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1. INTRODUÇÃO
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Discente do Mestrado em Ciências Jurídica da Universidade Estadual do Norte do Paraná. E-mail: milene
Brandão Pereira. Esse trabalho integra a construção do texto final da dissertação.
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Esse Paper engloba a composição da nota parcial da disciplina de Direito e
Conservadorismo ministrado pela professora Dra. Taise F. C. Nishikawa. A disciplina
tem como objetivo:
O conteúdo ético das relações não é único e depende de processos sociais, com
diferentes processos de legitimação. A produção científica sobre o direito permeia essas
relações axiológicas assimétricas que variam de acordo com o tempo e espaço
(ADEODATO, 2019)
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2. DIREITO E CONSERVADORISMO
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da sociedade exige que o conhecimento das pessoas não se estenda mais que suas
ocupações” (ARAÚJO, 2000 Apud MARCADÉ, 1982, Tradução Nossa).
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As estratégias apresentadas acima, ainda permanecem como prática no Brasil. A
concepção de secularização na reforma pombalina foi adotada através da adaptação do
modelo austríaco e do silenciamento da imprensa em relação à essas mudanças. Ela foi
uma estratégia para afastar a autonomia dos jesuítas estabelecendo novas formas de
relação educacional, porém visando a manutenção da elite no poder (ARAÚJO, 2000).
Ou seja, a ideia não era implantar a concepção laica, mas sim, estabelecer novos jogos de
poder. O conservadorismo que até hoje adentra o Brasil, buscando limitar a participação
e as vozes dos grupos subalternos, excluindo eles dos espaços decisórios em relação à
essas mudanças no âmbito do ensino, do jurídico e do econômico.
3. CONSERVADORISMO E CIÊNCIA
Atualmente o conservadorismo faz uso dessas dinâmicas para dar conta do status
quo. O atual presidente Jair Bolsonaro ao fazer a escolha em 2021 do novo ministro do
Supremo Tribunal Federal, fez uso da religião como norte decisório. Também buscou
atacar a autonomia universitária, minimizar a diversidade ideológica das universidades,
atacar a ciência que se recusasse a dialogar com a religião. O conservadorismo não é fiel
ao elemento lógico, bem como, a racionalidade, mas tem seus pressupostos na fé, ou seja,
em elementos não passíveis de serem comprovados/confirmados e controlados.
4. CONCLUSÃO
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discurso eurocêntrico na produção do direito no Brasil ocorreu através do ensino em
Portugal. O ensino jurídico português buscou modelos externos para usar como referência
em suas reformas. Esses modelos eram conservadores e buscavam afastar os jesuítas não
com o intuito de um ensino laico, mas sim, como uma forma de consolidação do poder.
REFERÊNCIA
ADORNO, T. W. Sobre a lógica das ciências sociais. In: COHN, G. (org). Theodor W.
Adorno: Sociologia (Col. Grandes Cientistas Sociais). São Paulo: Ed. Ática, 1986.
COSTA, Mário Júlio Almeida; MARCOS; Rui de Figueiredo. Reforma pombalina dos
estudos jurídicos. O Marquês de Pombal e a Universidade. Coimbra, 2000.
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PILATI, Ronaldo. Ciência e Pseudociência: Por que acreditamos apenas naquilo que
queremos acreditar. São Paulo: Editora Contexto, 2018.
POPPER, Karl. A lógica das ciências sociais. In: Lógica das Ciências Sociais. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004.
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