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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO

ROMERO MEDEIROS CORREIA NETO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM AUDIOLOGIA CLÍNICA I

Manaus-AM

2021
ROMERO MEDEIROS CORREIA NETO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM AUDIOLOGIA CLÍNICA I

Estágio supervisionado de
Audiologia Clínica I, realizado no
laboratório de audiologia clinica da
Fametro, nos meses entre Abril e Junho,
sob a supervisão da preceptora e
Fonoaudióloga Patrícia Angelim do
curso de Fonoaudiologia 7° período.

Manaus-AM

2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................03
1. ANAMNESE AUDIOLÓGICA......................................................................04
2. MEATOSCOPIA..........................................................................................04
3. BIOSSEGURANÇA.....................................................................................05
4. AUDIOMETRIA TONAL LIMIAR ...............................................................05
4.1 Via Aérea..................................................................................................06
4.2 Via Ossea.................................................................................................06
4.3 Macaramento...........................................................................................06
5. AUDIOMETRIA VOCAL.............................................................................07
5.1 LIMIAR DE RECONHECIMENTO DE FALA............................................07
5.2 ÍNDICE PERCENTUAL DE RECONHECIMENTO DE FALA...................08
6. IMITANCIOMETRIA................................................................................... 08
6.1 TIMPANOMETRIA....................................................................................09
ACHADOS AUDIOLÓGICOS.........................................................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................11
REFERÊNCIAS...............................................................................................12
ANEXOS.........................................................................................................13
INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado foi realizado na clinica da Fametro que fica localizada na


Av. Constantino Nery, no bairro Nossa Sra. Das Graças, em Manaus-AM, telefone: (92)
2121-1030, com a preceptoria da Fonoaudióloga Patrícia Cunha Angelim. A clinica atende
pacientes a partir dos sete anos de idade.
A avaliação audiológica tem como objetivo principal determinar a integridade do
sistema auditivo, além de identificar tipo, grau e configuração da perda auditiva em cada
orelha (Lopes, Munhoz, & Bozza, 2015).
Para isso são realizados diversos exames, por exemplo: Audimetria Tonal Limiar,
onde são examinados a Via Aérea e a Via Óssea, a Audiometria Vocal, onde são testados
o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) e o Índice Percentual de Reconhecimento de
Fala (IPRF), por último é realizado a Imitanciometria, onde é realizado a Timpanometria.
(Manual de audiologia atualizado, 2018).
Anamnese Audiológica

A anamnese permite que se tenha acesso à história audiológica do paciente. Deve


ser realizada, independentemente da idade do indivíduo. Em crianças pequenas e adultos
e idosos que apresentam distúrbios de compreensão ou expressão muitas vezes é
necessária a presença e as informações de um acompanhante. Salienta-se, contudo que
mesmo nestes casos se deve buscar algumas respostas com o próprio paciente,
verificando a sua opinião sobre a audição. Normalmente, após a identificação do paciente,
a primeira pergunta que se faz ao paciente/acompanhante é sobre a queixa auditiva. A
partir desta, podem ser selecionadas questões relacionadas à queixa principal. Salienta-
se, contudo, que muitas vezes o paciente não apresenta uma queixa específica de perda
auditiva. Isto não significa que os limiares auditivos estejam dentro dos limites de
normalidade. (FROTA, 2003).

Na anamnese elaborada para ser utilizada na clínica de Fonoaudiologia constam


perguntas sobre:

 Dados de identificação (nome, sexo, idade, data de nascimento, profissão,


escolaridade, endereço, número de carteira de identidade)
 Queixa principal
 Histórico audiológico (otalgia, cirurgias otológicas, zumbido, tontura)
 Exames anteriores e resultado
 Uso de aparelhos de amplificação sonora individual (marca, modelo, uso, uni ou
bilateral, tempo de uso em anos e diário)
 Doenças
 Uso de medicação
 Hospitalizações (motivo, tempo de internação)

Meatoscopia

O aparelho utilizado na meatoscopia é o otoscópio, composto por uma lente, uma


fonte de luz e uma cânula. Ele facilita o afastamento das paredes do meato acústico
externo e a visualização do tímpano e de outras estruturas.
A maioria das afecções otológicas cruza com alterações na meatoscopia. Isso
ocorre porque, direta ou indiretamente, as alterações são visíveis durante o exame:
infecções, por exemplo, podem apresentar abaulamento da membrana timpânica,
vermelhidão e secreção. Traumas oculares podem cursar com perfuração da membrana
timpânica e sangramentos.
Um dos usos mais populares da meatoscopia é quando ela é realizada
anteriormente ao teste auditivo. Como esse teste busca mensurar a capacidade auditiva
do paciente, é importante que o seu meato acústico externo esteja pérvio. Portanto,
presença de corpos estranhos ou cera em excesso pode dificultar o exame e dar
resultados falseados.
Muitas vezes, a meatoscopia pode auxiliar também no diagnóstico de uma possível
perda auditiva. Complementarmente ao teste auditivo, ela identifica alterações que
indicam causas específicas.
Uma das doenças que impactam negativamente a qualidade de vida dos pacientes,
e está relacionada à saúde de aparelhos auditivos, é a rolha de cera. Trata-se do nome
dado ao acúmulo de cera que geralmente fica em nossos ouvidos, que pode causar
obstruções. Além de causar prejuízo na audição, ele também é prejudicial a aparelhos
auditivos e pode impactar seu funcionamento. Os três resultado da Meatoscopia são: Sem
obstrução, com obstrução e parcialmente obstruído. (Manual de audiologia atualizado,
2018.)

Biosegurança

Durante os atendimentos sempre usamos os itens básicos de segurarança, por


exemplo: Mascara, luvas e touca. Após a Meatoscopia, limpamos o tubo do Otoscópio
com Degermante. (Manual de audiologia atualizado, 2018.)

Audiometria Tonal Limiar

O Fonoaudiólogo deve dispor de um audiômetro, onde estarão acoplados, fones


para a pesquisa de limiares tonais por via aérea e um vibrador ósseo, para a pesquisa de
limiares tonais por via óssea.

1. Via Aérea
Para a realização da audiometria tonal liminar de via aérea o paciente deve estar
sentado dentro da cabina. Deve ser orientado a levantar a mão ou apertar um botão a
cada vez que ouvir um apito, mesmo que este seja muito fraco. (RUSSO; SANTOS, 2011)
Para a obtenção dos limiares auditivos pode se usar o método ascendente. No
método ascendente inicialmente é apresentado um som audível para o paciente. A partir
da resposta do mesmo, a intensidade é diminuída de 10 dB em 10dB até que não seja
mais audível. (RUSSO; SANTOS, 2011)

2. Via Óssea

Para a pesquisa dos limiares tonais por via óssea é utilizado um vibrador ósseo
acoplado a um arco, que deve ser posicionado na mastoide. São testadas as frequências
de 1000Hz, 2000Hz, 3000Hz, 4000Hz e 500Hz. A comparação dos limiares auditivos por
via aérea e via óssea permitem que seja definido o tipo de perda auditiva. (FROTA, 2003).

3. Mascaramento

Mascaramento em audiometria é um ruído utilizado tanto na medida da via aérea


como na via óssea, para evitar o fenômeno de lateralização, que é a percepção do
estímulo pela orelha contra-lateral à testada. Este fenômeno aparece no audiograma
quando a curva da orelha pior é semelhante à da orelha melhor mas em intensidades
maiores. Para que esse ruído seja efetivo, o ideal é que ele tenha uma faixa restrita de
frequências e nelas esteja contida a freqüência a ser mascarada no tom puro. técnica de
Hood que pressupõe primeiro a obtenção do limiar da orelha pior sem mascaramento, a
introdução do mascaramento na orelha não avaliada com nível de sensação para efeito
de oclusão acrescido de 10 dB acima do limiar de Via Aérea, e finalmente avaliar
novamente a orelha pior até que não apresente modificação do limiar após um aumento
de 20 a 30 dB de ruído; 2. Métodos psicoacústicos, onde se determina o limiar sem
mascaramento para em seguida apresentar o mascaramento na orelha contralateral a um
nível efetivo mínimo de 10 dBNS da Via Aérea. A partir daí deve-se pesquisar o
verdadeiro limiar, procurando-se o “platô ”. Entretanto, independente da técnica a ser
utilizada é imprescindível que elas sejam reconhecidas cientificamente. Além disso,
alguns cuidados devem ser tomados como: realizar Via Óssea antes da Logoaudiometria;
realizar a medida de Imitância acústica e uma anamnese de forma adequada com o
objetivo de obter informações clínicas fidedignas; atentar para perdas unilaterais,
anacusias e bilaterais assimétricas

Parecer Audiológico

Para adultos e idosos, quando os limiares aéreos e ósseos estão menores ou


iguais a 25dB, acoplados ou com uma diferença de até 10dB, considera-se que os
limiares auditivos estão normais.
Nas perdas auditivas condutivas, os limiares aéreos estão maiores do que 25dB e
os limiares ósseos até 15dB, com presença de diferencial aéreo-ósseo (gap) igual ou
maior do que 15dB (CFFa, 2009).
Nas perdas auditivas neurossensoriais, os limares de via aérea são superiores a
25dB e os limiares de via óssea superiores a 15dB, mas estes estão acoplados ou com
uma diferença de até 10dB (CFFa, 2009).
Nas perdas auditivas mistas, os limiares de via aérea são superiores a 25dB e os
limiares de via óssea superiores a 15dB, mas entre eles existe um diferencial aéreo-ósseo
(gap) igual ou maior do que 15dB (CFFa, 2009).

Audiometria Vocal

A audiometria vocal avalia a capacidade de compreensão da pessoa de


determinadas palavras, de distinguir determinados sons, que são emitidas através dos
auscultadores, com intensidades de som diferentes. Desta forma, a pessoa deve repetir
as palavras ditas pelo examinador. (FRAZZA et al, 2000)
Existem dois testes para avaliar a compreensão da fala, são eles o: Limiar de
Reconhecimento de Fala (LRF) e o Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF).

1. Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF)

Para a pesquisa do LRF, o fonoaudiólogo deverá calcular a média dos limiares


auditivos de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz. O teste é iniciado 30dBNA ou 40dBNA acima
desta média. O profissional apresenta uma palavra dissílaba ou trissílaba e o paciente é
orientado a repetí-la. A cada acerto são diminuídos 5dBNA. O valor do LRF é obtido
quando o paciente acertar 50% das palavras apresentadas (FRAZZA et al 2000, RUSSO
et al, 2011).

2. Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF).

Para a pesquisa do IPRF, o fonoaudiólogo deverá calcular a média dos limiares


auditivos para 500Hz, 1000Hz e 2000Hz. A seguir, o paciente é orientado a repetir uma
lista com 25 monossílabos em cada orelha. A intensidade é mantida fixa, 30 ou 40 dB
acima da média dos limiares de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz. (RUSSO et al, 2011).

Parecer Audiológico

O valor obtido na pesquisa do LRF deve ser compatível com a audiometria tonal
liminar. Espera-se que o valor obtido seja igual ou até 10dBNA acima da média dos
limiares tonais (RUSSO et al, 2011).
No IPFR a cada acerto são pontuados 4%. Assim, ao final das 25 palavras o
paciente pode obter um índice de 100% de acertos. Caso o número de monossílabos
repetidos corretamente seja inferior a 88% (quatro palavras ou mais repetida
incorretamente), deve-se apresentar uma lista com 25 dissílabos, repetindo-se o mesmo
procedimento adotado com as palavras monossilábicas. (FRAZZA et al, 2000, RUSSO et
al, 2011).

Imitanciometria

A imitanciometria é um exame que apresenta resultados aprofundados sobre a


estrutura auditiva. Ele é indicado em diversas situações, porém, na maior parte dos casos,
é solicitado pelo médico quando há suspeita de perda da audição. Ele analisa o
funcionamento do tímpano, dos ossos da orelha média (martelo, bigorna e estribo) e da
tuba auditiva.
A imitanciometria é dividida em três momentos: timpanometria, teste de reflexo
acústico e teste de decaimento do reflexo acústico. Essas etapas são realizadas em
sequência com a ajuda de um fone de ouvido e uma pequena sonda que libera estímulos
sonoros. Tudo é praticamente indolor e não invasivo.
Timpanometria

Nesta primeira etapa, é medida a resistência da membrana timpânica em relação


aos estímulos sonoros. Ao mesmo tempo, também é verificado a pressão sobre os ossos
da bigorna, do martelo e do estribo.
Teste de reflexo acústico:
Aqui, são emitidos sons moderadamente altos em cada um dos lados da orelha do
paciente. O objetivo é usar a sonda para avaliar se os músculos de ambos os ouvidos
reagem aos estímulos de forma simultânea.
A última etapa da imitanciometria é o teste de decaimento do reflexo acústico. O
objetivo neste caso é verificar as mudanças apresentadas no tímpano ao longo do tempo
em que está sendo exposto a um estímulo sonoro. Em suma, programa-se um tempo
médio de dez segundos e é observado se, nesse período, a membrana timpânica fica
mais rígida ou flácida. Esse fenômeno é chamado complacência.

Parecer Audiológico

Para o laudo das timpanometrias, sugere-se a classificação de Jerger (1970).


 Curva Tipo A: Mobilidade normal do sistema tímpano-ossicular.
 Curva Tipo B: Ausência de mobilidade do sistema tímpano ossicular.
 Curva Tipo C: Pressão de ar da orelha média desviada para pressão
negativa.
 Curva Tipo Ar: Baixa mobilidade do sistema tímpano-ossicular.
 Curva Tipo Ad: Hipermobilidade do sistema tímpano-ossicular.
Achados Audiológicos

Foram atendidos 4 pacientes, sendo 3 do sexo masculino e 1 do sexo feminino, a


faixa etária entre 11 a 39 anos, nenhum paciente possui perda.

Paciente Data Idade Sexo Média Tonal Timpanometria Obstruções

Roberto do Sem
Nascimento 29/04/2021 21 Masculino 10 Curva: tipo A obstrução
Pablo
Franco da Sem
Silva 06/05/2021 18 Masculino 15 Curva: tipo A obstrução
Emelly
Brasil da Sem
Costa 20/05/2021 11 Feminino 8,3 Curva: tipo A obstrução
Ageu
Barreto Sem
Martins 13/05/2021 39 Masculino 11,6 Curva: tipo A obstrução

40

35

30

25

20

15

10

0
Anna Giselle Susan de Lívia Cristina Felipe
Lima Timotéo
40

35

30

25

20

15

10

0
Anna Giselle Susan de Lima Lívia Cristina Felipe
Timotéo

Considerações Finais

O período de estagio foi de suma importância para adquirir experiências e


conhecimentos à cerca da prática de Audiologia. O período do estagio foram entre os dias
15/04/2021 a 30/06/2021.
Referencias

Harger, Marília Rabelo Holanda Camarano e Barbosa-Branco, Anadergh Efeitos


auditivos decorrentes da exposição ocupacional ao ruído em trabalhadores de
marmorarias no Distrito Federal. Revista da Associação Médica Brasileira [online].
2004, v. 50, n. 4 [Acessado 20 Junho 2021] , pp. 396-399. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0104-42302004000400029>. Epub 14 Jan 2005. ISSN
1806-9282. https://doi.org/10.1590/S0104-42302004000400029.
https://aeraparelhosauditivos.com.br/descubra-o-que-e-meatoscopia-e-como-ela-e-
realizada/#:~:text=O%20aparelho%20utilizado%20na%20meatoscopia,exame
%20pode%20faz%C3%AA%2Dlo%20ambulatorialmente.

Beck, Roberto Miquelino de Oliveira et al. Estudo comparativo entre audiometria


tonal limiar e resposta auditiva de estado estável em normouvintes.

Brazilian Journal of Otorhinolaryngology [online]. 2014, v. 80, n. 1 [Acessado 20


Junho 2021] , pp. 35-40. Disponível em: <https://doi.org/10.5935/1808-
8694.20140009>. ISSN 1808-8686. https://doi.org/10.5935/1808-8694.20140009.

WHO. Occupational health: hearing measurement. Disponível em:


<https://www.who.int/occupational_health/publications/noise8.pdf>. Acesso em 07
Jan 2020

https://www.tuasaude.com/audiometria/#:~:text=A%20audiometria
%20%C3%A9%20um%20exame,trabalham%20em%20ambientes%20muito
%20barulhentos.

Manual de Audiologia

https://www.ufrgs.br/napead/projetos/avaliacao-audiologica/index.html

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