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Deficiência auditiva
INTRODUÇÃO Sabemos que a audição é um dos sentidos muito importantes para o ser
humano estabelecer, através da comunicação, um vínculo com o mundo. A
deficiência auditiva significa uma perda total ou parcial, congênita ou adquirida,
da audição.
É necessário que as pessoas com deficiência auditiva recebam o devido
atendimento em todos os setores da comunidade e sejam garantidos seus
direitos enquanto cidadãos. A suspeita de surdez requer a realização de
exames otorrinolaringológicos, audiológicos, e a avaliação psicopedagógica
para a realização do diagnóstico global. O sucesso escolar depende de um bom
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com.br planejamento baseado no diagnóstico relacionado ao grau e ao tipo de perda
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auditiva. É muito importante verificar se existem ou não outras deficiências,
comprometimentos e sua capacidade intelectual, emocional e socioculturais.
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AULA
um problema em alguma das partes do ouvido pode haver uma deficiência
na audição. O nome deficiência auditiva é usado para indicar uma perda
da audição ou uma diminuição na capacidade de escutar os sons, e a
pessoa só é considerada DA (deficiente auditiva) se for diagnosticada a
perda nos dois ouvidos.
A redução ou perda total da audição, pode ser provocada por
traumas mecânicos (perfuração por objetos introduzidos no ouvido,
acidentes de transito, doenças etc.), pela exposição a barulho excessivo
e por doenças congênitas ou adquiridas.
Como causas adquiridas podemos citar: corpos estranhos, otites,
tampões de cera, perfurações timpânicas, obstrução da Trompa de
Eustáquio, envelhecimento a partir de 50 anos, trumatismos, intoxicações
(uréia, colesterol, ácido úrico etc.); doenças infecciosas (febre, síflis,
caxumba, sarampo); distúrbios glandulares; deficiência de vitamina D.
COMO ESCUTAMOS?
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Ouvido médio
Pavilhão da orelha
Ouvido interno
Cóclea
Membrana do
tímpano
Conduto auditivo
Trompa de Eustáquio
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expostos a ruído exagerado nos locais de trabalho.
O ouvido humano suporta, sem usar protetores, o máximo de 60
decibéis que corresponde aos sons de música, ruído de muitas pessoas
trabalhando, telefone, conversas do ambiente.
A perda da audição é causada pela exposição a ruídos excessivos
que causa lesão nas células ciliadas do ouvido interno (cóclea e canais
semicirculares). Essa lesão é irreversível, mas pode estacionar se a pessoa
deixar o ambiente barulhento.
Enfiar objetos dentro do ouvido também causa perda total, porque
pode perfurar a membrana timpânica, que se regenera, dependendo do
tamanho da perfuração. Caso contrário, só a cirurgia resolve.
É muito importante que os pais recebam orientação adequada e
sejam estimulados a procurar um profissional especializado em audição
como o otorrinolaringologista, médico especializado em ouvido, nariz e
garganta, e que deve ser o primeiro profissional a ser consultado. Os pais
devem ser alertados para não fazerem uso de remédios caseiros e procurar
ajuda o mais cedo possível. O fonoaudiólogo cuida dos problemas que
afetam a comunicação da pessoa, no que diz respeito à fala, à audição
e/ou à linguagem. Cabe ao fonoaudiólogo realizar os testes de audição
e de eventuais problemas de equilíbrio, bem como selecionar o aparelho
auditivo adequado e realizar o trabalho de habilitação e reabilitação do
deficiente auditivo É muito importante alertar aos pais que, havendo
suspeita de perda auditiva, é necessário aplicar o Teste de Acuidade
Auditiva e isso deve ser feito por profissionais especializados.
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PARCIALMENTE SURDO
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AULA
De acordo com as Portarias Internacionais nº 477 de 11/8/1977, e
nº 186 de 10/3/1978, são os alunos que apresentam perda de audição em
grau que impeça a percepção da voz humana, necessitando de métodos,
recursos didáticos e equipamentos especiais para aquisição, correção e
desenvolvimento da fala e da linguagem.
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CONCLUÍMOS QUE:
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AULA
como ser alfabetizado e prosseguir seus estudos com educandos ouvintes,
desde que receba atendimento especializado em outro período diário. Esse
atendimento deverá ser individual ou em grupo, segundo as necessidades
de cada um. Poderá ser realizado numa sala de recursos, localizada na
escola freqüentada pela criança ou em consultório fonoaudiológico. O
trabalho especializado visará, principalmente, à estimulação auditiva, ao
treinamento rítmico, ao treinamento fono-articulatório/fala e à aquisição
da linguagem. Esse trabalho irá concorrer para facilitar sua integração
em classe comum.
O aluno com surdez moderada poderá se beneficiar com o uso da
prótese individual (otofônica), havendo casos em que o ganho adquirido
é excelente. Esse educando deverá ser protetizado o quanto antes,
recebendo atenção especial com relação à educação auditiva.
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O aluno com surdez profunda poderá ser alfabetizado em classe
especial ou em escola especializada. Precisará adquirir uma linguagem
que permita sua comunicação com os ouvintes, além de possibilitar o
desenvolvimento da escolaridade. A alfabetização do aluno com surdez
profunda realizar-se-á paralelamente à estruturação da linguagem oral
e escrita.
As alternativas de atendimento ao aluno com surdez profunda
estão intimamente relacionadas com suas condições individuais, como a
idade em que começou seu atendimento especial , o grau de participação
familiar e o desenvolvimento alcançado em seu processo educativo,
principalmente sob o aspecto lingüístico.
Um educando com surdez profunda, geralmente, ingressará em
uma classe comum após o Ciclo Básico de Alfabetização – CBA, ou seja,
na terceira série da Educação Fundamental.
A criança com surdez profunda, e provavelmente, sem linguagem,
deverá receber atendimento especializado desde a Educação Infantil
(estimulação precoce e a antes denominada pré-escola), em clínicas
fonoaudiológicas, em creches, em salas de pré-escola especializada e/ou classe
especial, uma vez que, não tendo conseguido adquirir a linguagem pelos
processos naturais, deverá fazê-lo por outros processos pedagógicos.
O atendimento coletivo deverá ser em grupos de até oito alunos
devendo haver também o atendimento individual.
Para que ela consiga se comunicar, são necessárias as seguintes
condições: ter atendimento especializado a partir da Educação Infantil
(estimulação precoce e pré-escolar) no período de 0 (zero) a 6 (seis)
anos; ser substituído; e ter atendimento educacional com professor
especializado ou treinado.
Poderão ser adotadas, para atendimento ao portador de deficiência
auditiva, diferentes metodologias ou filosofias educacionais: oralismo
(linguagem oral) mesmo que simplificada; comunicação total (linguagem
gestual simultânea à oral, ao alfabeto digital e a outros códigos de
comunicação); bilingüismo (primeiramente é exposto à língua de sinais
e posteriormente à língua portuguesa) entre outros.
Para a aplicação dos métodos deve haver: preparo adequado dos
recursos humanos envolvidos; orientação e supervisão do coordenador
pedagógico local; orientação dos pais para seu envolvimento no processo
educacional.
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MODALIDADES DE ATENDIMENTO
A - Escola comum
Os educandos portadores de deficiência auditiva
poderão freqüentar uma escola comum do ensino
regular em diferentes tipos de atendimento, segundo
as necessidades de cada caso.
B - Classe comum
Alunos com necessidades educacionais especiais,
no caso os alunos com eficiência auditiva, serão
matriculados no ensino regular, tendo a oportunidade
de compartilhar do mesmo ambiente regular de
ensino/aprendizagem.
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adquirir, no mínimo, a linguagem interior, receptiva
(de compreensão) e, dentro de suas possibilidades,
utilizar a linguagem expressiva (de emissão), bem
como dominar as técnicas da leitura e da escrita,
necessárias para efetivar sua comunicação e participar
das atividades curriculares do ensino regular,
geralmente, após a alfabetização.
C - Escolas integradas
São alternativas de inclusão do alunado com
deficiência auditiva que funcionam em unidades
escolares do ensino fundamental da rede regular de
ensino no Distrito Federal. São escola selecionadas
e preparadas para receber o aluno DA, portanto,
dispõem de recursos especializados para assegurar o
acesso e permanência do aluno na escola, que deve
oferecer um ambiente educacional favorável.
D - Sala de recursos
Na sala de recursos é desenvolvido um serviço
pedagógico especializado, pelo professor de
Educação Especial (professor especializado), que
realizará a complementação e/ou suplementação
curricular utilizando equipamentos, materiais e
recursos pedagógicos específicos para atender às
necessidades do alunado.
E - Professor itinerante
Trata-se de um serviço de apoio pedagógico de
orientação e supervisão pedagógica, desenvolvida por
professores especializados que fazem visitas às escolas
para atender os alunos e seus respectivos professores
de classe comum da rede regular de ensino.
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F - Classe especial
Atendimento realizado por professores especializados
com as necessárias adaptações e complementações
curriculares específicas: estimulação auditiva,
treinamento rítmico e linguagem.
De acordo com a literatura consultada, o atendimento
na classe especial pode ser feito em grupo ou
individualmente:
Atendimento em grupo
Os grupos devem possuir, no máximo, oito alunos e sugere-se,
para esta atividade:
• brinquedos e materiais selecionados para despertar
o interesse da criança em determinadas áreas
cognitivas, de fácil manipulação, não perigosos,
resistentes, econômicos e, sempre que possível,
laváveis. Sugere-se, ainda, a utilização de materiais
disponíveis na região e o aproveitamento de material
de sucata;
• instrumentos musicais, (tambor, corneta, apitos,
guizos, pratos, triângulos, agogô, chocalho) e
objetos para produzir ruídos (panelas, pratos, copos,
talheres, despertador, campainhas, sinos, apitos) para
estimulação auditiva;
• objetos para aquisição de conceitos lingüísticos,
como roupas, alimentos, utensílios domésticos;
• objetos em miniatura (brinquedos) para exercício
de linguagem, como: mobiliário, bonecas, animais,
meios de transporte, roupas;
• material para exercícios respiratórios, como: velas,
balões, fósforo, bolas plásticas e de isopor, penas,
algodão, tirinhas de papel colorido, línguas de
sogra, brinquedos para soprar, bacia plástica, bolas
de borracha para soprar etc.;
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magnéticas, slides, caixas, blocos de madeira, jogos
em plástico e em madeira, argolas, contas, sementes,
botões, tesouras, gravuras, cola, pedaços de madeira,
pregos, martelos, pincéis, tinta de vários tipos, lápis
de cor, lápis de cera, folhas de papel de vários tipos,
argila, massa plástica, fibras, carimbos diversos;
• jogos, como dominó, lotos, quebra-cabeça;
• material confeccionado pelo professor para
desenvolvimento de atividades de classe, como:
cartazes, álbum seriado, cartaz de pregas, flane-
lógrafo, murais, fichas (com palavras, frases, sílabas,
letras, gravuras, numerais), cartazes com gravura
para conversação.
Atendimento individual
O atendimento individual objetiva a estimulação auditiva, o
treinamento fono-articulatório para aperfeiçoamento da fala e da
linguagem e deverá ser paralelo, em um turno contrário ao da classe
especial. Esse trabalho poderá ser realizado em sala de recursos, ou ainda
em escola especial para educandos que freqüentam a classe especial. O
atendimento individual poderá ser feito por professor especializado ou
por fonoaudiólogo.
Para a sala de atendimento individual, sugere-se:
• os mesmos materiais apresentados para o
atendimento em grupo, e
• material específico: espirômetro (aparelho que faz
espirometria, que significa a medida da capacidade
inspiratória e expiratória da pessoa), guias de língua
e material fonoaudiológico.
O atendimento ao aluno deverá ser mantido, independente da
completa aquisição de equipamentos e de recursos didáticos.
A escola especial poderá funcionar em regime de tempo parcial
ou tempo integral. Poderá ainda prestar atendimento complementar a
alunos portadores de deficiência auditiva matriculados em escolas da
rede regular de ensino, situadas nas proximidades.
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H – Educação Infantil
Sabemos que a Educação Infantil atende crianças
na faixa etária de zero a seis anos. É um período
básico para o desenvolvimento e educação de
qualquer criança, mas, para o bebê surdo, a etapa
da estimulação assume uma dimensão de extrema
importância, porque, uma vez diagnosticada a surdez,
o bebê deve começar, imediatamente, a participar de
um programa de estimulação.
I – Ensino Fundamental
É importante enfatizar que o objetivo do Ensino Fundamental para
o alunado com deficiência auditiva é o mesmo definido para qualquer
aluno. O ciclo básico de alfabetização é um período em que é necessário
enfatizar a estruturação lingüística e a alfabetização que servirão de base
para toda escolaridade que virá a seguir.
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alcançados precisam participar de um trabalho de estimulação auditiva
e visual, o treinamento fono-articulatório/fala, o treinamento rítmico, a
estruturação da linguagem, a iniciação à matemática, à ciência, à inclusão
social, à expressão artística, e às atividades para a vida diária.
Gostaríamos, antes de encerrar esta aula, de falar sobre:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
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orientação de um otorrinolaringologista, fonoaudiólogo
ou médico do trabalho para que possa usar a proteção
adequada;
RESUMO
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1ª QUESTÃO – Aparelho Auditivo – Nomear e definir:
a) ondas mecânicas
b) ouvido externo
c) ouvido médio
d) ouvido interno
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