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GUIA PASSO A PASSO

PARA GARANTIR OS DIREITOS DO


MEU FILHO COM PERTURBAÇÃO
DO ESPECTRO DO AUTISMO

AUTORAS:
ANDREIA SANTOS
PAULA FRAZÃO
SARA GOUVEIA
VANDA SILVA
ANA CAROLINA
INTRODUÇÃO
Bem-vindo ao nosso guia sobre os direitos e apoios sociais em
Portugal, dedicado a Pais de crianças com o diagnóstico de
Perturbação do Espectro do Autismo. Muitas famílias
desconhecem os detalhes fundamentais em relação à saúde,
segurança social, finanças e educação. Aqui, forneceremos as
informações essenciais para navegar pelos recursos
disponíveis, facilitando o acesso a benefícios e apoios
importantes. O nosso objetivo é esclarecer e fazer com que
compreenda os seus direitos e deveres, condensando toda a
informação e procedimentos neste Ebook.
Vamos começar esta jornada juntos!
SUMÁRIO

PRINCIPAIS APOIOS SOCIAIS


ABREVIATURAS EXISTENTES

ATESTADO
DIAGNÓSTICO
MULTIUSO

DOCUMENTOS PROTEÇÃO SOCIAL


NECESSÁRIOS NA PARENTALIDADE

AUTISMO NA ESCOLA
PRINCIPAIS
ABREVIATURAS

PEA - Perturbação do Espectro do Autismo


DSM - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
SS - Segurança Social
AMIM - Atestado Médico de Incapacidade Multiuso
TO - Terapia Ocupacional
TF - Terapia da Fala
ABA - Applied Behavior Analysis
ACT - Autoridade para as condições do trabalho
PRINCIPAIS
ABREVIATURAS
ADOS - Escala de Observação para o Diagnóstico do Autismo
EMAEI – Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva
RTP – Relatório Técnico-Pedagógico
PEI – Programa Educativo Individual
PIT – Plano Individual de Transição
PIIP – Plano Individual de Intervenção precoce
ELI - Equipas Locais de Intervenção | Sistema Nacional de Intervenção Precoce
na Infância.
PSI -Prestação Social Inclusão
DIAGNÓSTICO

Com a evolução dos tempos e do conhecimento acerca do


neurodesenvolvimento, bem como de novos métodos de avaliação, a
definição de Autismo evoluiu para perturbação do desenvolvimento do
sistema nervoso central e passa a ser incluído na 3ª edição do Diagnosis
Statistical Manual (DSM-III – American Psychiatric Association, 1987) como
uma perturbação de desenvolvimento;
DIAGNÓSTICO

Anos mais tarde, na 4ª edição DSM-IV, Autismo, integra a


categoria de Perturbações Globais do Desenvolvimento, incluindo
diferentes subtipos:

•Síndrome de Asperger;
•Perturbação desintegrativa da segunda infância;
•Perturbação de Rett;
DIAGNÓSTICO

Atualmente, estas últimas foram excluídas e na mais recente


versão do manual - 5ª edição (2013) – DSM-V - Autismo assume a
designação de Perturbação do Espetro do Autismo, dado o seu
perfil e a gravidade variáveis.
DIAGNÓSTICO
DSM-V
DÉFICES PERSISTENTES NA COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL,
EM TODOS OS CONTEXTOS DO INDIVÍDUO, NO PRESENTE OU NO PASSADO:

1. Défice na reciprocidade social e emocional que pode ir desde a aproximação social desajustada e limitação
na conversação, reduzida partilha de interesses, emoções e afetos, dificuldades em iniciar ou em responder a
interações sociais;
2. Défice nos comportamentos comunicativos não-verbais usados para a interação social, que podem variar
desde a fraca integração da comunicação verbal e não-verbal, a alterações no contacto ocular e linguagem
corporal; limitações na compreensão e uso da comunicação não-verbal, assim como ausência total de
expressão facial ou gestos;
3. Défice no desenvolvimento e manutenção de relações apropriadas ao nível de desenvolvimento (além dos
cuidadores), que se pode traduzir pela dificuldade na adequação do comportamento à mudança de diferentes
contextos sociais, na partilha de jogo imaginativo e em fazer amigos, com aparente falta de interesse nas pessoas;
DIAGNÓSTICO
DSM-V
PADRÕES DE COMPORTAMENTOS, INTERESSES OU ATIVIDADES RESTRITOS E REPETITIVOS,
MANIFESTADOS EM PELO MENOS 2 DOS SEGUINTES CRITÉRIOS:

1. Discurso, movimentos ou utilização de objetos restrita ou repetitiva (e.g.: estereotipias motoras,


alinhamentos de brinquedos ou rodar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas);
2. Adesão excessiva a rotinas, padrões ritualizados de comportamento verbal e não-verbal ou resistência
excessiva à mudança (e.g.: stress extremo a pequenas mudanças, dificuldade com as transições, padrões de
pensamentos rígidos, rituais de saudação, necessidade de ir pelo mesmo caminho ou comer todos os dias a
mesma refeição);
3. Interesses altamente restritos e fixados caracterizados como “anormais” na intensidade e no foco;
4. Hiper ou hiporreatividade ao input sensorial ou interesse incomum em aspetos sensoriais do ambiente,
como aparente indiferença à dor/temperatura, resposta adversa a sons específicos ou texturas, toque ou cheiro
excessivo de objetos, fascinação por luzes ou objetos que rodam, etc.;
DIAGNÓSTICO
DSM-V
Os sintomas devem estar presentes desde cedo na
infância mas podem não ser completamente
manifestados até que as exigências sociais excedam os
limites das capacidades.
DIAGNÓSTICO
DSM-V

No seu conjunto limitam e criam limitações


na funcionalidade diária
DIAGNÓSTICO
DSM-V

Não podem ser explicadas por outras


perturbações de desenvolvimento
QUANTO À GRAVIDADE, A PEA
PODEM CLASSIFICAR-SE EM 3 NÍVEIS,
SEGUNDO O DSM-V:

INTERESSES RESTRITOS E
NÍVEL DE GRAVIDADE COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL
COMPORTAMENTOS REPETITIVOS

NÍVEL 1 Sem apoio, défices significativos na Interferência significativa em pelo menos


REQUER ACOMPANHAMENTO comunicação social 1 contexto

NÍVEL 2 Défices marcados com iniciação limitada Óbvio para o observador acidental e
REQUER ACOMPANHAMENTO MODERADO e respostas atípicas ou reduzidas ocorre em todos os contextos

NÍVEL 3
Comunicação Social mínima Interferência marcada no dia-a-dia
REQUER ACOMPANHAMENTO INTENSIVO
PREVALÊNCIA PEA
EM PORTUGAL

Em Portugal existe apenas um estudo realizado pela Professora Doutora


Guiomar Oliveira (2005) que aponta para uma prevalência estimada em
Portugal de cerca de 1 em cada 1000 crianças de idade escolar (1)
NOTA: este estudo foi realizado há 19 anos, pelo
que a prevalência deverá ser mais elevada .

(1) - Oliveira, G. (2005). Epidemiologia do autismo em Portugal: Um estudo de prevalência da perturbação do espectro
do autismo e de caracterização de uma amostra populacional de idade escolar. Coimbra: Universidade de Coimbra
PREVALÊNCIA PEA
EM PORTUGAL

O AUMENTO DA PREVALÊNCIA PODE ESTAR RELACIONADO COM:

•Um aumento do conhecimento dos pais e dos profissionais sobre PEA;

•Uma melhor definição dos critérios de diagnóstico e criação de instrumentos de rastreio e


diagnóstico;

•Todos estes motivos têm contribuído para uma mais rápida sinalização e intervenção precoce,
contudo ainda não é consensual o principal fator para o aumento da prevalência da PEA (a nível
mundial).
“A diferença de ganhar
e perder, na maioria das
vezes, é não desistir.”
WALT DISNEY
DOCUMENTOS
NECESSÁRIOS PARA OS
PRÓXIMOS PASSOS
Relatório Médico explicativo da situação clínica da criança
(exposição das principais dificuldades e hipóteses de diagnóstico em estudo)

Declaração Médica com o diagnóstico da criança e as respetivas necessidades


de suporte

Prescrição do plano de intervenção mais adequado, nomeadamente em áreas e


em horas de intervenção dedicadas

Relatórios dos principais exames de diagnóstico realizados pela criança


(Escalas de avaliação + Testes de Imagem Cerebral + Testes Genéticos e Laboratoriais)
APOIOS SOCIAIS
EXISTENTES EM PORTUGAL

1.BONIFICAÇÃO POR DEFICIÊNCIA


2.SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
3.ASSISTÊNCIA À TERCEIRA PESSOA
4.PSI
1.BONIFICAÇÃO POR
DEFICIÊNCIA

Quem tem direito à bonificação por deficiência?


A criança com deficiência, de idade igual ou inferior a 10 anos que necessite de apoio
individualizado pedagógico e/ou terapêutico específico adequado à natureza e
características da sua deficiência, como meio de impedir o seu agravamento, anular ou
atenuar os seus efeitos e permitir a sua plena integração social.
Quanto à bonificação por deficiência, os valores são os seguintes:

71,10 euros até aos 14 anos;


103,56 euros para jovens entre os 14 e os 18 anos;
138,61 euros se os titulares tiverem entre os 18 e os 24 anos.
NOTA: Solicitar abono de família em simultâneo
2.SUBSÍDIO DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL
É um subsídio que reveste a natureza de uma comparticipação, destinado a
crianças e jovens com deficiência permanente, de idade até aos 24 anos, para
assegurar a compensação de encargos resultantes da frequência de
estabelecimentos adequados ou terapias por técnico especializado. No caso
das terapias pode ser pedido durante todo o ano letivo. No caso de frequência
de estabelecimentos deve ser pedido no mês anterior ao do inicio do ano letivo.

Atenção: Não pode acumular com subsídio por assistência de terceira pessoa.
2.SUBSÍDIO DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL
Como posso requerer?

Nos Serviços de Atendimento da Segurança Social, ou através do E-Clic,


apresentando os seguintes:

Formulários:
RP5020 – DGSS – Requerimento de Subsídio de Educação Especial
GF61 – DGSS – Declaração Médica
GF 62 – DGSS – Declaração Médica da Necessidade e Tipo de Apoip
2.SUBSÍDIO DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL

Documentação necessária:

Documento de identificação válido (cartão do cidadão, bilhete de


identidade, certidão do registo civil, boletim de nascimento ou passaporte)
relativo à criança ou jovem, aos membros do agregado familiar e à pessoa
que apresenta o pedido;

Boletim de matrícula ou documento que o substitua, no caso de frequência de


estabelecimento.
2.SUBSÍDIO DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL
Declaração da entidade empregadora comprovativa de que não paga ao
requerente qualquer subsídio para o mesmo fim.

Cédula profissional ou outro documento comprovativo de que o técnico


especializado possui habilitação profissional específica e adequada à prestação do
apoio individual.

Certidão comprovativa do registo do estabelecimento na Entidade Reguladora


da Saúde, no caso de se tratar de uma prestação de cuidados de saúde por
profissional habilitado.
2.SUBSÍDIO DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL

Declaração de rendimentos e da composição do agregado familiar, GF 54


DGSS, caso essa informação não seja do conhecimento oficioso
dos serviços da Segurança Social.

Prova da despesa anual com a habitação.

Fotocópia de documento comprovativo do IBAN (que mostre o nome do titular


da conta), se quiser que o pagamento seja feito por transferência bancária.
2.SUBSÍDIO DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL
Qual o valor a receber?

O valor do subsídio é definido tendo em conta o custo real da educação por


criança ou jovem com deficiência e varia de acordo com:

mensalidade do estabelecimento;

valor do apoio;

rendimento do agregado familiar;


2.SUBSÍDIO DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL

número de pessoas do agregado familiar;

despesas com a habitação;

n.º de crianças/jovens com direito ao subsídio de educação especial


3. ASSISTÊNCIA À
TERCEIRA PESSOA

Qual o valor de assistência à terceira pessoa?

O montante do subsídio por assistência de terceira pessoa é de 122,90 €. O subsídio é


pago ao beneficiário e excecionalmente pode ser pago às seguintes pessoas/entidades:
pessoa designada por decisão judicial. representantes legais, em caso de falecimento do
beneficiário.
É uma prestação paga mensalmente aos cidadãos que se encontram numa situação de
dependência e que precisam da ajuda de outra pessoa para satisfazer as necessidades
básicas da vida quotidiana (porque não conseguem fazer a sua higiene pessoal,
alimentarem-se ou deslocarem- se sozinhos).
4. PSI

A prestação social para a inclusão é uma prestação mensal em dinheiro paga aos cidadãos
nacionais e estrangeiros, refugiados e apátridas, que tenham uma deficiência da qual resulte
um grau de incapacidade igual ou superior a 60%.
É constituída por três componentes:

Componente Base – destina-se a compensar os encargos gerais


acrescidos que resultam da situação de deficiência, tendo em vista
promover a autonomia e inclusão social da pessoa com deficiência
Complemento - tem como objetivo combater a pobreza das pessoas com
Deficiência
Majoração - visa compensar encargos específicos resultantes da situação
de deficiência, e será regulamentada em fase posterior.
4. PSI
Quem pode pedir a prestação social para a inclusão?

O representante legal do beneficiário (parentes e afins maiores, em linha


reta ascendente e em linha colateral, até ao 3.º grau (por exemplo: bisavós,
avós, pais, irmãos, filhos, enteados, padrastos, madrastas, sobrinhos, tios),
inseridas no agregado familiar do beneficiário, com responsabilidades parentais:

O beneficiário com idade igual ou superior a 16 anos se estiver Emancipado


O beneficiário, se tiver idade igual ou superior a 18 anos

Quando se pode pedir a prestação social para a inclusão? A qualquer momento.


4. PSI

Quais os documentos e requisitos para pedir a prestação social para a inclusão?

É necessário que estejam reunidas as seguintes condições:


Componente Base*
Ter residência legal em Portugal
Ter uma deficiência da qual resulte um grau de incapacidade
igual ou superior a 60%, devidamente certificada.
Ter uma deficiência da qual resulte um grau de incapacidade igual
ou superior a 80%, no caso de ser titular de pensão de invalidez.

*Complemento (que pode ser associado)


O Complemento é atribuído à pessoa com direito à Componente Base que:
esteja em situação de carência ou insuficiência económica e tenha idade igual ou superior a 18 anos.
4. PSI

Como pedir a prestação social para a inclusão?


Através do portal da Segurança Social Direta ou ao balcão, apresentando o Requerimento -
Prestação social para a inclusão – Componente Base / Complemento,
Modelo PSI 1-DGSS, e os documentos nele indicados:

Documento de identificação válido


Documento de Identificação Fiscal do beneficiário e do requerente
Atestado Médico de Incapacidade Multiuso
Documento comprovativo de que o requerente é representante legal da
criança/jovem ou documento comprovativo do exercício das responsabilidades parentais
Declaração da composição do Agregado Familiar, PSI 37

NOTA: A prestação é atribuída a partir do início do mês da apresentação do requerimento.


“O autismo não é um erro de
processamento.
É um sistema operativo diferente.”
SARAH HENDRICKX
ATESTADO
MULTIUSO
O QUE É O ATESTADO MÉDICO
DE INCAPACIDADE
MULTIUSO?

O Atestado Médico de Incapacidade Multiuso é um


documento que comprova o grau de incapacidade
física ou mental, permanente ou
temporária de uma pessoa.
PARA QUE SERVE O
ATESTADO MÉDICO
DE INCAPACIDADE
MULTIUSO?

Este atestado prevê a atribuição de múltiplos benefícios


sociais, fiscais e económicos aos seus detentores,
consoante o grau de incapacidade.
QUEM TEM DIREITO AO
ATESTADO MÉDICO
DE INCAPACIDADE
MULTIUSO?

O Atestado Médico de Incapacidade Multiuso é atribuído a pessoas com


deficiência ou presença de uma condição clínica grave. O atestado não tem
com objetivo a avaliação da capacidade de um cidadão desempenhar a sua
atividade profissional. É emitido a cidadãos (crianças, jovens, adultos e idosos)
desde que apresentem em junta médica, patologias que documentadas com
relatórios clínicos, imagiológicos ou psicológicos permitam ponderar um grau
de incapacidade global traduzido em valor percentual.
ONDE POSSO PEDIR O
ATESTADO MÉDICO
DE INCAPACIDADE
MULTIUSO?

Para esclarecer onde se dirigir pode falar com o médico de família. No


entanto, o pedido para o atestado deve ser feito na Unidade de Saúde Pública
(USP) da sua área de residência, através de um requerimento de avaliação da
incapacidade, ao qual deve juntar os relatórios médicos e exames que
fundamentem o pedido com o mínimo de 6 meses. Relatórios não são demais,
juntem tudo o que tiverem. No seu centro de saúde podem dar-lhe informação
sobre a USP e se o pedido é permitido ser efetuado por email.
QUANTO TEMPO
DEMORA A SER EMITIDO
O DOCUMENTO?

Depois de fazer o pedido de avaliação, vai receber uma notificação da USP,


num prazo de 60 dias*, com a data e hora da consulta com a junta médica. Em
que se faz a emissão do Atestado Medico de Incapacidade Multiuso onde será
atribuído um grau de incapacidade em percentagem.

*uma vez passado este prazo, envie email a USP a reclamar a sua consulta
com a junta médica. Se não obtiver resposta positiva, envie email para a Junta
Médica da sua área de residência e ainda reclame para:
https://www.livroamarelo.gov.pt/pt/homee
sg@sg.min-saude.pt

geral@dgs.min-saude.pt
QUAIS SÃO OS
BENEFÍCIOS
ASSOCIADOS?

Quando atribuído um grau de incapacidade igual ou superior a 60%,


o Atestado Multiuso confere acesso aos principais benefícios:

Redução na taxa mensal de retenção de IRS dos pais,


logo mais salário para o orçamento familiar;
Dedução de todas as despesas de educação e saúde do filho com deficiência
na entrega do IRS, logo aumento significativo no Reembolso de IRS.
Isenção do imposto sobre veículos e do IVA, na aquisição de viatura própria
QUAIS SÃO OS
BENEFÍCIOS
ASSOCIADOS?

Isenção de pagamento do imposto único de circulação


(se a viatura estiver em nome da pessoa com deficiência. Só pode transferir a propriedade
do veículo para o nome do seu filho se não houver reserva de
propriedade resultante de crédito)
Acesso a apoios sociais da Segurança Social (vamos especificar no próximo capítulo)
Isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde
Transporte não urgente de doentes
Atendimento prioritário
Bolsas de estudo no ensino superior
Cartão de estacionamento
EM CASO DE PEDIDO
DE REAVALIAÇÃO PARA
RENOVAÇÃO DO
ATESTADO

O seu Atestado Multiusos atual não perde validade desde


que tenha agregado o comprovativo do
requerimento do pedido de reavaliação.
QUANTO CUSTA A
EMISSÃO DO
ATESTADO?

12,50 EUR – emissão 1ªvez


5,00 EUR – renovação
25,00 EUR – emissão em junta médica de recurso
POSSO DISCORDAR
DO GRAU DE
INCAPACIDADE
ATRIBUÍDO?

Sim. Se não concordar com o grau de incapacidade que foi


atribuído no atestado, deve apresentar, num prazo de 30 dias,
um recurso à Direção-Geral da Saúde, através do Delegado
Regional de Saúde. Se este recurso for deferido será
convocado para ser reavaliado em junta médica de recurso.
RECEBI O
ATESTADO MULTIUSO
COM GRAU DE
INCAPACIDADE IGUAL OU
SUPERIOR A 60%, E AGORA?

Para começar a usufruir dos direitos do Atestado Médico de Incapacidade Multiuso


deve informar e entregar uma cópia do mesmo:
na sua repartição de Finanças,
na Segurança Social da sua área de residência e na sua
entidade patronal, contabilidade, recursos humanos.

Nunca entregue o original. Esse é seu! Apenas entregue cópia. Leve o original apenas
para autenticação. A partir de julho de 2022 o atestado aparece na área pessoal no
portal do SNS e no aplicativo.
LEGISLAÇÃO DE APOIO

Decreto-Lei n.º 202/96 (Estabelece o regime de avaliação de


incapacidade das pessoas com deficiência)
Decreto-Lei n.º 202/96 | DR (diariodarepublica.pt)

Decreto-Lei n.º 15/2024 (Altera o regime de avaliação de


incapacidade das pessoas com deficiência)
Decreto-Lei n.º 15/2024 | DR (diariodarepublica.pt)
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Licença laboral para assistência a filho com deficiência,
doença crónica ou doença oncológica
Artigo 53º do Código do Trabalho

1 - Os progenitores têm direito a licença por período até seis meses, prorrogável até
quatro anos, para assistência de filho com deficiência, doença crónica ou doença
oncológica.
2 - Caso o filho com deficiência, doença crónica ou doença oncológica tenha 12 ou
mais anos de idade a necessidade de assistência é confirmada por atestado médico.
3 - A licença prevista no n.º 1 pode ser prorrogável até ao limite máximo de seis anos,
nas situações de necessidade de prolongamento da assistência, confirmada por
atestado médico.
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE

4 - O limite máximo definido no n.º 3 não é aplicável no caso de filhos com


doença prolongada em estado terminal, confirmada por atestado médico.
5 - É aplicável à licença prevista nos n.ºs 1, 3 e 4 o regime constante
dos n.ºs 3 a 8 do artigo anterior.
6 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto nos n.ºs 1, 3 ou 4.
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Licença laboral para assistência a filho com deficiência,
doença crónica ou doença oncológica

Artigo 53º do Código do Trabalho

Como pedir?

Deve ser pedida através de requerimento escrito dirigido à entidade patronal,


30 dias antes da data prevista de inicio, com referência ao disposto no artigo 53.
MODELO PARA
LICENÇA LABORAL
Identificação do requerente
Morada fiscal
Identificação da Entidade Patronal
Assunto: Licença para assistência a filho com doença crónica
Morada sede oficial
Exmos. Senhores.

Eu, (nome) , identificação do cargo e do vinculo laboral (contrato de trabalho), venho solicitar licença para
assistência a filho com doença crónica, com duração de X meses (máximo 6 – prorrogável a cada 6 meses), nos
termos do disposto no artigo 53º ponto 1, do Código do Trabalho, e demais normas legais e regulamentares
aplicáveis, para assistência inadiável e imprescindível a filho menor/maior* de 12 anos, com data de inicio data x.
Declaro ainda que o menor vive em comunhão de mesa e habitação com o requerente e que o outro
progenitor tem atividade laboral e não se encontra ao mesmo tempo em situação de licença.

Data
Aguardo deferimento,
(assinatura)
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Subsídio de Assistência a Filho
com deficiência, doença crónica
ou doença oncológica
É um apoio em dinheiro dado às pessoas que tiram uma licença no seu trabalho para
acompanharem os filhos (biológicos, adotados ou do seu cônjuge) devido a deficiência,
doença crónica ou doença oncológica por período até 6 meses, prorrogável até ao limite de
4 anos.
Nas situações de necessidade de prolongamento da assistência, confirmada por declaração
de médico especialista, comprovativa dessa necessidade, a licença pode ser prorrogável até
ao limite de 6 anos.
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Subsídio de Assistência a Filho
com deficiência, doença crónica
ou doença oncológica
Condições de atribuição:

A criança:

Tem uma deficiência, uma doença crónica ou doença oncológica


comprovada pelo médico.
Faz parte do agregado familiar do beneficiário e mora com ele
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Subsídio de Assistência a Filho
com deficiência, doença crónica
ou doença oncológica
O beneficiário:

Apresenta certificação médica que comprova a necessidade da assistência e


o outro progenitor trabalha e não pediu subsídio pela mesma razão, ou está
impossibilitado de prestar a assistência.
Pediu o subsídio dentro do prazo, ou seja, nos 6 meses a contar do dia em
que deixou de trabalhar para acompanhar a criança.
Cumpre o prazo de garantia
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Subsídio de Assistência a Filho
com deficiência, doença crónica
ou doença oncológica
Não pode acumular com:

Rendimentos de trabalho
Subsídio de desemprego
Subsídio social de desemprego, inicial ou subsequente ao subsídio de desemprego
Subsídio por cessação de atividade para trabalhadores independentes
economicamente dependentes ou com atividade empresarial
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Subsídio de Assistência a Filho
com deficiência, doença crónica
ou doença oncológica
Não pode acumular com:

Subsídio por cessação de atividade para membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas
(MOES)
Subsídio de doença
Prestações concedidas no âmbito do subsistema de solidariedade, exceto rendimento social de
Inserção e complemento solidário para idosos
Prestações concedidas no âmbito do Subsistema de Solidariedade exceto Rendimento Social de
Inserção e Complemento Social para Idosos.
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Subsídio de Assistência a Filho
com deficiência, doença crónica
ou doença oncológica
Como requerer:

O subsídio pode ser requerido online através da Segurança Social Direta ou diretamente nos balcões
da SS, com os seguintes documentos:

Modelo do requerimento devidamente preenchido e assinado

Declaração Médica comprovativa da situação clinica atual da criança e devida exposição da


necessidade contínua de apoio inadiável ao abrigo do Despacho 861/99 de 10 de Setembro.
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Prestações compensatórias de
Subsidio de Férias e Natal
Quais as condições para ter direito:
A prestação compensatória dos subsídios de férias, de Natal ou outros de natureza análoga é atribuída
desde que:
Os beneficiários não tenham direito ao pagamento daqueles subsídios, no todo ou em parte, pelo
empregador O impedimento para o trabalho tenha duração igual ou superior a 30 dias seguidos.

O que fazer para obter:


A prestação deve ser preferencialmente requerida na Segurança Social Direta.

Também a pode requerer através do formulário Mod.RP5003-DGSS, o qual deve ser apresentado nos
serviços de atendimento da Segurança Social.
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Prestações compensatórias de
Subsidio de Férias e Natal
Montante:
O valor a receber corresponde a 80% da importância que o beneficiário deixa de
receber do respetivo empregador.

Prazo para requerer:


No prazo de 6 meses contados a partir:
De 1 de janeiro do ano seguinte àquele em que os subsídios eram devidos
Da data da cessação do contrato de trabalho.
PROTEÇÃO SOCIAL NA
PARENTALIDADE
Possibilidade de Teletrabalho
Lei n°13/2023, de 3 de abril

ARTIGO 166.°A
2-Além das situações referidas no número anterior, o trabalhador com filho com
idade até três anos ou, independentemente da idade, com deficiência, doença
crónica ou doença oncológica que com ele viva em comunhão de mesa e habitação,
tem direito a exercer a atividade em regime de teletrabalho, quando este seja
compatível com a atividade desempenhada e o empregador disponha de recursos e
meios para o efeito.
NOTA: Em situação de incumprimento recorrer à ACT
AUTISMO NA ESCOLA
Muitas famílias desconhecem detalhes sobre os
direitos do autista na escola. Neste capítulo
abordamos apenas alguns pontos essenciais
sobre os direitos da sua criança autista no que se
refere à educação, bem como os seus enquanto
encarregado de educação, de acordo com a
legislação em vigor desde 2018
(DL 54/2018).
A matrícula no ensino básico é obrigatória para todas
as crianças em idade escolar, no entanto, existem
condições especiais para as crianças com NEE

Tem prioridade de matrícula nos jardins de infância e


estabelecimentos de ensino

Quando bem fundamentado, podem beneficiar do


adiamento da matrícula no 1º ano de escolaridade,
por um ano não renovável;

Direito a Intervenção Precoce na Infãncia na escola ou em casa (entre os 0 e os 6


anos) articulada pela ELI (Equipa Local de Intervenção)

As medidas de suporte à aprendizagem podem e devem ser ativadas logo no


pré-escolar através da elaboração do RTP (relatório técnico-pedagógico)
PAPEL DOS PAIS
Participar nas reuniões da equipa multidisciplinar

-Cooperar com os professores no desempenho da sua missão


Participar na elaboração do relatório pedagógico, ou com outros agentes educativos, em especial na
técnico — pedagógico implementação de medidas de suporte a aprendizagem.

Participar e acompanhar a definição e implementação das -Disponibilizar toda a informação relevante para efeitos de
medidas a aplicar determinação de medidas de suporte a aprendizagem.

Participar na elaboração e na avaliação do programa -Acompanhar ativamente a vida escolar escolar do seu educando.
educativo individual
-Respeitar a autonomia pessoal do seu filho ou educando,
nomeadamente o direito a ser ouvido e a participar ativamente em
Receber uma cópia do relatório técnico — pedagógico e, se todos os assuntos do seu interesse, tomando em consideração os seus
aplicável, do programa educativo individual e do plano interesses e preferências.
individual transição
-Fundamentar a necessidade de revisão do programa educativo
Solicitar a revisão do programa educativo individual individual.

-Solicitar junto da escola informação sobre o processo educativo do


Consultar o processo individual do seu filho ou educando
seu educando

Ter acesso à informação compreensível relativa a educação


do seu filho ou educando
PRAZOS A TER EM CONTA NO PROCESSO DE
ELABORAÇÃO NO RELATÓRIO
TÉCNICO-PEDAGÓGICO
PRAZOS AÇÕES

O diretor da escola solicita uma equipa multidisciplinar e a


elaboração do relatório técnico — pedagógico, após a
3 DIAS ÚTEIS
identificação da necessidade de medidas seletivas e/ou
adicionais de apoio a aprendizagem e a inclusão

Conclusão do relatório técnico — pedagógico, após a


30 DIAS ÚTEIS
identificação das medidas de suporte à aprendizagem

O relatório técnico — pedagógico é submetido à aprovação dos


5 DIAS ÚTEIS pais, datado e assinado por estes e, sempre que possível, pelo
próprio aluno

Homologação do relatório técnico — pedagógico pelo diretor


10 DIAS ÚTEIS
da escola, ouvido no o Conselho Pedagógico
ELEMENTOS A INCLUIR NO RELATÓRIO TÉCNICO— PEDAGÓGIO

Identificação dos fatores que facilitam e que dificultam o progresso e o desenvolvimento das aprendizagem do
aluno, nomeadamente, fatores da escola, do contexto e individuais do aluno.

Identificação das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão a mobilizar.

E operacionalização de cada medida, incluindo objetivos, metas e indicadores de resultados.

Identificação do(s) responsável(eis) pela implementação das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão e
do respetivo coordenador

Procedimentos de avaliação da eficácia das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão

Momentos intercalares de avaliação da eficácia das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão (quando
propostas)

Procedimentos de articulação ombros recursos específicos de apoio à inclusão definidos no artigo 11°

Concordância expressa dos pais


MEDIDAS DE SUPORTE
À APRENDIZAGEM
MEDIDAS
ADICIONAIS Documentos emitidos:
PEI e RTP

MEDIDAS SELETIVAS

Medidas de diferentes níveis podem ser aplicadas


simultaneamente.
A decisão quanto à necessidade de medidas de
MEDIDAS UNIVERSAIS suporte à aprendizagem e à inclusão
compete à equipa multidisciplinar.
MEDIDAS ADICIONAIS-
Alunos que apresentem dificuldades acentuadas e persistentes ao nível da
comunicação, interação, cognição ou aprendizagem, que exigem recursos adicionais
significativos.

MEDIDAS SELETIVAS-
Dirigem-se a alunos que evidenciam necessidades de suporte à aprendizagem que
não foram supridas em resultado da aplicação das medidas universais.

MEDIDAS UNIVERSAIS-
Dirigem-se a todos os alunos e têm como objetivo promover a participação e o
sucesso escolar.
Legislação que estabelece o regime jurídico
da educação inclusiva em Portugal:

Decreto-Lei n.º 54/2018 | DR (diariodarepublica.pt)

Leituras recomendadas:

FAQ’s DL- 54/2018


faq_-_dl_54_-_versao_5a.pdf (mec.pt)
Manual de apoio à pratica
(Microsoft Word - Manual de Apoio \340 Pr\341tica) (mec.pt)
Onde reclamar quando a escola
não cumpre a lei:

Sede de Agrupamentos de Escolas


Vereador de Educação da Câmara Municipal da sua cidade
Direção Geral de Educação: dge@dge.mec.pt

Nota: Sempre comunique com a escola e agrupamento por escrito, para ter provas do
incumprimento, e assim fundamentar a sua reclamação.
CONCLUSÃO
Esperamos que este Ebook ajude a sua família na busca
dos seus direitos, ao iniciar a sua jornada pelo Autismo.
Os direitos estão assegurados pela lei, mas nem sempre
os conseguimos à primeira. Não desista facilmente!
Quebrar as barreiras atitudinais, físicas e culturais é
essencial para acabar com o preconceito e
discriminação contra a pessoa com deficiência, ainda
tão presente na atualidade. É essencial que a sociedade
e a família conheça os obstáculos que pessoas com
autismo enfrentam no dia-a-dia e que exijam do Estado
e das empresas a verdadeira inclusão. Ter direitos não é
um privilégio!
FONTES
Decreto-Lei n.º 15/2024 (Altera o regime de avaliação de incapacidade das pessoas com deficiência)

Decreto-Lei n.º 202/96 (Estabelece o regime de avaliação de incapacidade das pessoas com deficiência)

Decreto-Lei n.º 54/2018 (estabelece o regime jurídico da educação inclusiva em Portugal)

Decreto-Lei n.º 136/2019 (Procede à terceira fase implementação da prestação social para a inclusão,
definindo o acesso à medida para crianças e jovens com deficiência

FAQ’s DL- 54/2018

Para uma educação inclusiva - Manual de apoio à pratica (DGE)

www.seg-social.pt

Código de trabalho
OBRIGADA!
“No mesmo mar, mas em barcos Diferentes”
AUTORAS:

DESIGN Andreia Santos Paula Frazão Sara Gouveia Vanda Silva


Ana Carolina

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