Você está na página 1de 39

10/07/2021

TRANSTORNOS DO HUMOR

TRANSTORNOS DE HUMOR

• Transtornos nos quais a perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do


afeto, no sentido de uma depressão (com ou sem ansiedade associada) ou de uma elação.

• A alteração do humor em geral se acompanha de uma modificação do nível global de atividade,


e a maioria dos outros sintomas são secundários a estas alterações do humor e da atividade, ou
facilmente compreensíveis no contexto destas alterações.

• A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes e a ocorrência dos episódios individuais
pode frequentemente estar relacionada com situações ou fatos estressantes.

1
10/07/2021

ESTADOS
DO HUMOR

ESTADOS DO HUMOR

Humor basal

O Humor pode variar dentro de uma “faixa de normalidade”

2
10/07/2021

Afetividade sendo processada da maneira esperada para determinada


situação e sem prejuízo de funcionamento ao indivíduo.

HUMOR Sentimentos de tristeza, culpa, morte,


DEPRIMIDO melancolia, negativismo, etc.

Sentimentos de euforia, alegria desmedida, grandiosidade, êxtase,


diminuição da necessidade do sono, etc.

3
10/07/2021

Humor cronicamente depressivo, mas sem


representar prejuízo constante ao HUMOR
indivíduo. HIPOTÍMICO

10

Humor cronicamente elevado, mas sem representar


prejuízo constante ao indivíduo.

11

• Transtorno de humor
✓ Pouco afeto positivo e muito afeto negativo

12

4
10/07/2021

Por que algumas pessoas têm depressão?

• Os neurotransmissores ajudam a controlar as emoções. Os mensageiros


principais são a serotonina, noradrenalina e dopamina. Os níveis deles
aumentam ou diminuem, mudando nossas emoções.

• Quando os neurotransmissores encontram-se "em equilíbrio", sentimos a


emoção certa para cada ocasião. Quando alguém está deprimido, os
mensageiros químicos não estão em equilíbrio.

13

13

Por que algumas pessoas têm


depressão?

• Ainda não está claro por que isso ocorre em algumas


pessoas e não em outras, mas existe evidências de
componentes genéticos.
• Outros desencadeadores da depressão são eventos
estressantes ou perdas, doenças físicas, níveis
hormonais, uso de certos medicamentos, drogas, álcool.

14

14

• Déficit de neurotransmissores monoamínicos


✓ Pouco afeto positivo e muito afeto negativo

15

5
10/07/2021

CLASSIFICAÇÃO
NOSOLÓGICA

16

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A CID-10

F34 Transtornos de humor [afetivos]


F30 Episódio maníaco persistentes
F34.0 Ciclotimia
F31 Transtorno afetivo F34.1 Distimia
bipolar

F38 Outros transtornos do humor [afetivos]


F32 Episódios depressivos

F33 Transtorno depressivo F39 Transtorno do humor [afetivo] não


recorrente especificado

17

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O DSM-5

Transtornos Depressivos:

• Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor


• Transtorno Depressivo Maior (episódio único ou Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados:
recorrente)
• Transtorno Depressivo Persistente (Distimia) • Transtorno Bipolar Tipo I
• Transtorno Disfórico Pré-menstrual • Transtorno Bipolar Tipo II
• Transtorno Depressivo Induzido por • Transtorno Ciclotímico
Substância/Medicamento • Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado
• Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Induzido por Substância/ Medicamento
Médica • Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado
• Outro Transtorno Depressivo Especificado Devido a Outra Condição Médica
• Transtorno Depressivo Não Especificado • Outro Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado
Especificado
• Transtorno Bipolar e Transtorno Relacionado Não
Especificado

18

6
10/07/2021

TRANSTORNOS DE HUMOR

▪ Sinais e sintomas de TH: mudanças no nível de


atividade, nas capacidades cognitivas, na fala e nas
funções vegetativas (p. ex., sono, apetite, atividade
sexual e outros ritmos biológicos).

▪ Alguns podem ser observados (p. ex., um rosto


infeliz), e outros podem ser sentidos apenas pelo
paciente (p. ex., desesperança).

▪ Esses transtornos quase sempre resultam em


comprometimento do funcionamento interpessoal,
social e ocupacional.

19

TRANSTORNOS
DEPRESSIVOS

20

Transtornos Depressivos

A característica comum destes transtornos é a presença de humor


triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e
cognitivas que afetam a capacidade de funcionamento do indivíduo

A diferença entre eles está na duração, momento de vida ou


etiologia presumida.

21
APA (2013)

21

7
10/07/2021

EPISÓDIOS DEPRESSIVOS – CID 10

• Em episódios depressivos típicos, de todas as três variedades descritas pela CID-10 (leve
(F32.0), moderado (F32.1) e grave (F32.2 e F32.3), o indivíduo usualmente sofre de humor
deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade
aumentada e atividade diminuída.
• Cansaço marcante após esforços apenas leves é comum. Outros sintomas comuns são:
(a) concentração e atenção reduzidas;
(b) autoestima e autoconfiança reduzidas;
(c) ideias de culpa e inutilidade (mesmo em um tipo leve de episódio);
(d) visões desoladas e pessimistas do futuro;
(e) ideias ou atos autolesivos ou suicídio;
(f) sono perturbado;
(g) apetite diminuído.

22

EPISÓDIOS DEPRESSIVOS – CID 10

• O humor rebaixado varia pouco de dia para dia e, frequentemente, não é responsivo às
circunstâncias, mas pode ainda mostrar uma variação diurna característica.
• A apresentação clínica mostra marcantes variações individuais, e apresentações atípicas são
particularmente comuns na adolescência.
• Em alguns casos, ansiedade, angústia e agitação motora podem ser mais proeminentes em
alguns momentos do que a depressão;
• A mudança do humor pode também ser mascarada por aspectos adicionais tais como
irritabilidade, consumo excessivo de álcool, comportamento histriônico, exacerbação de sintomas
fóbicos ou obsessivos preexistentes ou por preocupações hipocondríacas.

23

ATENÇÃO

Para episódios depressivos


de todos os três graus de
gravidade, uma duração de
pelo menos duas semanas
é usualmente requerida
para o diagnóstico, mas
períodos mais curtos podem
ser razoáveis se os sintomas
são inusualmente graves e
de início rápido.

24

8
10/07/2021

EPISÓDIOS DEPRESSIVOS – CID 10

Pode ser considerada


como presente quando 2. falta de reatividade
Síndrome somática dos quatro ou mais dos 1. perda de interesse ou emocional a ambientes e
episódios depressivos prazer em atividades que
sintomas abaixo estejam eventos normalmente
(CID 10): normalmente agradáveis;
definitivamente prazerosos;
presentes:

5. evidência objetiva de
3. acordar pela manhã 2 retardo ou agitação
ou mais horas antes do 4. depressão pior pela psicomotora definitiva 6. marcante perda de
manhã; apetite;
horário habitual; (percebida ou relatada
por outras pessoas);

7. perda de peso
(frequentemente definida
como 5% ou mais do 8. Marcante perda da
libido.
peso corporal no mês
anterior);

25

CASO ILUSTRATIVO

• A Sra. A., professora de literatura de


34 anos, apresentou-se a uma clínica
para transtornos do humor com a
seguinte queixa: “Estou atordoada,
confusa, desorientada, com o olhar fixo.
Meus pensamentos não fluem, minha
mente está arrastada... Parece que
estou sem sentido de direção, de
propósito... Tenho uma tal inércia, não
consigo me afirmar. Não consigo lutar;
não tenho nenhuma vontade”.

26

Características clínicas:
episódio depressivo

• humor deprimido (hipotimia);


• perda de prazer em todas ou quase todas as
atividades;
• falta de reação a estímulos antes prazeirosos
(anedonia);
• energia reduzida levando a uma fatigabilidade
aumentada;
• atividade diminuída, inércia, falta de motivação
ou vontade, diminuição da libido;
• lentificação (ou agitação) psicomotora e do
pensamento;

27

9
10/07/2021

Características clínicas: episódio


depressivo

• irritabilidade (muito comum na infância e


adolescência);
• choro espontâneo;
• pessimismo e desesperança;
• diminuição da auto-estima;
• pensamentos recorrentes, ruminação sobre
temas negativos;

28

Características clínicas: episódio


depressivo

• ideias (deliróides – 15%) de culpa, ruína,


inutilidade, hipocondríacas
• ideação suicida;
• Insônia ou hipersonia;
• diminuição ou aumento do apetite, com
perda ou ganho de peso;

29

Características clínicas: episódio depressivo

• dificuldades para tomar decisões;


• alterações da vivência do tempo (lentificação, império do
passado, inexistência do futuro);
• dificuldades de concentração e memória (pseudo-
demência em idosos);
• queixas somáticas.

OBS.: os sintomas devem estar presentes por pelo menos duas semanas e devem
representar uma mudança com relação ao funcionamento prévio do sujeito.

30

10
10/07/2021

Especificadores de gravidade
• F32.0 Episódio depressivo leve + pelo menos dois (a) dos sintomas abaixo:
Pelo menos dois dos sintomas abaixo: • concentração e atenção reduzidas;
• Humor deprimido, • autoestima e autoconfiança reduzidas;
• ideias de culpa e inutilidade/
• perda de interesse e prazer e
• visões desoladas e pessimistas do futuro;
• fadigabilidade aumentada • ideias ou atos autolesivos ou suicídio;
• sono perturbado;
• apetite diminuído.

• A duração mínima do episódio completo é cerca de duas semanas.

• Um indivíduo com um episódio depressivo leve está usualmente angustiado pelos sintomas e tem alguma
dificuldade em continuar com o trabalho do dia a dia e atividades sociais, mas provavelmente não irá parar
suas funções completamente.

FONTE: CID 10

31

Especificadores de gravidade
• F32.1 Episódio depressivo moderado
• Pelo menos dois dos três sintomas mais típicos anotados para episódio depressivo leve
(F32.0) devem estar presentes, pelo menos três (e preferencialmente quatro) dos
outros sintomas.
• Vários sintomas provavelmente estão presentes em um grau marcante, mas isto não é
essencial se uma variedade particularmente ampla de sintomas está globalmente presente.
• A duração mínima do episódio completo é de cerca de duas semanas.
• Um indivíduo com episódio depressivo, moderadamente grave, usualmente terá dificuldade
considerável em continuar com atividades sociais, laborativas ou domésticas.

FONTE: CID 10

32

Especificadores de gravidade
• F32.2 Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos

• Em um episódio depressivo grave, o paciente usualmente apresenta angústia ou agitação


considerável, a menos que retardo seja um aspecto marcante.

• Perda de autoestima ou sentimentos de inutilidade ou culpa, provavelmente, são


proeminentes e o suicídio é um perigo marcante nos casos particularmente graves.

• Presume-se, aqui, que a síndrome somática estará quase sempre presente em um


episódio depressivo grave.

FONTE: CID 10

33

11
10/07/2021

Especificadores de gravidade
F32.3 Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos

• Um episódio depressivo grave o qual satisfaz os critérios dados para F32.2, e no qual delírios,
alucinações ou estupor depressivo estão presentes.

• Os delírios usualmente envolvem ideias de pecado, pobreza ou desastres iminentes, pelos


quais o paciente pode assumir a responsabilidade.

• Alucinações auditivas ou olfativas são usualmente de vozes difamatórias ou acusativas, ou de


sujeira apodrecida ou carne em decomposição.

• Retardo psicomotor grave pode evoluir para estupor.

• Essa categoria deve ser usada somente para episódios únicos de depressão grave com
sintomas psicóticos; para episódios posteriores, uma subcategoria do transtorno depressivo
recorrente.
FONTE: CID 10

34

ATENÇÃO
• A presença de aspectos psicóticos no transtorno
depressivo maior reflete doença grave e é um indicador de
mau prognóstico.
• Os próprios sintomas psicóticos são, muitas vezes,
categorizados como congruentes com o humor, ou seja,
em harmonia com o transtorno do humor (“Eu mereço ser
punido porque sou muito mau”), ou incongruentes com o
humor, em desarmonia com o transtorno do humor.
• Pacientes com transtornos do humor com psicoses
congruentes com o humor têm um tipo de transtorno do
humor psicótico;
• Aqueles com transtorno do humor com sintomas psicóticos
incongruentes com o humor podem ter transtorno
esquizoafetivo ou esquizofrenia.

35

Características atípicas

• Hipersonia;
• padrão permanente de hipersensibilidade à rejeição
nas relações interpessoais;
• sensação de peso nas pernas e braços;
• piora vespertina

36

12
10/07/2021

TRANSTORNO DEPRESSIVO
RECORRENTE

• O transtorno é caracterizado por episódios repetidos


de depressão, como especificada em episódio
depressivo [leve (F32.0), moderado (F32.1) ou grave
(F32. e F32.3).
• A idade de início e a gravidade, duração e frequência
dos episódios de depressão são todas altamente
variáveis.
• Os episódios individuais duram entre 3 e 12 meses
(duração mediana de cerca de 6 meses);
• Pelos menos dois episódios devem ter durado por um
mínimo de duas semanas e devem ter sido
separados por vários meses, sem perturbação
significativa do humor.

37

TRANSTORNO DEPRESSIVO
RECORRENTE

• A recuperação entre os episódios é habitualmente


completa, mas uma minoria de pacientes pode desenvolver
uma depressão persistente, principalmente na velhice;

• O risco de que um paciente com transtorno depressivo


recorrente venha a ter um episódio de mania nunca
desaparece completamente, não importa quantos episódios
depressivos ele tenha experimentado.

• Se um episódio maníaco ocorre, o diagnóstico deve mudar


para transtorno afetivo bipolar.

FONTE: CID 10

38

TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR – DSM 5


(F32-F33)

Indivíduos que estão


vivenciando pelo menos um
TRANSTORNO pode ocorrer como um segundo episódio de
DEPRESSIVO MAIOR episódio único ou ser depressão são
(F32-F33) recorrente; classificados com
transtorno depressivo
maior, recorrente.

O DSM-5 exige que episódios distintos de depressão sejam separados por pelo
menos dois meses, durante os quais o paciente não tenha sintomas significativos
de depressão.

39

13
10/07/2021

TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR

• O TDM frequentemente é diagnosticado com uma


variedade de outros transtornos, entre os quais os
da personalidade, os relacionados a substâncias e
os de ansiedade.
• As mulheres são 70% mais propensas que os
homens a vivenciar transtorno depressivo maior em
algum momento na vida.
• Comparados a adultos de 60 anos e mais velhos, os
adultos de 59 anos e mais jovens têm
aproximadamente duas vezes mais propensão de
ter sido acometido pelo transtorno depressivo maior.
• Olhando apenas a prevalência de 12 meses,
pessoas de 18 a 29 anos são 200% mais propensas
que adultos de 60 anos e mais velhos a ter
vivenciado esse transtorno,
• A idade média de início da doença é 32 anos.

FONTE: Whitbourne, 2015

40

TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR – DSM 5

• Considerando a frequência com que a depressão maior é queixa presente nos ambientes de
atendimento primário, uma mnemônica é útil para lembrar os critérios para um episódio de
depressão maior.

S- (mudanças no) sono


I - interesse (diminuído)
C - culpa (excessiva)
E- energia (diminuída)
C- concentração (diminuída)
A- (mudanças no) apetite
P - (agitação ou retardo) psicomotor
S - ( ideação) suicida

41

CARACTERÍSTICAS do TDM
Pensamento: Sentimentos:

• Lentificado • Negativos e sofridos

 Raciocínio • Baixa auto-estima


 Concentração • Culpa
 Atenção • Desesperança
 Memória (retenção e • Tristeza
evocação) • Apatia
 Latência de tempo para • Ansiedade
resposta • Falta de sentido
• Perda de motivação

42

14
10/07/2021

CARACTERÍSTICAS do TDM
• Ideias: • Psicomotricidade:
• lentificada
• Conteúdo negativo •  energia mental e física
• Pessimismo • Fadigabilidade
• Culpa • Sensação de sono ou torpor
• Falta de sentido • Necessidade de mais
• Ruína esforço para realizar
• Menos valia atividades
• Doença • Agitação ou inquietação
• Morte • Mais característicos de
• Suicídio estados mistos
• Preocupações exageradas

43

CARACTERÍSTICAS do TDM
• Redução de energia • Crítica da doença geralmente está
preservada
•  Volição
•  vontade • Distorção da realidade para o
negativo
•  ânimo
• Passado, presente, futuro
• Perda de iniciativa
• Delírios de ruína
• Alucinações auditivas, visuais,
sensoriais

44

CARACTERÍSTICAS do TDM

• Sintomas vegetativos:

• Inapetência ou aumento de apetite


• Perda ou ganho de peso
• Sono não reparador
• Insônia
• Hipersônia
• Dores difusas
• Diminuição/perda de libido
• Disfunção erétil, ou ejaculatória

45

15
10/07/2021

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS do TDM


A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas
semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é
(1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer.

1. Humor deprimido na maior parte 3. Perda ou ganho significativo de 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os
do dia, quase todos os dias, peso sem estar fazendo dieta (p. ex., dias.
conforme indicado por relato uma alteração de mais de 5% do peso
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa
subjetivo (p. ex., sente-se triste, corporal em um mês), ou redução ou
excessiva ou inapropriada (que podem ser
vazio, sem esperança) ou por aumento do apetite quase todos os
delirantes) quase todos os dias (não
observação feita por outras pessoas dias. (Nota: Em crianças, considerar o
meramente autorrecriminação ou culpa por
(p. ex., parece choroso). (Nota: Em insucesso em obter o ganho de peso
estar doente).
crianças e adolescentes, pode ser esperado.)
humor irritável.) 8. Capacidade diminuída para pensar ou se
4. Insônia ou hipersonia quase todos concentrar, ou indecisão, quase todos os dias
2. Acentuada diminuição do os dias. (por relato subjetivo ou observação feita por
interesse ou prazer em todas ou outras pessoas).
5. Agitação ou retardo psicomotor
quase todas as atividades na maior
quase todos os dias (observáveis por 9. Pensamentos recorrentes de morte (não
parte do dia, quase todos os dias
outras pessoas, não meramente somente medo de morrer), ideação suicida
(indicada por relato subjetivo ou
sensações subjetivas de inquietação recorrente sem um plano específico, uma
observação feita por outras
ou de estar mais lento). tentativa de suicídio ou plano específico para
pessoas).
cometer suicídio.

46

Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra


CRITÉRIOS condição médica.
DIAGNÓSTICOS
do TDM B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras
áreas importantes da vida do indivíduo.

C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma


substância ou a outra condição médica.

Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo


maior.

OBS.: Deve-se verificar se nunca houve um episódio


maníaco ou um episódio hipomaníaco. Essa exclusão não
se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo
hipomaníaco são induzidos por substância ou são atribuíveis
aos efeitos psicológicos de outra condição médica.

47

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS do TDM

Respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína financeira, perdas
por um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade)
podem incluir os sentimentos de tristeza intensos, ruminação acerca da
perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observados no Critério A,
que podem se assemelhar a um episódio depressivo.

Embora esses sintomas possam ser entendidos ou considerados


apropriados à perda, a presença de um episódio depressivo maior, além
da resposta normal a uma perda significativa, também deve ser
cuidadosamente considerada.

48

16
10/07/2021

Luto X Episódio depressivo maior


(Segundo o DSM-5)

LUTO EDM
• O afeto predominante inclui • Há humor deprimido persistente e
sentimentos de vazio e perda. incapacidade de antecipar felicidade
• Pode diminuir de intensidade ao ou prazer.
longo de dias a semanas, ocorrendo • O humor deprimido de um EDM é
em ondas, conhecidas como "dores mais persistente e não está ligado a
do luto". pensamentos ou preocupações
• Essas ondas tendem a estar específicos.
associadas a pensamentos ou • Infelicidade e angústia generalizadas
lembranças do falecido.
• A dor do luto pode vir acompanhada
de emoções e humor positivos.

49

• O conteúdo do pensamento • No EDM tem-se ruminações


associado ao luto geralmente autocríticas ou pessimistas.
apresenta preocupação com • Sentimentos de desvalia e aversão a
pensamentos e lembranças do si mesmo;
falecido.
• No EDM esses pensamentos têm o
• A autoestima costuma estar foco em acabar com a própria vida
preservada. em razão dos sentimentos de
• Se presente, a ideação desvalia, de não merecer estar vivo
autodepreciativa envolve a ou da incapacidade de enfrentar a
percepção de falhas em relação ao dor da depressão.
falecido.
• Se um indivíduo enlutado pensa em
morte e em morrer, tais pensamentos
costumam ter o foco no falecido e
possivelmente em "se unir" a ele.

50

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Tristeza: inerente à experiencia humana, e esses períodos não devem ser diagnosticados como um EDM, a
menos que sejam satisfeitos os critérios de gravidade (i.e., cinco dos nove sintomas), duração (i.e., na maior
parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos duas semanas) e sofrimento ou prejuízo clinicamente
significativos.

• Transtorno do humor devido à outra condição médica: Ex. esclerose múltipla, AVC e hipotireoidismo.

• TDM induzido por substância/medicamento: Ex. humor depressivo apenas no contexto de


abstinência de cocaína, diagnosticar Transtorno Depressivo induzido por cocaína.

• Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: pode ocorrer em comorbidade com o TDM, porém,


cuidado para não diagnosticar um EDM em crianças com TDAH devido à distratibilidade, baixa tolerancia à
frustração, e cuja perturbação do humor se caracteriza mais por irritabilidade do que por tristeza ou perda de
interesse.

51

17
10/07/2021

Fatores de risco

Afetividade negativa — neuroticismo como traço de personalidade;

Experiências adversas na infância e eventos estressores ao longo da vida


podem precipitar episódios depressivos;

Familiares de 1º grau de pessoas com Transtorno Depressivo Maior tem 2 a


4 vezes mais chance de apresentar o transtorno do que a população geral.

FONTE: DSM-5

52

ALGUNS DADOS

• Dados da International Stress Management Association (Isma-Brasil) apontam que 42% dos
profissionais brasileiros vivenciaram algum episódio de depressão durante sua vida profissional,
sendo que em 10% são recorrentes;
• Até 60% dos casos não são detectados pelo médico clínico;
• A morbi-mortalidade associada à depressão pode ser, em boa parte, prevenida (em torno de
70%) com o tratamento correto.

FONTE: Isma-Brasil; DSM-5

53

Consequências Funcionais do Transtorno Depressivo Maior

• Muitas das consequências funcionais do TDM derivam de sintomas individuais.


• O prejuízo pode ser muito leve, de forma que muitos daqueles que interagem com o indivíduo
afetado não percebem os sintomas depressivos.
• O prejuízo, no entanto, pode se estender até a total incapacidade, de modo que a pessoa
deprimida é incapaz de dar atenção às necessidades básicas de cuidado consigo mesma ou fica
muda ou catatônica.
• Entre os indivíduos atendidos em contextos médicos gerais, aqueles com transtorno depressivo
maior têm mais dor e doença física e maior redução no funcionamento físico, social e de papéis.

FONTE: DSM-5

54

18
10/07/2021

TRATAMENTOS

O tratamento de pacientes com transtornos do humor deve ser direcionado para vários objetivos:
1) a segurança do paciente deve ser garantida.
2) uma avaliação diagnóstica completa do paciente é necessária.
3) deve ser iniciado um plano de tratamento que trate não apenas os sintomas imediatos, mas também
vise ao bem-estar futuro do paciente.
• O tratamento atual enfatiza a farmacoterapia e a psicoterapia orientadas ao paciente individual, mas
acontecimentos estressantes da vida também estão associados com aumentos nas taxas de recaída.
• Portanto, o tratamento deve ser voltado também ao fortalecimento dos recursos internos do paciente
para lidar com os eventuais estressores.
• Estudos mostram que o tratamento combinado (farmacoterapia e psicoterapia) é mais eficaz que
somente a monoterapia.

55

TRATAMENTOS

PSICOFARMACOTERAPIA: medicamento antidepressivo é a forma mais comum de tratamento


biológico para pessoas com TDM.
• quatro categorias principais de antidepressivos: ISRSs, inibidores da recaptação de serotonina e
norepinefrina (ISRSNs), antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoaminoxidase (IMAOs).
• Os medicamentos antidepressivos levam um tempo para atuar - de 2 a 6 semanas antes que os
sintomas de um paciente comecem a diminuir.
• Uma vez que a depressão tenha retrocedido, geralmente é indicado que o paciente continue com
o fármaco por mais 4 ou 5 meses - e por muito mais tempo para pacientes com uma história de
episódios depressivos graves recorrentes.

FONTE: Sadock, Sadock & Ruiz (2017); Whitbourne, 2015

56

TRATAMENTOS

• A Terapia cognitivo-comportamental apresenta fortes evidências científicas de eficácia no


tratamento dos transtornos de humor. A maioria deles verificou que sua eficácia é igual à da
farmacoterapia e está associada com menos efeitos adversos e melhor evolução. Alguns dos estudos mais
controlados indicaram que a combinação de terapia cognitiva e farmacoterapia é mais eficaz do que cada
uma isoladamente .
• A TCC Focaliza as distorções cognitivas postuladas como presentes no transtorno depressivo maior.
• Essas distorções incluem atenção seletiva aos aspectos negativos das circunstâncias e inferências
mórbidas não realistas sobre suas consequências.
• Ex.: apatia e baixa energia resultam de uma expectativa do paciente de fracasso em todas as áreas.

• O objetivo da terapia cognitiva é aliviar os episódios depressivos e prevenir sua reincidência ajudando-o a
identificar e testar as cognições negativas; desenvolver formas de pensar alternativas, flexíveis e positivas; e
ensaiar novas respostas cognitivas e comportamentais.

FONTE: Sadock, Sadock & Ruiz (2017); Whitbourne, 2015

57

19
10/07/2021

TRATAMENTOS

• Terapia comportamental: técnica da ativação comportamental, na qual o terapeuta ajuda o


cliente a identificar atividades associadas com humor positivo.
• Inicia-se com uma avaliação cuidadosa da frequência, qualidade e variedade de atividades e
interações sociais na vida de seu cliente, focalizando as fontes de reforço positivo e negativo.
• Com base nessa análise, os terapeutas ajudam seus clientes a fazer mudanças em seus
ambientes e ensinam as habilidades sociais necessárias. Também os encorajam a aumentar seu
envolvimento em atividades que considerem positivamente gratificantes.
• Psicoeducação do paciente e familiares.

FONTE: Sadock, Sadock & Ruiz (2017); Whitbourne, 2015

58

• A perturbação do humor que ocorre com o transtorno depressivo


maior pode assumir uma forma crônica, contínua.
• Pessoas com transtorno depressivo persistente (distimia) têm,
Transtorno por pelo menos 2 anos (1 ano para crianças e adolescentes),
um conjunto mais limitado dos sintomas que ocorrem com o
Depressivo transtorno depressivo maior, incluindo distúrbios do sono e do
apetite, energia baixa ou fadiga, autoestima baixa, dificuldade
Persistente com concentração e tomada de decisão e sentimentos de
desesperança.
(Distimia) • Entretanto, as pessoas com transtorno distímico no momento
presente não satisfazem os critérios para um episódio
depressivo maior;
• Apesar de não vivenciarem todos os sintomas de um EDM, as
pessoas com transtorno depressivo persistente nunca estão
livres de seus sintomas por mais de 2 meses.
• Além disso, elas tendem a apresentar outros transtornos
psicológicos sérios, incluindo um risco aumentado para
desenvolver TDM, transtorno da personalidade e transtorno por
uso de substância.

FONTE: DSM 5

59

Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)

Se distingue-se do TDM
pelo fato de os pacientes
O aspecto mais Existem sentimentos se queixarem de que
característico do associados de sempre estiveram
transtorno depressivo inadequação, culpa, deprimidos. Portanto, a
persistente é a presença irritabilidade e raiva; maioria dos casos é de
de um humor deprimido afastamento da início precoce,
que dura a maior parte sociedade; perda de começando na infância
do dia e está presente interesse; e inatividade e ou na adolescência em
quase continuamente. falta de produtividade. geral por volta dos dos
20 anos.

60

20
10/07/2021

Transtorno Depressivo
Persistente (Distimia)

• Seu conceito central se refere a um


transtorno depressivo subafetivo ou
subclínico com:
1. cronicidade de baixo grau por pelo menos dois
anos;
2. início insidioso, com origem muitas vezes na
infância ou na adolescência; e
3. um curso persistente ou intermitente.

• A história familiar de indivíduos com distimia


é normalmente repleta de transtornos
depressivos e bipolares.

FONTE: Sadock, Sadock & Ruiz (2017);

61

TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE

• O transtorno depressivo persistente com frequência apresenta um início precoce e insidioso (i.e.,
na infância, na adolescência ou no início da idade adulta) e, por definição, um curso crônico.

• O início precoce (i.e., antes dos 21 anos) está associado a uma probabilidade maior de
transtornos da personalidade e de transtornos por uso de substâncias comórbidos.

• A ansiedade não é um componente necessário de seu quadro clínico; contudo, o transtorno é com
frequência diagnosticado em pacientes com transtornos de ansiedade e fóbicos.

FONTE: Sadock, Sadock & Ruiz (2017)

62

• O grau em que o transtorno depressivo persistente repercute no


funcionamento social e profissional provavelmente varia bastante, porém os
efeitos podem ser tão grandes quanto ou maiores do que os do transtorno
depressivo maior.
• Apesar do início precoce, os pacientes costumam sofrer com os sintomas
Consequências por uma década antes de procurar ajuda profissional e podem considerar o
transtorno simplesmente parte da vida.
Funcionais do • Esses indivíduos estão em risco tanto para TDM quanto para transtorno
Transtorno bipolar I.
Depressivo • Estudos de indivíduos com diagnóstico de TDP indicam que cerca de 20%
progrediram para TDM; 15%, para transtorno bipolar II; e, menos de 5%,
Persistente para transtorno bipolar I.
• O prognóstico de pacientes com TDP varia. Agentes antidepressivos e
tipos específicos de psicoterapias (p. ex., terapias cognitiva e
comportamental) têm efeitos positivos no curso e no prognóstico do
transtorno.

Sadock, Sadock & Ruiz (2017); DSM-5

63

21
10/07/2021

CASO ILUSTRATIVO

64

Diagnóstico Diferencial do Transtorno depressivo


persistente

• Transtorno depressivo maior.

• Caso exista um humor depressivo e dois ou mais sintomas que satisfaçam os critérios para um episódio
depressivo persistente por dois anos ou mais, é feito o diagnóstico de TDP. O diagnóstico depende da
duração de dois anos, o que o distingue dos episódios de depressão, que não duram dois anos.

• Se os critérios dos sintomas são suficientes para o diagnóstico de um EDM em qualquer momento durante
esse período, então o diagnóstico de depressão maior deve ser anotado, mas é codificado não como um
diagnóstico separado, e sim como um especificador com o diagnóstico de transtorno depressivo Persistente
(“com episódios depressivos maiores intermitentes, com episódio atual”).

• Se o EDM persistiu por pelo menos dois anos e continua presente, então é usado o especificador “com
episódio depressivo maior persistente”.

65

AVALIAÇÃO DOS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

• Exame do Estado Mental: analisar estado de afeto e humor;


pensamento (curso e conteúdo), juízo crítico (subestimado),
atenção (distratibilidade, hipovigilância e hipertenacidade),
memória, conduta e linguagem (curso).

• Entrevista de Anamnese: examinar história da doença atual


(HDA), consumo de SPA´s e medicamentos, indícios de fatores
orgânicos ou condições médicas; histórico de adesão, abandono
e resposta a tratamento medicamentoso e hospitalizações;
histórico de negligências, descuidos e abandono de atividades.

• Entrevista Diagnóstica: com o próprio examinando, familiares e


pessoas de sua convivência diária.

66

66

22
10/07/2021

AVALIAÇÃO DOS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

• Instrumentos padronizados: instrumentos padronizados


de rastreio e diagnóstico; entrevistas diagnósticas
estruturadas (SCID 5); testes psicológicos (EBADEP-IJ,
EBADEPI-ID)

OBS.: É importante descartar substâncias (p. ex., álcool


e abstinência de cocaína), medicamentos (p. ex., anti-
hipertensivos, esteroides) ou condições clínicas (p. ex.,
hipotireoidismo, esclerose múltipla) subjacentes como a
causa da depressão, especialmente se o paciente não
tiver história anterior de depressão .

67

67

FONTE: Toy, Eugene C. Casos clínicos em psiquiatria - 4. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2014.

68

VAMOS
EXERCITAR?

69

23
10/07/2021

CASO 1

70

Entre os transtornos persistentes de humor (afetivos) encontra-se a distimia, que


corresponde a

a) depressão crônica de humor.

b) oscilações mais graves de humor.

c) instabilidade persistente de humor.

d) labilidade e oscilações médias de humor.

e) numerosos períodos de depressão e elação leves.

71

Os transtornos do humor constituem uma categoria importante de doença psiquiátrica, consistindo em transtorno
depressivo, transtorno bipolar e outros transtornos. Sobre o Transtorno Depressivo Maior, marque a alternativa correta:

A. Apesar de o diagnóstico ser baseado na anamnese realizada pelo profissional, a dosagem de neurotransmissores é
fundamental para o diagnóstico e definição de prognóstico do transtorno depressivo maior.

B. A depressão afeta a qualidade de vida dos pacientes de maneira significativa, e está associada à incapacidade, como
ocorre em doenças como a esquizofrenia, e, diferentemente de outros transtornos psiquiátricos, história familiar
positiva não é fator de risco para depressão.

C. Os transtornos do humor são comuns. Nos levantamentos mais recentes, o transtorno depressivo maior tem a
prevalência mais alta ao longo da vida (quase 17%) de todos os transtornos psiquiátricos. Indivíduos com transtornos
depressivos maiores têm menor risco de apresentar um ou mais transtornos associados, sendo a presença de
comorbidade bastante rara nesses indivíduos.

D. O episódio depressivo maior deve durar pelo menos duas semanas, e normalmente uma pessoa com esse diagnóstico
também experimenta pelo menos quatro sintomas de uma lista que inclui alterações no apetite e peso, alterações no
sono e na atividade, falta de energia, sentimentos de culpa, problemas para pensar e tomar decisões e pensamentos
recorrentes de morte ou suicídio.

72

24
10/07/2021

Uma mulher de 70 anos apresenta-se no posto de atenção primária à saúde queixando-se


de fadiga nas últimas sete semanas. Refere ter dificuldade para adormecer, pouco apetite e
perda de 4,5 kg, além de pensamentos sobre querer morrer. Reconhece ter tido sintomas
semelhantes em várias ocasiões no passado, mas “nunca tão graves”. Seus problemas
clínicos incluem asma e nível elevado de colesterol. Utiliza um inalador com albuterol
somente quando necessário.

Qual dos seguintes sintomas deve estar presente para se fazer o diagnóstico de transtorno
depressivo maior?

A. Humor deprimido.
B. Apetite diminuído.
C. Culpa excessiva.
D. Fadiga.
E. Ideação suicida.

73

Uma mulher de 22 anos é encaminhada a seu consultório pelo médico da família para avaliação de
depressão. O clínico não tem certeza se ela sofre de transtorno distímico ou de transtorno depressivo
maior. Qual das seguintes características é mais compatível com transtorno distímico do que com
depressão maior?

A. Curso episódico.
B. Grande quantidade de sintomas neurovegetativos.
C. Presença de sintomas psicóticos.
D. Prejuízo grave no funcionamento.
E. Baixa intensidade dos sintomas.

74

EPISÓDIOS
MANÍACOS E
TRANSTORNOS
BIPOLARES

75

25
10/07/2021

MANIA

76

EPISÓDIO
MANÍACO

Um período distinto de humor anormal e


persistentemente elevado, expansivo ou
irritável e aumento anormal e persistente da
atividade dirigida a objetivos ou da energia,
com duração mínima de uma semana e
presente na maior parte do dia, quase
todos os dias (ou qualquer duração, se a
hospitalização se fizer necessária).

77

Características clínicas: episódio


maníaco

• Hipertimia;
• labilidade afetiva;
• aumento de energia;
• taquipsiquismo,
• fuga de ideias,
• logorréia;
• diminuição da necessidade de sono;
• desinibição,
• aumento da libido;

78

26
10/07/2021

Características clínicas: episódio


maníaco
• impulsividade;
• auto-estima arrogante;
• superotimismo,
• ideias deliróides de grandeza;
• prodigalidade;
• alterações quantitativas e qualitativas da
sensopercepção.

79

Hipomania
• Forma atenuada da mania;
• Sem psicose ou delírios;
• Humor anormal
• Sintomas leves a moderados de mania
• Duração de dias a meses
• Duração de pelo menos 4 dias;
• Difere do normal da pessoa;
• Sem prejuízo marcado no funcionamento.

80

TRANSTORNOS
BIPOLARES

81

27
10/07/2021

O que é o Transtorno Bipolar?


• O Transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico marcado
pela alternância de episódios de depressão com os de euforia
(mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles.

Causas:

1. Existe um componente Genético

2. Alterações cerebrais associadas a desequilíbrio de substancias


intracelulares envolvidas na regulação de neurotransmissores
(dopamina, noradrenalina e serotonina).

3. Alterações súbitas na estrutura ou na função de áreas cerebrais


que participam da regulação do humor

82

Depressão x Bipolar

• É muito comum classificar-se uma pessoa que apresenta


sintomas depressivos como primeira alteração do humor
no espectro unipolar.

• O que se sabe da clínica é que as depressões bipolares


são diagnosticadas somente depois de vários anos em
busca de tratamento adequado.

83

Subtipos: Bipolar
• Transtorno Bipolar Tipo I: representa toda amplitude de variação do humor, do pico mais alto (mania
plena), que pode durar várias semanas, até depressões graves. Em geral começa entre os 15 e 30
anos, mas há casos de início mais tardio. Não é raro apresentar sintomas psicóticos como delírios ou
mesmo alucinações.

• Transtorno Bipolar Tipo II: a fase maníaca é mais suave e curta, (hipomania). Os sintomas são
semelhantes, mas não prejudica a pessoa de modo tão significativo, pois não são tão intensos. As
depressões por outro lado, podem ser profundas. Também pode iniciar-se na adolescência, com
oscilações do humor, mas uma parte dos pacientes só expressa a fase depressiva ao redor dos 40
anos.
• Ciclotimia
• Não Especificado

84

28
10/07/2021

Tipos de rebaixamento e elação do humor:

Bipolar tipo I -
mania

Bipolar tipo II-


hipomania

TDM

Distimia

85

OS SINTOMAS DE DEPRESSÃO E
DE MANIA NO TB
• No início da fase depressiva, o humor pode alterar de
eutímico para triste, entediado, melancólico, vazio,
ansioso, desanimado ou irritado.
• Os pacientes descrevem que se sentem impacientes,
irritadiços, nervosos, perdidos, incompreendidos,
desinteressados, sensíveis, zangados, estagnados ou
vazios.
• Com frequência, descobrem que já não se importam mais
com suas atividades, com as pessoas a sua volta, com a
realização de tarefas na hora certa, ou com sua
aparência pessoal.
• As mudanças de atitude na depressão também podem
incluir uma excessiva negatividade. Os pacientes estão
convencidos de que não adianta tentar fazer algo porque
o resultado negativo é inevitável. As contrariedades
podem parecer insuperáveis.
FONTE: Basco, 2009.

86

OS SINTOMAS DE DEPRESSÃO E
DE MANIA NO TAB

• As outras pessoas são percebidas como falsas,


indiferentes ou incompetentes;
• Aumento da autocrítica; foco nos fracassos e
arrependimentos, e há queda na autoestima;
• A pessoa deprimida não vê tais fatores como
pensamentos demasiado negativos, mas sim como
pensamentos realistas, apoiados facilmente por sua
percepção dos fatos.
• Na verdade, pode haver um pouco de realismo em
suas observações, mas geralmente as evidências
contraditórias são ignoradas; as circunstâncias que
envolvem, esquecidas, e as realizações,
menosprezadas.
FONTE: Basco, 2009.

87

29
10/07/2021

OS SINTOMAS DE DEPRESSÃO E
DE MANIA NO TAB

• Por outro lado, as mudanças de humor na mania


podem ser positivas, esperançosas,
entusiasmadas, eufóricas, “no topo do mundo” ou
animadas.
• Na mania, as mudanças cognitivas geralmente
consistem em mudanças no processo cognitivo,
na qualidade das cognições e no conteúdo dos
pensamentos.
• Nos extremos, podem surgir ilusões de grandeza e
paranoia. As mudanças sutis são mais comuns,
que caem dentro dos domínios do normal no
início, como mais interesse pela vida, otimismo e
melhor autoestima.

FONTE: Basco, 2009.

88

OS SINTOMAS DE DEPRESSÃO E
DE MANIA NO TAB

• Se a hipomania ou mania aparece logo após um


longo período de depressão, a troca pode não ser
notada até que as mudanças no processo de
pensamento comecem a interferir no funcionamento
mais adequado.
• À medida que a disposição do indivíduo aumenta,
com frequência existe melhora do humor. Conforme
a mania progride, o humor pode adquirir um tom
mais hostil ou sarcástico.
• Normalmente, essa mudança não é notada pelo
paciente, mas é bem perceptível aos demais.

FONTE: Basco, 2009.

89

Episódio de mania no TAB


Para o evento ser caracterizado
como mania, é necessário haver
• Euforia excessiva; pelo menos 3 sintomas, que
• Autoestima inflada ou mania de grandeza; devem durar pelo menos 7 dias e
• Falar excessivamente; persistir a maior parte do dia, ou
nos casos em que são tão graves
• Pensamento acelerado, com fuga de ideias; a ponto de necessitar de
• Muita distração; internação hospitalar.
• Maior agitação ou energia para realizar atividades;
• Perda do controle sobre suas atitudes;
• Envolvimento em atividades arriscadas e que normalmente exigem cautela, como investimentos
financeiros insensatos, amores impulsivos, fazer compras desenfreadas ou apetite sexual muito
aumentado...
• Pode haver irritabilidade ou agressividade;
• Pode haver delírios ou alucinações.

90

30
10/07/2021

Os três estágios da mania

91

Episódio de hipomania
SEMELHANTES, PORÉM MAIS LEVES:
• Euforia ou humor elevado;
• Maior criatividade;
• Redução da necessidade de sono;
• Falar mais que o normal, pensamento acelerado e fácil distração;
• Agitação ou aumento da energia para realizar atividades.

Os sintomas de hipomania não costumam Muitos pacientes acabam sendo tratados


provocar prejuízos às relações sociais e como tendo apenas depressão, já que a
profissionais, e também não causam sintomas alternância de humor pode não ser
como delírios ou alucinações, além de detectada.
costumarem durar pouco tempo, cerca de 1
semana.

92

OS SINTOMAS DE DEPRESSÃO E DE
MANIA NO TAB

• O paciente pode apresentar sintomas de depressão e mania ao mesmo tempo → episódio


misto.
• Durante um episódio misto, o indivíduo pode se sentir agitado, apresentar taquipsiquismo e
inquietação, como na mania;
• porém, sentem-se deprimidas, sem esperanças e propensas ao suicídio, como na
depressão.
• Os estados mistos também podem alternar rapidamente entre depressão e mania, cada um
durando por horas apenas ou por poucos dias.
• Podem ser de difícil diagnóstico porque não parecem episódios típicos de depressão ou de
mania.

93

31
10/07/2021

Classificação Diagnóstica

• TRANSTORNO BIPOLAR (F31): caracterizado por


episódios repetidos (i.e., pelo menos dois) nos quais o
humor e os níveis de atividade do paciente estão
significativamente perturbados;

• Em algumas ocasiões ocorrer uma elevação do humor e


aumento de energia e atividade (mania ou hipomania) e
em outras de um rebaixamento do humor e diminuição de
energia e atividade (depressão).

• Caracteristicamente, a recuperação entre os episódios é


usualmente completa.

94

Critérios Diagnósticos - TB
• Episódios maníacos usualmente começam abruptamente e duram
entre duas semanas e 4-5 meses (média de 4 meses).
• Depressões tendem a durar mais tempo (média de 6 meses),
embora raramente por mais de um ano, exceto em idosos.
• Episódios de ambos os tipos frequentemente se seguem a
eventos da vida estressantes ou outros traumas mentais, mas a
presença de tal estresse não é essencial para o diagnóstico.
• O primeiro episódio pode ocorrer em qualquer idade, da infância à
velhice.
• A frequência de episódios e o padrão de remissões e recaídas
são ambos muito variáveis;
• As remissões tendem a tomar-se mais breves com o passar do
tempo e as depressões a tomarem-se cada vez mais comuns e a
ter maior duração depois da meia-idade.

95

VÍDEO 01 - Stephen Fry fala sobre TRANSTORNO BIPOLAR

96

32
10/07/2021

Critérios diagnósticos do DSM-5


para transtorno bipolar I

• Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I,


é necessário o preenchimento dos critérios
a seguir para um episódio maníaco.

• O episódio maníaco pode ter sido


antecedido ou seguido por episódios
hipomaníacos ou depressivos maiores.

97

• Episódio Maníaco
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e
persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na
maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária).
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes
sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma
mudança notável do comportamento habitual:
• 1. Autoestima inflada ou grandiosidade.
• 2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono).
• 3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
• 4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados.
• 5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou
irrelevantes), conforme relatado ou observado.
• 6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou
agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos).
• 7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex.,
envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros
insensatos).

98

C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no


funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si
mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas.
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso,
medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica.

Nota: Um episódio maníaco completo


que surge durante tratamento Nota: Os Critérios A-D representam um
antidepressivo (p. ex., medicamento, episódio maníaco.
eletroconvulsoterapia), mas que persiste
em um nível de sinais e sintomas além • Pelo menos um episódio maníaco na
do efeito fisiológico desse tratamento, é vida é necessário para o diagnóstico
evidência suficiente para um episódio de transtorno bipolar tipo I.
maníaco e, portanto, para um diagnóstico
de transtorno bipolar tipo I.

99

33
10/07/2021

• Episódio Hipomaníaco

Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e
persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior
parte do dia, quase todos os dias.
O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou
profissional ou para necessitar de hospitalização.
→ Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco.

O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro
tratamento).
• Nota: Um episódio hipomaníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo (p. ex., medicamento,
eletroconvulsoterapia), mas que persiste em um nível de sinais e sintomas além do efeito fisiológico desse
tratamento, é evidência suficiente para um diagnóstico de episódio hipomaníaco.
• Recomenda-se, porém, cautela para que 1 ou 2 sintomas (principalmente aumento da irritabilidade, nervosismo
ou agitação após uso de antidepressivo) não sejam considerados suficientes para o diagnóstico de episódio
hipomaníaco.

100

CARACTERÍSTICAS SUGESTIVAS
DE BIPOLARIDADE NA
DEPRESSÃO.

• Pacientes podem ter sido diagnosticados


como tendo pânico, ansiedade
generalizada, etc.

• Levantamento da história clínica.

• A história clínica dos pacientes com


depressão bipolar é permeada de
instabilidade emocional e de
relacionamentos instáveis, sejam no
trabalho ou pessoais.

102

CASO ILUSTRATIVO

Um homem de 27 anos é levado ao setor de emergência pelos amigos e pelo colega de quarto. Eles relatam que
o paciente não tem dormido nas últimas 3 ou 4 semanas e que perceberam que ele fica acordado à noite,
limpando o apartamento. Adquiriu um novo computador e um aparelho de DVD, embora o colega de quarto
afirme que ele não tem dinheiro para comprar esse tipo de coisa. O paciente também tem se vangloriado para os
amigos de que dormiu com três mulheres diferentes na última semana, mas esse não é seu comportamento
habitual, e tem estado muito irritável e explosivo. Tem bebido "um monte de álcool“ nas duas últimas semanas, o
que não é característico.

Os amigos referem não tê-lo visto usar drogas e acreditam que não tenha problema de saúde nem tome qualquer
medicamento que precise de receita. Não estão a par de história familiar de distúrbios clínicos nem de
transtornos psiquiátricos. Informam que ele é estudante de serviço social.

Em um exame do estado mental, o paciente se mostra alternadamente irritável e exaltado. Está usando uma
camisa laranja forte e uma calça vermelha, e suas meias não formam par. Fica caminhando pela sala e recusa-se
a sentar quando convidado pelo examinador. Sua fala é rápida e alta, e é difícil interrompê-lo. Diz que seu humor
está "ótimo" e está muito zangado com os amigos por tê-lo obrigado a vir ao setor de emergência. Fala que eles
provavelmente tenham insistido porque "estão com inveja do meu sucesso com as mulheres". Afirma que está
destinado a algo grandioso. Seus processos de pensamento são tangenciais. Nega qualquer ideação suicida ou
homicida, alucinações ou delírios .

Retirado de: Toy, Eugene C. Casos clínicos em psiquiatria - 4. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2014.

103

34
10/07/2021

TRANSTORNO CICLOTÍMICO

• É um tipo de transtornos do humor persistente e habitualmente flutuante, nos quais os episódios


individuais não são suficientemente graves para justificar um diagnóstico de episódio maníaco ou
de episódio depressivo leve.
• Como persistem por anos e, por vezes, durante a maior parte da vida adulta do paciente, podem
levar a um sofrimento e à incapacidade consideráveis.
• Forma leve do transtorno bipolar II, caracterizado por episódios de hipomania e depressão leve.
• DSM-5: “distúrbio do humor crônico e flutuante”, com muitos períodos de hipomania e de
depressão leve.
• Se diferencia do transtorno bipolar II, que é caracterizado pela presença de episódios depressivos
maiores (não menores) e de episódios hipomaníacos.
• Os ciclos do transtorno tendem a ser muito mais curtos do que os do transtorno bipolar I.
• No transtorno ciclotímico, as mudanças de humor são irregulares e repentinas e, por vezes,
ocorrem no espaço de horas.

104

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA TRANSTORNO


CICLOTÍMICO – DSM-5

A. Por pelo menos dois anos (um ano em crianças e adolescentes), presença de vários períodos com sintomas
hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que
não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior.
B. Durante o período antes citado de dois anos (um ano em crianças e adolescentes), os períodos hipomaníaco e
depressivo estiveram presentes por pelo menos metade do tempo, e o indivíduo não permaneceu sem os sintomas por
mais que dois meses consecutivos.
C. Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos.
D. Os sintomas do Critério A não são mais bem explicados por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno
esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico
especificado ou outro transtorno fisiológico não especificado.
E. Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex;, droga de abuso, medicamento) ou a
outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).
F Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras
áreas importantes da vida do indivíduo.

105

O Sr. B., um homem solteiro de 25 anos, veio para avaliação devido a irritabilidade, insônia,
nervosismo e excesso de energia.
Ele relatou que esses episódios duravam de alguns dias a algumas semanas e se alternavam
com períodos mais longos de se sentir desanimado, abatido e desgastado com pensamentos de
suicídio.
Relatou ter estado desse jeito por tanto tempo quanto pode lembrar e nunca foi tratado para
seus sintomas. Negou uso de drogas e disse que “apenas ocasionalmente tomava uma bebida para
relaxar”.
Na infância, o Sr. B. passou de uma família adotiva para outra e era uma criança
irresponsável e encrenqueira. Com frequência fugia de casa, faltava à escola e cometia crimes
menores.
Ele fugiu de sua última família adotiva aos 16 anos e vagou pela cidade desde então, fazendo
biscates ocasionais. Quando ficava inquieto em um local ou emprego, rapidamente mudava para o
seguinte.
Não tinha amigos próximos porque iniciava e terminava amizades com rapidez.

106

35
10/07/2021

AVALIAÇÃO DO TRANSTORNO BIPOLAR


E TRANSTORNOS RELACIONADOS

• Avaliação:
• Exame do Estado Mental: analisar estado de afeto (quantidade, apropriação e curso) e humor;
pensamento (curso e conteúdo), juízo crítico (superestimado), atenção (distratibilidade,
hipervigilância e hipotenacidade), memória, conduta e linguagem (curso).

• Entrevista de Anamnese: examinar história da doença atual (HDA), consumo de SPA´s e


medicamentos, indícios de fatores orgânicos ou condições médicas; histórico de adesão, abandono
e resposta a tratamento medicamentoso e hospitalizações; histórico de gastos, compulsão sexual e
comportamento compulsivo.

• Entrevista Diagnóstica: com o próprio examinando, familiares e pessoas de sua convivência diária.

107

107

TRATAMENTO DO TAB
• São necessários medicamentos e psicoterapia combinados para controlar os sintomas
do transtorno bipolar.
• Os objetivos do tratamento medicamentoso são, em primeiro lugar, controlar os sintomas e,
em segundo, manter o estado assintomático por períodos prolongados de tempo.
• O tratamento farmacológico dos transtornos bipolares é dividido em fases aguda e de
manutenção, e envolve a formulação de estratégias diferentes para o paciente que está
vivenciando mania ou hipomania ou depressão.
• O tratamento da fase aguda pode durar de 6 semanas (se a primeira medicação for eficaz e
bem tolerada) ou pode durar de 6 a 9 meses.
• No tratamento da fase aguda de duração mais longa, com frequência é necessário escolher
entre diversos medicamentos para encontrar um ou a combinação de medicamentos que
dará uma resposta efetiva.

FONTE: BASCO, 2009.

108

TRATAMENTO DO TAB

• Carbonato de lítio: considerado o protótipo do “estabilizador do humor”. De ação antimaníaca lenta,


geralmente é suplementado nas fases iniciais do tratamento por antipsicóticos atípicos,
anticonvulsivantes estabilizadores do humor ou benzodiazepínicos de alta potência.
• O valproato (ácido valproico): Diferentemente do lítio, o valproato é indicado para mania aguda.
• Carbamazepina: anticonvulsivante também indicado na mania aguda.
• Clonazepam e lorazepam. Ambos podem ser eficazes e são amplamente utilizados para tratamento
adjuvante de agitação maníaca aguda, insônia, agressividade e disforia, bem como de pânico.
• Antipsicóticos atípicos: olanzapina, risperidona, quetiapina, ziprasidona e aripiprazol demonstraram
efeitos antimaníacos.

FONTE: SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A.; RUIZ, P. , 2017.

109

36
10/07/2021

TRATAMENTO DO TAB

A utilidade relativa de
Os ISRS (fluoxetina,
antidepressivos-padrão na
doença bipolar é sertralina, paroxetina, Algumas evidências
citalopram, escitalopram) sugerem que a bupropiona
controversa devido a sua
mostraram-se eficazes na é eficaz quando os ISRS
propensão a induzir
ciclagem, mania ou fase depressiva do não o são.
transtorno bipolar.
hipomania.

FONTE: BASCO, Mônica Ramirez. Terapia cognitivo-comportamental para transtorno bipolar: guia do terapeuta. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2009.

110

TRATAMENTO DO
TAB

• As características psicoeducativas da TCC


proporcionam, tanto para o paciente como para
seus familiares e relacionamentos, o aprendizado
sobre o que é o transtorno afetivo bipolar;

• A TCC permite e enfatiza o reconhecimento dos


sintomas precoces, instruindo sobre o curso
longitudinal e os fatores de risco de recaídas e
explicando e exemplificando a importância e as
características do tratamento, do uso dos
medicamentos e da psicoterapia.

111

Em resumo

Transtorno Características
Transtorno Bipolar Tipo I Ao longo da vida, ao menos um episódio de mania com ou sem
episódio depressivo maior.

Transtorno Bipolar Tipo II Ao longo da vida, ao menos um episódio de hipomania e um


episódio depressivo maior sem sintomas psicóticos.

Transtorno depressivo Ao longo da vida, ao menos um episódio depressivo maior, sem


a presença de mania nem hipomania

FONTE: DSM-5

112

37
10/07/2021

113

VAMOS
EXERCITAR?

114

(FONTE: TRT1ª/2011) Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da


CID-10, o Transtorno afetivo bipolar (F31) é caracterizado por episódios repetidos nos quais o
humor e os níveis de atividade do paciente estão significativamente perturbados, sendo que
esta alteração consiste em algumas ocasiões de elevação do humor e aumento de energia e
atividade (mania ou hipomania) e em outras de

(A) Intensificação da dor e aumento da presença de ideias delirantes (psicose).

(B) Rebaixamento do humor e diminuição de energia e atividade (depressão).

(C) Oscilação do biorrítimo, em que o paciente mostra-se frenético e instável (pré-psicose).

(D) Redução da volição e motivação nas atividades ocupacionais, resultando em inadequação


comportamental (conduta antissocial).

(E) Sensação de elevado poder e presença de postura arrogante frente às outras pessoas
(psicopatia).

115

38
10/07/2021

O transtorno psiquiátrico do adulto que é marcado pela presença de humor deprimido na maior
parte do dia, na maioria dos dias, pelo período mínimo de dois anos é:

A) ciclotimia.
B) transtorno bipolar.
C) Transtorno depressivo persistente.
D) depressão sazonal.
E) depressão maior.

116

Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Santa Rosa - RS Prova: FUNDATEC - 2018 - Prefeitura de Santa
Rosa - RS - Psicólogo
De acordo com os critérios do DSM-5 (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014) para transtorno
ciclotímico, as alternativas abaixo são consideradas critérios diagnósticos para esse transtorno, EXCETO:

A) Por pelo menos dois anos, presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios
para episódio maníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio
depressivo maior.

B) Durante o período de dois anos, os períodos hipomaníaco e depressivo estiveram presentes por pelo menos metade
do tempo, e o indivíduo não permaneceu sem os sintomas por mais de dois meses consecutivos.

C) Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos.

D) O transtorno pode acontecer durante o curso de um transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno
esquizoafetivo.

E) Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em


outras áreas importantes da vida do indivíduo.

117

REFERÊNCIAS

• Basco, Mônica Ramirez. Terapia cognitivo-comportamental para transtorno bipolar: guia do terapeuta.
– 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2009.
• Cheniaux Junior, Elie. Manual de psicopatologia. - 5. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
• Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. – 3. ed. – Porto Alegre:
Artmed, 2019.
• Sadock, Benjamin J. ;Sadock, Virginia A.; Ruiz, Pedro. Compêndio de psiquiatria: ciência do
comportamento e psiquiatria clínica – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.
• Toy, Eugene C. Casos clínicos em psiquiatria - 4. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2014.
• Whitbourne, Susan Krauss; Halgin, Richard P. Psicopatologia: perspectivas clínicas dos transtornos
psicológicos. Artmed, 2015.
• DSM-5
• CID-10

118

39

Você também pode gostar