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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA 29ª VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE BELO HORIZONTE-MG

Processo nº: 1011430-12.2020.4.01.3800

MANOELA GOMES, já cadastrada eletronicamente, vem com o devido respeito perante


Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, dizer e requerer o que segue:

Na presente ação se pleiteia a concessão de Benefício Assistencial ao Idoso, que foi


indeferido na esfera administrativa, por equivocadamente entender o INSS que a Demandante
não vivencia situação de miserabilidade.

Instruído o feito, restou demonstrada a satisfação de todos os requisitos necessários


para a concessão do benefício pleiteado. A saber, a Autora contava com sessenta e seis anos
quando do requerimento administrativo, sendo idoso, de modo a satisfazer o critério etário
necessário para auferir o benefício em comento.

No que consta ao outro critério de necessário enquadramento, se observa a realização


de avaliação social nos autos, juntado o laudo no ID: 318900862 da ação.

O laudo socioeconômico (paginas: 11/12 do laudo pericial ID: 318900862) fez inconteste
prova no sentido de que a parte Autora vive em estado de MISERABILIDADE, satisfazendo o
requisito social inerente à concessão do benefício pretendido.

Isto, pois o grupo familiar é composto por três pessoas: a Autora , sua Filha e seu neto.
A renda total é oriunda UNICAMENTE da pensão alimentícia que recebe a Sra. SILVIA REGINA
GOMES, filha da Autora, no valor de R$ 200,00 (duzentos reais) por mês. Ocorre que tal renda é
insuficiente para garantir a subsistência dos três, em especial da autora que, não somente
seja idoso, também possui a saúde debilitada e, por certo, necessita de cuidados especiais.

Aliás, cumpre salientar que a autora esta acometida de DOENÇA CAUSADA PELO VÍRUS
HTLV – LINFROTOPICO HUMANO (HTLV) (CID 10 - Z22. 6),conforme extrato do CNIS juntado
nos autos, bem como teve seu beneficio do Amparo Social de pessoa portadora de deficiência
(87- AMP. SOCIAL PORTADORA DEFICIÊNCIA) concedido e iniciado no dia 04/05/1998.
Ato contínuo, oportuno destacar que a Assistente Social fez expressa menção às
precárias condições de moradia da Autora, no instante em que emitiu seu parecer, veja
(grifado):

Senão Vejamos:
Observações: "O Local onde está situada a residência do autor é rua sem pavimentação, não possui boa infra estrutura de
comércio com equipamentos da rede pública de saúde e fácil acesso ao transporte coletivo. A residência é única no terreiro,
sua estrutura física se subdivide em: 05 cômodos com 01 quarto, 01 banheiro, 01 cozinha, 01 sala e 01 área. A casa possui
revestimento de laje em todos os cômodos, terreiro de terra batida. As paredes possuem reboco com pintura, os fios
elétricos são embutidos na parede. O piso da residência é em ardósia. As paredes da cozinha são pintadas. A parede do
banheiro tem azulejos. As tubulações de água e esgoto são embutidas. Os móveis possuem conservação regular. (ver fotos
em anexo)."

De mesmo modo, o registro fotográfico constante no laudo socioeconômico denota as


lastimáveis condições do imóvel em que reside a Demandante,

Senão perceba:
Folhas 11/12 do laudo pericial de ID: 318900862.

Ademais, a Autora declarou que esta doente e faz tratamento  assim a sua renda  é
insuficiente para garantir até mesmo o tratamento medicamentoso da Autora (no que se
refere à aquisição daqueles medicamentos que não são obtidos gratuitamente junto ao Sistema
Único de Saúde). 

Por derradeiro, a própria Perita Avaliadora destacou o estado de miserabilidade em


que inserido o grupo familiar, veja (grifos acrescidos):
"Diante do estudo realizado acima, com verificações em documentos originais, informo a V. Ex. que a autora não possui
nenhum tipo de renda, e que a renda família é compatível com o valor exigido para concessão do Benefício de Prestação
Continuada."

Portanto, feitas tais considerações, resta demonstrada a situação de miserabilidade em


que se encontra a Autora, tornando imperativa a concessão do Benefício de Prestação
Continuada, eis que é dever da Assistência Social prestar auxílio àqueles que dela necessitem,
situação que se faz presente no caso dos autos.

Logo, por todo o narrado, resta demonstrado o preenchimento de todos os requisitos


inerentes à concessão do benefício assistencial de prestação continuada a Demandante, eis
que, não somente ele seja pessoa idosa (nos termos da legislação relacionada à matéria),
também vive em estado de profunda e lastimável miséria, carecendo do devido amparo
estatal.
ISTO POSTO, pugna pelo julgamento PROCEDENTE da lide, condenando a Autarquia Ré
a conceder o Benefício Assistencial ao Demandante, desde quando requerido
administrativamente.

Nestes Termos;

Pede Deferimento. 

Belo Horizonte, 07 de outubro de 2020.

 
Jean Carlos Gonçalves
OAB/MG 164.976

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