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Referências Bibliográficas:
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SUMÁRIO
▪ FONIATRIA E NEUROPLASTICIDADE
▪ DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
▪ AVALIAÇÃO FONIÁTRICA
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FONIATRIA E
NEUROPLASTICIDADE
Foniatria é a área de atuação da otorrinolaringologia, que se dedica ao estudo,
diagnóstico e tratamento dos distúrbios da linguagem oral e escrita.
Apesar de ser uma área que atende adultos e crianças, é nas crianças que a foniatria
se torna importantíssima, não só pelas consequências dos distúrbios do
desenvolvimento de linguagem, mas também pela alta incidência destes problemas
na população infantil. O atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem é uma
queixa frequente na população pediátrica acometendo em torno de 7-30% das
crianças.
LINGUAGEM E FALA
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A fala é o canal que viabiliza a expressão da linguagem e corresponde à realização
motora da linguagem. Portanto, a fala refere-se basicamente à maneira de articular
os sons na palavra (incluindo a produção vocal).
NEUROPLASTICIDADE
1. RESERVA NEURAL: nesta teoria, supõe-se que exista uma reserva de conexões
neuronais no sistema nervoso central. Essa reserva é ativada, sempre que
necessário, para substituir as que não estão mais ativas.
NEUROPLASTICIDADE E LINGUAGEM
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O processamento auditivo central pode ser avaliado através do exame P300. O
potencial positivo 300 (P300) é um potencial auditivo evocado, gerado
voluntariamente, dependente de atividade cognitiva, principalmente da atenção.
Sua origem é complexa e ainda mal compreendida.
Outra indicação são pacientes com queixas auditivas incompatíveis com os limiares
auditivos e idosos com dificuldade de reconhecimento de fala em ambientes
ruidosos.
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DESENVOLVIMENTO
DA LINGUAGEM
A aquisição da linguagem não ocorre de maneira uniforme ao longo da vida, ela é
muito mais intensa durante a primeira infância. Ao nascimento, já temos substrato
neurofisiológico para o desenvolvimento da linguagem, no entanto, este só ocorre
de forma adequada se houver interação da criança com o meio e com as outras
pessoas. A ação conjunta entre o adulto e criança é que permite que a linguagem
se desenvolva e se torne eficiente. Portanto, aprendemos a nos comunicar
interagindo e imitando o outro.
Nos primeiros anos de vida, pela função auditiva, a criança se familiariza com a
estrutura da língua materna e organiza informações linguísticas necessárias ao
desenvolvimento da linguagem oral.
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Durante o desenvolvimento da fala a criança adquire o inventário fonético,
articulação dos sons e os organiza de acordo com as regras da língua ouvida. Para
isso, a criança experimenta diversos processos fonológicos na tentativa de
aproximar a sua produção de fala à do adulto, para que, aos quatro anos, já tenha
condições de produzir e utilizar adequadamente todos os sons da língua materna.
Aos quatro meses, a criança amplia seu repertório incluindo sons consonantais e,
mais tarde, produções silábicas, mas ainda sem intenção comunicativa.
Por volta dos dois anos, é capaz de manter pequena conversação, e aos três anos
já está pronta para manter uma conversa coesa.
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Aos cinco anos a criança assimila as principais regras gramaticais e está pronta para
se comunicar como um adulto e iniciar o aprendizado formal da linguagem escrita.
A partir dos seis anos tem início o aprendizado da linguagem escrita, cuja base
neurobiológica tem componentes inatos menos fortes do que a linguagem oral. Para
que esse aprendizado ocorra de maneira adequada é fundamental que a criança já
tenha concluído, em termos de qualidade, o desenvolvimento da linguagem oral e
perceba e manipule os componentes sonoros da fala (palavras, sílabas e fonemas),
ou seja, tenha consciência fonológica.
Esses fatores iniciados desde o início da vida são capazes de estimular não só as vias
auditivas, mas inúmeras vias responsáveis pelo aprendizado, favorecendo melhor
desempenho acadêmico e aumentando a reserva cognitiva, que é extremamente
importante na idade senil.
A conversa com crianças pequenas deve ser realizada em intensidades mais altas,
em menor velocidade, pois a velocidade de processamento das informações
auditivas de crianças pequenas é mais lenta, quando comparada ao de crianças
maiores e adultos. Além disso, deve-se não usar fala infantilizada e evitar empregar
todas as palavras no diminutivo.
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2. LEITURA - proporciona aumento de vocabulário e enriquecimento do
conhecimento da criança. Quanto mais rico em comunicação verbal for a criança
pequena, melhor será a aprendizagem da linguagem oral e escrita, assim como o
desempenho acadêmico. Inversamente, quanto mais pobre a estimulação, menor o
desenvolvimento cognitivo.
3. MÚSICA – a relação com a música melhora a forma com que o cérebro detecta
mudanças sonoras rápidas utilizadas na fala e, consequentemente, melhora as
habilidades acústicas e fonéticas necessárias para o aprendizado da linguagem oral
e escrita.
Estudos mais recentes demonstram que a música e a linguagem têm vários módulos
neurais em comum e que o treinamento musical pode auxiliar na prevenção,
reabilitação e tratamento de distúrbios de audição, de linguagem e de
aprendizagem.
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FATORES NEGATIVOS NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
2. PERDA AUDITIVA - quando uma criança está privada da audição ocorre um tipo
de plasticidade negativa e as áreas auditivas não amadurecem adequadamente,
podendo apresentar déficits para processar os estímulos acústicos. O resultado são
transtornos no desenvolvimento da linguagem. Deve-se lembrar que a otite média
é a principal causa de perda auditiva na infância.
A perda auditiva não prejudica apenas as crianças. Já é comprovado que idosos com
perda auditiva apresentam progressão de atrofia cerebral mais acelerada do que
ouvintes normais da mesma faixa etária. A presbiacusia, por exemplo, acarreta uma
atrofia maior nos giros temporais superior, médio e inferior, que são as estruturas
responsáveis pelo processamento do som e da linguagem.
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AVALIAÇÃO FONIÁTRICA
É frequente que os otorrinolaringologistas sejam procurados por famílias que trazem
crianças com atrasos de desenvolvimento de linguagem. O primeiro passo, é a
avaliação auditiva. Com a função auditiva normal, o médico deve procurar o
diagnóstico foniátrico e propor a melhor terapia para cada caso. Portanto, o
conhecimento de como avaliar um paciente com atraso no desenvolvimento é muito
importante.
ANAMNESE
As crianças pequenas normalmente são trazidas com a queixa de que não falam ou
que estão com um ritmo de desenvolvimento de linguagem inferior. As crianças
maiores, por sua vez, são trazidas com queixas de problemas de aprendizado de
leitura e escrita.
Como primeiro passo na investigação, deve-se ter certeza que a criança escuta e
enxerga bem. Portanto, os exames audiométricos e oftalmológicos específicos
para cada idade devem ser realizados.
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As informações do comportamento da criança também são importantes. Crianças
que não se relacionam com adultos nem com outras crianças, que não mantêm
contato ocular, que não usam os brinquedos de forma convencional, que têm muita
agitação, movimentos repetitivos e hipersensibilidade a estímulos sensoriais ou têm
interesses fixos por alguns objetos podem estar dentro do espectro do transtorno
autista.
EXAME FÍSICO
Abaixo uma tabela com o resumo do desenvolvimento das habilidades para cada
faixa etária:
▪ Responder a comandos verbais sem pistas visuais. Ex: dar tchau, jogar beijo, palmas
▪ Começar dizer as primeiras palavras com significado. Ex: mama, papa, dadá, teté.
12-18 meses
▪ Olhar quando chamado pelo nome.
▪ Entender o “não”.
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▪ Utilizar duas palavras. Ex: dá neném! Dá dedera! É meu!
▪ Saber as partes do corpo e identificá-las. Ex: cadê o cabelo? Cadê a barriga? Cadê a boca?
18-24 meses ▪ Responder “sim” e “não” e usar gestos com a cabeça ou dedo para responder perguntas.
▪ Brincar com os objetos da forma convencional. Ex: utilizar colher para comer, pente para
cabelo, copo para beber, etc.
▪ Saber o nome dos objetos do dia-a-dia. Ex: copo, boneca, cachorro (au-au), carro, bola,
etc. (fala aproximadamente 200 a 300 palavras).
▪ Saber quem são as pessoas próximas. Ex: papai, mamãe, vovó, titia, irmão, etc.
▪ Saber a diferença entre grande e pequeno, muito e pouco.
2-3 anos ▪ Utilizar “quem” e “onde” para fazer perguntas.
▪ Conhecer algumas cores básicas. Ex: pegue o lápis vermelho!
▪ Usar verbos para formar frases simples. Ex: “eu estava brincando”, “papai está dormindo”,
“eu fui à escolinha”, “cadê o au-au?”, “que au-au grande!”.
▪ Gostar de “ajudar” os adultos nas atividades domésticas, brincar de faz de conta, entender
o que é permitido e proibido.
▪ Falar todos os sons da língua, mas ainda pode ter dificuldades nos encontros consonantais.
Ex: planta, prato, braço.
▪ Manter uma conversa.
▪ Conseguir lembrar situações passadas e contar histórias simples, por exemplo, o que fez na
4-5 anos escola, o que comeu, quem
▪ encontrou na rua, etc.
▪ Gostar de brincar em grupo, de imitar personagens e brincar de faz-de-conta.
▪ Ser curioso e ansioso para mostrar o que aprendeu e o que sabe fazer.
▪ Conseguir contar histórias como narrador.
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▪ Ter noção temporal. Ex: amanhã, ontem, hoje, dias da semana, etc.
▪ Identificar letras do próprio nome.
▪ Conhecer os números.
▪ Manter uma conversa.
5-6 anos
▪ Falar as palavras corretamente.
▪ Gostar dos amigos e de brincar de faz de conta. Ex: super-herói.
▪ Interessar-se pela leitura e escrita.
▪ Contar histórias com mais detalhes.
DIAGNÓSTICO
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DISTÚRBIO ESPECÍFICO
DA LINGUAGEM
O distúrbio específico da linguagem (DEL) é um transtorno primário do sistema de
linguagem, onde há desenvolvimento físico e intelectual completamente normal,
exceto pelo não aparecimento da linguagem. A prevalência é de 7% da população,
com uma incidência maior em meninos.
ETIOPATOGENIA
VOCÊ LEMBRA? A área de Wernicke é uma região situada no lombo temporal responsável pela
recepção e compreensão das palavras. A área de Broca, por sua vez, é uma região no córtex
pré-frontal responsável pela expressão motora das palavras.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
O quadro clínico é variável, mas de uma forma geral, as crianças apresentam atraso
severo e persistente da linguagem, mesmo com o diagnóstico precoce e a
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intervenção adequada. A maioria destas crianças apresentam dispraxia, uma
dificuldade de imitar e executar movimentos.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
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deficiência mental, por doenças neurológicas, autismo, psicose ou falhas no sistema
educacional. Portanto, o diagnóstico é de exclusão.
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DISTÚRBIO ESPECÍFICO
DA LINGUAGEM E ESCRITA
O distúrbio específico da linguagem e escrita, mais conhecido como dislexia, é um
distúrbio primário da linguagem que impede o entendimento do significado da
palavra escrita devido um déficit na capacidade de simbolizar. Afeta 5-10% das
crianças e é mais comum em homens.
ETIOPATOGENIA
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APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Os disléxicos leem lentamente e com erros, pois têm dificuldade para distinguir
letras com a mesma configuração (por exemplo: p, q, b, d). Tentam adivinhar as
palavras e apresentam confusão sonora (“p” com “b”, “t” com “d”, “v” com “f”).
Na dislexia, o indivíduo aprende a palavra falada e como são as letras, mas não
consegue associar as imagens aos sons. Tem dificuldade de soletrar. Não consegue
fazer a associação entre as imagens auditivas e as formas.
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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
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TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
APRENSENTAÇÃO CLÍNICA
O TEA tem origem nos primeiros anos de vida, mas sua trajetória inicial não é
uniforme. Em algumas crianças, os sintomas são aparentes logo após o nascimento.
Entretanto, na maioria dos casos, os sintomas só são identificados entre 1 e 2 anos
de idade.
A suspeita de TEA é aventada em crianças que não se relacionam nem com adultos
nem com outras crianças, que não mantem contato ocular, que tem uma
brincadeira muito rudimentar para a idade, que não usam brinquedos de forma
convencional, que tem agitação ou movimentos repetitivos, apresentam
hipersensibilidades a estímulos sensoriais ou tem interesse fixo por objetos.
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Sinais sugestivos de TEA nos primeiros anos de vida
SÍNDROME DE ASPERGER
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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
ETIOPATOGENIA
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
O início dos sinais e sintomas ocorre geralmente antes dos 4 anos e invariavelmente
antes dos 12 anos de idade.
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A impulsividade refere-se a ações precipitadas com o potencial de um desfecho
negativo, como por exemplo, atravessar a rua sem olhar ou quando adolescentes ou
adultos, abandonar de repente a escola ou o trabalho sem pensar nas
consequências.
Crianças com déficit de atenção tendem a desistir diante de situações que exigem
desempenho contínuo para complementação de tarefas. Por este motivo, cerca de
20 a 60% das crianças com TDAH têm déficits de aprendizagem.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
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anfetamina. As respostas são muito variáveis e as doses dependem da gravidade do
comportamento e da tolerância ao fármaco. A dose é ajustada na quantidade e
frequência até atingir a resposta ótima.
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