescência têm como causas
principais a prática de desportos violentos e a utilização de veículos de duas rodas. As
consequências são normalmente muito graves.
Apesar do traumatismo poder não dar origem a qualquer paralisia, o individuo
pode apresentar gestos e expressão verbal lentos e descoordenados. Acontecem muitas
vezes perdas de memória e alterações no comportamento.

 Deficiências motoras definitivas

Como exemplo de deficiências motoras definitivas pode-se salientar as paralisias.


As paralisias podem resultar de lesões cerebrais ou de lesões da medula.
As suas causas são variáveis e podem ser congénitas, que já nascem com a pessoa
ou adquiridas por exemplo através de traumatismos.

A deficiência motora afecta o individuo:

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 Fala;
 Mobilidade;
 Coordenação motora

2.6- Sintomas

 Não sustenta a cabeça (na época esperada) aos 03 meses;


 Não abre a mão sozinha aos 04 meses;

 Não rola e não se senta normalmente aos 06 meses;

 Não controla os movimentos do corpo. Tem braços ou pernas muito duros ou


flácidos;

 A criança cruza as pernas em forma de X, quando é levantada pelas axilas;

 Não coordena os movimentos ou mexe-se com pouca força;

 Pode ter dificuldade ou ser incapaz de se alimentar sozinha, de se vestir e de andar.


Algumas são incapazes de falar e podem ter dificuldades para mastigar e engolir
alimentos sólidos;

 Anda com dificuldade ou não anda;

 Pode apresentar gestos faciais incomuns, sob a forma de careta, involuntariamente

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2.7- Inclusão social, deficiência e família

A inclusão escolar da pessoa com necessidades educacionais especiais é um tema


de grande relevância e vem ganhando espaço cada vez maior em debates e discussões que
explicitam a necessidade de a escola atender às diferenças intrínsecas à condição humana.
A inclusão escolar do deficiente múltiplo – pessoas com duas ou mais deficiências de base
associada – que, na maioria das vezes, é percebido como o educando com necessidades
educacionais “mais acentuadas”. É consenso que a pessoa com necessidades educacionais
especiais se beneficia das interacções sociais e da cultura na qual está inserida, sendo que
essas interacções, se desenvolvidas de maneira adequada, serão propulsoras de mediações
e conflitos necessários ao desenvolvimento pleno do indivíduo e à construção dos
processos mentais superiores. Ao compreender o desenvolvimento como um processo
qualitativamente diferente para cada indivíduo, no qual os obstáculos podem ser
contornados por meio de processos compensatórios, sendo a mediação fundamental para a
obtenção de bons resultados, as proposições de Vygotsky sobre o desenvolvimento
anormal oferecem uma visão da deficiência como uma anormalidade social e as diferenças
no desenvolvimento passam a ser vistas como variações qualitativas.

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2.8- Comportamentos que devemos evitar

 Devemos promover o máximo de independência no âmbito das capacidades e


limitações do aluno, mas atendendo sempre às necessidades inerentes a cada caso
de deficiência.

 Não se deve fazer de conta que estas pessoas não existem, pois se o fizermos vamos
estar a ignorar uma característica muito importante dessa pessoa e, se não a virmos
da forma como ela é, não nos estaremos a relacionar com a pessoa “verdadeira”,
mas sim com outra pessoa que foi inventada por nós próprios.

 Quando se conversa com um aluno em cadeira de rodas, devemo-nos lembrar


sempre que, para eles é extremamente incómodo conversar com a cabeça levantada,
sendo por isso melhor sentarmo-nos ao seu nível, para que o aluno se possa sentir
mais confortável.

 Sempre que haja muita gente em corredores, bares, restaurantes, shoppings e


estivermos a ajudar um colega em cadeira de rodas, devemos avançar a cadeira com
prudência, pois a pessoa poder-se-á sentir incomodada se magoar outras pessoas.

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 As maiores barreiras não são arquitectónicas, mas sim a falta de informação e os


preconceitos.

2.9 - O Mercado de Trabalho e o Deficiente

Se é deficiente, aprenda a contornar alguns dos obstáculos que podem surgir na


conquista de um emprego.
Se é empregador, não olhe para uma pessoa com incapacidade física como alguém
que dificilmente pode ter um bom desempenho profissional. Não se deixe enganar a tal
ponto e acredite que o incentivo que pode dar a essa pessoa se traduz numa notável
Produtividade e motivação.
Até aos anos 40, um portador de deficiência estava automaticamente incapacitado
para o exercício de uma profissão. No final desta década, com a industrialização e com
o campo social e económico a estabelecer-se, surgiram novas relações de trabalho e,
nos anos 90, apostou-se nas medidas de reabilitação profissional adequadas a todas as
categorias de pessoas deficientes.
É importante promover oportunidades de emprego para pessoas com incapacidades
Físicas no mercado regular de trabalho, e não é assim tão difícil – nem para o
Empregador, nem para o empregado.
Ter incapacidades físicas não significa ser um mau colaborador. Por vezes, a
Incapacidade nem influencia o seu trabalho e a sua produtividade, mas os
empregadores podem colocar algumas reticências. A atitude deles perante um
portador de deficiência pode mudar sem qualquer fundamento, mas o mais provável é
serem vistos como colaboradores de potencial baixo.

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O empregador:

 Não deve subestimar o colaborador apenas porque ele tem incapacidades físicas;
deve ser compreendido até que ponto essa deficiência pode ou não interferir
directamente no trabalho elaborado pelo colaborador.

 É provável que o colaborador possa ter condições especiais em termos de horário,


Transporte ou acomodações, mas essas questões devem ficar estabelecidas desde o início.
Além disso, contratar pessoas com deficiências introduz alguma inovação, diversidade
e até qualidade no trabalho. Se é positivo para a imagem da empresa, é-o ainda mais
para o colaborador contratado. O simples factor de possuir um emprego dá-lhe
motivação, capacidades e independência para desempenhar da melhor forma as suas
tarefas.

 Os médicos não têm explicação, mas os estudos comprovam que atitudes positivas
com os seus pacientes contribuem para uma recuperação mais rápida e, no local de
trabalho, essas atitudes por parte do empregador ou dos próprios colegas são
Importantes.

O empregado:

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 Deve acreditar em si e nas suas capacidades. Embora possua uma deficiência, deve
estar consciente de que pode ser bom naquele determinado cargo.
Apoios e incentivos às empresas que empreguem pessoas portadoras de deficiência:
• Apoio financeiro não reembolsável do IEFP (Instituto de Emprego e Formação
Profissional): montante igual a 12 vezes o valor do salário mínimo mensal por cada
admitido);
• Dispensa de contribuições para a segurança social: período máximo de 24 meses;

2.10- Função do técnico de apoio psicossocial na doença

Uma vez que tirei o curso, e aliás uma vez que estou a por em prática todos os
conhecimentos que adquiri e absorvi ao longo dos três anos de escolaridade, começo a
separar o papel que devo ou não ter perante determinada situação do paciente. Chama-se a
isto a ética. Ora bem, sabe-se que o papel do Técnico de Apoio Psicossocial, tem como
objectivo proporcionar um relacionamento dos utentes com as diversas instituições, de
forma a promover a sua inserção na comunidade e o seu desenvolvimento pessoal e social,
portanto não é novidade quando se mencionam tanto as competências que também deve
possuir na sua área de contexto de trabalho:

Competências essenciais:

 Gosto pelas relações pessoais.

 Gosto pelo trabalho em equipa.

 Capacidade de iniciativa, dinamismo e cooperação.

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 Capacidade de actuação permanente face às constantes mudanças sociais, culturais


e tecnológicas.

Para além do trabalho directo de apoio às populações mais vulneráveis, a nível


individual e/ou de grupo o Técnico de Apoio Psicossocial poderá desenvolver a sua
actividade em articulação com outros sectores, designadamente da saúde, da habitação e do
emprego, desenvolvendo parcerias num contexto de desenvolvimento local.
O Técnico de Apoio Psicossocial poderá desenvolver a sua actividade integrado
numa equipa multidisciplinar, isto é, composta de acordo com o problema a resolver, por
assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, profissionais de saúde, terapeutas, entre outros
técnicos de Saúde.

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Parte II- estudo empírico

No estudo Empírico, estive na companhia de uma equipa de voluntárias que lida


diariamente com jovens e adultos portadores de deficiência motora, na qual dialogámos e
eu aproveitei e fiz um pequeno acompanhamento na sala de aula sobre os procedimentos,
métodos na sala de aula, para uma pessoa deficiente motor mas tenho a dizer que me cingi
em maior parte num caso de um adulto que tem paralisia cerebral resultante de um parto
complicado mas que se consegue levantar e andar minimamente mas sempre
acompanhado. Vou atribuir um nome fictício a esse individuo nomeadamente Individuo
A. O utente encontra-se na Instituição há cerca de dezoito anos, no entanto não é interno,
uma vez que entra ás 9h e regressa a casa para junto dos pais ás 17:00h diariamente
transportado por uma carrinha da Camara. Tanto em casa como na Instituição, o utente
depende bastante de necessidades básicas nomeadamente de higiene e alimentação. É
comum fazer caminhada com os pais, e na Instituição geralmente com quem quer que seja
que o esteja a acompanhar. Tenho também a dizer que relativamente, quando perante a um
estimulo de alimentação, reage de uma forma muito mais positiva que a um estimulo para
realização de trabalho, o que se verificou ao longo do tempo em que tive contacto com ele.
Todos os dias, pelas 17:00h costumava encontrar-se minimamente sossegado na sessão de
musica e terapia e todas as Quintas-feiras, participava também na actividade de Rancho,
embora com constante auxilio.

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Para esta Prova de Aptidão Profissional decidi realizar uma pequena entrevista ou
questionário á monitora Hendrien, acerca da rotina do individuo A, assim como o
acompanhamento dos pais, a relação com os restantes deficientes na casa, e se houve
progressos na doença entre outras questões que eu ache que são pertinentes no
enquadramento da situação.

Jogos realizados:

Ao longo de todo o meu estágio, acompanhei o Individuo A, como já se sabe, e fiz


várias actividades com ele de modo a estimular todo o seu sistema e mobilidade
motora, das quais:

Actividades com velas- Senta-se em conjunto com alguns dos alunos e monitora,
participa sem problemas e quando é a sua vez de mergulhar uma vela, dá a mão com
mais facilidade á Hendrien quando esta diz “ Toma, António, é a tua vez”. Ele ouve e
compreende melhor e dá sem grandes problemas. Consegue segurar a vela no
entanto, tem de se segurar a mão dele de modo a não deixar cair a vela para dentro
do balde de cera e normalmente alguém que esteja ao lado dele deve ajuda-lo a
equilibrar o seu tronco para a frente. Fica agitado quando está sentado mais que 20
minutos.

Música terapia no piano- Acompanhado pelo terapeuta musical Tozé, na Ludoteca, é


levado para a sala de baixo e senta-se á frente do piano na qual faz ritm o
sincronizado numa só tecla. Como acompanhamento, mexe o tronco para a frente e
para traz de modo a controlar a sincronização.

Passeio- Saímos 3 vezes por semana, consegue movimentar-se razoavelmente sozinho,


no entanto quando sente que ninguém o está a auxiliar, tende a encostar-se á parede
ou a um carro que veja por perto. Dá muito as mãos e faz “ Huuuu” quando não lhe
fazem a vontade. Vê-se um certo nervosismo e agitação na sua expressão facial, que é
quando abre mais os olhos e movimenta a cabeça muito rápido.

Cardar lã- Com muita ajuda, consegue segurar a pá durante 5 segundos. Não tem
autonomia neste tipo de tarefa.

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Também junto ao aluno que acompanhei, estiveram na nossa presença uma equipa
de alunos portadores de deficiências múltiplas, na qual também tive constante interacção e
estimulo sensorial onde existia um bom espírito de grupo porque o trabalho realizado era
muito á base de cooperação e contributo geral
Relativamente aos trabalhos realizados resultaram velas e pintura manual de uma
tela, nomeadamente

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O Individuo A uma vez inserido no grupo participou em todas as decisões. Não deu a
sua opinião, devido a uma série de limitações tanto de fala como de mobilidade, mas
esteve presente e com bastante auxilio, contribuiu para o enriquecimento da tarefa e
simultaneamente para a coesão do grupo.

Em grupo, o individuo:

1- Cooperou:
2- Respeitou os outros:
3- Integrou-se totalmente no grupo:

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Conclusão

Primeiro que tudo, foi-me, felizmente, possível enriquecer o conhecimento sobre o


que é a deficiência motora e sobre outros temas que se relacionam com esta deficiência. O
tema deficiência engloba um campo muito amplo de conhecimentos que não deixaei em
branco.
Sabe-se, também, que, na maioria das vezes, a sociedade se esquece das pessoas
portadoras de deficiência motora. Dentro deste grande tema encontra-se um tópico
(Inclusão no mercado de trabalho) que se aproxima de outro grande tópico que é a escola /
educação no portador de deficiência, da qual se pode mostrar que todos nós temos direito a
ser alguém na vida, que todos temos direito à educação e que a escola tem um papel
fundamental na integração do portador de deficiência na sociedade. Desde há muitos anos
têm sido postuladas diversas teorias para o aprofundamento e compreensão das pessoas
com deficiência motora, particularmente sobre a sua perturbação na fala e coordenação

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motora . Para além do facto evidente das pessoas com deficiência motora, apresentarem
um défice na mobilidade e fala respectivamente, apesar disso as suas experiências do dia-a-
dia permitem-lhes utilizar as suas referências nas situações e acontecimentos das suas
vidas.
Com este trabalho pretendi informar-me sobre as diferentes formas de lidar com um
deficiente motor, que foi muito bem sucedida ao ver não só da monitora que avaliou todo o
meu desempenho diário como também a equipa de voluntárias que me acompanharam no
local onde estive a “trabalhat.
Faço portanto um balanço positiva acerca de toda esta experiência gratificante de
uns longos três meses.

Bibliografia

http://www.deficiencia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1021484657

http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/deficiencia-multipla-inclusao-
636396.shtml

http://www.deficienteonline.com.br/deficiencia-multipla-tipos-e-definicoes___16.html

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciamultipla.pdf

http://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=deficiencia+multipla&source=web&cd=9&ved=0CEoQFjAI&url=http
%3A%2F%2Fwww.deficientesemacao.com%2Fdeficiencia-multipla&ei=8wQMUf-
kCoOfkwW5wIGYCQ&usg=AFQjCNEyltJkmGYe_XEfzpTesdSHVeZxUA

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http://skares.org/yoghurt/sociedadesigual/deficiencias_motoras.pdf

Anexos

Anexo 1

Pedido de autorização á monitora Hendrien para a realização do Estudo empírico

Eu, Maggy Valentim, aluna do 12º ano da turma K, do Curso Técnico de Apoio
Psicossocial, da Escola Secundária de Seia venho solicitar a Vossa Excelentíssima
Senhora, a autorização para a realização do estudo empírico, através de uma entrevista.

Toda a informação recolhida terá garantia de anonimato e confidencialidade.


Grata pela sua atenção dispensada

Sem mais assunto,

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Peço e espero deferimento

A aluna,
Maggy Valentim

Anexo 2

Entrevista

1-A deficiência do utente é de foro congénito ou adquirida? Lesão cerebral ou de


origem cerebral?

2-Há quanto tempo está na casa Santa Isabel?

3-O utente é interno ou externo da Instituição Casa Santa Isabel?

4-Qual é a sua rotina?

5-Que tipo de actividade faz?

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6-Notou progressos desde a sua presença na Instituição?

7-Sabe-se, tal como todos alunos da casa, que de vez em quando ficam mais agressivos
ou mais impacientes dependendo logicamente da situação a que são deparados, quando
o individuo começa a ficar mais impaciente ou o que se deve fazer, que medida se deve
tomar?

8-Como comunica perante um estimulo?

9-Terá oportunidade no seu futuro, reintegrar-se no mundo do trabalho?

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