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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

CAMPUS AVANÇADO PREF. WALTER DE SÁ LEITÃO – CAWSL


DEPARTAMENTO DE LETRAS

Resumo
" Distúrbios da linguagem oral e da comunicação na criança"
ADNA RAQUEL OLIVEIRA DOS SANTOS
ALICIA BRENDA CIRÍACO DOS SANTOS
DOUGLAS IORAND

ASSU/RN
2024
O texto aborda discussões sobre distúrbios da linguagem e comunicação das
crianças, e a forma como elas se desenvolvem linguisticamente.
A maioria das crianças aprendem a falar de maneira fácil e rápida, mas cerca de 7%
a 8% apresentam distúrbios no desenvolvimento da linguagem oral. Esses distúrbios
são variados em suas manifestações e afetam diferentemente sua capacidade de
interagir com os outros.
Os terapeutas precisam identificar se o desenvolvimento linguístico está apenas
atrasado ou se há desvios mais graves que são duradouros. Algumas
características do simples atraso na linguagem incluem o aparecimento tardio das
primeiras palavras e persistência nas simplificações da articulação fônica e
morfossintaxe observadas durante o desenvolvimento normal. Geralmente esses
distúrbios desaparecem quando as crianças entram na escola, por volta dos 6 anos
de idade.
Em todos os outros casos (cerca de 1%), trata-se de distúrbios visivelmente mais
importantes, caracterizados não somente por um atraso nas aquisições, mas
também por desvios que são duradouros. Os autores concordam sobre uma
classificação que permite reconhecer esses distúrbios levando-se em conta seu
nível de gravidade.
A disfasia é definida pela existência de um déficit durável e significativo das
realizações verbais, mas não está ligada ao déficit auditivo, malformação dos
órgãos fonadores, insuficiência intelectual ou lesão cerebral adquirida. O
diagnóstico pode ser difícil porque pode estar associado com retardamentos
mentais ou perturbações psicoativas severas. Algumas crianças podem ter
problemas sensoriais ou motores que afetam diretamente sua fala, enquanto outras
tem patologias psicólogas ou neuropsicologicas nais quais o problema não está
limitado ao domínio da linguagem. Além disso, algumas crianças podem ter uma
patologia específica da linguagem. É importante observar as características das
dificuldades da criança para entender ao certo o que está acontecendo e ajudá-la da
melhor forma possível.
As propostas terapêuticas estão diretamente ligadas aos distúrbios observados,
assim como as possibilidades reeducativas, mas é necessário estabelecer uma
classificação para poder localizar especificidades da perturbação da linguagem da
criança. É possível estabelecer uma distinção inicialmente entre vertentes receptiva
ou expressiva para entender melhor esses problemas na infância.
A vertente receptiva refere-se à capacidade de compreender as informações de
mensagens recebidas. Não se relacionando apenas a uma boa audição, apesar de
necessária. Nesse caso, o déficit pode ser de reconhecimento gnósico e de
compreensão. Pessoas com agnosia verbal possuem a incapacidade de distinguir a
fala. É comum que a pessoa ouça as falas como um conjunto de sons estranhos. No
entanto, ainda nessa vertente podem-se observar alguns déficits de compreensão
que estão relacionados a distúrbios do desenvolvimento da linguagem, pois não são
nem auditivos nem gnósico. Nesse caso, só é desvendado por testes específicos
construídos com esse intuito.
Já a vertente expressiva refere-se à capacidade de transmitir e comunicar
efetivamente uma mensagem. É a habilidade de expressar pensamentos,
sentimentos, desejos ou opiniões de forma clara e assertiva. Essa vertente é
definida por 5 níveis de alcance: o nível morfossintatico, o nível lexical, o nível
semântico-pragmático, o nível fonológico, que se refere a prosódia e o nível de
articulação, onde o déficit pode ser obersevado através da deficiência da articulação
e dislalias, que são distúrbios caracterizados por dificuldades na fala, como:
substituições, distorções, ou omissões que afetam a forma como os sons são
produzidos, nesse caso, clínicos consideram que a programação fonológica esteja
igualmente envolvida. Desse modo, estende-se discussões mais aprofundadas
sobre os distúrbios fonológicos.
Após a explanação sobre os distúrbios fonológicos, os terapeutas começaram a
discutir estratégias terapêuticas específicas para lidar com essas dificuldades na
fala das crianças. Além das abordagens tradicionais, como terapia da fala e
atividades de prática articulatória, eles introduziram métodos inovadores, como
jogos e atividades lúdicas que visam estimular a consciência fonológica e a
discriminação auditiva. Durante uma sessão de terapia, as crianças foram
incentivadas a participar de atividades divertidas, como caça ao tesouro de palavras,
em que precisavam encontrar objetos que começassem com determinado som, e
jogos de adivinhação de palavras com rimas. Essas atividades não apenas
mantiveram os pequenos engajados, mas também ajudaram a desenvolver suas
habilidades de reconhecimento e produção de sons de forma mais eficaz.
Além disso, os terapeutas trabalharam em estreita colaboração com os pais das
crianças, fornecendo orientações e materiais para atividades em casa que
complementassem o progresso feito durante as sessões de terapia. Isso permitiu
uma abordagem holística para o desenvolvimento da fala, integrando a prática
terapêutica ao ambiente familiar. À medida que as semanas passavam, os
terapeutas começaram a observar melhorias significativas nas habilidades de fala
das crianças, com uma maior clareza na articulação dos sons e uma maior
confiança ao se comunicar. O progresso alcançado não apenas fortaleceu as
habilidades linguísticas das crianças, mas também aumentou sua autoestima e
senso de realização.
Concluindo, a abordagem integrada de terapia da fala aliada a atividades lúdicas e a
colaboração com os pais mostrou-se eficaz no tratamento dos distúrbios
fonológicos nas crianças. Ao longo do processo terapêutico, foi evidente o
comprometimento e a determinação tanto dos terapeutas quanto das famílias em
ajudar as crianças a superarem essas dificuldades na fala. É gratificante
testemunhar o progresso notável alcançado pelas crianças, não apenas em termos
de aprimoramento da articulação e compreensão dos sons, mas também em
relação à sua confiança e habilidades comunicativas. Essas conquistas não apenas
impactam positivamente a vida das crianças no presente, mas também
estabelecem uma base sólida para seu desenvolvimento linguístico e emocional
futuro.

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