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Ch – 60 horas
Profª Manuela Viana
Os Números da Surdez
No Brasil
No Brasil, estima-se que existam cerca de 15 milhões de pessoas com algum tipo de perda
auditiva. No Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
3,3% da população responderam ter algum problema auditivo. Aproximadamente 1% declarou ser
incapaz de ouvir. No Maranhão, de acordo com levantamentos realizados pelo IBGE/2000, o
número de surdos é de aproximadamente 200 mil pessoas, enquanto na ilha de São Luís foram
registrados 27.922 surdos Atualmente o Brasil atende a cerca de 700 mil pessoas com surdez nos
diversos níveis e modalidades de ensino, distribuídas entre escolas especiais para surdos, escolas de
ensino regular e ONG's.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1,5% da população
brasileira (2,25 milhões) é portadora de deficiência auditiva. Em 1998, havia 293.403 alunos,
distribuídos da seguinte forma: 58% com problemas mentais; 13,8%, com deficiências múltiplas;
12%, com problemas de audição; 3,1% de visão; 4,5%, com problemas físicos; 2,4%, de conduta.
Apenas 0,3% com altas habilidades ou eram superdotados e 5,9% recebiam "outro tipo de
atendimento” (Sinopse Estatística da Educação Básica/Censo Escolar 1998, do MEC/INEP). No
Brasil, empresas com mais de cem funcionários devem contratar 2% de pessoas com deficiência,
com 201 a 500 funcionários - 3%, de 501 a 1000 - 4 % e de 1001 funcionários em diante, 5%.
No Mundo
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 10% da população mundial
apresentam algum problema auditivo.
PREVENÇÃO DA SURDEZ:
APARELHO AUDITIVO
Um aparelho auditivo tem como finalidade ajudar as pessoas com uma perda auditiva a
perceber os sons. Atualmente, graças ao desenvolvimento da tecnologia digital e a um design
bastante avançado, é hoje possível encontrar aparelhos auditivos tão pequenos que podem ser
colocados no fundo do canal auditivo – sem prejuízo da reprodução sonora, a qual é tão clara e
cristalina, como a dos melhores reprodutores sonoros modernos.
Os ruídos de fundo sempre constituíram um dos maiores problemas dos utilizadores de aparelho
auditivo. Os aparelhos digitais avançados são capazes de reduzir os ruídos e realçar os sons, que são
importantes para compreender a fala. Este processo realiza-se automaticamente dentro do aparelho
auditivo sem que o utilizador se aperceba disso.
São aquelas pessoas que utilizam a comunicação espaço- visual como principal meio de
conhecer o mundo, em substituição à audição e à fala. A maioria das pessoas surdas, no contato com
outros surdos, desenvolve a Língua de Sinais. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde
não exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por
imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua oral (fala).
Deficiência Auditiva
Termo técnico usado na área da saúde e, algumas vezes, em textos legais, refere-se a uma perda
sensorial auditiva. Não designa o grupo cultural dos surdos.
Surdo-Mudo
Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuida ao surdo, e infelizmente ainda
O que é o Surdo-Mudo?
Erro social dado ao tato de que o surdo vive num „‟silêncio” rotulado pela própria sociedade (por
falta de conhecimento do real significado das duas palavras).
Surdez: dificuldade parcial ou total no que se refere à audição
Mudez: problema ligado à voz.
O que é a deficiência auditiva?
É apenas uma perda sensorial, por isto as pessoas com problemas de audição têm potencialidade
igual a de qualquer ouvinte. Comunicação com liberdade e segurança. Para os surdos a língua de
sinais é fundamental, pois só através dela podem se comunicar.
DESMISTIFICANDO OS ESTEREÓTIPOS
MODELOS EDUCACIONAIS
Na Alemanha, nesta mesma época, com Samuel Heinick, surge a filosofia educacional
Oralista que defende que o ensino da língua oral, e a rejeição à língua de sinais, é a melhor forma de
educar o aluno com surdez. Heinick funda a primeira escola pública para crianças com surdez
baseada no oralismo.
Apesar da disseminação da língua de sinais, a partir de 1860, com os avanços tecnológicos
que facilitavam a aprendizagem da fala pelas pessoas com surdez, o método oral ganhou força.
Ainda segundo Goldfield (1997), o mais importante defensor do Oralismo foi Alexander
Graham Bell, que exerceu grande influência no resultado da votação do Congresso Internacional de
Educadores de Surdos, realizado em Milão no ano de 1880. No Congresso, foi colocado em votação
qual método deveria ser utilizado na educação dos surdos. O Oralismo venceu e o uso da língua de
sinais foi oficialmente proibido. Ressalta-se que foi negado aos professores surdos o direito de
votar.
No início do século vinte a maior parte das escolas em todo o mundo deixa de usar a língua
de sinais. A oralização passa a ser o principal objetivo da educação das crianças surdas e, para
aprenderem a falar, passavam a maior parte do seu tempo nas escolas recebendo treinamento oral. O
ensino das disciplinas escolares foi deixado para segundo plano levando a uma queda significativa
no nível de escolarização dos alunos com surdez.
O Oralismo dominou até a década de sessenta quando William Stokoe publicou um artigo
demonstrando que a Língua de Sinais constituía-se em uma língua com as mesmas características
das línguas orais.
A partir daí, surgiram outras pesquisas demonstrando a importância da língua de sinais na
A Comunicação Total chega neste contexto como uma proposta flexível no uso de meios de
comunicação oral e gestual. Com a expansão da Comunicação Total, a proposta inicial é
transformada e se consolida, não como método, mas como uma filosofia educacional. Ciccone
(1990) diz que essa filosofia possui uma maneira própria de entender o surdo, ou seja, longe de
considerá-lo como portador de uma patologia de ordem “médica”, entende o surdo como uma
pessoa, e a surdez como uma marca, cujos efeitos adquirem, inclusive, características de um
fenômeno com significações sociais. Por não explicitar claramente procedimentos de ensino, a
Comunicação total é incorporada, em diferentes lugares, em versões muito variadas, caracterizando-
se, basicamente pela aceitação de vários recursos comunicativos, com a finalidade de ensinar a
língua majoritária e promover a comunicação.
Apesar da idéia generalizada de oposição entre Comunicação Total e Oralismo, devido à
inclusão de sinais na prática daquela, Marchesi (1987) afirma que a Comunicação Total não está em
oposição à utilização da língua oral, mas apresenta-se como um sistema de comunicação
complementar. Os adeptos da comunicação total consideram a língua oral um código imprescindível
para que se possa incorporar a vida social e cultural, receber informações, intensificar relações
sociais e ampliar o conhecimento geral de mundo, mesmo admitindo as dificuldades de aquisição,
pelos surdos, dessa língua. Entretanto, a lentidão e limitações que as crianças surdas apresentam na
aprendizagem da língua oral, quando utilizam o oralismo puro, são fatores decisivos para a
introdução, no ensino, de um código lingüístico estruturado que possa contribuir também para
realizar as funções que são da língua oral, ou seja, a comunicação entre as pessoas e a elaboração de
processos cognitivos mais refinados.
A abordagem educacional bimodalista destaca-se nesses sistemas. As práticas são
qualificadas como bimodais ou simultâneas porque envolvem combinações de uso concomitante de
duas modalidades, isto é, os sinais e a fala. Para Stewart (1983), entretanto, a utilização da fala
codificada em sinais, caracteriza-se como duas modalidades da mesma língua, porque baseia-se
apenas na língua majoritária. Góes (1994) diz que essa ideia é variável entre pesquisadores e
educadores, porque existe também a noção de um instrumento de comunicação em que se inserem
parâmetros de uma língua de sinais para acompanhar a fala. Assim, não se subentende o
envolvimento de uma só língua, já que os recursos comunicativos se compõem a partir de uma
língua falada e de uma língua de sinais.
Numa abordagem educacional, o bilinguismo baseia-se no reconhecimento do facto de que
as crianças surdas são interlocutoras naturais de uma língua adaptada à sua capacidade de
expressão. Assim sendo, a comunidade surda propõe que a língua gestual oficial do seu país de
origem lhes seja ensinada, desde a infância, como primeira língua. Reconhece ainda o facto de que
a língua oral oficial do seu país não deve ser por ela ignorada, pelo que lhe deve ser ensinada, como
segunda língua. Os bilinguístas defendem que a língua gestual deve ser adquirida,
preferencialmente, pelo convívio com outros Surdos mais velhos, que dominem a língua gestual.
Para os bilinguístas, os Surdos não precisam almejar ser iguais aos ouvintes, podendo aceitar
e assumir a surdez. O conceito principal que a filosofia bilíngue traz é de que os Surdos formam
uma comunidade, com cultura e língua próprias. Os bilinguístas preocupam-se em entender o
indivíduo Surdo, as suas particularidades, a sua língua (língua gestual), a sua cultura e a sua forma
particular de pensar, em vez de apenas os aspectos biológicos ligados à surdez.
No Brasil, a primeira lei que viabiliza o uso da Língua Brasileira de Sinais como a primeira
língua dos surdos foi assinada em novembro de 2002 pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.
· Estude o material recebido, sempre que possível, com a presença de uma pessoa surda.
· O estudo em grupo poderá facilitar o aprendizado, bem como o estímulo individual.
· Para que um sinal seja produzido corretamente, é necessário observar: configuração de mão, ponto
de articulação, movimento e expressão.
· Focalize o rosto do usuário da LIBRAS, não as mãos. Como usuário da LIBRAS, você aprenderá
a ampliar seu campo visual.
· Caso não encontre um sinal para uma determinada palavra, lembre-se de que somente a
comunidade surda poderá criá-lo.
· Certifique-se de que haja claridade suficiente no momento da conversa em LIBRAS.
· Não tenha receio de sinalizar e errar. O erro faz parte do processo de aprendizagem.
· Pode ser que em sua cidade, devido ao regionalismo, os surdos utilizem alguns sinais diferentes
para a mesma palavra. Caso isto ocorra, busque conhecê-los também com o próprio surdo.
· Nem sempre você encontrará um sinal que signifique exatamente a palavra que deseja empregar.
Caso isso ocorra, procure um sinal que mais se aproxime. Ex.: CONFECCIONAR (FAZER - sinal
em LIBRAS).
· Os termos técnicos, possivelmente, não terão sinais específicos que os represente exatamente.
Portanto, é recomendável digitá-lo para o surdo e tentar "interpretá-lo", até que ele, entendendo o
contexto, crie o sinal correspondente.
· Informe aos surdos sobre o que acontece ao seu redor.
· Procure dar ao surdo o máximo de informações visuais. Ex.: campainha luminosa para início e
término de qualquer atividade.
· Se você quiser chamar a atenção de um surdo, procure tocá-lo no ombro se estiver próximo, ou
acene com os braços se estiver distante.
· O contato com a comunidade surda é fundamental nesse processo de aprendizado da língua, pois
além do grande exercício que se pode fazer, é uma preciosa oportunidade de se conhecer também a
cultura dessa comunidade.
· Sugerimos aos participantes que desejem aprofundar-se no estudo da LIBRAS que entrem em
contato com as associações e federações de surdos locais e regionais, cujos contatos poderão ser
obtidos na FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos.
· Exercite sempre!
2- A LÍNGUA DE SINAIS
A discussão sobre surdez, educação e língua de sinais vem sendo ampliada nos últimos anos por
profissionais envolvidos com a educação de surdos, como também pela própria Comunidade surda.
A língua de sinais é a língua natural dos surdos, pois essa a criança surda adquire de forma
espontânea sem que seja preciso um treinamento específico, ainda é considerada por muitos
profissionais apenas como gestos simbólicos. De uma maneira geral, em nossa sociedade não existe
lugar para as diferenças, sendo os surdos usuários da língua de sinais desconsiderados no processo
educacional. Vivemos em uma sociedade na qual a língua oral é imperativa, e por conseqüência
caberá a todos que fazem parte dela se adequarem aos seus meios de comunicação,
independentemente de suas possibilidades. Qualquer outra forma de comunicação, como ocorre
com a língua de sinais, é considerada inferior e impossível de ser comparada com as línguas orais.
Muitos profissionais que trabalham com surdos têm uma visão sobre a língua de sinais como uma
2.1- A LIBRAS
LIBRAS, ou Língua Brasileira de Sinais, é a língua materna dos surdos brasileiros e, como tal,
poderá ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com essa comunidade.
Como língua, esta é composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como
gramática semântica, pragmática sintaxe e outros elementos, preenchendo, assim, os requisitos
científicos para ser considerada instrumental linguístico de poder e força. Possui todos os elementos
classificatórios identificáveis de uma língua e demanda de prática para seu aprendizado, como
qualquer outra língua. Foi na década de 60 que as línguas de sinais foram estudadas e analisadas,
passando então a ocupar um status de língua. É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela
linguística. Pesquisas com filhos surdos de pais surdos estabelecem que a aquisição precoce da
Língua de Sinais dentro do lar é um benefício e que esta aquisição contribui para o aprendizado da
língua oral como Segunda língua para os surdos.
http://www.alfabetosurdo.com/ptsign/history.asp
2- ______________________ 1a-__________________________
3- ______________________ 2a- __________________________
4- ______________________ 3a- __________________________
5- ______________________ 4a- __________________________
6- ______________________ 5a-__________________________
4 - NUMERAIS NA LIBRAS
5. CUMPRIMENTO NA LIBRAS
A saudação faz parte da interação entre às pessoas, seja ela surda ou não. Dependendo
da situação, utiliza-se sinais específicos para situações formais e informais na Língua de Sinais.
Segue exemplos de sinais para as duas situações.
ESTOU BEM OI
SINAL
________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Pode ser uma marca de concordância verbal com o advérbio de lugar. Exemplo:
3) movimento (M)
Pode ser uma raiz. Exemplos:
IR, VIR, BRINCAR.
A alteração na freqüência do movimento, pode ser uma marca de aspecto temporal:
TRABALHAR-CONTINUAMENTE; de modo: FALAR-DEMASIADAMENTE, ou
um intensificador: TRABALHAR-MUITO
b) PARÂMETROS SECUNDÁRIOS:
1) Disposição das mãos: a realização dos sinais na LIBRAS pode ser feito com a mão dominante
ou por ambas as mãos.
2) Orientação das mãos: direção da palma da mão durante a execução do sinal da LIBRAS, para
cima, para baixo, para o lado, para a frente, e outros. Também pode ocorrer a mudança de
orientação durante a execução de um sinal.
3) Região de contato: “refere-se à parte da mão que entra em contato com o corpo. Esse contato
pode-se dar de maneiras diferentes: por meio de um toque, de um risco, de um deslizamento etc.”
(BRITO, 1995).
4) Expressões faciais: “muitos sinais, além dos parâmetros mencionados, têm como elemento
diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, traduzindo sentimentos e dando mais
sentido ao enunciado e em muitos casos determina o significado do sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou
seja, podem expressar as diferenças entre sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e
negativas.
Expressões faciais
EXERCÍCIO
Exercício
b. Meses do Ano
Existem sistemas de convenções para escrever os sinais realizados na Libras. Este sistema, que vem
sendo adotado por pesquisadores de línguas de sinais em outros países e aqui no Brasil, tem este
nome porque as palavras de uma língua oral-auditiva são utilizadas para representar
aproximadamente os sinais. Assim a Libras será representado a partir das seguintes convenções:
1- Os sinais da Libras, para efeito de simplificação, serão representados por itens lexicais da
Língua Portuguesa em letra maiúscula.Ex: CASA, ESTUDAR.
2- Um sinais, que é representado por duas ou mais palavras em língua portuguesa, será
representada pelas palavras separadas por hífen. Ex: CORTAR-COM-FACA.
3- Um sinal composto, formado por dois ou mais sinais, mas com a ideia de uma única coisa,
será separado pelo símbolo^. Ex: CAVALO^LISTRAS (zebra)
4- A datilologia, que é usada para representar nomes de pessoas ou localidades, e outras
palavras que não possuem sinais ou que se fizerem necessária no discurso, será representada
pela palavra separada, letra por letra, por hífen. Ex: J-O-Ã-O
5- Na Libras não há desinência para gênero. O sinal, representado por palavras da língua
portuguesa que possui marcas de gênero, está terminado com o símbolo @. Ex: AMIG@,
EL@.
6- Os traços não manuais como as expressões faciais e corporais, estão representadas acima do
sinal ao qual está acrescentando alguma ideia. Ex; interrogativa exclamativa
muito
NOME ADMIRAR LONGE
7- Os verbos possuem concordância de lugar ou número-pessoal, através do movimento
direcionado, e serão representados pela palavra correspondente a letra em subscrito.1s 2s 3s
= 1ª 2ª 3ª pessoa do singular. A letra “p” significa plural. Ex: 1s DAR 2s – “eu dou para
você”; 2s PERGUNTAR 3p = “você pergunta para eles.
8- Na libras não há desinência que indique o plural. As vezes há um marca de plural pela
repetição do sinal ou alongamento do movimento. Ex: MUIT@ e GAROT@ +
A LIBRAS não tem em suas formas verbais a marca de tempo como o português. Como vimos,
essas formas podem se modular para aspecto. Algumas delas também se flexionam para número e
pessoa.
Dessa forma, quando o verbo refere-se a um tempo passado, futuro ou presente, o que vai marcar o
tempo da ação ou do evento serão itens lexicais ou sinais adverbiais como ONTEM, AMANHÃ,
HOJE, SEMANA-PASSADA, SEMANA-QUE-VEM. Com isso, não há risco de ambigüidade
porque sabe-se que se o que está sendo narrado iniciou-se com uma marca no passado, enquanto
APOSTILA DE LIBRAS-UFMA - PROFª MANUELA VIANA Página 19
não aparecer outro item ou sinal para marcar outro tempo, tudo será interpretado como tendo
ocorrido no passado.
Os sinais que veiculam conceito temporal, em geral, vem seguidos de uma marca de passado,
futuro ou presente da seguinte forma: Movimento para trás, para o passado; Movimento para frente,
para o futuro; e Movimento no plano do corpo, para presente. Alguns desses sinais, entretanto,
incorporam essa marca de tempo não requerendo, pois, uma marca isolada como é o caso dos sinais
ONTEM e ANTEONTEM ilustrados a seguir:
ONTEM ANTEONTEM
ANO ANO-PASSADO
É interessenta notar, que uma linha do tempo constituída a partir das coordenadas: passado
(atrás)- presente (no plano do corpo)- futuro (na frente), pode ser observada também em línguas
orais como o português e o inglês como mencionado no início desse curso. Uma estruturação
completamente diferente do tempo foi observada por nós na Língua de Sinais Urubu-Kaapor, língua
de sinais da comunidade indígena Urubu habitante da Floresta Amazônica, onde o tempo futuro é
para cima e o presente no torso do usuário dessa língua. O passado não parece ser marcado.
Isso levou-nos a considerar que as línguas Portuguesa e LIBRAS não são tão distintas assim
naquilo que não depende de restrições decorrentes da modalidade visual-espacial, veiculando,assim,
uma visão de mundo muito similar, pelo menos nos aspectos semânticos até o momento estudados
por nós.
APOSTILA DE LIBRAS-UFMA - PROFª MANUELA VIANA Página 20
As diferenças que vimos apontando ultimamente na estruturação gramatical e lexical da LIBRAS e
do português parecem não apontar tanto para diferenças culturais mas são sim devidas ao fato de a
primeira usar o espaço e de a segunda utilizar o meio acústico, para estruturar os significados
lexicais e gramaticais.
TEMPO EM LIBRAS
Na LIBRAS há dois sinais para se referir à hora: um para se referir ao horário cronológico e
outro para a duração. O sinal HORA, com o sentido de tempo cronológico, é sinalizado por um
aponta para o pulso e, quando utilizado em frase interrogativa - expressão interrogativa “QUE-
HORA?”
O sinal HORA, com o sentido de tempo decorrido ou duração, é sinalizado por um círculo redor
do rosto e, quando utilizado em frase interrogativa - expressão interrogativa “QUANTAS-HORAS”,
tem um acréscimo da expressão facial para frase interrogativa.
1- QUE –HORAS.
AULA LIBRAS COMEÇAR QUE-HORA AQUI?____________________
VOCÊ TRABALHAR COMEÇAR QUE-HORAS?__________________
AULA TERMINAR QUE-HORA?___________
VOCÊ DORMIR QUE-HORA?____________
2- QUANTAS-HORAS.
VIAJAR SÃO-LUÍS/SÃO-PAULO QUANTAS-HORAS?_________________
TRABALHAR ESCOLA QUANTAS-HORAS?_______________
AULA LIBRAS QUANTAS-HORAS?___________________
Pronomes Pessoais
A LIBRAS possui um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso: primeira
pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): EU; NÓS-2, NÓS- 3, NÓS-4, NÓS-GRUPO,
NÓS/NÓS-TOD@S;
negação
• PRECISAR /PRECISAR-NÃO
negação
• GOSTAR-NÃO CARNE, PREFERIR FRANGO, PEIXE;
C- com um aceno de cabeça que pode ser feito simultaneamente com a ação que
está sendo negada ou juntamente com os processos acima:
•PODER / PODER-NÃO
não
•EU VIAJAR PODER-NÃO
Frase-1 (AFIRMATIVA)
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Frase-2 (INTERROGATIVA)
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Frase-3 (EXCLAMATIVA)
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Frase-4 (NEGATIVA)
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Frase-5 (INTERROGATIVA/NEGATIVA)
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Frase-6 (INTERROGATIVA/EXCLAMATIVA)
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FAMÍLIA – VOCABULÁRIO
1
Sinais retirados da Apostila Pedagogia da Fundação Universidade do Tocantins (UNITINS)
EADCON. – Curitiba: EADCON, 2010.
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VOCABULÁRIO ADJETIVOS
MATERIAL ESCOLAR
ADESIVO APONTADOR
DICIONÁRIO GIZ
LOUSA PAPEL
BIBLIOTECA DIRETORIA
ESCOLA UNIVERSIDADE
FACULDADE ENSINAR
CURSO ARTE
CIÊNCIAS BIOLOGIA
HISTÓRIA LETRAS
PEDAGOGIA MATEMÁTICA
EDUCAÇÃO ENSINAR
PROFESSOR REUNIÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CURIOSIDADES