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de Alencastro
Revisão técnica:
Joelma Guimarães
Graduada em Pedagogia — ênfase em Educação Infantil
Especialista em Alfabetização
Especialista em Administração, Orientação
e Supervisão Escolar
Especialista em Educação Infantil
Mestre em Educação
ISBN 978-85-9502-459-5
CDU 378
Introdução
Para nortear os estudos neste capítulo, primeiramente você deverá co-
nhecer um pouco mais sobre os conceitos e as implicações culturais,
clínicas e sociais sobre a pessoa surda e o deficiente auditivo.
Há uma grande diferença entre a pessoa surda e o DA (deficiente au-
ditivo). Esses dois termos são utilizados no campo da surdez; entretanto, a
terminologia “surdo” é usada dentro da comunidade surda, ou seja, ao nos
referirmos à deafhood estamos cientes de suas capacidades cognitivas,
linguísticas e, o mais importante, reconhecemos sua identidade surda
quando o sujeito surdo (ser surdo) vive e se desenvolve em comunidade
a partir de experiências visuais.
Quanto ao termo DA, ele é mais utilizado especificamente no âmbito
clínico por profissionais da área da saúde. Anteriormente, falamos sobre
deafhood, ou seja, a identidade surda. Já o conceito de DA foca apenas na
condição física da perda auditiva. Em alguns casos na área clínica, o uso
da língua de sinais não é reconhecido como um idioma. Sendo assim, ele
é descartado como ensino de língua para as pessoas com perda auditiva,
que recebem apenas a oferta e a oportunidade da oralização.
130 Surdez: conceitos, causas e políticas de prevenção
Figura 1. Ouvido.
Fonte: Adaptada de Mister_X/Shutterstock.com.
Tipos de surdez
Há muitos estudos e discussões sobre a surdez e a língua de sinais. Nosso
estudo será desenvolvido pelo viés da surdez, esclarecendo alguns mitos e
tabus sobre essa temática.
Vivemos em um mundo rodeado por sons. Assim, é difícil imaginar que
uma pessoa surda ou um DA possa viver plenamente nele. No entanto, a co-
munidade surda brasileira mostra que isso é possível por meio da comunicação
gesto-visual, que integra o sujeito surdo ao mundo ouvinte, possibilitando
novas experiências. Quando falamos em deficiência auditiva, em muitos casos,
ficamos limitados apenas a questões físicas, porém devemos ter a consciência
de que nem todo surdo é mudo. Portanto, a expressão surdo-mudo não é a
forma mais adequada.
Para fazer referência a uma pessoa com surdez, o termo adequado é surdo
ou DA, deficiente auditivo.
A surdez nada mais é do que a privação ou a limitação do sentido da au-
dição. Essa privação pode ser parcial ou total e pode ser causada por diversos
fatores, como, por exemplo, viroses, doenças durante a gestação, predisposição
genética e, até mesmo, má-formação do feto.
132 Surdez: conceitos, causas e políticas de prevenção
O teste da orelhinha não faz mal ao bebê e é indolor. Ele é realizado entre o
segundo e o terceiro dia de vida da criança. Segundo Coelho, Silveira e Mabba
(2012), a audiometria é um exame que avalia a audição das pessoas. Assim, o
exame com o audiômetro é capaz de avaliar o grau de perda auditiva de um
indivíduo. Esse exame não se limita apenas à perda auditiva, mas também tem
a finalidade de medir o grau da capacidade de compreensão da fala. Nesse
caso, chama-se audiometria vocal.
Surdez: conceitos, causas e políticas de prevenção 133
a) surdez congênita é quando uma pessoa nasce surda. Pode ser oriunda
de fatores genéticos ou má-formação do feto;
b) surdez adquirida é quando a pessoa perde a condição de ouvir por
algum motivo.
COELHO, K. S.; SILVEIRA, M. D. D.; MABBA, J. P. Língua brasileira de sinais: libras. Indaial:
Uniasselvi, 2012.
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Leituras recomendadas
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SOUZA, R. M.; SILVESTRE, N.; ARANTES, V. A. (Org.). Educação de surdos: pontos e con-
trapontos. São Paulo: Summus, 2007.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.