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CONSCIÊNCIA
2 acepções:
1. Sentido Ético -> “Consciência moral”, tomar ciência dos deveres éticos e assumir as responsabilidades.
2. Sentido psicológico -> “O todo momentâneo da vida psíquica” segundo Jaspers, ou seja, é a síntese de todos
os processos mentais em determinado momento, capacidade do indivíduo de entrar em contato com a
realidade, perceber e conhecer seus objetos.
a. Características: Vivência interna e externa, distinção eu/não, possui intencionalidade, é reflexiva (o
indivíduo tem consciência de que tem consciência).
3. Sentido neuropsicológico -> “Grau de clareza do sensório”, estar esperto, acordado, vígil, lúcido.
Vigilância: Acepção de consciência mais particular, sendo ativação ou atenção tônica. Está consciente
Dimensão significa que o indivíduo está vígil, desperto, alerta.
vertical Lucidez de consciência: Consciência clara ou vigilância plena. Os conteúdos mentais possuem nitidez e são
claramente delimitados e identificados.
Dimensão Campo da consciência: O que está entre o estado de plena lucidez e a margem virtual. Quantidade de
horizontal conteúdos que a consciência abarca em determinado momento.
Exame da consciência:
Transtornos mentais:
ATENÇÃO
É o processo pelo qual a consciência é direcionada para determinado estímulo (de origem externa ou interna), que
pode ser uma imagem perceptiva ou representativa, um afeto ou um pensamento.
Se não houver lucidez de consciência, a atenção não pode funcionar adequadamente, mas a atenção pode está
alterada mesmo se o nível de consciência estiver normal.
Funções da atenção:
1. Atenção seletiva (tenacidade): Capacidade de prestar a atenção em alguns estímulos e ignorar os demais.
2. Vigilância e detecção de sinal: Não possui foco, atento a todos os estímulos.
3. Sondagem: Procura de forma ativa um estímulo em particular.
4. Atenção dividida: Distribui a atenção entre duas ou mais tarefas ao mesmo tempo.
Alterações quantitativas Alterações qualitativas
1. Hipoprosexia (diminuição global da atenção) 1. Rigidez da atenção
a. ↓ Tenacidade (hipotenacidade) ↓ a. ↓ Vigilância (hipovigilante) ↑ Tenacidade
Vigilância (hipovigilante) (hipertenacidade)
b. Rápida fatigabilidade, sendo necessários b. Durante um longo tempo, o indivíduo
estímulos mais intensos para atrair a está concentrado em um único objeto e
atenção do indivíduo (apatia ou falta de não é capaz de desviar sua atenção.
interesse)
c. Esquizofrenia, depressão, demência É porque a medicina
2. Aprosexia (abolição da atenção) tá saturada
Exame da atenção:
Transtornos mentais:
Tipos de orientação:
Exame da orientação:
• Interrogatório: Pedir ao paciente que diga a data correta, identifique o local, fale a razão dele está ali,
ordenar cronologicamente as informações que ele fala.
• Expressão: Face de perplexidade indica desorientação
Transtornos mentais:
AFETO
Quanto mais os estímulos e fatos ambientais afetam o indivíduo, mais nele aumenta a alteração e diminui a
objetividade (basta lembrar, quando falamos de alterações da percepção, que um estado depressivo pode causar
hipoestesia). É o encontro entre quem percebe e o que é percebido, uma experiência íntima que afeta a totalidade
do eu e perpassa todas as outras funções mentais
Pano de fundo individual e íntimo sobre o qual surgem as demais vivências da esfera da afetividade, sendo o
componente emocional de uma ideia.
Afeto pode ser usado para designar todos os elementos da afetividade, como emoções, sentimentos e humor. Mas as
vezes é usado como sinônimo de emoção.
O afeto é expresso por meio da mímica, do olhar, dos gestos e do tom de voz, podemos ter uma sintonização afetiva
(ficar triste com eventos dolorosos e rir com uma piada) e uma irradiação afetiva (transmitir seu sentimento).
EMOÇÃO
Estado afetivo súbito, de curta duração e grande intensidade, que é acompanhado de alterações corporais. Origina-se
como uma reação do indivíduo a excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes e revelam a unidade
psicossomática do ser humano.
SENTIMENTO
Estado afetivo menos intenso e mais prolongado que as emoções (mais estáveis), e sem alterações fisiológicas. São
associados a conteúdos intelectuais, valores, representações.
1. Sensoriais: Localizam-se em alguma parte do corpo e está relacionado com o prazer e a dor
2. Vitais: Localiza-se no porto todo, como sensação de bem-estar, fadiga, desânimo, orgasmo.
a. Não são reativos e possuem caráter de intencionalidade.
3. Psíquicos: Reações a acontecimentos externos, como ficar alegre com uma notícia.
a. Possuem intencionalidade
4. Espirituais: Valores compartilháveis influenciados pela cultura, como dizer que é bonito ou feito, ou certo ou
errado.
PAIXÕES
Estado afetivo de grande intensidade e maior duração, ele pode direcionar os pensamentos e as ações do indivíduo.
A paixão intensa impede o exercício de uma lógica imparcial.
CATATIMIA
Influência que toda a esfera afetiva exerce sobre as demais funções psíquicas. A atenção é captada, dirigida,
desviada ou concentrada em função do valor afetivo de determinado estímulo,
HUMOR
É estado afetivo basal, difuso. Uma “lente” através do qual o indivíduo, em um dado momento, amplia ou reduz o
impacto das experiências reais, por vezes modificando a natureza e o sentido de tais experiências.
Somatório ou síntese dos afetos presentes na consciência em um momento. Ele oscila entre polos de alegria, tristeza
e irritabilidade. É persistente, não-reativo e difuso.
Transtornos mentais:
SÍNDROMES DEPRESSIVAS
As síndromes depressivas tem como elementos mais importantes: o humor triste, o desânimo (mais ou menos
marcantes) que são desproporcionalmente mais intensos e duradouros.
A depressão está associada a: sofrimento intenso, cronificação, prejuízo social importante, suicídio, risco para outras
doenças (infarto agudo de miocárdio, dependência química) e internações hospitalares.
Obs: Podem ocorrer alguns sintomas psicóticos, como ideias delirantes (de ruína, culpa ou miséria, hipocondríacos),
negação de órgãos, inexistência, alucinações (auditivas depreciativas), ideação paranoide e sintomas incongruentes
com o humor. Ou seja, a síndrome depressiva está associada a uma multiplicidade de sintomas.
SÍNDROMES
Vivências psicopatológicas
• Transfundos
o Estáveis: Personalidade e inteligência
o Momentâneos: Nível de consciência e estado afetivo-volitivo
• Sintomas emergentes
As manifestações das doenças mentais podem ser por fatores: patogenéticos, patoplásticos e psicoplásticos.
Outros termos:
• Signo: Tenta representar pelo menos em parte um objeto. O objeto é a causa e o determinante do signo
que é sempre: parcial, incompleto, que representa o objeto, mas não é o objeto.
o Exemplo: Objeto é a casa, o signo seria a fotografia da casa, o desenho da casa ou até a planta baixa da
casa.
• Ícone: É o signo (signo revelador) que representa o objeto por sua similaridade, possui as mesmas
características e mantém o seu significado mesmo que o objeto desapareça.
o Exemplo: A escultura de um homem
• Índice: É um signo que indica uma outra coisa com a qual está ligado por proximidade.
o Exemplo: A fumaça indica fogo ou alguém fumando.
• Símbolos: Expressão o significado dos conceitos, se refere ao objeto por associação de ideais e
produzidas por uma convenção.
o Exemplo: A cor verde como símbolo da esperança.
Aspectos do pensamento:
Exame: Observar a fala do paciente, pois é o único meio de acesso ao seu pensamento.
Transtornos mentais:
Esquizofrenia Normalmente o curso do pensamento é interrompido, mas pode ser normal, acelerado ou
alentecido.
Mania Pensamento acelerado, com fuga de ideais. Se a aceleração for muito intensa, pode haver
desagregação.
Depressão Pensamento alentecido.
JUÍZO DE REALIDADE
Através dos juízos, discernimos a verdade do erro. Através do juízo de realidade, distinguimos o que é real do que é
fruto de nossa imaginação.
O juízo falso é um erro cognitivo, que pode ser originado da ignorância, julgamento ou premissa falsa.
As alterações do juízo de realidade têm seu exemplo principal o delírio. As ideias delirantes são juízos
patologicamente falsos, que acompanham uma convicção extraordinária, não são suscetíveis à influência e possuem
um conteúdo impossível.
Tipos de delírios:
• Delírio primário: É a ideia delirante autêntica. Está relacionada com uma profunda transformação da
personalidade, sendo expressão de um processo.
• Delírio secundário: É a ideia deliroide, se origina psicologicamente de outras manifestações psíquicas
patológicas, como alterações do humor, da sensopercepção e da consciência.
• Ideia prevalente: É uma ideia errônea por superestimação afetiva.
Classificação:
• Sistematizados: Tem maior coerência interna entre as ideias, com maior organização e consistência. Tem
uma rede de argumentação lógicas e compreensíveis.
• Não sistematizados: São fragmentados, caóticos e desarticulados.
Mecanismos formadores:
Tema:
• Perseguição: Acredita que estão vigiando, querem prejudica-lo ou mesmo mata-lo.
• Prejuízo: Pensa que as pessoas são hostis a ele, zombam ou menosprezam.
• Reivindicação: Se julga vítima de terríveis injustiças ou discriminações.
• Influência: Acredita que alguém ou alguma força externa controla sua mente ou seu corpo.
• Grandeza: Acredita ser rico e poderoso, ou possuir habilidade e talentos especiais.
• Ciúmes: Acredita que seu cônjuge está sendo infiel.
• Erotomaníaco: Acredita que é amado, à distância, por outra pessoa.
• Ruína: Acredita que sua vida está repleta de desgraças, sofrimentos, fracassos e perdas.
• Somático: Acredita que está sofrendo de uma doença muito grave ou incurável.
• Infestação: Está infestado por pequenos organismos.
• Culpa: Acredita que cometeu pecados terríveis e merece ser punido.
• Negação: Acha que seus órgãos apodreceram, pararam de funcionar ou não existem mais.
• Místico: Envolve temas religiosos e espíritos.
Transtornos mentais:
Sensopercepção
A sensopercepção constitui a primeira etapa da cognição, ou seja, do conhecimento do mundo externo. Ela se refere
aos objetos reais, que estão fora da nossa consciência.
Sensação Percepção
Obs: Imagem eidética – É a evocação de uma imagem guardada na memória de forma muito precisa, aproximando-se
mais da percepção real.
São indícios de atividade alucinatória: Atenção comprometida, mudanças súbitas da posição da cabeça, falar
sozinho, olhar fico em determinada direção, movimento das mãos como que afastando algo da superfície do corpo.
Transtornos mentais:
Esquizofrenia Grande riqueza alucinatória na forma paranoide. Escutar vozes que dialogam
entre si.
Transtornos do humor Podem ocorrer hiperestesia (mania) ou hipoestesia (depressão) e ilusões.
Delirium Ilusões e alucinações visuais.
Intoxicação por alucinógenos Hiperestesia, micropsia, macropsia e sinestesia.
Psicomotricidade e linguagem
PSICOMOTRICIDADE
Obs 1: O estupor costuma envolver toda a atividade voluntária, como comunicação, mímica, olhar e marcha. A
catatonia é os sintomas de estupor em conjunto com outros sintomas psicomotores, como catalepsia, flexibilidade
cerácea, maneirismo, estereotipias, ecolalia e ecopraxia.
Problemas de medicação:
Exame: Deve-se observar o comportamento (iniciativa; espontaneidade e interesse; capacidade de tomar decisões) e
as respostas a solicitações do examinador (o grau de cooperação do paciente numa simples entrevista já fornece
elementos para a identificação de alterações).
Transtornos mentais:
LINGUAGEM
É um processo intermediário entre o pensamento e o mundo externo que possui as seguintes finalidades,
comunicação social, expressão de vivências internas, organização da experiência sensorial e dos processos mentais.
O que caracteriza a fala é ser um processo criativo a partir de um número restrito de palavras que podemos construir
um número indefinido de sentenças e de significados.
Ela possui aspectos cognitivos (capacidade de abstração se desenvolve na criança a partir da formação de conceitos)
e afetivo (a prosódia, por meio da entonação e inflexões).
Exame: A expressão oral e a compreensão auditivo-verbal são avaliadas de forma informal durante toda a entrevista,
mas também podem ser feitos alguns testes.
Transtornos mentais:
Mania Em geral o paciente fala alto, está logorreico, apresenta taquilalia, hiperprosódia (fala cantada),
diminuição da latência de resposta e coprolalia.
Depressão Possui oligolalia ou mutismo, bradilalia, hipofonia e aumento da latência de resposta.
Volição
A vontade (ou volição) é uma dimensão complexa da vida mental, que se relaciona com as esferas instintivas,
afetivas e intelectivas, isso pois envolve avaliar, julgar, analisar e decidir tendo em vista os valores, princípios, hábitos
e normas éticas socioculturais do indivíduo.
• Instinto: Resposta comportamental padronizada de determinada espécie, que por meio dela sobrevive
melhor no ambiente.
o Organizado, fixo e mais ou menos complexo
• Impulso: Estado motivacional, vivência afetiva que induz o indivíduo ao ato.
• Pulsão: Movem o sujeito em direção à vida ou à morte.
o Inato e inconsciente
• Desejo: É um querer, um anseio que visa a satisfação.
o Pode ser consciente ou inconsciente, sendo móvel, moldados e transformados social e
historicamente
o É diferente da necessidade que é fixa e inata
• Inclinação: É a tendência a desejar, buscar e gostar.
o Relacionada à personalidade do indivíduo, sendo duradoura e estável.
• Motivação: Molda o comportamento.
o A motivação é tanto intencional (estimula e orienta as ações) como reguladora (permite ao sujeito
controlar seu comportamento e o dos outros)
O ato volitivo é o “querer” e o “não querer” que são influenciados pelos motivos. Esse ato se dá por meio de um
processo:
Exame: Observa-se o comportamento do paciente (tem iniciativa? Capacidade de tomar decisões?), as respostas às
solicitações do examinador (o paciente coopera na entrevista?) e se existe alguma alteração na linguagem e
psicomotricidade.
Transtornos mentais:
Síndromes maníacas
A base da síndrome maníaca são os sintomas de: euforia, alegria exacerbada, elação (engrandecimento do Eu),
grandiosidade ou irritabilidade marcante, de forma desproporcional aos fatos da vida.
Também podem ter aceleração das funções psíquicas (taquipsiquismo), agitação psicomotora, exaltação,
loquacidade, pressão para falar, pensamento acelerado e fuga de ideias.
Outros sintomas: labilidade afetiva, agitação psicomotora, arrogância, desinibição social e sexual e alucinações.
Duração: Pelo menos uma semana, mas a média de duração do episódio maníaco é por volta de três meses. Para
o diagnóstico é necessário o humor elevado + 3 sintomas de mania (aumento da autoestima, diminuição da
necessidade de sono, pressão pra falar, alterações formais do pensamento, distraibilidade, aumento de atividade,
envolvimento excessivo em atividades prazeirosas que tenham um alto potencial de consequências desastrosas,
como desinibição sexual).
Subtipos:
Transtorno bipolar
O TB é marcado por episódios de mania e depressão que ocorrem de modo relativamente delimitado no tempo e possui
períodos de remissão e as alterações psicopatológicas mais intensas regridem.
• TB tipo I: Episódios depressivos intercalados com fases de normalidade e pelo menos uma fase maníaca bem
caracterizada.
• TB tipo II: Episódios depressivos intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas.
• TB tipo ciclagem rápida: O paciente apresentou nos últimos 12 meses pelo menos 4 episódios bem caracterizados
e distintos de transtorno do humor, mania e/ou depressão.
o Para dois episódios de mesma polaridade, deve haver um intervalo mínimo de 2 meses de “normalidade”.
De polaridades distintas, basta haver uma “virada” para a polaridade oposta (sem necessidade do período
mínimo de normalidade).