Aula 1º

Surdez e Deficiência Auditiva

Nesta aula, estaremos abordando os conceitos sobre a

surdez, tipos de deficiência auditiva e graus de perda auditiva.
Ultimamente estamos vendo informações sobre a surdez
e sobre a Língua Brasileira de Sinais. Presenciamos o discurso
em Libras da primeira-dama na posse do atual Presidente,
demonstrando o reconhecimento e a valorização das lutas e
vitórias conquistadas até aqui pela comunidade surda.
Mas, e você sabe o que é uma pessoa surda? Consegue
diferenciar um surdo de um deficiente auditivo? Será que, de
fato, sabemos o verdadeiro conceito de Surdez? Mesmo com
todas as informações recebidas diariamente através de redes
sociais, ainda surgem dúvidas e questionamentos sobre a
“Língua dos surdos” e como eles se desenvolvem na sociedade.
Vamos, então ao estudo da aula com muita atenção!
Tenham uma seção de estudo muito produtiva.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer o que é surdez e deficiência auditiva (DA);

• compreender e diferenciar os tipos de deficiências auditivas;
• identificar os graus de perda auditiva.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais
Seções de estudo
1 - Surdez e Deficiência Auditiva
2 - Tipos de deficiência auditiva
3 - Graus de perda auditiva
1 - Surdez e Deficiência Auditiva
O que é surdez
FIGURA 1 – SÍMBOLO INTERNACIONAL DA
SURDEZ. NO BRASIL, DETERMINADO PELA LEI Nº.
8.160, DE 1991
FONTE: Disponível em: https://www.libras.com.br/o-que-e-surdez. Acesso em: 08
maio 2022.
A surdez, ou perda auditiva, é a incapacidade ou
dificuldade de escutar sons, é uma deficiência invisível e uma
das que mais prejudicam o desenvolvimento da aquisição da
linguagem, com isso lesa o desenvolvimento no processo de
ensino-aprendizagem. A audição é um dos mais importantes
sentidos, pois é através dela que o ser humano percebe o
mundo e recebe as informações e tem, em seus primeiros anos
de sua vida, o estímulo correto na fase inicial da aquisição da
linguagem.
O prejuízo é muito grande, pois, uma criança que nasce
surda, em família de pais ouvintes, não possui língua. Os pais
falam a língua oral, mas a criança não tem esse canal receptor
em funcionamento para entender a língua falada dentro do
próprio lar, acontecendo, assim, o atraso nesse processo de
aquisição.
Muitas crianças surdas só terão contato com a língua de
sinais quando estiverem em idade escolar, que será por volta
de 4 para 5 anos, onde a defasagem por conta desse atraso
será enorme.
Segundo a lei 10.436/02, o termo surdo é usado para
a pessoa que se comunica unicamente através da Libras, e
deficiente auditivo, ou DA, para a pessoa que se comunica
com a língua oral ou que tenha perda auditiva moderada.
2 - Tipos de deficiência auditiva
Temos quatro tipos de deficiência auditiva:
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FIGURA 2 – TIPOS DE PERDA AUDITIVA
FONTE: Disponível em: https://www.eauriz.com.br/quais-sao-os-tipos-de-perda-
auditiva/. Acesso em: 15 fev. 2022.
1 - Perda Auditiva Condutiva
O primeiro tipo é a perda auditiva condutiva, onde
acontece a interrupção na transmissão do som entre o
conduto externo e a orelha interna.
Essa pode ser recuperada com intervenções clínicas ou
cirúrgicas. Essa deficiência pode ser causada por diversos
motivos, entre eles: tampões de cera, corpos estranhos no
conduto auditivo externo, otites, má-formações congênitas e
inflamações, perfurações dos tímpanos, entre outros.
2 - Sensório Neural
Esse segundo tipo trata do impedimento da recepção do
som ao ouvido por lesão no nervo auditivo ou células ciliadas.
Esse tipo é irreversível.
Ele pode ser de questões hereditárias e congênitas, como
problemas pré-natais com a mãe como, por exemplo: sífilis,
rubéola, toxoplasmose, alcoolismo, diabetes, toxemia; também,
como, envelhecimento natural do ouvido e exposição aos
sons muito intensos. Pode, ainda, ser causado por meningite,
caxumba e traumas físicos ou no parto.
3 - Mista
Esse tipo de deficiência auditiva ocorre quando existe
uma lesão no órgão sensorial ou do nervo auditivo, ou seja, há
uma perda condutiva e perda neurossensorial concomitante.
A alteração na perda condutiva é reversível, mas a perda
neurossensorial é permanente. Isso pode ocorrer de lesões
no nervo sensorial através de infecções recorrentes ou otites
crônicas.
4 - Perda auditiva neural
Esse tipo de deficiência acontece devido a alterações nos
mecanismos de processamentos do som no tronco cerebral
(Sistema Nervoso Central) e a pessoa não ouve, pois tem
dificuldade na compreensão das informações sonoras.
3 - Graus de perda auditiva
Existem quatro níveis ou graus de perda auditiva: leve,
moderada, severa e profunda.

Para identificar esse nível de perda, a pessoa deve fazer
um teste chamado audiometria. É um teste onde a pessoa
é colocada em uma cabine com um fone de ouvido e uma
fonoaudióloga emite sons através de um aparelho que são
disparados nesses fones em vários níveis de decibéis (dB), que
é a medida usada para aferir a acuidade auditiva, ou seja, a
capacidade sensitiva e perceptiva da sua audição. Dependendo
do nível ou “altura do som” em que a pessoa passa a ouvir,
demonstra o grau da perda auditiva.
Em bebês, o teste realizado para identificar se a criança
tem respostas acústicas ou não é o teste da orelhinha realizado
ao nascer.
Na Figura 3, você pode observar um teste de audiometria
realizado em uma criança.
FIGURA 3 – TESTE DE AUDIOMETRIA
FONTE: Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/
deficiencia-auditiva.htm. Acesso em: 16 fev. 2022
Observe a Tabela 1 para visualizar melhor os níveis de
perda auditiva.
TABELA 1 – NÍVEIS DE PERDA AUDITIVA
FONTE: Disponível em: https://www.junioreletro.com.br/products/aparelho-
auditivo-recarregavel-axon-k-88-aparelho-auditivo-ite-aparelhos-auditivos-para-
idosos-audifonos-amplificador-de-som-para-surdez-3-3. Acesso em:16 fev. 2022.
A classificação dos níveis de perda auditiva demonstra
que tipo de som pode ser entendido em cada etapa. Segundo
Borba e Gomes (2012, p.02):
7
A deficiência auditiva é definida como perda
total ou parcial de resíduos auditivos, isto
ocorre por diversas causas entre elas a virose
materna adquirida durante a gravidez, ingestão
de remédios tóxicos, exposição a sons muitos
fortes. A perda auditiva avaliada em decibéis
e um portador de deficiência auditiva tem
sua surdez classificada pelo especialista
fonoaudiólogo como um grau de deficiência
leve em que a perda ã entre 20 a 40 db,
moderada entre 40 e 70 db, severa entre 70
e 90 db e profunda que ã acima de 90 db de
perda (BORBA; GOMES, 2012, p.02).
Audição Normal: (0 a 25 dB) – A audição considerada
normal nos permite ouvir todos os sons da fala humana,
com ela é possível desenvolver a aquisição da linguagem sem
dificuldades.
Perda Leve: (26 a 40 dB) – Com a perda auditiva
leve, a pessoa ainda consegue entender a fala, porém pode
acontecer que confunda o som das consoantes F, T, P, K, S, e,
ainda, escuta normalmente os sons de despertador, telefone,
liquidificador.
Perda Moderada: (41 a 70 dB) – Na perda auditiva
severa, a pessoa não consegue entender a fala em nível de voz
natural como uma conversa ou diálogo, só escuta sons altos
como choro de criança, aspirador, o que prejudica e limita
.
muito a interação com o mundo através da fala.
Perda Severa: (71 a 90 dB) – Não se ouve nenhum som
da fala nesse nível de perda e poucos sons serão entendidos,
como latidos de cachorros, barulhos de motos, pianos ou
toques de telefones em volume máximo.
Perda Profunda: (maior que 91 dB) – Na perda
profunda nenhum som é mais entendido, sons muito altos
podem ser captados. Nesse caso, usa-se o Aparelho de
Amplificação Sonora (AAS) somente para a segurança. Nesse
estágio, só se capta sons de disparo de arma de fogo, buzinas
de caminhão, turbinas de avião ou serras elétricas. Pode haver
indicação de um profissional para melhor avaliação para um
implante coclear – IC.
A surdez pode ocorrer por vários motivos, como
fisiológicos, hereditários, acidentes, entre outros, e em dois
momentos da vida: o pré-lingual e pós-lingual. O pré-lingual
é onde a criança fica surda antes de aprender a falar. Nesse
caso, a criança não terá adquirido ou desenvolvido a memória
auditiva, que é a base de apoio para aprender a língua materna.
A pós-lingual é onde ela fica surda após aprendizagem da fala.
Quando acontece nesse período, onde a criança já aprendeu a
falar, ela terá memória auditiva, auxiliando em todos os níveis
da aprendizagem.
Então, como a criança surda faz para aprender uma
língua se ela não tem como desenvolver a memória auditiva?
É simples, ela aprenderá através da memória visual, ex: se nós
falamos a palavra ARROZ, você busca automaticamente na
 Libras – Língua Brasileira de Sinais
sua memória auditiva o arroz, no surdo quando sinalizo o
sinal de ARROZ ele faz a busca na memória visual.
Observe a parte cinza na Tabela 2 do audiograma. Nela,
se localiza os sons audíveis da fala, conhecida como “banana
da fala”.
TABELA 2 – AUDIOGRAMA DE SONS
FAMILIARES
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desenvolvimento da aquisição da linguagem, com isso lesa o
desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem. O
surdo, pela lei 10.463/02, é o sujeito que se comunica apenas
através da Língua de Sinais.
2 - Tipos de deficiência auditiva
Aprendemos que há quatro tipos de deficiência auditiva:
Condutiva – o som não é transmitido da orelha interna para
a externa por interrupção; Sensório neural – o som não
é transmitido por lesão no nervo auditivo; Mista – quando
acontece uma lesão no órgão sensorial e acontece a perda
concomitante; e a Perda auditiva neural – alteração no Sistema
Nervoso Central.

3 - Graus de perda auditiva

Diferenciamos os quatro níveis, ou graus, de perda
auditiva: leve, moderada, severa e profunda, e observamos que
quanto maior o grau de perda auditiva, maior será a dificuldade
de compreender o mundo na perspectiva do ouvinte.

Vale a pena

FONTE: Disponível em: http://portalotorrinolaringologia.com.br/SURDEZ-graus.

php. Acesso em:17 fev. 2022.
Vale a pena ler
Quando a criança tem a perda auditiva até 40 dB, isto é, Lei de Libras – Disponível em: https://brasilescola.
perda auditiva leve, terá pouco prejuízo no desenvolvimento uol.com.br/educacao/lingua-brasileira-sinais-libras.htm.
da fala, ou seja, da aquisição da linguagem. Já a partir da perda Acesso em: 20 fev. 2022.
auditiva modera, a criança terá mais prejuízo. A partir disso,
ela pode fazer uso do AAS para amenizar a dificuldade na
captação do som e auxiliar no desenvolvimento da aquisição
da linguagem e, consequentemente, no atraso cognitivo que é
acarretado pela perda auditiva. Vale a pena assistir
Todos os conflitos ocorridos sobre os direitos do sujeito
Surdo despertaram estudos e mudanças para esse grupo da AUDIBLE – Vidas em Jogo
sociedade, porém ainda há muito que se conquistar. Muitas
definições e conceitos foram criados e desconstruídos com
o passar do tempo, acompanhando indagações e reflexões de
luta dessa minoria da sociedade.

Retomando a aula

Só por ser dado um rótulo a uma pessoa, não quer dizer

Chegamos, assim, ao final da primeira aula e espera-
que ela não seja capaz de tanto quanto os outros. Porém,
se que tenham conhecido um pouco o que é surdez
às vezes, esses rótulos levam à discriminação, ao bullying e
e deficiência auditiva (DA), que sejam capazes de
a desnecessárias e injustas perdas de vida. Disponível em:
diferenciar os tipos de deficiências auditivas e de
https://www.magazine-hd.com/apps/wp/audible-vidas-
identificar os graus de perda auditiva.
em-jogo-em-analise/. Acesso em: 20 fev. 2022.
1 - Surdez e Deficiência Auditiva
Nessa seção 01, compreendemos que a surdez, ou perda
auditiva, é a incapacidade ou dificuldade de escutar sons, é
uma deficiência invisível e uma das que mais prejudicam o
 Aula 2º

Processo Histórico Da Língua De

Sinais E Da Libras: Língua Brasileira
De Sinais

Nesta aula, estaremos abordando os conceitos sobre a

Língua de Sinais ao longo da história e como as pessoas surdas
eram vistas e entendidas pela sociedade. Entenderemos, também,
como chegaram ao uso de uma língua gestual aqui no nosso país,
a LIBRAS.
Muitas histórias permeiam sobre a Língua de Sinais,
principalmente sobre o questionamento de onde veio a Língua
de Sinais. Existem relatos que surgiram em mosteiros para que o
voto do silêncio não fosse quebrado, outros dizem que a Língua
de Sinais começou por uma necessidade, a ser ensinada por conta
dos filhos dos nobres, que se não aprendessem a falar ou escrever,
não receberiam herança, e por fim foi trazida ao Brasil a pedido de
Dom Pedro II, por ter um neto surdo.
Então, vamos dar início a nossa aula sobre a evolução
histórica da Libras e entender um pouco mais sobre essa língua
que é considerada oficialmente a segunda língua do Brasil.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer parte da evolução histórica da Língua de Sinais;

• compreender parte do processo histórico da Libras – Língua Brasileira de Sinais;
• identificar a lei que reconhece a Libras como língua oficial do Brasil.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais 10
sociedade.
Seções de estudo
FIGURA 2 – OS MARGINALIZADOS

1 - História da Língua de Sinais

2 - Libras: Língua Brasileira de Sinais
3 - Lei da Libras 10.436/02

1 - História da Língua de Sinais

FIGURA 1 – HISTÓRIA DA LIBRAS
FONTE: Disponível em: https://www.gesuas.com.br/blog/servico-especializado-
para-pessoas-em-situacao-de-rua/. Acesso em:14 fev. 2020.

No século XVII, em meados de 1755, um francês com

nome de Abade Charles Michel de l’Èpèe deu início ao
método de aprendizagem para surdos, iniciando o processo
de aprendizagem de associação de palavras às imagens ou
figuras, com isso ensinando os surdos a lerem conectando o
mundo dos surdos ao mundo dos ouvintes.
Abade de l’Èpèe foi o fundador da primeira escola
de surdos ensinando e treinando professores da França e da
FONTE: Disponível em: https://escoladelibras.com/historia-da-lingua-brasileira- Europa. Ele ficou conhecido como o pai dos surdos.
de-sinais-como-surgiu/ Acesso em: 10 maio 2022.
FIGURA 3 – CHARLES MICHEL DE L’ÈPÈE,
Ao conhecer a história de comunidades surdas,
CONHECIDO COMO O “PAI DOS SURDOS”
deparamo-nos com as diferentes concepções sobre a surdez
e como o surdo era considerado em diferentes sociedades e
épocas.
A Língua de Sinais existe há muito tempo, segundo
relatos e registros históricos, até mesmo antes de Cristo. Ela
é utilizada em todo o mundo e é uma língua falada até hoje.
Antigamente, os surdos eram sacrificados por não
serem considerados humanos capazes, por não conseguirem
se comunicar. Eles eram jogados em rios ou abandonados
à morte. Na idade antiga, os poucos que sobreviviam eram
usados como escravos, obrigados a viver trancados em FONTE: Disponível em: https://diversidadeemcomunicar.wordpress.
moinhos trabalhando como os animais. com/2013/08/06/um-pouco-da-historia-da-lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-
brasil/. Acesso em: 13 fev. 2022.
Ao estudarmos a trajetória dessa parcela de pessoas
surdas, podemos verificar o quanto sofreram segregação, Nesta história da evolução da Língua de Sinais, relatamos
perseguição e exclusão e, em alguns lugares, perderam o que a Libras evoluiu no século XIX, a partir do segundo
direito de viver, por serem considerados diferentes da maioria império, através de registros históricos e entrou em contato
normal/ouvinte. com a Língua de Sinais Francesa (LSF) nas mãos do professor
Resumindo a visão que se tinha na Antiguidade, em surdo francês Ernest Huet.
relação aos surdos, eram que eles não eram considerados seres
humanos competentes, já que se acreditava que o pensamento FIGURA 4 – ERNEST HUET
dependia da linguagem e esta, como faculdade intelectual,
era, por sua vez, decorrente da fala. Este ser, privado do
pensamento, não teria condições de aprendizagem.
Muitas foram as formas de excluírem essas pessoas do
convívio em sociedade. Somente a partir do século XVI, é que
surgem os primeiros educadores preocupados em provar uma
filosofia adequada e que atendesse a todos, frente à natureza
diferente da comunidade surda, buscando que essas pessoas
pudessem de fato se comunicar com os demais com a sua FONTE: Disponível em: https://www.meon.com.br/meonjovem/alunos/no-dia-
nacional-dos-surdos-conheca-a-historia-da-lingua-brasileira-de-sinais. Acesso
língua materna, a Língua de Sinais. em:13 fev. 2022.
Muitos deficientes mentais foram marginalizados, e Foi por meio de um convite do imperador Dom Pedro II
os surdos, assim como eles, foram marginalizados, pois ao francês Ernest Huet, que trouxe a Língua de Sinais francesa
eram confundidos com os deficientes intelectuais por não ao Brasil e implantou a Língua Nacional de Sinais no Brasil.
conseguirem se comunicar, ficando, assim, à margem da
 11
Alguns relatos apontam que esse convite se deu em função do
imperador ter um neto surdo e o mesmo gostaria que fossem
desenvolvidos métodos que possibilitassem a aprendizagem
da criança.
Como Huet era surdo e professor, Dom Pedro II
encontrou nele a chance de resolver o problema com seu neto.
Huet veio ao Rio Janeiro em 1855, com intenção de fundar
uma escola para surdos com apoio do Imperador Dom Pedro
II.
Aqui no Brasil, Huet esteve por trás da criação da primeira
escola voltada para a educação de surdos, o chamado Imperial
Instituto de Surdos-Mudos. Em 1855, Huet apresentou um
projeto de criação de uma escola para surdos. Isso porque FONTE: Disponível em: https://www.ufmg.br/marca/libras/. Acesso em: 10 maio
2022.
ele havia identificado em seus estudos que a quantidade de
surdos no Brasil era muito maior do que eles imaginavam. A Língua de Sinais é a principal porta de acesso da
Com a aprovação de Dom Pedro II, é criado o instituto e criança surda na sociedade, é através dela que começará a ver
assim ele poderia ajudar o seu neto que também era surdo. e entender o mundo e o que se passa a sua volta, assim através
dela poderá ter uma vida normal com relação à comunicação
FIGURA 5 – SEDE DO INES (INSTITUTO como a de qualquer pessoa ouvinte.
NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS), NO RIO DE A Libras possui gramática própria como qualquer
JANEIRO outra língua oral, podendo transmitir desde ideias, fatos e
acontecimentos concretos, ou até sentimentos e questões
abstratas próprias da comunidade surda ou da comunidade
ouvinte. Ela é uma língua completa e sem comparação com
as línguas orais que possuem as palavras. Na Libras, temos
os sinais que quando manifestados em união de ideias
formam frases e textos. A escrita da Libras é o SignWriting, um
sistema de escrita que orienta a palma da mão, dentre outras
orientações, todas as características dos sinais, mas atualmente
no Brasil, fala-se em Libras (sinais) e escreve-se em Português.

FIGURA 7 - ALFABETO MANUAL EM ESCRITA DE

FONTE: Disponível em: https://www.libras.com.br/ines. Acesso em: 14 fev. 2022. SINAIS (SIGNWRITING)
O Imperial Instituto de Surdos-Mudos atendia apenas
meninos, não se sabe até hoje porque o atendimento limitava-
se apenas às crianças do sexo masculino. O fato é que, com o
passar dos tempos, ocorreram algumas modificações até mesmo
na nomenclatura do Instituto, que agora passou a chamar
INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) devido a
atualizações de políticas, conceitos e nomenclaturas. Afinal,
hoje todos sabem que, as maiorias das pessoas surdas não
falam porque não aprenderam a falar, necessitariam de hora de
treinamento da fala, acompanhamento com fonoaudióloga.
No entanto, existem também alguns surdos que falam, e são
chamados de surdos oralizados.
A luta da comunidade surda é grande e constante, eles
buscam um verdadeiro reconhecimento e valorização, desde
os direitos como pessoa surda, até reconhecimento linguístico.

2 - Libras: Língua Brasileira de Sinais FONTE: Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/17/9/a-

libras-e-a-escrita-de-sinais. Acesso em: 15 maio 2022.

A Libras, assim como qualquer outra língua, possui o seu

LIBRAS é a sigla da Língua Brasileira de Sinais. A Libras
é utilizada tanto por surdos, quanto por ouvintes falantes
dessa língua, sejam intérpretes, amigos ou familiares.
Segundo o IBGE, 5% dos brasileiros são surdos, o que
equivale a 10 milhões de pessoas surdas no Brasil e estima-se
que 2 milhões de pessoas utilize a Libras.
FIGURA 6 – SÍMBOLO: ACESSÍVEL EM LIBRAS
regionalismo, os sinais que são realizados em outros estados
podem conter diferenças mínimas que os caracterizam
próprios daquela região, como, por exemplo, na Língua
Portuguesa a palavra MANDIOCA que em outros estados
pode ser encontrada de MACAXEIRA OU AIPIM.
Esses sinais, que são as palavras em Libras, são formados
pelos cinco parâmetros da Libras: configuração de mão,
 Libras – Língua Brasileira de Sinais 12
movimento, expressão facial e corporal, ponto de articulação através da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
e orientação e direcionalidade, que aprofundaremos mais nos A elaboração dessas leis trouxe um grande avanço para a
próximos capítulos. comunidade surda do país. Instituiu a formação de professores
Portanto, deve-se ter atenção as suas variações em cada nas universidades e asseguraram o acesso aos profissionais da
unidade federativa do Brasil. área para apoiar esse público em sala de aula.
3: - Lei da Libras 10.436/02

FIGURA 8 - LEI DA LIBRAS Retomando a aula

Chegamos, assim, ao final da segunda aula e espera-

se que tenham conhecido um pouco da história
da Língua de Sinais e a valorização dos direitos da
comunidade surda, e uma das mais importantes lutas
foi o reconhecimento de uma língua própria.

1 - História da Língua de Sinais

Observamos que os surdos, assim como outros
deficientes, eram marginalizados. Os surdos, com o início das
lutas para adquirir os direitos como os ouvintes, encontraram
a barreira linguística como uma das mais difíceis e pela qual
FONTE: Disponível em: https://gdia.com.br/noticia/lei-que-reconhece-a-libras-
como-lingua-nacional-e-celebrada-hoje-na-camara. Acesso em:10 maio 2022. tiveram que lutar, antes de tudo, por um reconhecimento de
sua própria língua.
Nos anos de 1980 a 1990, as associações das comunidades
surdas lutaram a favor da comunidade e da causa, organizando- 2 - Libras: Língua Brasileira de Sinais
se e exigindo do governo brasileiro inclusão e projetos mais Aprendemos o que significa a sigla LIBRAS, que é uma
amplos e mais democráticos para a sociedade surda do Brasil. língua completa que possui sua própria gramática, concluindo,
A luta e as exigências eram para ampliar o direito dos assim, que não é uma cópia ou imitação de outra língua.
surdos no país, e o resultado foi uma grande conquista, pois 3: - Lei da Libras 10.436/02
a Constituição Federal de 1988 garante a educação como um Conhecemos a Lei 10436 que reconhece a Libras como
direito de todos e, também, garante o atendimento educacional a segunda língua oficial do país, não substituindo a Língua
especializado como direito, o AEE no contraturno. Portuguesa na modalidade escrita, e, ainda, que é considerada
Outros progressos também aconteceram com a Lei pessoa surda aquela que só se comunica através da Libras.
de Diretrizes e Bases da Educação, a LDB de 96 (Lei nº.
9394/96), como também a Lei nº. 10.098, de 19 de dezembro
de 2000. Já a Libras, foi reconhecida como língua a partir da
data da publicação da Lei nº. 10.436, de 24 de abril de 2002,
que define que:
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação
e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros Vale a pena acessar
recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira História da Língua Brasileira de Sinais. Disponível em:
de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em https://ensino.digital/blog/historia-da-lingua-brasileira-de-
que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com sinais-como-surgiu.
estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico Lei de Libras. Disponível em: https://brasilescola.uol.
de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de com.br/educacao/lingua-brasileira-sinais-libras.htm.
pessoas surdas do Brasil.
Art.4º Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais -
Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua
portuguesa. Vale a pena assistir
E posterior a Lei, o Decreto 5626/2005, que
regulamenta a Lei 10.436/2002 e dispõe sobre a inclusão E seu nome é JONAS. Disponível em: http://
do ensino de LIBRAS como disciplina curricular nos cursos diariodeumapequenapedagoga.blogspot.com/2012/08/
de Fonoaudiologia, Pedagogia, Educação Especial e nas resumo-do-filme-e-seu-nome-e-jonas.html.
licenciaturas, e dispõe sobre a formação dos profissionais.
O Decreto 5626/2005 considera pessoa surda a que tem
perda auditiva e se comunica e interage com o mundo através
de experiências visuais, comunicando-se, principalmente,
 Aula 3º

Políticas Públicas Educacionais,

Educação de Surdos e Propostas
Educacionais

Estaremos abordando, nesta aula, as políticas públicas de

inclusão, informando-os sobre os estudos e as lutas de manter
a efetivação das políticas de inclusão. Sabe-se que muito tem
se buscado e falado sobre a inclusão, mas a nível de educação
inclusiva o que temos atualmente?
Vamos conhecer um pouco mais e aproveitar ao máximo
essa aula.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer o que são políticas públicas educacionais e informar-se das mais atuais em âmbito mundial;
• compreender parte do processo da Educação de Surdos na Educação Especial;
• identificar e compreender as propostas educacionais para alunos surdos.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais 14
Seções de estudo
1 - O que são políticas públicas educacionais
2 - Início da Educação de Surdos na Educação Especial
3 - Propostas educacionais para alunos surdos
1 - O Que São Políticas Públicas
Educacionais
As políticas públicas educacionais são ações criadas pelo
governo para ajudar na efetivação dos direitos assegurados na
Constituição Federal. O objetivo é colocar em prática o direito
de acesso à educação para todos os cidadãos.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever
do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).
Com o aumento e intensificação dos movimentos sociais
de inclusão a partir do séc. XX, e contra a discriminação
em todo o mundo, onde pessoas com deficiências são
discriminadas em todos os âmbitos, desde os escolares ao
trabalhista, emerge a educação inclusiva. Nesse período,
aumentam-se os questionamentos sobre os ambientes de
segregação e categorização que alguns estudantes eram
encaminhados dentro dos espaços escolares, e que muitas
vezes geradores de exclusão ao invés de inclusão.
Aconteceu, em 1990, uma conferência mundial sobre a
educação, com intuito de nortear as necessidades básicas da
educação e aprendizagem para todos.
Na Conferência Mundial de Educação para Todos,
em 1990, foi feito um alerta para o alto índice de crianças e
adolescentes fora da escola e traçou-se um objetivo de amenizar
essa questão com ações e mudanças no sistema de ensino para
tentar assegurar a permanência nas escolas. Foi criada uma
agenda para discutir as políticas públicas educacionais, tornar
universal a educação fundamental e ir aumentando a oferta da
aprendizagem para todos. Nesse contexto de educação para
todos, incluem todos, inclusive os que não tiveram acesso na
idade correta, sem distinção de gênero.
Segundo o GME, resumo do monitoramento global da
educação 2020 na página 8, diz que: Em geral, professores,
materiais didáticos e ambientes de aprendizagem ignoram
os benefícios de abraçar a diversidade. Cerca de 25% dos
professores de 48 sistemas educacionais relatam uma grande
necessidade de desenvolvimento profissional no ensino de
estudantes com necessidades especiais. Apenas 41 países
reconhecem a língua de sinais como uma língua oficial. Na
Europa, 23 dos 49 países não abordam de forma clara a
orientação sexual e a identidade de gênero em seus currículos.
Em maio de 2015, as comunidades da educação se
reuniram no Fórum Mundial da Educação e aprovaram
a Declaração de Incheon. Nessa declaração, firma-se o
compromisso da comunidade da educação com os Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável (ODS). São 17 objetivos que
se concentram na redução da pobreza, na defesa dos direitos
humanos e na proteção do ecossistema mundial. Dentre eles,
o 4º é específico da educação de qualidade e visa “garantir
a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para
todos”.
Observem o quadro:
QUADRO 1 – OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
FONTE: Disponível em: https://bluevisionbraskem.com/inteligencia/o-que-sao-os-
ods-as-metas-globais-que-podem-mudar-o-mundo-ate-2030/. Acesso em: 20 mar.
2022.
O Quadro 1, mostra os 17 objetivos do Fórum
Mundial da Educação, onde foi criada, também, a agenda
Educação 2030. O fórum concluiu que é através da educação
que conseguirá o sucesso dos outros objetivos, pois ela está
inclusa nos objetivos relacionados à saúde, sustentabilidade,
crescimento e emprego, entre outros.
O Relatório de Monitoramento Global de Educação
2020: inclusão e educação: todos sem exceção é o
responsável em analisar os mecanismos econômicos, sociais e
culturais que segregam crianças, jovens e adultos em condição
de prejuízo e os excluem da educação ou os conservam em
desigualdade.
Os países, impulsionados com sua responsabilidade em
fazer cumprir o direito à educação inclusiva, têm amplificado
sua atenção sobre o que é inclusão na educação. Contudo,
nem sempre a efetivação das leis e políticas de inclusão é
bem-sucedida, um exemplo é o relatório lançado no início da
década de ação para 2030, pois aconteceu em meio à pandemia
do COVID-19, que ampliou as desigualdades implícitas.
O relatório entende que a dificuldade em atender às
necessidades de todos os estudantes é um problema real que
dificulta alcançar as metas globais da educação. O relatório,
ainda, verifica se as condutas governamentais, livros didáticos,
formação de docentes, bem como, todos os serviços básicos
de educação podem oportunizar a inclusão. Ele também
propõe políticas para que a heterogeneidade seja honrada,
ou considerada para que se torne uma força de harmonia na
sociedade.
Essa é uma ação a nível global que norteia a educação
e políticas de inclusão. As Políticas públicas permitem
acessibilidade linguística para os surdos e deficientes auditivos,

isso através da Educação Especial numa perspectiva inclusiva.
As Políticas de inclusão e de acessibilidade linguística tiraram
muitos surdos de lugares onde eram marginalizados, dentro
de esconderijos que a própria família os colocava e trouxe-os
à sociedade, para dentro de escolas, ambientes de trabalho e
até universidades.
2 - Início Da Educação De Surdos Na
Educação Especial
A educação de surdos, após renomada luta e
mobilizações por seus direitos, teve grandes mudanças e
grandes transformações, caminhando por um processo de
novas oportunidades, quebras de paradigmas e evolução. Não
foi, e até hoje não é, considerada uma luta fácil, porém com
grandes conquistas, como o reconhecimento de uma língua
própria dos surdos, a Língua Brasileira de Sinais.
Vamos recordar?!
Na antiguidade, as pessoas que nasciam surdas eram
mortas. No Egito, os surdos eram considerados Deuses
tidos como mediadores entre os faraós e Deus. Na Grécia,
eram tratados como seres incompetentes por não possuírem
linguagem, acreditavam que como não falavam não podiam
raciocinar e eram lançados à morte em penhascos. Na
Europa, eram queimados em fogueira ou marginalizados.
Já os romanos, também acreditavam que os surdos eram
imperfeitos e os excluíam da sociedade.
Em 1880, aconteceu um congresso na cidade de Milão e
foi votado de forma unânime que o método de ensino seria a
filosofia oralista, obrigando, assim, todos os surdos a falarem.
Nesse congresso, então, ficou decidido que era proibido usar
a língua de sinais para o ensino dos surdos. Eles sofreram
muito, pois não podiam usar a língua de sinais e quando
usavam escondidos eram penalizados com castigos severos.
Em 1960, Willian Stokoel mostrou que a língua americana
de sinais era uma língua como outra, e que tinha características
gramaticais. A partir de então, muitas pesquisas surgiram em
relação à língua de sinais em todo o mundo, e inclusive chegou
ao Brasil.
Nesse período, inicia-se a filosofia da Comunicação
Total, em que toda forma de comunicação era válida, dessa
forma, os surdos tinham que falar e sinalizar. Com o passar
do tempo, foi verificado que sempre havia perdas em uma
das línguas, e que é praticamente impossível uma pessoa falar
duas línguas ao mesmo tempo sem depreciar uma delas.
A partir disso, surgiu a filosofia bilíngue, ou seja, o surdo
poderia falar nas duas línguas, a L1 com a Língua de Sinais e a
Língua Portuguesa oral como L2.
FIGURA 2 – HISTÓRIA DA LÍNGUA DE SINAIS
FONTE: Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/39991395oralismo-
comunicacao-total-e-bilinguismo. Acesso em: 14 mar. 022.
15
No Brasil, essa porta do início da inclusão dos surdos foi
aberta através da Lei nº. 10.436/2002, que reconhece a Libras
como Língua oficial do Brasil.
Em 2005, o Decreto nº. 5.626 regulamentou a
Lei 10436/02 e trouxe vários benefícios e direitos aos
sujeitos surdos com relação à educação bilíngue. Algumas
determinações apontadas no decreto estabelecem que as
instituições federais de ensino, encarregadas pela formação
básica, devem garantir a inclusão de alunos surdos em escolas
de educação na modalidade bilíngue.
Em 2010, acontece o reconhecimento da profissão do
tradutor intérprete e a Lei nº. 12309 regulamenta o exercício
da profissão.
Em 2015, acontece o reconhecimento da acessibilidade
da CNH para o surdo.
Em 2015, com a Lei nº. 13.146, o Código de
Trânsito ganhou uma previsão específica sobre a aces-
sibilidade para surdos e deficientes auditivos à CNH.
Com o art. 147-A, tornou-se obrigatório acessibilizar a
comunicação nas etapas do processo de habilitação.
Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/doutor-mul-
tas/2020/09/02/surdo-pode-dirigir-como-e-o-processo-de-cnh-para-deficien-
tes-auditivos.htm#:~:text=Legisla%C3%A7%C3%A3o%20pr.
Em 2019, a gestante surda tem direito ao acesso
linguístico durante o parto com a lei nº. 7.588/2021.
Em dezembro de 2021, o presidente Jair Bolsonaro
sanciona a Lei nº. 14191/21, que disciplina a educação bilíngue
para os surdos e deverá ser ofertada desde a educação infantil
ao longo de toda a vida acadêmica.
3 -Propostas Educacionais Para
Alunos Surdos
Como vimos na seção anterior, a Lei nº. 14191/21
estabelece que a Libras deve ser inserida como uma disciplina
a ser ensinada e ofertada nas escolas de ensino regular, desde
a educação infantil até as universidades.
Para o aluno surdo, a orientação de ensino inclusivo é
que a modalidade seja bilíngue, e que a Libras seja considerada
como primeira língua – LI, e a Língua Portuguesa como L2 -
segunda língua e ensinada na modalidade escrita.
Observamos que a Libras, dentro do ambiente escolar,
deve ser um meio de inclusão dos surdos, para que aconteça
uma inclusão verdadeira, desde o porteiro, coordenadores,
diretor e merendeiras saibam se comunicar e acolher a criança
ou aluno surdo.
Vygotsky considera a linguagem como responsável pelos
processos cerebrais regulando pensamentos e auxiliando no
desenvolvimento da comunicação. A surdez, por sua vez,
 Libras – Língua Brasileira de Sinais 16
pode atrapalhar esse desenvolvimento, atrasando a linguagem
verbal, porém não prejudica os processos não-verbais que são
inerentes ao homem.
A criança pode estar inserida em uma escola especial ou
escolar regular, mas é de seu direito ter uma metodologia que
atenda as suas necessidades. O professor, nesse caso, deve
fazer uso de metodologias de ensino que trabalhem com
estímulos visuais para possibilitar a compreensão do conteúdo
proposto.
3.1 - O bilinguismo e a educação
escolar
O que é o Bilinguismo?
O Bilinguismo é uma proposta educacional de ensino,
atualmente utilizada em nosso país, nas escolas e em salas
regulares de ensino onde se possui surdos matriculados. O
aluno surdo tem direito ao acesso linguístico, assim sendo,
quando tem um surdo matriculado na sala de aula, esse sujeito
tem direito a um intérprete de Libras. O intérprete não é um
professor exclusivo do aluno surdo, e sim responsável pelo
acesso à língua, unindo os dois mundos, o mundo dos surdos
ao mundo dos ouvintes, interpretando do Português para
a Libras e vice-versa. Essa proposta iniciou-se a partir do
reconhecimento da Lei, pelo Decreto 5626/05.
Quadros (2000) menciona:
Quando me refiro ao bilinguismo, não
estou estabelecendo uma dicotomia, mas
sim reconhecendo as línguas envolvidas
no cotidiano dos surdos, ou seja, a Língua
Brasileira de Sinais e o Português no contexto
mais comum do Brasil (2000, p.54).
Quando tratamos da inclusão de alunos surdos, caímos
em uma divergência, há os apoiadores das escolas especiais
para surdos, e os apoiadores da inclusão em sala regular
de ensino. Há os que consideram a inclusão “severa”, pois
muitas vezes as crianças ficam segregadas dentro de uma sala
de aula, acontecendo o mesmo com o surdo, pois é incluso
em uma escola e em uma sala de aula onde ninguém, além
dele e do intérprete, fala a sua língua. É como se ele fosse um
estrangeiro dentro do seu próprio país.
Há quem garante que essa escola, tida como segregadora,
enaltece a cultura e a identidade da comunidade surda.
Salientamos que dentro desse espaço, onde é rico de
conhecimento, é possível promover o desenvolvimento
cognitivo da criança.
Apontamos, aqui, que é importante a criança adquirir
primeiro a Língua de Sinais e, depois, a Língua Portuguesa,
para que facilite a sua compreensão, uma vez que o aprendiz
da segunda língua utiliza a primeira como estratégia da
aprendizagem.
O desafio da escola em promover o bilinguismo é
conseguir que todos os alunos sejam capazes de ler e escrever,
essa proposta de metodologia bilíngue está atualmente em
vigor em nosso pais, onde o sujeito surdo dentro das unidades
escolares tem acesso ao conhecimento nas duas línguas, tanto
a língua portuguesa escrita, como a Libras sinalizada, ou seja,
“falada”.
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da terceira aula e espera-se
que tenham conhecido e aprendido sobre o conteúdo
aqui proposto.
1 - O que são políticas públicas educacionais
As políticas públicas educacionais são ações criadas pelo
governo para ajudar na efetivação dos direitos assegurados na
Constituição Federal. O objetivo é colocar em prática o direito
de acesso à Educação para todos os cidadãos.
2 - Início da Educação de Surdos na Educação
Especial
No texto proposto, observamos que na educação
de surdos, após renomada luta e mobilizações por seus
direitos, houve grandes mudanças e grandes transformações,
passando por um processo de novas oportunidades, quebras
de paradigmas e evolução.
3 - Propostas educacionais para alunos surdos
No ano de 2021, o presidente Jair Bolsonaro sancionou
a Lei nº. 14191/21, com a educação bilíngue para os surdos
sendo ofertada como disciplina desde a educação infantil ao
longo de toda a vida acadêmica.
Vale a pena
Vale a pena ler
Câmara dos deputados. Disponível em: https://
www.camara.leg.br/noticias/789357-sancionada-lei-que-
regulamenta-educacao-bilingue-de-surdos. Acesso em: 14
mar. 2022.
Fórum Mundial. Disponível em: https://horario.
com.br/blog/o-marco-do-forum-mundial-educacao-para-
todos/. Acesso em: 23 fev. 2022.
L1 com a Língua de Sinais e Língua portuguesa
oral L2. Disponível em: https://www.passeidireto.com/
arquivo/39991395/oralismo-comunicacao-total-e-
bilinguismo. Acesso em: 14 mar. 2022.
Lei nº. 13.146. Disponível em: https://www.uol.com.
br/carros/colunas/doutor-multas/2020/09/02/surdo-
pode-dirigir-como-e-o-processo-de-cnh-para-deficientes-
auditivos.htm#:~:text=Legisla%C3%A7%C3%A3o%20
pr. Acesso em: 12 mar. 2022.
Oportunidade de Aprendizagem. Disponível em:
https://bluevisionbraskem.com/inteligencia/o-que-sao-
os-ods-as-metas-globais-que-podem-mudar-o-mundo-
ate-2030/. Acesso em: 25 fev. 2022.
Políticas Públicas. Disponível em: http:// VALE A
 17
pactoensinomedio.mec.g ov.br/imag es/pdf/
constituicao_educacao.pdf. Acesso em: 22 fev. 2022.
Resumo do relatório de monitoramento global da
educação. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/
ark:/48223/pf0000373721_por. Acesso em: 10 maio 2022.

Vale a pena assistir

História da Educação de Surdos “Linha do Tempo”
(como aprender Língua de Sinais). Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=fXZi_JVwYXc. Acesso em:
07 mar. 2022.
Propostas educacionais para alunos surdos. Disponível
em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/
File/artigos_edespecial/biliguinguismo.pdf. Acesso em: 10
fev. 2022.

Minhas anotações
 Libras – Língua Brasileira de Sinais

4º Aula

Categorias gramaticais na Libras,

introdução do ouvinte na Língua
Brasileira de Sinais e a modalidade
diferenciada para a comunicação
(gestual visual)

Nesta aula, estaremos abordando as categorias gramaticais

na Libras. A LIBRAS é dotada de uma gramática constituída a
partir de elementos constitutivos das palavras ou itens lexicais
e de um léxico (o conjunto das palavras da língua) que se
estruturam a partir de mecanismos morfológicos, sintáticos
e semânticos que apresentam especificidade, mas seguem
também princípios básicos gerais. Entenderemos, também, que
a gramática da Libras não é uma adaptação da gramática da
Língua Portuguesa. Têm-se níveis linguísticos que também
fazem parte da língua de sinais que são: a fonologia, a morfologia,
a sintaxe, a semântica, a pragmática. Iniciaremos, então, atentos
aos objetivos, além das seções de estudo desenvolvidas no
decorrer desta aula.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender que as regras gramaticais servem como meio para desenvolver os conceitos;
• compreender como se introduz a Libras a um ouvinte;
• identificar as modalidades de comunicação na Libras.

Seções de estudo
1 - Categorias Gramaticais na Libras
2 - Introdução da Libras a um ouvinte
3 - Modalidade diferenciada de comunicação na Libras
1-Categorias Gramaticais na Libras
19
frase com verbo obedecendo à concordância na flexão, temos
um verbo que concorda com o sujeito e com o objeto da frase.
Dentro da classificação dos verbos, eles estão divididos
em verbos que possuem concordância número-pessoal e
gênero. Os verbos com concordância número-pessoal na
construção do diálogo, fazem referência à pessoa dentro do
discurso, já os verbos com concordância de gênero, referem-
se a animais, pessoas ou coisas. Devemos prestar bastante
atenção à configuração da mão e ao ponto em que é sinalizada,
pois a localização vai diferenciar o contexto.

FIGURA 1 – MÍMICA OU GRAMÁTICA FIGURA 2 – ORIENTAÇÃO DAS MÃOS

FONTE: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kEp6fU4zVFI.

Acesso em: 12 mar. 2022.

FONTE: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=O66o7BvuYwA. Acesso

Iniciamos nosso estudo esclarecendo que a Libras não é em: 12 mar. 2022.

uma língua universal e muito menos mímica, como a grande

maioria pensa, não diferente das demais, a Libras possui uma 1.2 – Classificador na LIBRAS
gramática própria. As categorias gramaticais são divididas em Os classificadores (CL) podem ser observados dentro de
fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática. um contexto junto ao verbo, que tem como função classificar
As categorias gramaticais, ou parte do discurso, são os o sujeito ou objeto que, no caso, está diretamente ligado à ação
paradigmas ou classes de palavras de uma língua. Toda língua do verbo. Nesse caso, o classificador atua como marcador de
possui palavras que são classificadas como fazendo parte de concordância de gênero, pessoa, coisa ou animal.
um tipo, classe ou paradigma, em relação aos seus aspectos
morfológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos. Estes FIGURA 3 - CLASSIFICADORES
são usados na geração de estruturas linguísticas de forma
produtiva, possibilitando a produção de um número infinito
de construções a partir de um número finito de regras.
A língua é dotada, também, de componentes pragmáticos
convencionais, codificados no léxico e nas estruturas da
Libras e de princípios pragmáticos que permitem a geração de
implícitos sentidos metafóricos, ironias e outros significados FONTE: Disponível em: https://docero.com.br/doc/s50nscx. Acesso em: 13 mar.
não literais. Estes princípios regem, também, o uso adequado 2022.

das estruturas linguísticas da Libras, isto é, permitem aos seus

usuários usar estruturas nos diferentes contextos que se lhes 1.3 – Adjetivo na LIBRAS
apresentam de forma a corresponder às diversas funções A forma que os adjetivos se apresentam dentro de
linguísticas que emergem da interação do dia a dia e dos um contexto é sempre neutra, não possuindo marca de
outros tipos de uso da língua.     concordância em gênero ou número, ou seja, não apresenta
Para manter contato, o surdo utiliza da Libras como meio forma masculina, feminina, singular ou plural.
de comunicação e expressão. Ao meio de transmissão dá-se
o nome de transmissão visual motora. A transmissão visual FIGURA 4 – ADJETIVOS
motora tem uma estrutura gramatical própria, é assimilada
pela visão e reproduzida através de movimentos do corpo,
mais precisamente pelas mãos.
Sua divisão gramatical é constituída de Verbos na Libras,
Classificadores na Libras, Adjetivos na Libras, Pronomes na
Libras e Numeral na Libras.

1.1 - Verbos
Os verbos estão divididos em os que possuem
concordância e os que não possuem concordância na flexão.
Quando construímos uma frase e usamos um verbo, em
que o mesmo não apresenta marca de concordância, ele é FONTE: Disponível em: https://br.pinterest.com/marcoaureliomaximo/
sinais-em-libras/. Acesso em: 13 mar. 2022.
apresentado em sua forma infinitiva. Já quando construímos a
 Libras – Língua Brasileira de Sinais
1.4 – Pronome na LIBRAS
Os pronomes na Libras são divididos em: pronomes
possessivos, pessoais e demonstrativos. Esses pronomes estão
diretamente ligados à pessoa dentro do discurso, mas ele não
é usado como marcador de gênero (masculino/feminino).
1.4.1 – Pronome Possessivo
Quando falamos em pronome possessivo, já fica
subentendido a palavra posse, o próprio nome já nos remete
ao sentido de posse. Ou seja, está relacionado à pessoa e o
que possui, lembrando que esses objetos dentro do discurso
também não apresentam gênero.
20
1.5 – Numeral na LIBRAS
Os numerais na Libras são divididos em cardinais e
ordinais. Os numerais cardinais se apresentam da seguinte
maneira: primeiro, segundo, terceiro, etc. Já os numerais
ordinais são representados por um, dois, três, etc. Na Libras,
o que os diferencia é a configuração das mãos.
FIGURA 6 – NÚMEROS CARDINAIS

FIGURA 5 – PRONOME POSSESSIVO

FONTE: Disponível em: https://legendalibras.com.br/2020/11/16/os-numeros-em-

libras/. Acesso em: 13 mar. 2022.
FONTE: Disponível em: http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/
Anais/SENALE_IV/IV_SENALE/luis_roberto_de_oliveira.htm#:~:text=A%20
Libras%20%C3%A9%20considerada%20uma,%2C%20morfologia%2C%20
sem%C%A2ntica%2C%20fonologia. Acesso em: 18 maio 2022. FIGURA 7 – NÚMEROS ORDINAIS

Como mostra a figura 5, o pronome MEU está

concordando com o substantivo CASA.

1.4.2 - Pronome Pessoal

Pronome pessoal tem a função dentro do discurso de
identificar a pessoa, ou seja, EU, NÓS e VOCÊS. O Eu, a
pessoa que está falando faz referência a ela mesma dentro
do discurso: EU (singular). Quando uma ou mais pessoas
FONTE: Disponível em: https://legendalibras.com.br/2020/11/16/os-numeros-em-
participam do discurso é representado por NÓS e VOCÊS,
.
libras/. Acesso em: 18 maio 2022
nesse caso o pronome pessoal é dividido em dual, trial ou
quadrial, fazendo assim referência ao discurso no plural.
Dentro do discurso, quando queremos nos referir a
quantidade ou idade, a configuração da mão nesse caso é
1.4.3 - Pronome Demonstrativo
diferente, usamos as configurações de quantidades. Segue
Os pronomes usados dentro do discurso têm a função
abaixo o exemplo.
de apontar algo que está perto, longe, em cima, abaixo, alguns
dos pronomes utilizados são: este(a), esse(a), aquele(a). O que
FIGURA 8 – CONFIGURAÇÃO DE QUANTIDADE
diferencia é o olhar direcionado para o ponto.

1.4.4 - Pronome Interrogativo

Quando falamos em pronome interrogativo, estamos
nos referindo ao pronome QUE e QUEM. Esses pronomes
geralmente são usados em início de frase. Já o pronome
interrogativo ONDE, quando utilizado no final do discurso,
está perguntando quem é ou de quem é, o que os difere é a
expressão facial usada no momento do discurso.
Existem, também, outros pronomes interrogativos na
Libras, como o pronome QUAL, COMO, POR QUE E FONTE: Disponível em: https://legendalibras.com.br/2020/11/16/os-numeros-em-
libras/. Acesso em: 13 mar. 2022.
PARA QUE, cada um se apresenta de maneira diferente dentro
do discurso. QUAL, COMO e PARA QUE geralmente são
usados no final do discurso, ou seja, ao finalizar a pergunta. O
único pronome que pode ser usado tanto no final do discurso
2-Introdução da Libras a um ouvinte
como no início é o PORQUÊ uma vez que a posição na
estrutura da frase não mudará o sentido da pergunta. A LIBRAS é a segunda língua oficial do Brasil, sendo
 21
assim, a introdução da Libras a um ouvinte tem o intuito de FIGURA 9 – EXPRESSÕES FACIAIS
fazer com que deixemos de ser “analfabetos” na Língua de
Sinais. É preciso buscar o caminho inverso, ou seja, o ouvinte
aprende a Língua de Sinais para manter o contato com um
surdo, e não o contrário como sempre acontece. Aprendendo
a Libras, pode-se garantir o direito da pessoa surda de se
comunicar, fazer entender-se, ter seus direitos reconhecidos e
ser igual entre os demais.
Sabemos que o domínio da Libras não se adquire em
minicursos, ou em cursos de 20 horas, mas do contato direto
com uma pessoa surda, ou até mesmo participando das
comunidades surdas. Devemos nos sensibilizar com a situação
e buscar pelo menos aprender o mínimo para iniciarmos
uma conversa, auxiliar uma pessoa em casos de emergência,
prestação de socorro ou orientações básicas, no caso do setor FONTE: Disponível em: http://renata-libras.blogspot.com/2013/11/expressoes-
faciais-eou-corporal.html. Acesso em: 09 mar. 2022.
da educação.
O ensino da Libras a um ouvinte é o primeiro passo Os sinais são formados através de um esquema
na inclusão. Quando uma criança surda inicia sua vida obedecendo alguns parâmetros, em que são divididos em
acadêmica, a família muitas vezes se sente insegura, com Configuração de Mão (CM), Locação (L), Movimento (M) e
medo de como essa criança será recebida pelos demais. A cada um dependendo da configuração apresentam um sinal
comunicação é o primeiro obstáculo e, caso essa criança não diferente.
tenha um intérprete para apoiá-la nas aulas, a tornará insegura Quando nos referimos à Configuração de Mão (CM), ela
e prejudicará o desenvolvimento do processo de ensino- pode apresentar diversas formas, inclusive representar alguma
aprendizagem. Sendo assim, o ensino da Libras a um ouvinte letra do alfabeto manual.
é de extrema importância, pois é através da comunicação na
Língua de Sinais que a criança começa de fato a ser inserida FIGURA 10 – CONFIGURAÇÃO DE MÃO
nos grupos, conseguindo firmar relações dentro desse espaço
e a entender o mundo ao seu redor.

3 -Modalidade diferenciada de
comunicação na Libras
Quando falamos em modalidade de comunicação na FONTE: Disponível em: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/421260/
mod_resource/content/1/2.%20Os%20Cinco%20Par%C3%A2metros%20da%20
Libras, estamos nos referindo à modalidade gesto visual, ou Libras.pdf. Acesso em: 09 mar.2022.
seja, aquela que é representada através de gestos ou sinais.
É através dos gestos que os surdos fazem sua Outro parâmetro usado é o Ponto de Articulação (PA)
comunicação. A Língua de Sinais é basicamente gestual, esses que faz referência onde o sinal é realizado, exemplo: testa,
gestos, ainda, variam de região para região, ou seja, cada estado bochecha, lábios, etc.
ou país possui sinais diferentes para se comunicar.
Há quem pense que essa diferença não deveria existir, FIGURA 11 – PONTO DE ARTICULAÇÃO (PA)
deveriam padronizar os sinais e ser igual para todos. No
entanto, como cobrar igualdade nos sinais, uma vez que
cada região possui seu dialeto próprio, cada um com suas
características? A Libras leva em consideração a língua natural
e as especificidades de cada região.

3.1 – Expressão facial e/ou corporal

Através de movimentos faciais e corporais criamos
determinados sinais. Sem a utilização desses movimentos
fica difícil interpretar a mensagem que se pretende passar. FONTE: Disponível em: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/421260/mod_
Dependendo do contexto dentro do discurso, essas expressões resource/content/1/2.%20Os%20Cinco%20Par%C3%A2metros%20da%20Libras.
pdf. Acesso em: 09 mar.2022.
podem transmitir sentimentos, revelar emoções e intenções.
O parâmetro de Movimento (M) faz referência ao
movimento realizado durante o discurso, a locomoção das
mãos deve ser para cima, baixo, frente, direita ou esquerda,
helicoidal ou reto, entre outros. Os sinais podem ter
movimento ou não.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais 22

FIGURA 12 – MOVIMENTO (M)

FONTE: Disponível em: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/421260/mod_resource/content/1/2.%20Os%20Cinco%20Par%C3%A2metros%20da%20Libras.pdf. Acesso

em: 09 mar.2022.

O parâmetro Orientação (O) faz referência ao lado em que a palma da mão está durante o sinal, isso varia muito do
contexto e o sentido em que o sinal se apresenta.

FIGURA 13 – ORIENTAÇÃO (O)

FONTE: Disponível em: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/421260/mod_resource/content/1/2.%20Os%20Cinco%20Par%C3%A2metros%20da%20Libras.pdf. Acesso

.
em: 09 mar.2022

é necessário ser captada pela visão e reproduzida pelos

Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da nossa quarta aula, sobre
Categorias gramaticais na Libras, introdução do
ouvinte na Língua Brasileira de Sinais e a modalidade
diferenciada para a comunicação gestual visual.
Espera-se que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês
sobre a gramática da Libras, introdução da Libras para um ouvinte e a
modalidade da Língua de Sinais. Vamos recordar!.
1 - Categorias Gramaticais na Libras
A Libras é uma língua visual motora e para ser utilizada,
movimentos do corpo, principalmente pelas mãos. Vimos,
ainda nessa seção de estudo, que a gramática da Libras
apresenta algumas categorias que são: Verbos na Libras,
Classificadores na Libras, Adjetivos na Libras, Pronomes na
Libras e Numeral na Libras.
2 - Introdução da Libras a um ouvinte
Nesta seção, observamos que ao inserir a Libras a um
ouvinte, aprimoramos a probabilidade dos surdos de se
comunicarem com mais falantes. Através disso, é ampliado
o contato com o seu meio que surge a possível aceitação no
mercado de trabalho, e que é através dessa convivência ativa
que acontecerá a apropriação da cultura, de sua história e da
identidade surda.
 23
3- Modalidade diferenciada de comunicação na
Libras Minhas anotações
Vimos, nesta seção, que a Língua de Sinais é uma língua
visual motora, também conhecida como língua gestual. Ela
tem uma modalidade diferente, pois acontece através da
execução de sinais. Esses sinais precisam de movimentos e
gestos para que ocorra a conversação. Apesar de ser uma língua
com a modalidade diferenciada, ela ocorre no mesmo campo
cerebral das outras línguas. As línguas orais são de modalidade
oral auditiva e as línguas de sinais são de modalidades visual
gestual.

Vale a pena acessar

As categorias gramaticais na Libras. Disponível em:

http://librasesurdez.blogspot.com/2011/09/as-categorias-
gramaticais-na-libras.html. Acesso em: 11 mar. 2022.
Classificador na Libras. Disponível em: https://docero.
com.br/doc/s50nscx. Acesso em: 11 mar. 2022.
Expressão Facial. Disponível em: http://renata-libras.
blogspot.com/2013/11/expressoes-faciais-eou-corporal.
html. Acesso em: 11 mar. 2022.
Numeral em Libras. Disponível em: https://
legendalibras.com.br/2020/11/16/os-numeros-em-libras/.
Acesso em: 11 mar. 2022.
Sinais de Adjetivos em Libras. Disponível em: https://
br.pinterest.com/marcoaureliomaximo/sinais-em-libras/.
Acesso em: 11 mar. 2022.
Configuração de Mãos. Disponível em: https://
aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/421260/mod_
resource/content/1/2.%20Os%20Cinco%20
Par%C3%A2metros%20da%20Libras.pdf. Acesso em: 11
mar. 2022.

Vale a pena assistir

Estrutura gramatical da Língua Brasileira de
Sinais. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=O66o7BvuYwA. Acesso em: 11 mar. 2022.
Gramática de Libras. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=kEp6fU4zVFI. Acesso em: 11 mar.
2022.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais

5º Aula

Aspectos Culturais do Mundo Surdo

e Ambientes Que Oportunizam o
Contato Com a Libras

Nesta aula, estaremos abordando algumas maneiras de

ampliar o conhecimento da Libras através da prática. Sabemos
que a aprendizagem se dá através da prática e nada mais certo
que os alunos ao final do curso consigam sinalizar e formar
pequenos diálogos. Veremos, também, aspectos da cultura no
mundo surdo, uma vez que a grande maioria desconhece o real
significado da palavra CULTURA NO MUNDO SURDO.
Iniciaremos, então, atentos aos objetivos, além das seções de
estudo desenvolvidas no decorrer desta aula.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• ampliar o conhecimento sobre a cultura no mundo surdo;

• conhecer os ambientes que oportunizam o contato com a Libras e a prática da Libras ao que têm interesse.

Seções de estudo
1 - Aspectos da Cultura no mundo surdo
2 – Ambientes que proporcionam o contato com a Libras
1 - Aspectos da Cultura no Mundo
Surdo
FIGURA 1 – COMUNIDADE SURDA
FONTE: Disponível em: https://academiadelibras.com/blog/cultura-surda/. Acesso
em: 09 mar. 2022.
O que entendemos por cultura? Como já sabemos,
cultura é reconhecida como sendo o comportamento dentro
de um determinado grupo, seja ele tradição, crença, língua,
comida, vestimenta, música, arte, entre outros.
Em se tratando da cultura surda, pontuamos que a
mesma se refere a um grupo de pessoas que juntos formam
a comunidade surda onde é constituído por pessoas que
apresentam algum tipo de deficiência auditiva. A comunidade
surda em sua grande maioria é formada por pessoas surdas,
ali eles recebem a todos de braços abertos, dão suporte para
a inclusão no mercado de trabalho, reivindicam em conjunto
por seus direitos, ou seja, buscam a igualdade de direito para
todos.
Observa-se nas comunidades surdas uma organização
singular, segundo Dalcin (2006), a relação dos surdos dentro
das associações apresenta-se mais que uma relação de amizade.
Dentro desse rol, vincula-se uma relação familiar, é dentro
desses ambientes que os surdos brasileiros se encontram para
conversar e se relacionar, pois esse é o objetivo principal que
as comunidades criam esses ambientes, mas além disso, os
surdos se encontram para conversar, para namorar e encontrar
seus parceiros, onde casam e até constituem família.
Essas amizades e famílias que se formam com
características semelhantes, tais como falante da mesma
língua, estabelece a relação de pertencimento. As Línguas
de Sinais vão sendo passadas de geração em geração através
desses ambientes por meio das associações e familiares de
surdos. A Libras é transmitida de surdo para surdo.
Aqui no Brasil, as associações sempre se organizaram
para manter os momentos de encontro entre os surdos,
fortalecendo o intercâmbio entre os surdos do país todo.
Esses momentos de encontros são fomentados por
comemorações de aniversários de surdos ou de associações,
campeonatos de futebol para surdos, ou até momentos
esportivos.
25
Geralmente, o líder do grupo mantém a informação
entre eles sobre datas e eventos, chama cada integrante para
essas comemorações e faz o repasse das informações. Nos
dias de hoje, essas informações atualizadas se disseminam
mais rapidamente, pois as redes sociais são um meio rápido e
prático para repassar as informações.
Todo esse contato entre os surdos nesses eventos
proporciona interação social e linguística, que não ocorre nas
escolas próprias de surdos ou nas escolas de ensino regular.
Algum tempo atrás, as associações se iniciaram em residências
próprias das famílias de algum surdo ou liderança surda. Essas
relações sociais dão início à cultura surda, em que há uma
amplificação de sua língua, repasse do modo e estilo de vida,
e suas formas de se empresarem.
Essa convivência social e cultural dos surdos fortalece
vínculos e faz com que tenham qualidade de vida e bem-estar.
Dentro da cultura surda também é onde eles se reconhecem
como indivíduos, alguns se identificam e percebem que não
são os únicos a não ouvir, sentem-se acolhidos e familiarizados.
A convivência influencia o grupo ou indivíduos na forma de
pensar e agir, reconhecer-se como indivíduo reduzindo o
preconceito e aumentando o respeito.
Atualmente, ainda existe muito preconceito e
discriminação com as pessoas surdas, que muitas vezes são
colocadas em condições de trabalhos inferiores e submissos.
Daí a importância da associação e cultura surda, trazendo
reconhecimento como indivíduos capazes e garantindo
qualidade de vida aos integrantes.
1 - Ambientes que proporcionam o
contato com a Libras
Quando pensamos em criar oportunidade da prática da
Libras, de imediato relacionamos essa prática à vivência dentro
do espaço escolar, uma troca de experiência e convivência
com outras pessoas que permite uma melhor aprendizagem.
Essa troca muitas vezes faz com que o ouvinte possa
então compreender como é difícil a vida da pessoa que sofreu
uma perda auditiva, em um mundo onde a competência oral
é a mais valorizada, a pessoa surda sente na pele o que é ser
excluído e, mais difícil ainda, fazer-se compreender. É de
extrema importância que as pessoas ao redor de um surdo
busquem se informar, aprender a Libras para que essa pessoa
possa estar de fato incluída entre os demais.
Não estamos aqui questionando que o ouvinte busque
por cursos, mas que se interesse em manter contato direto com
o surdo, pois só aprende Libras praticando. As cadeiras de sala
de aula vão proporcionar o conhecimento naquele momento,
mas se não praticar a libras, com certeza irá esquecer. Sendo
assim, a única forma de obter um aprendizado de qualidade
é com contato direto, seja com um surdo ou até mesmo
através de ouvintes falantes da língua, participando de uma
comunidade surda.
Sabemos que as pessoas surdas aprendem pela prática,
no dia a dia, assim como aponta Gladis Perlin (2006):
(...) não se trata de uma pedagogia pronta, mas
de uma pedagogia histórica que assume o jeito
surdo de ensinar, de propor o jeito surdo de
 Libras – Língua Brasileira de Sinais
aprender, experiência vivida por aqueles que
são surdos (PERLIN, 2006. p. 81).
Um lugar importantíssimo para ter essas oportunidades
de contato e prática da Libras é na escola onde tem alunos
surdos inseridos. Quando a escola desempenha o papel
verdadeiro da inclusão, tendo desde o porteiro até a cozinheira
falantes de pelo menos o básico da Libras, facilita a interação,
estimulando o surdo a ter acesso às informações naturalmente
e auxiliando no desenvolvimento tanto social e cognitivo,
quanto emocional dos surdos.
Os surdos matriculados no sistema regular de ensino têm
direito ao atendimento nas salas de recursos, ao atendimento
do AEE no contraturno, que é um momento de troca de
experiência, onde eles podem ter contato com outros surdos
e com uma professora surda que ensina a Libras como L1.
Nesse atendimento do AEE, o aluno surdo também tem
mais dois tipos de atendimento, o atendimento em Língua
Portuguesa na modalidade escrita e o atendimento em Libras,
que é o apoio das outras disciplinas escolares em Libras.
Nesses momentos, o surdo tem a experiência de aprender a
Libras na prática, em contato com outros surdos e com as
professoras, e intérpretes se houver na escola.
Atualmente, vivemos na sociedade na qual “somos”
bilíngues, onde a primeira língua considerada é a Língua
Portuguesa e a segunda língua oficial do nosso país é a Libras,
como já visto em capítulos anteriores.
A partir dessas considerações, o surdo deveria ter mais
facilidade de contato com a sociedade, essa proposta bilíngue
implica em um acesso às informações em duas línguas.
Em Dourados/MS, hoje, temos uma associação de
surdos, cujo nome é ASSIMD- Associação de Surdos e
tradutores/interpretes Mãos Douradas. Ainda não possui
uma sede ou local físico, mas ao menos uma vez ao ano, os
representantes e lideres surdos se reúnem e proporcionam um
encontro na semana do surdo, que é no mês de setembro, isso
em comemoração ao Dia Nacional dos Surdos que acontece
em 26 de setembro.
Existe, também, a Pastoral dos Surdos (católica), com
encontros aos sábados com catequese e missa acessível em
Libras. Esses são locais onde pode acontecer essa troca de
experiências e a oportunidade de prática da Libras de uma
forma tranquila e sem maiores exigências.
Temos, ainda, outras comunidades evangélicas que
proporcionam esses momentos de interação e religiosidade
de surdos de famílias dessas comunidades.
Ainda em Dourados, tem-se a CIL - Central de
Interpretação de Libras, mantida hoje pela prefeitura
municipal e com um local físico em localidade central, para
atendimento à sociedade surda e agendamento de atendimento
de intérpretes para locais públicos e/ou consultas médicas.
26
FIGURA 2 – IMAGEM OFICIAL DA CENTRAL DE
LIBRAS
FONTE: Disponível em: https://www.sed.ms.gov.br/sed-oficializa-termo-de-
doacao-da-central-de-interpretacao-de-libras-para-municipios-de-campo-grande-
e-dourados/. Acesso em: 17 maio. 2022.
A CIL tem como objetivo possibilitar a comunicação entre
ouvintes e surdos, garantindo a possibilidade de comunicação
e das informações trazendo, assim, a participação efetiva da
comunidade surda na sociedade, garantindo seus direitos.
Em Mato Grosso do Sul, temos um local próprio
onde conta-se com profissionais formados e que formam
intérpretes e instrutores de Libras, que é o CAS - Centro de
Atendimento ao Surdo. As aulas são presenciais, uma vez na
semana e contam com curso de Libras nos módulos básico,
intermediário e avançado, onde a pessoa que deseja aprender
e praticar a Libras para uma questão profissional e financeira
tem essa oportunidade. Esse curso é totalmente gratuito. A
sede do CAS fica na capital Sul-Mato-grossense, em Campo
Grande, e atende inúmeros profissionais que desejam
trabalhar na área da Libras como intérpretes ou instrutores,
como já mencionado. Ao término do curso, o profissional
passa por uma avaliação em que o resultado o classifica com
uma nota de zero a dez, que o torna apto ou não a atuar como
intérprete de Libras.
Além desses ambientes, temos a disciplina de Libras, que
os acadêmicos podem ter contato com a língua de sinais e
interagir ao menos com o básico da Libras. Alguns cursos
trazem a disciplina apenas com a parte teórica, e outros
com a parte teórica e o inicial da prática, dando suporte para
pequenos diálogos.
Temos, ainda, os AEEs em Libras, que atendem aos
alunos das redes de ensino público com profissionais
formados e bilíngues para atendimento nas salas de recursos.
FIGURA 3 – ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO EM LIBRAS
FONTE: Disponível em: http://arivieiracet.blogspot.com/2011/02/atendimento-
educacional-especializado_23.html. Acesso em: 17 maio. 2022.

O processo de aquisição de Libras ocorre pelo mesmo
processo de aquisição de outra língua, havendo a necessidade
de prática e exercício da “fala”, ou seja, da sinalização da
Libras, para que com a prática aconteça o desenvolvimento
da fluência, competência linguística trazendo o domínio do
vocabulário da Língua Brasileira de Sinais.
O momento de prática da Libras pode ocorrer em
diversos ambientes, inclusive nesses apresentados acima.
Para o ensino da Libras como segunda língua, é
imprescindível a pessoa ser estimulada e exposta a atividades
planejadas e programadas para a prática, tanto em local de
aprendizagem formal ou em locais que possuem pessoas
usuárias da Libras. Ao iniciar a aprendizagem da Libras, a
pessoa precisa de uma dedicação para entender e interpretar
os sinais, esse processo compõe a aprendizagem da língua
existente na comunicação. Quando o iniciante vai adquirindo
fluência na Libras, a decodificação e entendimento da língua
acontece sem dificuldades.
O que se espera é que, ao final do estudo, o aluno consiga
formar e sinalizar frases, criar diálogos e até mesmo sinalizar
refrão de música. Que seja capaz de compreender as frases
e expressões relacionadas a informações pessoais, além de
se comunicar em tarefas simples e rotineiras que exigem
uma troca de informações simples e diretas sobre assuntos
habituais.
FIGURA 4 – SINAIS DE CUMPRIMENTO, NOME E
AGRADECIMENTO
FONTE: Disponível em: https://razoesparaacreditar.com/aplicativo-ensina-sinais-
basicos-libras/. Acesso em: 17 maio 2022.
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da quinta aula. Espera-se
que agora tenha ficado mais claro o entendimento de
vocês sobre a cultura no mundo surdo e como criar
oportunidades de práticas da Libras. Vamos, então,
recordar!
27
1 - Aspectos da Cultura no mundo surdo
Nesta seção, vocês tiveram contato com os aspectos
culturais da comunidade surda, observando que a cultura
surge dentro da convivência em ambientes que proporcionam
esse contato entre os sujeitos falantes da Língua. Viram,
também, que a cultura está presente nos costumes alimentares,
vestimentas e crenças religiosas.
2- Ambientes que proporcionam o contato com a
Libras
Nesta seção, foram apresentados os ambientes que
oportunizam o contato com a Libras, como associações,
escolas com alunos surdos matriculados e ambientes que
disponibilizam cursos e atendimentos à sociedade, tanto
ouvinte, quanto surda, que queiram aprender a Língua de
Sinais Brasileira e participar da convivência social entre
surdos-surdos e surdos-ouvintes. Esses ambientes são como
associações de surdos, eventos abertos e acessíveis a esse
público, assim como, ambientes religiosos onde são ofertados
cursos de Libras por surdos.
Vale a pena acessar
Bilinguismo como Proposta Educacional para
criança surda. Disponível em: http://www.educadores.
diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/artigos_edespecial/
biliguinguismo.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.
Cultura Surda. O que isso significa. Disponível em:
https://academiadelibras.com/blog/cultura-surda/.
Acesso em: 26 fev. 2022.
Sinais Básico na Libras. Disponível em: https://
razoesparaacreditar.com/aplicativo-ensina-sinais-basicos-
libras/. Acesso em: 26 fev. 2022.
Vale a pena assistir
A FAMÍLIA BÉLIER - Disponível em Netflix.
Paula é ouvinte e filha de pais surdos. Uma adolescente
com os conflitos naturais da idade, que além de lidar com
seus conflitos tem que lidar com as frustrações e conflitos
do casal. Ela administra a fazenda da família e interpreta
todas as informações aos pais e ao seu irmão que também
é surdo. Ela se encontra na música e descobre o seu talento
para o canto. Agora, Paula tem que fazer uma escolha que
mudará a sua vida e de sua família.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais

6º Aula

Introdução aos Sinais: Alfabeto

Manual, Números, Parâmetros,
Cumprimentos e Pronomes

Nesta aula, estaremos abordando os conceitos sobre

Alfabeto Manual, Números, Parâmetros, Cumprimentos
e Pronomes. A aprendizagem da Libras e, principalmente,
do ato de sinalizar estimula a nossa parte da memória visual,
importante para a aquisição dessa língua.
Iniciaremos, então, atentos aos objetivos e aos sinais, além
das seções de estudo desenvolvidas no decorrer desta aula.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer o alfabeto manual com o qual podemos soletrar 27 letras diferentes juntamente com o grafema Ç;
• reconhecer os Números e compreender os Parâmetros que constituem os sinais;
• identificar e reconhecer os Cumprimentos e Pronomes em Libras.
 29
Existe, também, o alfabeto manual para surdos cegos,
Seções de estudo em que um deve tocar a mão do outro para que possam sentir
o formato da mão e, através do tato, ter o entendimento do
sinal.
1 - Alfabeto Manual e Números em Libras
2 - Parâmetros da Libras Números em Libras: Os números são utilizados para
3 - Cumprimentos e Pronomes em Libras representar idades, números de casas, quantidades, ordem,
entre outros na Libras.

1 - Alfabeto Manual e Números em FIGURA 2 – NÚMEROS NA LIBRAS

Libras
O alfabeto manual, ou datilológico, é constituído de 27
letras e um grafema ç que é a configuração de mão em C (com
movimento trêmulo), através dele soletramos manualmente as
palavras. O alfabeto manual não é a Libras, não é uma língua,
e sim um código dentro da língua muito usado para descrever
nomes próprios, lugares, siglas, objetos e palavras que ainda
não tenham sinal correspondente na Libras.
Cada país tem o seu alfabeto, assim como a sua língua de
sinais. Apenas dois países têm alfabetos manuais em comum
que são Estados Unidos e Canadá.
Abaixo, vocês verão o alfabeto manual da Língua
Brasileira de Sinais. Observem e treinem as letras do alfabeto
FIGURA 3 – QUANTIDADE NA LIBRAS
em Libras.

FIGURA 1 – ALBFABETO MANUAL EM LIBRAS

FIGURA 4 – ORDEM NUMÉRICA NA LIBRAS

1 - Parâmetros da Libras
A Libras é constituída dos parâmetros que se unem para
formar cada sinal.
O significado da Libras é formado através dos parâmetros:
configuração de mão, movimento, ponto de articulação ou
locação, orientação da mão e expressão facial e/ou corporal,
também conhecida como não manual. Eles totalizam cinco:
 Libras – Língua Brasileira de Sinais 30
FIGURA 5 – OS CINCO PARÂMETROS DE LIBRAS

FONTE: Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/91694057/parametros-da-libras Acesso em: 15 mar. 2022.

Configurações de mão: A Configuração de mão é o formato que a mão toma durante a realização do sinal. Temos várias
configurações de mão para representar vários sinais, observem:

FIGURA 6 – CONFIGURAÇÕES DE MÃO

 31
Algumas vezes, a mesma configuração de mão pode ser FIGURA 9 – SINAIS COM PONTOS DE
empregada para determinar diversos sinais. Isso é possível, pois ARTICULAÇÕES DIFERENTES
o que muda são os outros parâmetros. Abaixo, um exemplo
de dois sinais diferentes, mas com a mesma configuração de
mão:

FIGURA 7 – SINAIS COM A MESMA

CONFIGURAÇÃO DE MÃOS

O sinal de BRIGAR é realizado no espaço e o de

ABRAÇAR no corpo.
Movimento: O movimento é um parâmetro que também
abrange diversos formatos e direção de execução. Observem
na Figura 10 alguns deles:

FIGURA 10 – MOVIMENTO NA LIBRAS

Nos sinais da Figura 7, vocês podem observar dois
sinais diferentes. A forma que a mão assume na realização
do sinal é a mesma (configuração de mão), mas como um se
localiza na lateral do rosto e o outro na frente, o significado
fica totalmente diferente em cada figura, mesmo que tenham
a mesma configuração de mão.

A locação ou ponto de articulação: A locação fica no

próprio corpo do sinalizante ou em um espaço à frente, onde
é chamado de espaço neutro. É o espaço onde os sinais são
executados. FONTE: Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/27352/27352.PDF.
Acesso em:15 fev. 2020.

FIGURA 8 – LOCAÇÃO NA LIBRAS

Os sinais assustar e costurar são executados com
movimentos diferentes, observem:

FIGURA 11 – SINAIS COM CONFIGURAÇÃO IGUAIS,

PORÉM MOVIMENTOS DIFERENTES

FONTE: Disponível em: https://www.slideshare.net/Marinelia/aspectos-

gramaticas-da-libras. Acesso em:15 fev. 2020.
A seguir, a Figura 9 apresenta sinais realizados no ponto
de articulação no corpo e outro no espaço, observem:
Orientação: A orientação da mão é a direção para qual a
palma da mão aponta, ela pode apontar para cima, para baixo,
para o corpo, para frente, para esquerda ou para direita.
Na Figura 12, temos um exemplo de sinais com
orientação diferente.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais 32
FIGURA 12 A partir desta seção, veremos os sinais da Libras
propriamente ditos, vamos lá!
Cumprimentar é um ato de saudar ou fazer uma
reverência à outra pessoa. Para o surdo, sinalizar em libras um
cumprimento é a porta aberta para a comunicação. É mais do
que isso, é se sentir acolhido e respeitado entre uma multidão
de falantes de outra língua.

FIGURA 15 - CUMPRIMENTOS

No primeiro sinal, a orientação da mão está para o corpo,

e no segundo está para frente. Dessa maneira, percebe-se que
a orientação é extremamente importante para que se possa
entender o que o interlocutor quer comunicar.
Expressão facial e/ou corporal: Essas expressões são
consideradas com movimentos dos olhos, da face, da cabeça
ou do tronco.
FIGURA 13

FIGURA 17 – CUMPRIMENTOS EM LIBRAS

Observamos a expressão facial e corporal diferente em

cada imagem. Se observarmos, perceberemos que ao realizar
o sinal de triste, o corpo se inclina para frente e a expressão
facial está abatida, já no sinal de feliz, a expressão facial é mais
suave e o tronco está ereto.
Com isso, percebemos o quanto é importante esse
parâmetro para a Libras, e acrescentando que expressões
faciais e/ou corporais são partes integrantes da gramática
da Libras. Assim, podemos dizer que se um dos parâmetros
mudarem, o significado do sinal e até da frase pode mudar. FIGURA 18 - PRONOMES

3 - Cumprimentos E Pronomes Em
Libras
FIGURA 14 – CUMPRIMENTOS

FONTE: Disponível em: http://thetalkenglish.blogspot.com/2013/11/ Pronomes: São palavras que acompanham os

cumprimentar-greet.html#.Xvv0JyhKjIU. Acesso em:15 fev. 2020.
substantivos, podendo substituí-los (direta ou indiretamente).
 33
Na Figura 19, vamos conhecer os pronomes pessoais em
Libras:

FIGURA 19 – PRONOMES PESSOAIS Vale a pena assistir

Saudações em Libras. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=0dqiG_o-y_4. Acesso em:
22/04/2022
O milagre de Anne Sullivan. Uma história real que
conta o desafio vivenciado pela professora Anne Sullivan
ao tentar ensinar a Helen Keller, uma menina cega e surda,
a língua de sinais. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=OR7stkBVeJE. Acesso em: 22 abr. 2022.

A partir desses sinais, podemos direcionar de quem se

fala e a quantidade de pessoas inclusas no diálogo.

Retomando a aula

Minhas anotações
Chegamos, assim, ao final da nossa sexta aula e
espera-se que sejam capazes de sinalizar frases
contendo informações pessoais e diálogos mais
elaborados.
A partir dessa seção, vocês conseguirão formar pequenos diálogos,
tais como frases de apresentação pessoal e endereços, utilizando
o conhecimento adquirido sobre os cinco parâmetros da libras bem
como quantificar as pessoas em suas frases com o aprendizado dos
pronomes pessoais.

1 - Alfabeto Manual e Números em Libras

Nesta seção, vocês aprenderam os sinais do alfabeto
manual e dos números, espera-se que consigam formar
palavras e frases, como a sua idade, número de casa, altura,
entre outros temas relacionados aos numerais.

2 - Parâmetros da Libras
Esta seção é uma das mais importantes na aprendizagem
da Libras, pois é ela que norteia a realização dos sinais. Os
parâmetros da Libras são essenciais para a boa realização e
a clareza do sinal. O respeito aos cinco parâmetros é o que
torna o sinal de fácil entendimento, realizando, assim, um sinal
claro e objetivo.

3 - Cumprimentos e Pronomes em Libras

Através dos sinais de cumprimentos e pronomes,
acredita-se que vocês sejam capazes de ampliar a sinalização e
identificar esses sinais em uma frase em Libras.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais

7º Aula

Dias da Semana, Meses do Ano,

Horas, Cores e Família

Na nossa sétima aula, estaremos abordando os conceitos

sobre Dias da Semana, Meses do ano, Horas, Cores e Família.
Esses sinais são importantes, pois através deles faremos a
marcação do tempo e identificaremos qual membro familiar
estará no diálogo.
Iniciaremos, então, atentos aos objetivos e aos sinais e
parâmetros de execução dos mesmos nestas seções de estudo
desenvolvidas no decorrer desta aula.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer parte dos sinais correspondentes aos dias da semana, meses e horas, podendo dessa forma se localizar
temporariamente no diálogo em Libras;
• compreender e sinalizar as cores em Libras;
• identificar e realizar os sinais de família em Libras.
 35
FIGURA 4 - SINAIS DE MESES DO ANO
Seções de estudo

1 - Dias da semana, meses do ano e horas

2 - Cores
3 - Família

1 - Dias da Semana, Meses do Ano E

Horas
Nesta seção, vocês conhecerão alguns sinais
correspondentes aos dias da semana. Observem, atentamente,
cada imagem e procurem praticar os sinais e com movimentos
enquanto fazem o estudo do conteúdo.

FIGURA 1 – DIAS DA SEMANA

FIGURA 5 – HORAS

FIGURA 2 – SINAIS DOS DIAS DA SEMANA

FIGURA 6 – SINAIS DE HORAS

FIGURA 3 – MESES DO ANO

 Libras – Língua Brasileira de Sinais 36
2 - Cores FIGURA 9 - FAMÍLIA
Nesta seção, vocês estarão aprendendo os sinais de
cores, atentem-se ao movimento e direção dos mesmos e
procurem realizar esses sinais enquanto estudam. Observem
atentamente para que possam diferenciar e sinalizar cores
claras de escuras.

FIGURA 7 - CORES

FIGURA 8 – SINAIS DE CORES

Retomando a aula

Chegamos, assim, ao final de nossa sétima aula,

espera-se que tenham conhecimento básico na
sinalização e sejam capazes de utilizar sinais em
frases e compreender sobre apresentação pessoal
reconhecendo os familiares em Libras.

1 - Dias da semana, meses do ano e horas

Nesta seção, foram apresentados alguns sinais utilizados
para os dias da semana, meses do ano e horas. Acredita-se
que, agora, vocês são capazes de se localizarem no tempo e
entenderem pequenos diálogos utilizando esses sinais.

2 - Cores
Nesta seção, vocês viram os sinais de cores e espera-se
que consigam formar palavras e frases que contenham os
sinais apresentados aqui.

3 - Família
Vocês viram os sinais de família e, agora, espera-se que
formem palavras e frases com temas relacionados à família.
1 - Família
Agora, vamos aprender os sinais de família em Libras,
observem com atenção, assistam às vídeoaulas e procurem
realizar os sinais corretamente, enquanto cursam pela seção.
Vale a pena acessar

O que é Libras. Disponível em: https://

acessibilidadeemmaos.wordpress.com/2017/04/24/lei-da-
libras-15-anos-se-passaram/. Acesso em:
 37

Vale a pena assistir

Sinais de família (em Libras). Disponível em: https://
youtu.be/BqTTBD4zovg. Acesso em:
Filme: Tamara (Curta metragem). Curta em Língua
Americana de Sinais (ASL). O curta Tamara é uma
animação que conta a história de uma menina surda
que sonha em ser bailarina, e seu sonho é considerado
impossível para a maioria das pessoas, mas para ela
não. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=SNRFDkKEqhk&feature=emb_title ou https://
blog.surdoparasurdo.com.br/4-filmes-e-s%C3%A9ries-
recentes-sobre-cultura-surda-e-l%C3%ADngua-de-sinais-
5b4fc247fbcd. Acesso em: 15 mar. 2022.

Minhas anotações
 Libras – Língua Brasileira de Sinais

8º Aula

Adjetivos, Substantivos e Verbos

Nesta oitava e última aula, estaremos abordando os

conceitos sobre Adjetivos, Substantivos e Verbos. Esses sinais
são importantes, pois através deles faremos a marcação da
qualidade e ação do sujeito nas frases que estarão presentes nos
diálogos.
Iniciaremos, então, atentos aos objetivos e aos sinais dessas
classes de palavras nessas seções de estudo desenvolvidas no
decorrer desta aula. Pratiquem em casa e sinalizem cada sinal
para que desenvolvam a memória visual e adquiram a língua.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer e utilizar os adjetivos nas frases produzidas em Libras dando assim qualidade e características aos substantivos;
• compreender e identificar os substantivos na Libras;
• produzirem diálogos cada vez mais elaborados com o domínio das sessões anteriores e complementando com uma
ocorrência, estado ou um fenômeno dos verbos;
• utilizarem os verbos que representam a ação numa frase e em diálogos;
• falar e entender o que foi falado em Língua Brasileira de Sinais.
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Seções de estudo

1 - Adjetivos
2 - Substantivos
3 - Verbos

1 - Adjetivos
Os Adjetivos demonstram uma característica dos
substantivos. Na Libras, geralmente, o adjetivo vem depois
do substantivo, qualificando-o. Os adjetivos na Libras,
geralmente, estão na forma neutra, assim, não há a necessidade
de marcação de gênero (masculino ou feminino) ou número
(singular e plural).

FIGURA 1 - ADJETIVOS

Observem, nas imagens a seguir, alguns exemplos de

adjetivos com os seus respectivos sinais em Libras.

2- Substantivos
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as
quais denominam os seres.
FIGURA 2 - SUBSTANTIVOS

A seguir, vocês podem aprender alguns sinais de

substantivos utilizados na Libras. Devido à quantidade
extensiva de sinais, não é viável incluir todos neste material,
por isso, sugerimos que pesquisem demais sinais dos seus
interesses para expandir o conhecimento.
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 41
em Libras.

3- Verbo
Os verbos são palavras que indicam ações, estados,
processos ou fenômenos, ou seja, que indicam acontecimentos
representados no tempo. Na Libras, todos os verbos
ancorados no corpo são considerados verbos simples, como,
INVENTAR, GOSTAR, SABER. Existem, também, aqueles
que são realizados em espaço neutro como, por exemplo,
ABRIR, ABANDONAR, ANDAR.
FIGURA 3 - VERBOS

Para praticar esse conteúdo, seguem alguns verbos

sinalizados em Libras para vocês observarem. Aproveitem
para treinar a sinalização, observando os 5 parâmetros que
estudamos, nas aulas anteriores, para melhor se comunicarem
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43

Agora que visualizaram os sinais utilizados para adjetivos,

substantivos e verbos, que tal se aventurarem nessa nova
língua que vocês conheceram nessa disciplina e tentarem
formular frases para praticar todo o conhecimento adquirido?

Retomando a aula

Chegamos ao final da nossa aula e, com isso,

encerramos os estudos básicos de Libras.
Ao final de nossa oitava aula, espera-se que tenham
conhecimento básico na sinalização e sejam capazes
de sinalizar e compreender frases sobre adjetivos, substantivos e
verbos vistos nessa aula. Os verbos vêm completar a aprendizagem
da Libras e disponibilizar a vocês uma gama maior de sinais para
conhecimento e conversação mínima em Libras.

1 – Adjetivos
Acredita-se que ao final desta seção de estudo vocês
sejam capazes de produzir frases em Libras utilizando os
sinais de adjetivos qualificando, assim, os substantivos.

2 - Substantivos
Vocês observaram, nesta seção, os substantivos e, a partir
de agora, estão aptos a produzirem frases e se comunicarem
com uma gama maior de sinais.

3 - Verbos
Agora, espera-se que formulem frases completas e que
sejam capazes de se expressarem em Língua Brasileira de
Sinais e, ao mesmo tempo, entendam o que um surdo ou
 Libras – Língua Brasileira de Sinais
usuário da Libras esteja falando.
Espero que tenham gostado e que pratiquem sempre
para que não esqueçam. Quanto mais praticarem a Libras,
mais desenvolverão a fluência e diminuirão o risco de esquecer
a língua que conheceram.
Vale a pena acessar
Aplicativo tradutor de Libras – HAND TALK. O app
está disponível para Android e iOS.
Melhores aplicativos para aprender libras. Disponível
em: https://canaltech.com.br/apps/os-melhores-
aplicativos-para-aprender-linguas-de-sinais-132545/.
Acesso em:
Vale a pena assistir
Substantivos em Libras. Disponível em: https://youtu.
be/Wq_IYLxDUeg. Acesso em: 15/03/2022
Adjetivos em Libras. Disponível em: https://youtu.
be/pMR_91nDzCs. Acesso em: 15/03/2022
Filme: wwTrailer disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=vVU2ixNLOt8. Acesso em: 15/03/2022
Referências
A família Bélier. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=KuGtmX8B6EE. Acesso em: 26 fev. 2022.
APOSTILA DE LIBRAS. Disponível em: https://www.
slideshare.net/ssuser858330/apostila-com-atividades-de-
libras. Acesso em: 01 jul. 2020.
Aspectos Linguísticos Estruturais – Livro Digital disponível
44
em: https://livrodigital.uniasselvi.com.br/MAT52_lingua_
brasileira_de_sinais_libras/unidade2.html?topico=3. Acesso
em: 26 fev. 2022.
BRASIL ESCOLA. Língua Brasileira de Sinais. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao/lingua-
brasileira-sinais-libras.htm. Acesso em: 04 jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe
sobre a Língua Brasileira de Sinais e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 25 de abril de 2002.
CEADA, APM. Vocabulário de Libras. Campo Grande/
MS, 2015.
Classificador na Libras – Libras Gerais. Disponível em:
www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/
gramatica-libras.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.
Como criar oportunidade na Libras. Disponível
em: https://aeraparelhosauditivos.com.br/cultura-
surda/#:~:text=A%20cultura%20surda%20
%C3%A9%20um,com%20o%20restante%20da%20
popula%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 26 mar. 2022.
Cultura Surda. Disponível em: https://
aeraparelhosauditivos.com.br/cultura-
surda/#:~:text=A%20cultura%20surda%20
%C3%A9%20um,com%20o%20restante%20da%20
popula%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 26 mar. 2022.
DECRETO Nº 5.626. Disponível em: http://
p o r t a l . m e c . g o v. b r / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _
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secadi&Itemid=30192. Acesso em: 15 jun. 2020.
Deficiência Auditiva. Disponível em: http://www.
fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/deficiencia-auditiva.
htm. Acesso em 16 fev. 2022.
ENSINO DIGITAL. História da Língua Brasileira de
Sinais. Disponível em: https://ensino.digital/blog/historia-
da-lingua-brasileira-de-sinais-como-surgiu. Acesso em: 03
jun. 2020.
Estrutura Gramatical da Libras. Disponível em:
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/
a rq u ivo s U p l o a d / 1 7 9 6 2 / m a t e r i a l / E s t r u t u r a % 2 0
gramatical%20da%20libras.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
Introdução da Libras – Libras Gerais. Disponível em:
www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/
gramatica-libras.pdf. Acesso em: 16 fev. 2022.
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa. Tenho um aluno surdo
e agora? São Carlos: EdUFSCar, 2014.
LEI nº. 10436. Disponível em: https://www.libras.com.
br/lei-10436-de-2002. Acesso em: 29 maio 2020.
LEI nº. 14.191. Disponível em: https://www.youtube.
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LIBRAS. O que é surdez. Disponível em: https://www.
libras.com.br/o-que-e-surdez. Acesso em: 10 fev. 2022.
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/educacao/lingua-brasileira-
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Modalidade Diferenciada de Comunicação – Dia a Dia
Educação. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.
p r . g o v. b r / p o r t a l s / c a d e r n o s p d e / p d e b u s c a /
producoes_pde/2016/2016_pdp_edespecial_uenp_
mariaozanatondinelli.pdf. Acesso em: 12 abr. 2022.
PERLIN, G. T. – SURDOS: cultura e pedagogia. In
 45
THOMA, A. S., LOPES, M. C. (org) A invenção da surdez II:
espaços e tempos de aprendizagens na educação de surdos.
Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2006. p.63-84.
POLÍTICAS PÚBLICAS. Disponível em: https://
www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-
politicas-publicas-mlg2/?gclid=CjwKCAiAgvKQBhBbEiw
AaPQw3NfUMYQXOpc7SdAnuFmzyozwvq_ThpcXQk-
KKSBBKaSgYM3MWxL8zBoCf_kQAvD_BwE. Acesso
em: 15 fev. 2022.
Pronomes – Libras Gerais. Disponível em: https://
www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/
gramatica-libras.pdf. Acesso em:12 abr. 2022.
SCHELP, Patrícia Paula. Práticas de letramento de alunos
surdos em contexto de escola inclusiva. Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí, 2008.
STROBEL, Karin Lilian. A visão histórica da in(ex)
clusão dos surdos nas escolas. In: Dossiê Grupo de Estudos e
Subjetividades. ETD – Educação Temática Digital, Campinas,
v. 7, p.245 – 254, jun. 2006 – ISSN: 167-2592.
Verbos na Libras – Escola Educação. Disponível em:
https://cursos.escolaeducacao.com.br/artigo/introdu-o-
gram-tica. Acesso em: 12 abr. 2022.

Minhas anotações
 Aula 1º

Surdez e Deficiência Auditiva

Nesta aula, estaremos abordando os conceitos sobre a

surdez, tipos de deficiência auditiva e graus de perda auditiva.
Ultimamente estamos vendo informações sobre a surdez
e sobre a Língua Brasileira de Sinais. Presenciamos o discurso
em Libras da primeira-dama na posse do atual Presidente,
demonstrando o reconhecimento e a valorização das lutas e
vitórias conquistadas até aqui pela comunidade surda.
Mas, e você sabe o que é uma pessoa surda? Consegue
diferenciar um surdo de um deficiente auditivo? Será que, de
fato, sabemos o verdadeiro conceito de Surdez? Mesmo com
todas as informações recebidas diariamente através de redes
sociais, ainda surgem dúvidas e questionamentos sobre a
“Língua dos surdos” e como eles se desenvolvem na sociedade.
Vamos, então ao estudo da aula com muita atenção!
Tenham uma seção de estudo muito produtiva.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer o que é surdez e deficiência auditiva (DA);

• compreender e diferenciar os tipos de deficiências auditivas;
• identificar os graus de perda auditiva.
 Libras – Língua Brasileira de Sinais
Seções de estudo
1 - Surdez e Deficiência Auditiva
2 - Tipos de deficiência auditiva
3 - Graus de perda auditiva
1 - Surdez e Deficiência Auditiva
O que é surdez
FIGURA 1 – SÍMBOLO INTERNACIONAL DA
SURDEZ. NO BRASIL, DETERMINADO PELA LEI Nº.
8.160, DE 1991
FONTE: Disponível em: https://www.libras.com.br/o-que-e-surdez. Acesso em: 08
maio 2022.
A surdez, ou perda auditiva, é a incapacidade ou
dificuldade de escutar sons, é uma deficiência invisível e uma
das que mais prejudicam o desenvolvimento da aquisição da
linguagem, com isso lesa o desenvolvimento no processo de
ensino-aprendizagem. A audição é um dos mais importantes
sentidos, pois é através dela que o ser humano percebe o
mundo e recebe as informações e tem, em seus primeiros anos
de sua vida, o estímulo correto na fase inicial da aquisição da
linguagem.
O prejuízo é muito grande, pois, uma criança que nasce
surda, em família de pais ouvintes, não possui língua. Os pais
falam a língua oral, mas a criança não tem esse canal receptor
em funcionamento para entender a língua falada dentro do
próprio lar, acontecendo, assim, o atraso nesse processo de
aquisição.
Muitas crianças surdas só terão contato com a língua de
sinais quando estiverem em idade escolar, que será por volta
de 4 para 5 anos, onde a defasagem por conta desse atraso
será enorme.
Segundo a lei 10.436/02, o termo surdo é usado para
a pessoa que se comunica unicamente através da Libras, e
deficiente auditivo, ou DA, para a pessoa que se comunica
com a língua oral ou que tenha perda auditiva moderada.
2 - Tipos de deficiência auditiva
Temos quatro tipos de deficiência auditiva:
6
FIGURA 2 – TIPOS DE PERDA AUDITIVA
FONTE: Disponível em: https://www.eauriz.com.br/quais-sao-os-tipos-de-perda-
auditiva/. Acesso em: 15 fev. 2022.
1 - Perda Auditiva Condutiva
O primeiro tipo é a perda auditiva condutiva, onde
acontece a interrupção na transmissão do som entre o
conduto externo e a orelha interna.
Essa pode ser recuperada com intervenções clínicas ou
cirúrgicas. Essa deficiência pode ser causada por diversos
motivos, entre eles: tampões de cera, corpos estranhos no
conduto auditivo externo, otites, má-formações congênitas e
inflamações, perfurações dos tímpanos, entre outros.
2 - Sensório Neural
Esse segundo tipo trata do impedimento da recepção do
som ao ouvido por lesão no nervo auditivo ou células ciliadas.
Esse tipo é irreversível.
Ele pode ser de questões hereditárias e congênitas, como
problemas pré-natais com a mãe como, por exemplo: sífilis,
rubéola, toxoplasmose, alcoolismo, diabetes, toxemia; também,
como, envelhecimento natural do ouvido e exposição aos
sons muito intensos. Pode, ainda, ser causado por meningite,
caxumba e traumas físicos ou no parto.
3 - Mista
Esse tipo de deficiência auditiva ocorre quando existe
uma lesão no órgão sensorial ou do nervo auditivo, ou seja, há
uma perda condutiva e perda neurossensorial concomitante.
A alteração na perda condutiva é reversível, mas a perda
neurossensorial é permanente. Isso pode ocorrer de lesões
no nervo sensorial através de infecções recorrentes ou otites
crônicas.
4 - Perda auditiva neural
Esse tipo de deficiência acontece devido a alterações nos
mecanismos de processamentos do som no tronco cerebral
(Sistema Nervoso Central) e a pessoa não ouve, pois tem
dificuldade na compreensão das informações sonoras.
3 - Graus de perda auditiva
Existem quatro níveis ou graus de perda auditiva: leve,
moderada, severa e profunda.

Para identificar esse nível de perda, a pessoa deve fazer
um teste chamado audiometria. É um teste onde a pessoa
é colocada em uma cabine com um fone de ouvido e uma
fonoaudióloga emite sons através de um aparelho que são
disparados nesses fones em vários níveis de decibéis (dB), que
é a medida usada para aferir a acuidade auditiva, ou seja, a
capacidade sensitiva e perceptiva da sua audição. Dependendo
do nível ou “altura do som” em que a pessoa passa a ouvir,
demonstra o grau da perda auditiva.
Em bebês, o teste realizado para identificar se a criança
tem respostas acústicas ou não é o teste da orelhinha realizado
ao nascer.
Na Figura 3, você pode observar um teste de audiometria
realizado em uma criança.
FIGURA 3 – TESTE DE AUDIOMETRIA
FONTE: Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/
deficiencia-auditiva.htm. Acesso em: 16 fev. 2022
Observe a Tabela 1 para visualizar melhor os níveis de
perda auditiva.
TABELA 1 – NÍVEIS DE PERDA AUDITIVA
FONTE: Disponível em: https://www.junioreletro.com.br/products/aparelho-
auditivo-recarregavel-axon-k-88-aparelho-auditivo-ite-aparelhos-auditivos-para-
idosos-audifonos-amplificador-de-som-para-surdez-3-3. Acesso em:16 fev. 2022.
A classificação dos níveis de perda auditiva demonstra
que tipo de som pode ser entendido em cada etapa. Segundo
Borba e Gomes (2012, p.02):
7
A deficiência auditiva é definida como perda
total ou parcial de resíduos auditivos, isto
ocorre por diversas causas entre elas a virose
materna adquirida durante a gravidez, ingestão
de remédios tóxicos, exposição a sons muitos
fortes. A perda auditiva avaliada em decibéis
e um portador de deficiência auditiva tem
sua surdez classificada pelo especialista
fonoaudiólogo como um grau de deficiência
leve em que a perda ã entre 20 a 40 db,
moderada entre 40 e 70 db, severa entre 70
e 90 db e profunda que ã acima de 90 db de
perda (BORBA; GOMES, 2012, p.02).
Audição Normal: (0 a 25 dB) – A audição considerada
normal nos permite ouvir todos os sons da fala humana,
com ela é possível desenvolver a aquisição da linguagem sem
dificuldades.
Perda Leve: (26 a 40 dB) – Com a perda auditiva
leve, a pessoa ainda consegue entender a fala, porém pode
acontecer que confunda o som das consoantes F, T, P, K, S, e,
ainda, escuta normalmente os sons de despertador, telefone,
liquidificador.
Perda Moderada: (41 a 70 dB) – Na perda auditiva
severa, a pessoa não consegue entender a fala em nível de voz
natural como uma conversa ou diálogo, só escuta sons altos
como choro de criança, aspirador, o que prejudica e limita
.
muito a interação com o mundo através da fala.
Perda Severa: (71 a 90 dB) – Não se ouve nenhum som
da fala nesse nível de perda e poucos sons serão entendidos,
como latidos de cachorros, barulhos de motos, pianos ou
toques de telefones em volume máximo.
Perda Profunda: (maior que 91 dB) – Na perda
profunda nenhum som é mais entendido, sons muito altos
podem ser captados. Nesse caso, usa-se o Aparelho de
Amplificação Sonora (AAS) somente para a segurança. Nesse
estágio, só se capta sons de disparo de arma de fogo, buzinas
de caminhão, turbinas de avião ou serras elétricas. Pode haver
indicação de um profissional para melhor avaliação para um
implante coclear – IC.
A surdez pode ocorrer por vários motivos, como
fisiológicos, hereditários, acidentes, entre outros, e em dois
momentos da vida: o pré-lingual e pós-lingual. O pré-lingual
é onde a criança fica surda antes de aprender a falar. Nesse
caso, a criança não terá adquirido ou desenvolvido a memória
auditiva, que é a base de apoio para aprender a língua materna.
A pós-lingual é onde ela fica surda após aprendizagem da fala.
Quando acontece nesse período, onde a criança já aprendeu a
falar, ela terá memória auditiva, auxiliando em todos os níveis
da aprendizagem.
Então, como a criança surda faz para aprender uma
língua se ela não tem como desenvolver a memória auditiva?
É simples, ela aprenderá através da memória visual, ex: se nós
falamos a palavra ARROZ, você busca automaticamente na
 Libras – Língua Brasileira de Sinais
sua memória auditiva o arroz, no surdo quando sinalizo o
sinal de ARROZ ele faz a busca na memória visual.
Observe a parte cinza na Tabela 2 do audiograma. Nela,
se localiza os sons audíveis da fala, conhecida como “banana
da fala”.
TABELA 2 – AUDIOGRAMA DE SONS
FAMILIARES
8
desenvolvimento da aquisição da linguagem, com isso lesa o
desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem. O
surdo, pela lei 10.463/02, é o sujeito que se comunica apenas
através da Língua de Sinais.
2 - Tipos de deficiência auditiva
Aprendemos que há quatro tipos de deficiência auditiva:
Condutiva – o som não é transmitido da orelha interna para
a externa por interrupção; Sensório neural – o som não
é transmitido por lesão no nervo auditivo; Mista – quando
acontece uma lesão no órgão sensorial e acontece a perda
concomitante; e a Perda auditiva neural – alteração no Sistema
Nervoso Central.

3 - Graus de perda auditiva

Diferenciamos os quatro níveis, ou graus, de perda
auditiva: leve, moderada, severa e profunda, e observamos que
quanto maior o grau de perda auditiva, maior será a dificuldade
de compreender o mundo na perspectiva do ouvinte.

Vale a pena

FONTE: Disponível em: http://portalotorrinolaringologia.com.br/SURDEZ-graus.

php. Acesso em:17 fev. 2022.
Vale a pena ler
Quando a criança tem a perda auditiva até 40 dB, isto é, Lei de Libras – Disponível em: https://brasilescola.
perda auditiva leve, terá pouco prejuízo no desenvolvimento uol.com.br/educacao/lingua-brasileira-sinais-libras.htm.
da fala, ou seja, da aquisição da linguagem. Já a partir da perda Acesso em: 20 fev. 2022.
auditiva modera, a criança terá mais prejuízo. A partir disso,
ela pode fazer uso do AAS para amenizar a dificuldade na
captação do som e auxiliar no desenvolvimento da aquisição
da linguagem e, consequentemente, no atraso cognitivo que é
acarretado pela perda auditiva. Vale a pena assistir
Todos os conflitos ocorridos sobre os direitos do sujeito
Surdo despertaram estudos e mudanças para esse grupo da AUDIBLE – Vidas em Jogo
sociedade, porém ainda há muito que se conquistar. Muitas
definições e conceitos foram criados e desconstruídos com
o passar do tempo, acompanhando indagações e reflexões de
luta dessa minoria da sociedade.

Retomando a aula

Só por ser dado um rótulo a uma pessoa, não quer dizer

Chegamos, assim, ao final da primeira aula e espera-
que ela não seja capaz de tanto quanto os outros. Porém,
se que tenham conhecido um pouco o que é surdez
às vezes, esses rótulos levam à discriminação, ao bullying e
e deficiência auditiva (DA), que sejam capazes de
a desnecessárias e injustas perdas de vida. Disponível em:
diferenciar os tipos de deficiências auditivas e de
https://www.magazine-hd.com/apps/wp/audible-vidas-
identificar os graus de perda auditiva.
em-jogo-em-analise/. Acesso em: 20 fev. 2022.
1 - Surdez e Deficiência Auditiva
Nessa seção 01, compreendemos que a surdez, ou perda
auditiva, é a incapacidade ou dificuldade de escutar sons, é
uma deficiência invisível e uma das que mais prejudicam o