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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 43
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
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2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Fonte: povosindigenas.com
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Portanto, como caracteriza (ALMEIDA S; et al., 2018), o (TEA) transtorno do
espectro autista pode ser considerado como um dos transtornos que faz parte do
grupo de transtorno de neurodesenvolvimento e ele é mais predominante na infância.
Dois domínios centrais fazem parte do (TEA) e é caracterizado também por eles:
1) Padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses ou atividades;
2) Déficits na comunicação social e interação social;
Os atrasos de comportamento social da criança autista estão associados as
dificuldades de se relacionar com outras pessoas e conforme a criança vai crescendo,
tendem a ficar mais evidentes, pois as demandas sociais aumentam a cada dia, isso
significa que a criança não atinge os marcos evolutivos esperados para a sua idade.
Podemos dizer então que o atraso do comportamento social são sinais precoce do
autismo. Na maioria das vezes essa condição sobre a dificuldade de interação social
e de relacionamento pode passar a impressão de que a criança não consegue
socializar com outras pessoas, por está fechada dentro de seu mundo particular,
(GAIOTO M; et al., 2018).
Já a aquisição da linguagem verbal é percebida quando a criança não aprende
a falar ou tem atrasos significativos quando comparada a outras crianças da mesma
faixa etária. A aquisição da linguagem são dificuldades de linguagem e estão
presentes na grande maioria das crianças autistas e podem ser representadas
também pela aquisição de linguagem não verbal que é quando a criança não
consegue apontar para objetos ou não sabe o significado de “mandar tchau” ou até
mesmo quando alguém esta triste e que por isso está chorando, a criança não
consegue fazer essa identificação (GAIOTO M; et al., 2018).
As repostas repetitivas é outra característica comum nas crianças autista,
essas respostas são consideradas estereotipias motoras em que a criança acaba se
estimulando objetivando a regulação sensorial e até mesmo uma busca por
sensações físicas de prazer. A maneira como a criança lida com essas respostas
repetitivas seria uma forma de se reorganizar diante de um incômodo ou uma situação
desconfortável e diminuir a ansiedade. Em caso de extrema ansiedade ou estresse as
crianças estereotipias usa essa ferramenta como forma de buscar conforto e
autorregulação, (GAIOTO M; et al., 2018).
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Outros exemplos que são comuns em crianças estereotipias motoras e que são
observados é o rocking (mover o tronco para a frente e para trás), movimentar as
mãos na frente do rosto, andar na ponta dos pés, olhar objetos que giram, girar sobre
o próprio eixo ou correr sem um objeto claro, também tem o flapping (movimento de
balançar as mãos). Os prejuízos de cognição é outra característica comum em
crianças autista, as pesquisas apontam cerca de 50% das crianças (TEA) apresentam
prejuízos intelectual. O prognóstico dessas crianças é considerado o pior, tendo em
vista a comparação com as crianças no espectro com inteligência normal, pois
resistem ou têm mais dificuldade para aprender novas atividades ou comandos e
novas habilidades, (GAIOTO M; et al., 2018).
O transtorno do espectro autista, de modo geral, pode se apresentar de várias
formas, o mesmo apresenta um universo de possibilidades sintomatológicas, cada
criança apresenta um caso diferente e todas elas têm as suas particularidades
individuais que merecem cuidados e intervenções individualizadas. Mesmo que uma
criança tenha o mesmo grau de autismo de uma outra criança “ No autismo, cada caso
é um caso diferente”, (GAIOTO M; et al., 2018).
Contudo, o fato da multiplicidade ser complexa torna –se um verdadeiro
universo de características de sintomas que abarca problemas como dificuldades
sociais, sensoriais, acadêmicas, motoras e cognitivas, comportamentais. No entanto,
existem uma gama de possibilidades de intervenções clínica que são necessárias e
também são possíveis pelas suas multiplicidades, elas podem ajudar a vida dessas
crianças e de suas famílias, (GAIOTO M; et al., 2018).
De acordo com (GAIOTO M; et al., 2018), o tratamento deve ser desenhado de
maneira individualizada para atender as necessidades específicas de cada pessoa,
levando em consideração a grande complexidade que o (TEA) transtorno do espectro
autista representa e na forma individualizada e única de cada pessoa, dando a
importância sobre as características e demandas individuais e também a gravidade
dos sintomas e prejuízos apresentados. As intervenções devem envolver a
coordenação de diversos serviços com o acompanhamento interdisciplinar e são eles:
➢ Educacionais,
➢ Psicoterápicas,
➢ Terapeuta ocupacional,
➢ Fisioterapeuta,
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➢ Psicólogo comportamental,
➢ Fonoaudiólogo,
➢ Educador físico
➢ Psicopedagogo,
➢ Neuropsicopedagogo
➢ Acompanhante terapêutico,
➢ Médicas que dependendo do caso poderá contar com médico
especialista,
➢ Educadores, entre outros profissionais.
A detecção precoce dos sinais e sintomas é primordial e importante, pois
quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores resultados serão alcançados no
desenvolvimento cognitivo, as habilidades sociais e linguagem (LAMPREIA, 2007;
REICHOW, 2012 apud MIELE F; 2016). De modo geral, os familiares mais próximos
e os pais conseguem identificar os primeiros sintomas e sinais do transtorno.
O autismo hoje é definido então como transtorno do espectro autista, isso
significa que são sintomas que fazem parte de um espectro amplo com vários
sintomas diferentes, levando em consideração que já são mais de 200 genes
relacionados aos sintomas do autismo, dessa forma se dentro de um gene já existem
diversas variações comportamentais, imagina então a quantidade de diferentes
comportamentos que os autistas têm em centenas de genes diferentes.
Deve – se ressaltar também sobre a atualização da síndrome de Asperger, a
mesma não existe mais nos manuais de diagnósticos como o DSM-5 (Manual
Estatístico dos transtornos mentais) onde os médicos se baseiam para realizar o
diagnóstico e também na nova versão do CID-11 (Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) na qual é
caracterizado por ser o código internacional da doença. Através do CID toda doença
tem um código que contém um número para ser universal e internacional, o que
determina a característica e o tipo de transtorno que a pessoa tem, de acordo com as
especificações desses manuais a síndrome de asperger não existe mais, agora ela se
encaixa dentro do transtorno do espectro autista (TEA), como autismo leve.
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Contudo, ao invés de mencionarmos síndrome de Asperger ou de autismo
clássico, agora tudo é (TEA) e é separado em níveis diferentes de gravidade e também
pelas dimensões de sintomas que estão mais comprometidos e não mais em nomes
ou termos.
Dessa forma, existem muitas variações na manifestação dos sintomas, o que
implica diferentes necessidades educacionais e terapêuticas, o conceito de espectro
autista surgiu para mostrar que o rótulo “autismo” pode representar um conjunto
bastante heterogêneo de individualidades.
Tendo em vista, que os principais pontos de critérios diagnóstico do T.E.A, já
mencionados acima, são: as dificuldades nas relações sociais, dificuldades na fala
e/ou na comunicação, estereotipias e/ou interesses restritos. Os dados atuais de
estudos recentes mostram que o (TEA) atinge 1% da população, isso quer dizer que
uma em cada 100 pessoas tem o diagnóstico do transtorno do espectro autista.
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deduzidos como doenças comuns com componentes genéticos e que fazem parte
desse modelo e são causadas pela herança de uma combinação de variantes
genéticas, e cada qual associadas a baixo risco de desenvolvimento da doença,
(OLIVEIRA K; et al., 2017).
Como os efeitos do impacto do fenotípicos a tendência de cada variante é
baixa, se um indivíduo for portador de algumas ou algumas delas, eles não
desenvolverão a doença e as variantes continuarão a ser transmitidas de geração em
geração e se tornarão comuns na população. Portanto, a possibilidade de um
indivíduo herdar uma quantidade suficiente dessas variantes de baixo risco para
desenvolver a doença não é tão rara. Baseado nestes conceitos, a herança
responsável pela maioria dos casos de TEA, vem do padrão poligênico ou multifatorial.
Dessa forma, ao passar dos anos, certificou –se que um número considerável de
pacientes com TEA apresentava mutações raras com efeito deletério sobre o
desenvolvimento neuronal, que seriam suficientes para, sozinhas, causarem a
doença, (OLIVEIRA K; et al., 2017).
Para (OLIVEIRA K; et al., 2017) a mesma variante genética com potencial efeito
deletério é compartilhada pelos indivíduos afetados em algumas famílias, mas
também está presente em indivíduos não afetados, sugerindo um padrão monogênico
de herança com penetrância fenotípica incompleta. Deste então, atualmente os
padrões de herança do transtorno do espectro autista foram revisados e uma
interação entre variantes raras e comuns passaram a ser a explicação mais provável
para estes achados e para a arquitetura genética subjacente da doença, veja a (Figura
abaixo):
Dessa forma, uma parte dos casos seria causada por um grande número de
variantes comuns de baixo risco que, unidas, tem a capacidade de desencadear o
desenvolvimento da doença. Em relação aos outros casos esses já são causados por
um número médio de variantes comuns de baixo risco, as quais levariam ao
desenvolvimento do TEA quando combinadas a uma variante rara de risco moderado,
(OLIVEIRA K; et al., 2017).
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Fonte: scielo.br
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Em relação a este caso, o risco de recorrência na família é o mesmo da
população em geral (exceto em casos de mutações germinativas). Apesar de
contribuir amplamente para o risco de TEA, essas variantes são difíceis de se
identificar, pois estão relacionadas a efeitos sutis, e a maioria ainda é desconhecida.
Portanto, muito do nosso conhecimento sobre os genes envolvidos na etiologia do
TEA vem de estudos que identificaram variantes de risco moderado a alto. Através
dos estudos sobre TEA estima-se que variantes com mais de 400 genes e diversas
variações no número de cópias (variações no número de cópias - CNV) correspondam
a eventos de deleção e duplicação, podendo representar um risco moderado a alto de
desenvolver a doença. (OLIVEIRA K; et al., 2017).
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resultados, falta de profissionais de saúde e população, falta de conscientização, e
conseguinte, idade avançada de diagnóstico e manutenção de registros precários,
além de problemas metodológicos, como amostras pequenas, (MENEZES; 2020).
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Dessa forma, podem alterar a expressão gênica através das assinaturas
epigenéticas, como a metilação da citosina na cromatina, o que pode resultar de
fatores ambientais, como exposição a metais pesados (cádmio e mercúrio), a
substâncias químicas industriais (benzeno, bisfenol e dioxina) e a emissão de carbono
veicular, também influenciando o desenvolvimento do TEA, (MENEZES; 2020).
Acredita Betancur (2011 apud SANTOS F; et al., 2020) que são frequentemente
consideradas herança poligênica, ou mesmo multifatores, as explicações
relacionadas à origem genética.
Após a descoberta que as mutações nos neurônios eram capazes de promover
o transtorno, hoje ele é caracterizado pela junção de variações comuns e raras,
levando em consideração que por muitos anos o TEA foi explicado pela herança
poligênica, (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017 apud SANTOS F; et al., 2020).
Dessa maneira, identificar diferentes padrões genéticos do TEA é possível
como (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017 apud SANTOS F; et al., 2020) por exemplo:
➢ Herança Monogênica Comum;
➢ Herança Oligogênica;
➢ Herança Poligênica.
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Portolese (2017 apud SANTOS F; et al., 2020) destaca-se que os estudos
epidemiológicos mostram os fatores ambientais como explicação para o TEA:
teratógenos, exposições tóxicas, infecções pré-natais, como rubéola e
citomegalovírus, insultos perinatais, estão presentes em alguns casos atuando como
“gatilhos ambientais”. Além do mais, a idade paterna e materna de mais de 40 anos
também foi descrita em alguns estudos como estando associadas a uma maior
prevalência desse transtorno.
Há também fatores de risco para a ocorrência do TEA dentre eles estão a
prematuridade, assim, como em outras deficiências, malformação do sistema nervoso
central, infecções congênitas e síndromes, outras ocorrências de histórico
gestacional. Uma pesquisa realizada por Harmon (2015 apud SANTOS F; et al., 2020)
observou-se que diferentes partes do cérebro trabalhem juntas, ou seja, o cérebro do
autista tem dificuldade de integração. Isso pode afetar a percepção sensorial, os
movimentos e a memória e a dificuldade na realização de atividades complexas
(HARMON, 2015 apud SANTOS F; et al., 2020).
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Fonte: anec.org.br - Autismo no Brasil (2019)
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As pesquisas sobre o assunto se intensificam à medida que novos
pesquisadores trabalham nele. Por volta da década de 90, o autismo passou a ser
conceituado como um transtorno que interfere na construção da linguagem e na forma
como é utilizada como ferramenta para fortalecer as relações sociais. Desde 2013,
foram desenvolvidas diretrizes para incluir o autismo em um contexto mais amplo
conhecido como transtorno do espectro do autismo (TEA). O TEA apresenta uma
gama de aspectos neurológicos e biológicos relacionados que têm um impacto
considerável nos aspectos comunicativos. As características do TEA incluem o uso
inadequado de pronomes, movimentos repetitivos, ecos e estereótipos.
As características observadas na síndrome do autismo variam na forma de
exteriorização dos desvios de relações interpessoais, linguagem, motricidade,
percepção e patologias associadas ao distúrbio. A intensidade destes desvios, os
estados mais determinantes, também é diversificada (Rodrigues; Spencer, 2015, p.
21 apud SILVA W; et al., 2021).
Dessa forma, Assumpção Jr e Kuczynski (2018 apud SILVA W; et al., 2021)
mostraram que o TEA é considerado um transtorno do desenvolvimento com graus
variados, afetando os domínios de interação social, comunicação e comportamento,
com sintomas frequentes, sendo assim fortalecidos gradativamente e com dificuldade
de movimento.
Além disso, segundo os acadêmicos, eles apresentaram em seu estudo uma
escala de classificação do DSM (V), déficits na comunicação e comportamento social,
como forma de avaliar a gravidade do TEA e como base para sintomas contextuais e
ambientais, levando em consideração atrasos de linguagem, Isso não pode ser
considerado uma característica específica do TEA, mas sim um fator que afeta os
sintomas clínicos.
Ainda, segundo os acadêmicos, em seu estudo, eles apresentaram uma tabela
de classificação do DSM (V), déficits na comunicação e comportamento social, como
forma de avaliar a gravidade do TEA e como base para sintomas contextuais e
ambientais, levando em conta atrasos de linguagem, Isso não pode ser considerado
uma característica específica do TEA, mas sim como um fator que afeta os sintomas
clínicos.
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Ressalta-se que a maioria dos profissionais e pais utilizam condições para
diagnosticar tipos de autismo, porém essa definição não é mais oficial, sendo
classificadas de acordo com o DSM V (2013 apud SILVA W; et al., 2021), manifesta-
se em três graus: leve, moderado e grave, tornando-se assim um transtorno do
espectro do autismo. A tabela a seguir lista a gravidade do TEA.
Níveis de gravidade dos TEA DSM V (2013 apud SILVA W; et al., 2021).
Fonte: senado.leg.br
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institucional na vida adulta. Essa questão foi observada através de um estudo
americano recente, (WHITE et al., 2016 apud SCHMIDT C; 2016).
Dentre os fatores favoráveis, destaca-se que as oportunidades sociais, como
maior participação e divulgação nas instituições públicas e engajamento em grupos e
comunidade, podem gerar ganhos cognitivos e no funcionamento adaptativo
(ORSMOND et al., 2013 apud SCHMIDT C; 2016 apud SCHMIDT C; 2016). Esses
dados reforçam a necessidade de diagnosticar cada vez mais precocemente em uma
intervenção que minimize a dificuldade e promova a autossuficiência, ou seja, a
independência na vida adulta.
Por outro lado, o pouco interesse acaba sendo dispensado à criação de
serviços para a vida adulta, levando em consideração o fato de a atenção ao
transtorno enfocar preponderantemente o período da infância. Com os dados
longitudinais do Departamento de Educação estadunidense apresentaram que, dentre
os alunos que utilizaram os serviços de educação especial, aqueles com autismo
tiveram menor participação e maior isolamento social na vida adulta que outras
deficiências (ORSMOND et al., 2013 apud SCHMIDT C; 2016). As pesquisas trazem
esses relatos e destacam a demanda urgente para o desenvolvimento de políticas
públicas para adultos com autismo, seja por meio de estratégias que facilitem o acesso
em relação ao mercado de trabalho, seja por residências que os acolham.
Dessa maneira, pode se chegar à conclusão que embora os avanços no
entendimento do autismo e sua utilização para o desenvolvimento de intervenções
nos campos educacional e clínico, o levantamento nacional sobre esse panorama
mostra demandas pouco atendidas, em relação as pesquisas empíricas, de natureza
aplicada na geração de resultados, que apoiem o desenvolvimento de políticas
públicas para atendimento a essa população, (SCHMIDT C; 2016).
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4 DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Fonte: cmcc.rs.gov.br
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forma a criança possui muitos empecilhos no ato de brincar (VIEIRA e BALDIN, 2017
apud CUNHA P; et al., 2020).
A definição do Transtorno do Espectro Autista Para Teixeira (2016, apud
VIEIRA e BALDIN, 2017 apud CUNHA P; et al., 2020), seria os prejuízos no
desenvolvimento, causados por um conjunto de condições comportamentais, assim
como na cognição da criança, comunicação e habilidades sociais. O autor menciona
a importância de se conhecer as principais características para que um diagnóstico
seja realizado o mais rápido possível de forma que a criança tenha a chance de evoluir
nas características do espectro, tendo em vista que os sintomas aparecem já nos
primeiros anos de vida.
A observação referente ao diagnóstico deve se fundamentar em entrevistas
com os pais da criança, professores e demais pessoas que a acompanham, levando
em consideração que o diagnóstico é clínico e depende de uma observação mais
sistemática a respeito do comportamento e desenvolvimento da criança. Para que
tenha um diagnóstico preciso é necessário ter a ajuda de uma equipe multiprofissional,
como fonoaudiólogos, psicólogos, e pedagogos que irão investigar todos os contextos
da criança: histórico, social, afetivo, etc. Assim como, obter e registrar as informações
de todos os sinais que chamaram atenção dos pais desde seus primeiros meses de
vida, até mesmo sobre o parto e por fim, obter informações sobre comportamentos da
criança no meio social, escolar, lazer, seja com seus pares ou familiares (VIEIRA e
BALDIN, 2017 apud CUNHA P; et al., 2020).
Como caracteriza Charman e Baird (2002 apud CUNHA P; et al., 2020) citados
por Silvia e Mulick (2009 apud CUNHA P; et al., 2020), nota –se que as disfunções
sensoriais são bastante incomuns e peculiares entre eles, também há uma
sensibilidade a estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos, essas características
são observadas em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. A
hipersensibilidade a estímulos auditivos causa um desconforto muito prejudicial à
socialização da criança, há dificuldade para frequentar locais cheios e barulhentos.
De acordo com os autores que foram mencionados acima as atividades simples
são fundamentais para a vida do ser humano, como banho, alimentar, dormir, porém
isso é algo se torna um momento de grande angústia e ansiedade para uma criança
hipersensível. De tal maneira que, o quanto antes for realizado o diagnóstico para
confirmar a presença ou não do TEA, mais cedo acontecera o processo de intervenção
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com a criança, e consequentemente maiores serão os resultados positivos no
tratamento e na obtenção de uma melhora no desenvolvimento da criança (CUNHA
P; et al., 2020).
Começam a busca pela ajuda profissional, a partir do momento em que os pais
começam a perceber certos comportamentos diferentes que são reproduzidos pelos
seus filhos. É um processo delicado a questão da devolutiva do diagnóstico aos pais,
onde o profissional precisa saber passar e explicar todo o procedimento de maneira
menos impactante, para que os mesmos possam aprender a aceitar e conviver com
as diferenças de seus filhos, buscando por auxílio profissional para a criança passar
por um bom tratamento (ONZI e GOMES, 2015 apud CUNHA P; et al., 2020).
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preocupação com o desenvolvimento, pois esta está diretamente associada ao
desfecho desfavorável, se seu decurso é tardio, (MESQUITA W; et al., 2013).
Alguns estudos relacionam os prejuízos na linguagem com desfechos
desfavoráveis, estando os prejuízos demasiados desta, associados ao baixo nível
cognitivo e a comportamentos disruptivos. Ademais a linguagem também pode ser um
bom indicativo do prognóstico no desenvolvimento da vida da criança autista ao adulto
autista. Levando-se em conta a expressão extremamente variada do transtorno, as
características do uso da linguagem pelos autistas são peculiares mesmo quando esta
é comparada entre os mesmos, (MESQUITA W; et al., 2013).
Podem estar presentes manifestações como ecolalia imediata (repetição da
fala alheia logo após sua emissão) ou a ecolalia tardia (repetição da fala alheia algum
tempo depois da emissão desta) a entoação, melodia, da voz idiossincrática; a
inversão pronominal, ao invés de dizer “EU” a criança autista diz “VOCÊ”; melhor
compreensão do uso de termos lacônicos do que frases permeadas de analogia,
metáforas, ironia ou mesmo sarcasmo; sendo que a falta de linguagem verbal não é
compensada pelo uso da não verbal, (MESQUITA W; et al., 2013).
São focadas intervenções que se orientam sob a perspectiva do uso
comunicativo da linguagem e/ou maximização da qualidade desta e ocorre por meio
da fonoaudiologia. As maneiras de tratamento encontradas foram os programas que
se orientam sob enfoque desenvolvimentista com foco especial na linguagem, terapia
da linguagem embasada sob a perspectiva pragmática, terapia da fala, terapia da
linguagem sócio-pragmática, PECS (Picture Exchange Communication System)
Comunicação facilitada, TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related
Communication Handicapped Children), terapia fonoaudiológica e Análise
Comportamental Aplicada, (MESQUITA W; et al., 2013).
A potencialização da linguagem tanto verbal quanto pré-verbal é relacionada a
intervenção sob abordagem desenvolvimentista ela é utilizada para fins
comunicacionais. O pressuposto ao modelo desenvolvimentista estão as linhas de
intervenção que buscam fornecer ao autista a possibilidade de espontaneidade e
iniciativa ao começar um diálogo (Developmental Social-Pragmatic Model – DSP),
Emotional Regulation, Transactional Support model of intervention (SCERT), Social-
Communication, sendo este orientado pela terapia da linguagem sócio-pragmática; e
o desdobramento tanto interacionais, tanto das habilidades comunicativas, como da
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ideia de sujeito, (DIR) Developmental, Individual-difference, Relationship-based Mode,
(MESQUITA W; et al., 2013).
A intervenção também pode ser baseada ante comunicação alternativa como
O PECS (Picture Exchange Communication System), que permite que a criança tenha
o acesso de imagens como meio comunicativo ajudando-a a relacionar situações e
conceitos, melhorando sua compreensão, o TEACCH (Treatment and Education of
Autistic and Related Communication Handicapped Children), por meio de estímulos
visuais proporciona à criança maior qualidade linguística e ao aprendizado, além de
atenuar comportamentos desadaptativos a “Comunicação facilitada”, técnica que
oferece figuras as crianças, por meio de cartões, os quais possibilitariam a
potencialização do uso da linguagem, (MESQUITA W; et al., 2013).
O contexto da fala como decisivo é aprendida através da intervenção por meio
da terapia da linguagem sob a perspectiva pragmática, pois a qualidade/quantidade
comunicativa da criança interfere excessivamente. Contextos que forneciam atenção
e jogos compartilhados maximizavam o uso comunicativo da linguagem, ao passo que
contextos pobres (com cadeiras e meses, por exemplo) não atingiam o mesmo efeito
em estudos realizados durante a terapia da linguagem. Análise Comportamental
Aplicada (ABA) é outra intervenção sobre a linguagem que se orienta sob a Análise
Comportamental aplicada à linguagem. Durante a aplicação do (ABA) São reforçados
e modelados durante o processo terapêutico a fim de que sejam incorporados ao leque
comportamental da criança autista, quando escolhidos aspectos específicos do
comportamento socialmente requeridos, (MESQUITA W; et al., 2013).
A diminuição dos comportamentos estereotipados e repetitivos e o
aprimoramento da interação social são o foco dos programas de intervenção das
intervenções que se seguem. O modelo de tratamento que promove as habilidades
comunicativas, interacionais e a afirmação do autista como sujeito é o Developmental,
Individualdifference, Relationship-based Model (DIR). Dessa forma fornece qualidade
e quantifica a interação social, (MESQUITA W; et al., 2013).
Além de abordar aspectos disfuncionais da comunicação a intervenção
Communication, Emotional Regulation, Transactional Support model of intervention
(SCERT), também o faz com os déficits da interação social e processamento
sensorial. Outras buscam desenvolver habilidades das brincadeiras e imitativas nos
autistas, pois estas são associadas ao desenvolvimento da atenção compartilhada,
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do uso intencional da comunicação, do jogo simbólico e empatia, (MESQUITA W; et
al., 2013).
Como já citado acima, TEACCH (Treatment and Education of Autistic and
Related Communication Handicapped Children) é outro programa, dentre outras
contribuições, que diminui comportamentos disruptivos. Para atenuar
comportamentos considerados indesejáveis o tratamento farmacológico é uma opção.
Em comportamentos demasiadamente desajustados o grupo dos antipsicóticos
atípicos (AAPs) são administrados a fim de interferirem, podendo ser aplicados ao
grupo das DITs. As medicações estimulantes agem na debilidade de agitações
motoras hiperatividade e comportamentos não adaptativos, que são usadas no
tratamento de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Os anticonvulsivantes
são usados especificamente na população autista, visando a diminuição das
convulsões, (MESQUITA W; et al., 2013).
A Possibilidades classificatórias na busca do diagnóstico e tratamento sobre as
famílias dos autistas, apresenta um quadro bem aquém das possibilidades
classificatórias descritas na literatura em um estudo brasileiro. Das crianças
participantes da pesquisa uma foi diagnosticada em torno dos 2 anos, sete em torno
dos três, seis aos quatro ou cinco, e mais seis por volta dos seis, sete anos de idade.
Durante o processo do transtorno as famílias alternavam visitas a, psicólogas,
fonoaudiólogas, pediatras, médicas até conseguirem fechar o diagnóstico e começar
o tratamento. Apesar desse tipo de estudo ser carente, é de demasiada relevância,
tendo em vista a orientação de políticas públicas, (MESQUITA W; et al., 2013).
No entanto, de todos os métodos que são necessários para a intervenção do
tratamento do autismo, os métodos TEACCH, ABA e PECS são um dos principais
métodos utilizados, vamos citar um pouco mais sobre ambos. É importante destacar
que é necessário conhecer os sintomas e entender a importância do diagnóstico, para
acompanhar as crianças autistas.
Foi preconizado por volta da década 1960 o método de Tratamento e Educação
para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação – TEACCH, esse
método ocorre mediante avaliações através da prática psicopedagógica, onde as
dificuldades das crianças são salientadas através de práticas individuais que são
orientadas por um profissional, (CALVANCANTE I; et al., 2019).
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Na busca de promover a aprendizagem a intensão principal do método
TEACCH é a de organizar as tarefas, reduzindo comportamentos que não são
adequados. Pontua-se que este método visa a rotina da criança, estimulando ela
através das atividades realizadas, dessa maneira a criança se torna mais
independente. As atividades que são aplicadas no dia a dia, são realizadas através
de painéis e quadros para promover uma melhor compreensão da criança, é uma
forma de reforçar positivamente a maneira como o autista aprende e se organiza
(CUNHA, 2011 apud CALVANCANTE I; et al., 2019).
O método ocorre de forma individual com base em experiências concretas que
pode progredir conforme o desenvolvimento de cada criança, esse método acontece
através da terapia, o método TEACCH usa os recursos visuais para que a criança
entenda o ambiente que vive através de símbolos (CALVANCANTE I; et al., 2019).
Parecido com o anterior, o método Análise Aplicada do Comportamento (ABA)
intenciona mudar o comportamento inadequado das crianças, busca melhorar a
interação social, inserindo práticas que promovam o desenvolvimento de novas
habilidades, diminuindo as birras, e cada passo é realizado por etapa, respeitando as
limitações de cada criança. Através da instrução profissional e com base na
singularidade de cada caso as habilidades são trabalhadas de forma sequencial, uma
após a outra (CALVANCANTE I; et al., 2019).
O método ABA vai permitir que a criança aprenda de forma mais lúdica e
agradável por meio de estímulos, onde são analisados primeiramente os
comportamentos inadequados, e isso também acontece antes de qualquer
intervenção na intenção de encontrar o que promove esses comportamentos
inadequados. Esses estímulos são necessários para que tenha um entendimento e
compreenda a melhor forma de lhe dar com cada criança com foco em suas
necessidades subjetivas, (CALVANCANTE I; et al., 2019).
Outro método que é utilizado também para o tratamento do autismo é o PECS,
esse método trabalha com o uso figuras com a intenção de melhorar a comunicação
das crianças autistas, através do que pode ser desejado ou que se apresente como
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necessidade. Através desse método é possível usá-la como instrumento facilitador da
aprendizagem (CALVANCANTE I; et al., 2019).
[...] por ser observado como uma síndrome que acomete severamente o
indivíduo, o autismo traz consigo o estigma de que não há nada, ou quase
nada, que se possa fazer no âmbito educacional de seus portadores. Assim,
as terapias e os métodos de atuação se restringem mais a modificações de
comportamento (ORRÚ, 2012, p. 63 apud CALVANCANTE I; et al., 2019).
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Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) se
mostrou muito efetiva no tratamento de
diversos transtornos surgidos na infância. Em
relação ao TEA-AF, os estudos mostram grande
eficácia em crianças e jovens. Entende-se que
nessa abordagem, mesmo sendo adaptada
para o atendimento infantil, implica que os
pacientes demonstrem um nível cognitivo para
que o trabalho seja efetivo.
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O ambiente sociocultural e afetivo da criança com TEA deve ser enriquecido
por situações como a introdução ao esporte e às atividades sociais, visto que essas
situações desencadeiam uma variedade de estímulos e naturalmente são
supervisionados pelos pais já orientados sobre o transtorno do espectro autista
(TEIXEIRA, 2016 apud CUNHA P; et al., 2020). Da mesma forma, interagir com outras
crianças da mesma faixa etária proporciona contextos sociais que lhes permitem ter
experiências que levam a uma troca de ideias, de papeis e atividades conjuntas que
requerem negociação e discussão interpessoal para resolver conflitos, ambos são
compartilhados.
Dessa maneira, é possível aprimorar suas habilidades sociais e compreender
que esse tipo de transtorno afeta o desenvolvimento social de algumas crianças desde
os primeiros anos de vida. Nesse sentido, a escola desempenha um papel
fundamental nos esforços para superar os déficits sociais dessas crianças,
possibilitando a promoção de habilidades de socialização e o desenvolvimento de
novos conhecimentos e comportamentos, (CAMARGO e BOSA, 2009 apud CUNHA
P; et al., 2020).
Fonte: portalaraxa.com.br
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Tanto por parte da família quanto da escola a chegada da criança com autismo
na escola regular gera grande preocupação. A família e os profissionais da educação
nesse momento se questionam sobre a inclusão dessas crianças, pois a escola
necessita de adequações. De acordo com as autoras, Brande e Zanfelice (2012, p. 44
apud BATTISTI et al., 2015), receber alunos com transtornos invasivos do
desenvolvimento ou seja, com deficiência é um desafio que as escolas enfrentam
diariamente, pois pressupõe utilizar de adequações ambientais, curriculares e
metodológicas.
Contudo, essa tarefa não é fácil, pois conforme Scardua (2008, p. 2 apud
BATTISTI et al., 2015), é necessário comprometimento por parte de todos os
envolvidos para que haja inclusão escolar, ou seja, professores, alunos, pais, diretor,
comunidade, enfim, todos que participem da vida escolar direta ou indiretamente.
Para Suplino (2009, p. 2 apud BATTISTI et al., 2015), ” torna-se necessário
assegurar a permanência com qualidade, para que o acesso esteja garantido”. Dessa
maneira, é extremamente importante focar nos potenciais de cada aluno, é
imprescindível também que o educador transmita confiança e segurança para este,
para que ele consiga aprender de forma significativa. Além do mais, “é necessário que
currículo seja apropriado de modo que promova modificações organizacionais, para
que haja um ensino de qualidade, estratégias de ensino e o uso de recursos, dentre
outros” (MENDES, 2002 apud BRANDE; ZANFELICE, 2012, p. 44 apud BATTISTI et
al., 2015).
Conforme Libâneo (2012, p. 489 apud BATTISTI et al., 2015), a viabilização
das intenções expressas no projeto pedagógico é permitida através do currículo
porque é a concretização, e existe várias definições de currículo: conjunto de
disciplinas, experiências que devem ser proporcionadas aos estudantes, resultados
de aprendizagem pretendida, seleção e organização da cultura e princípios
orientadores da prática.
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Portanto, quando a criança chega à escola, os professores devem levar em
consideração que a criança deve adquirir independência além do conteúdo escolar
que será exposto a aprendizagem delas, e que sejam capazes de realizar atividades
diárias por conta própria, pois os pais costumam fazer tarefas que os filhos poderiam
fazer por conta própria. Um exemplo de um currículo importante para a promoção da
autonomia e estímulos das crianças é o Currículo Funcional Natural, cujo objetivo
central, segundo LeBlanc, citado por Suplino (2005, p. 33 apud BATTISTI et al., 2015)
“tornar o aluno mais produtivo, independente e também mais aceito socialmente”. No
entanto, é necessário determinar o que é funcional, e isso depende de diversos
fatores, pois:
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Para que a escola possa promover a inclusão do autista é necessário que os
profissionais que nela atuam tenham uma formação especializada, que lhes
permita conhecer as características e as possibilidades de atuação destas
crianças. Tal conhecimento deveria ser efetivado no processo de formação
desses profissionais, sobretudo dos professores que atuam no ensino
fundamental (SILVA; BROTHERHOOD, 2009, p. 3 apud BATTISTI et al.,
2015).
O professor, por sua vez, precisa estar ciente de que é importante que a criança
autista mude suas crenças e atitudes para que possa aprender de forma significativa,
como qualquer criança que pode aprender, basta dar uma olhada cuidadosa em suas
habilidades para se concentrar em suas habilidades, (BATTISTI et al., 2015).
Além do mais, de acordo com Camargo e Bosa (2009, p. 67 apud BATTISTI et
al., 2015), é importante que a criança autista interaja com outras crianças, pois, “é
preciso possibilitar o alargamento progressivo das experiências socializadoras,
permitindo o desenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos, para
ultrapassar os déficits sociais dessas crianças”. Conforme as autoras também
enfatizam que morar com seus pares para crianças com autismo permite que suas
habilidades interativas sejam estimuladas, evitando assim o isolamento contínuo.
Dessa forma, o ensino regular irá favorecer o seu desenvolvimento e de seus pares,
através do convívio e de trocas de relações.
A rotina é outro fator que deve ser trabalhado com as crianças que possuem
TEA – transtornos do espectro autista, Gikovate (2009, p. 15 apud BATTISTI et al.,
2015), levando em consideração que pode desencadear um comportamento agitado
com a quebra de rotina, pelo fato que a criança se recusa a ir em frente enquanto não
se retorne ao padrão anterior. Além do mais, é fundamental a rotina para estas
crianças para que as mesmas consigam ter organização no espaço e tempo e assim
consigam aprender.
Lopes e Pavelacki (2005, p. 3 apud BATTISTI et al., 2015) destacam que a
rotina diária é muito importante na educação do autista, além das técnicas que deve-
se utilizar em sala, a qual não deve ser alterada, pois qualquer mudança pode refletir
no comportamento da criança.
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De acordo com Gikovate (2009, p. 15 apud BATTISTI et al., 2015) enfatiza que
é importante levar em consideração qual a necessidade das crianças autistas, e a
partir disso deve-se fazer as adaptações na sala de aula, para que realmente haja
uma inclusão escolar da criança que possui TEA - transtornos do espectro autista.
Dessa maneira, é importante que a criança autista se sinta próxima do professor, que
o professor incentive a classe a lidar com certos ruídos ou sons específicos que muitas
vezes são irritantes para a criança autista e que a criança tenha acesso a conselhos
sobre o que fazer no dia a dia e também tenha acesso as dicas do que acontecerá
por meio da informação visual.
Outro método muito utilizado que tem como base a informação visual, é o
método Treatment and Education of Autistic and related Communication-
handicapped Children (TEACCH), de acordo com Bosa (2006, p. 49 apud
BATTISTI et al., 2015) é um programa altamente estruturado que combina
diferentes materiais visuais para aperfeiçoar a linguagem, o aprendizado e
reduzir comportamentos inapropriados. Diante disso, esse método busca a
independência da criança autista, realizando um trabalho através de
estímulos visuais e corporais, pois através das imagens as crianças serão
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estimuladas a fazer movimentos corporais como, apontar, buscar, e isso faz
com que a criança se movimente.
Além dos métodos citados acima, existe também o método SonRise, que visa
capacitar todos os envolvidos com a criança autista a desenvolver novas formas de
comunicação e interação em conjunto por meio de atividades lúdicas que possibilitem
aprendizagem, autonomia e inclusão (BATTISTI et al., 2015).
De acordo com (TOLEZANI, 2010 apud BATTISTI et al., 2015) esse método
mostra a aceitação do autista em relação ao potencial de desenvolvimento e essa
questão torna – se princípio básico para o tratamento. E partindo de uma
pressuposição de que ocorra uma aprendizagem significativa das crianças autistas,
foram propostos muitos métodos, dessa forma é importante destacar que os
profissionais precisam conhecer as reais necessidades dessas crianças envolvidos
na educação dessas crianças, para que de fato haja uma construção do conhecimento
e uma verdadeira inclusão.
6 FAMÍLIA E AUTISMO
Fonte: atarde.uol.com.br
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O sistema familiar desempenha um papel importante na formação do sujeito, é
um fator determinante para a constituição da personalidade e influencia o
comportamento do indivíduo por meio do ensino e da atuação dentro da família (Pratta
e Santos, 2007 apud DUARTE A; 2019). Dessa forma, Rodrigues, Sobrinho e Da Silva
(2000 apud DUARTE A; 2019) descrevem a família como protagonista responsável
por cuidar, proteger e ensinar o indivíduo a viver em sociedade.
Os casais, antes mesmo da gravidez, já estão pensando na chegada de um
bebê na família, e avaliando suas possibilidades, pensando no que seria essa criança
tanto na questão física ou até mesmo intelectualmente, porém, normalmente não há
menção de ter um filho deficiente. Sassi (2013 apud DUARTE A; 2019) relata que a
chegada do bebê é uma experiência verdadeiramente única, trazendo consigo um
misto de sentimentos de curiosidade, ansiedade até o nascimento e expectativas que
vão além da realidade. E isso desenvolve o vínculo entre os filhos e os pais quando
eles já estão projetando suas fantasias nos filhos.
Qualquer que seja o padrão familiar, a chegada de um novo membro, seja
planejada ou em uma situação inesperada, é muito natural para os pais idealizarem o
filho "perfeito". Com planos, às vezes detalhando a educação que deseja oferecer, o
tipo de negócio que deseja que seus filhos façam ou o modelo que espera deles,
(FIGUEIREIDO S; et al., 2020).
Junto com o TEA vem a carga do isolamento, da dor familiar, exclusão escolar,
entre outros, quando algo não sai conforme o esperado, o diagnóstico do Transtorno
do Espectro Autista, por exemplo, demanda uma série de mudanças nos planos, na
rotina e consequentemente no futuro dessa família. Dessa forma, acontece alterações
no meio familiar e, nem sempre, é possível lidar com as situações adequadamente,
portanto, é normal que os pais se preocupem, (CUNHA, 2011 apud FIGUEIREIDO S;
et al., 2020).
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O fato dos pais não aceitarem o diagnóstico de primeiro momento pode
acarretar em um desgaste maior na família, atrasa o tratamento efetivo da criança e
isso explica o porquê de alguns pais procurarem diversos médicos em busca de outro
diagnóstico ou opiniões satisfatórias (SILVA, GAIATO, REVELES, 2012 apud
FIGUEIREIDO S; et al., 2020). Alguns pais e até profissionais se confundem ou
rejeitam os sintomas alegando serem traços da personalidade da criança,
principalmente nos casos mais leves do TEA.
O diagnóstico da criança com síndrome autista é visto como um momento de
crise e angústia, pois há certo desequilíbrio entre a qualidade da adaptação
necessária e os recursos disponíveis para lidar com o problema (ASSUMPÇÃO
JÚNIOR, KUCZYNSK, 2015 apud FIGUEIREIDO S; et al., 2020).
O TEA provoca sério comprometimento, variando a intensidade dos
sintomas manifestados, pessoas com TEA precisam de um ambiente bem
estruturado, no qual, possa atender suas necessidades básicas. Há uma
disfunção comportamental (dificuldade nas atividades básicas da vida diária), social
(evitam compartilhar momentos ou interesses com os outros, inclusive a família) e da
comunicação (dificuldade no desenvolvimento da linguagem). É possível que a
criança ou adolescente apresente alguma comorbidade, além dos sintomas
característicos do autismo, como retardo mental, Epilepsia, déficit de atenção e
hiperatividade, transtornos ansiosos, depressivos de aprendizagem, entre outros
(SILVA, GAIATO, REVELES, 2012 apud FIGUEIREIDO S; et al., 2020).
Todo esse estresse causado pelo autismo é muito complicado de lidar, afeta
membros da família literalmente, porque começam a viver em função do transtorno e
acaba causando um nível bastante elevado quanto ao estresse, (FIGUEIREIDO S; et
al., 2020).
Provavelmente o desempenho do núcleo familiar acaba sendo prejudicado
porque esses papeis acabam sendo modificados e ambos precisam repensar como
será daí em diante. Por exemplo, em uma família tradicional o pai na maioria das
vezes tem a responsabilidade de suprir as necessidades com lucro financeiro que vem
do trabalho. Em relação ao papel da mãe a mesma passa a dedicar todo seu tempo
integralmente nos cuidados do filho deficiente e geralmente abre mão até da carreira
profissional. A situação fica mais complicada, quando a família é monoparental que é
formada por qualquer um dos pais e seus dependentes. As obrigações têm efeitos
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sobre o responsável pela família e logo as necessidades serão mais urgentes,
(FIGUEIREIDO S; et al., 2020).
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características de seus filhos e que colaborem no trabalho em conjunto com os
profissionais que os acompanharão, (FIGUEIREIDO S; et al., 2020).
Dessa forma, o auxílio dos pais é um elemento fundamental para as
intervenções e tratamento dos mesmos. Vale destacar mais uma vez que
dependendo do grau de comprometimento da criança com TEA, é necessário o
acompanhamento de uma equipe de multiprofissionais, ou seja, de diversas áreas
como: Psicólogo, Neuropediatra, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo, Terapeuta
Ocupacional, Pedagogo, nutricionista, etc. (FIGUEIREIDO S; et al., 2020).
Se a família não acompanhar, não adianta a criança frequentar os profissionais
indicados, obedecer a posologia e horários fixados no caso de um tratamento
medicamentoso como também não conhecer os métodos utilizados. É necessária uma
certa disciplina na rotina cotidiana de uma pessoa com TEA para que haja evolução
de fato, já que muitas famílias se esforçam por uma vida funcional para seus filhos
com esse transtorno, portanto, tanto a família quanto a equipe multiprofissional
precisam trabalhar juntos para que consiga a grande evolução no tratamento de TEA
(FIGUEIREIDO S; et al., 2020).
7 ESCOLA E FAMÍLIA
Fonte: jornadaedu.com
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É normal que os pais se preocupem, porque há muitas mudanças no meio
familiar, levando em consideração que por muitas vezes o autismo traz a carga do
isolamento social, a dor familiar e a exclusão escolar, e, nem sempre, é possível
encontrar maneiras adequadas para lidar com as situações decorrentes. Acima de
tudo, é necessário que a escola tome consciência do impacto desse transtorno na vida
familiar, que requer cuidados, atenção constantes, bem como cuidados e
atendimentos especializados e gastos financeiros, onde sabemos que não poucos
(DeGRACE, 2004; FÁVERO, 2005; MINATEL, 2013; SCHIMIDT; BOSA, 2003 apud
SANTOS A; et al., 2014 apud SANTOS A; et al., 2014).
Esses danos moldam a vida das pessoas com autismo e de seus familiares e
podem ter efeitos e prejuízos como estresse, mudanças na rotina familiar e cotidiana,
sobrecarga emocional, dentre outros (DeGRACE, 2004; FÁVERO, 2005; MINATEL,
2013; SCHIMIDT; BOSA, 2003 apud SANTOS A; et al., 2014).
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aprendizagem desta população. Os autores também identificaram, em alguns
estudos, os efeitos promissores do modelo colaborativo de trabalho (entre
professores de escolas regulares e especiais), do uso de recursos de
tecnologia assistiva, de adaptações curriculares, dentre outros.
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8 BIBLIOGRAFIA
GAIOTO, Mayra et al. O Reizinho Autista: Guia para lidar com comportamentos
difíceis. [S. l.]: NVersos, 2018. v. 1ª. ISBN 985-85-54862-09-01.
SCHMIDT, Carlo. Transtorno do espectro autista: uma atualização. Ftec, [S. l.], p.
1-9, 2016.
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