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CONSERVADORISMO, DIREITO E CIÊNCIA

Milene Brandão Pereira1

Buscar-se-á compreender a relação entre conservadorismo, direito e ciência. Trata-se de


pesquisa bibliográfica, qualitativa, com uso do método dedutivo. As fontes secundárias
que serão os periódicos e os livros/doutrinas. A origem do conservadorismo no Direito
tem sua base na Europa, mas sua herança inicialmente foi intermediada por Portugal. A
manutenção do conservadorismo no Brasil, ocorre com elementos da dinâmica
portuguesa, ou seja, com o esvaziamento da autonomia universitária, a elitização do
acesso e da permanência da classe hegemônica com base na suposta escolha dos “mais
capazes e os melhores habilitados” desconsiderando os marcadores sociais da
desigualdade, a moralização do saber com base em pressupostos religiosos cristãos, a
homogeneização do saber, a resistência a pluralidade de pensamento, a adoção de
modelos estrangeiros desconsiderando a realidade/diferença do país/população, na crença
na neutralidade, o apego aos manuais e diplomas legais de forma acrítica. O conhecimento
científico e jurídico é acumulado socialmente e construído historicamente. O Direito
nesse recorte não é ciência, mas sim é um dos objetos de estudos das ciências. O Direito
faz parte da superestrutura como aspecto jurídico do Estado, juntamente com o aspecto
político do Estado e sofre influência da ideologia e da religião.

PALAVRA – CHAVE: CONSERVADORISMO; DIREITO; CIÊNCIA; BRASIL;


PORTUGUAL; REFORMA POMBALINA

1. INTRODUÇÃO

Esse paper busca compreender a relação entre conservadorismo e a produção


do discurso jurídico e científico do direito. Trata-se de pesquisa bibliográfica, qualitativa,
com uso do método dedutivo. As fontes secundárias serão os periódicos e os
livros/doutrinas. Buscar-se-á responder as seguintes perguntas: (1) Qual a relação entre
Direito e Conservadorismo?; (2) O Direito é uma Ciência?; (3) Qual a influência do
discurso eurocêntrico na produção do direito no Brasil?

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Discente do Mestrado em Ciências Jurídica da Universidade Estadual do Norte do Paraná. E-mail: milene
Brandão Pereira. Esse trabalho integra a construção do texto final da dissertação.

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Esse Paper engloba a composição da nota parcial da disciplina de Direito e
Conservadorismo ministrado pela professora Dra. Taise F. C. Nishikawa. A disciplina
tem como objetivo:

[...] objetivo pensar a formação dos primeiros núcleos de ensino jurídico


no Brasil e sua cultura jurídico-política. A Universidade de Coimbra
como centro de formação dos homens de Estado. O entrelaçamento da
judicialidade conservadora do direito coimbrão oitocentista e as novas
perspectivas da formação do Estado brasileiro. As justificativas legais
para a adoção da Monarquia Constitucional. O liberalismo político e
econômico e a realidade brasileira. O conjunto da legislação do Brasil
no século XIX. As faculdades de Direito no Brasil: São Paulo e Olinda
(NISHIKAWA, PLANO DE ENSINO, 2021).

A escolha do recorte pela discente para explicar a relação entre direito,


conservadorismo limitou-se a reforma pombalina, buscando demonstrar sua ligação com
o conhecimento eurocêntrico. Mignolo (2003) afirma existir uma geopolítica do
conhecimento, pois o lugar que produz o conhecimento influencia na sua forma de
validação, objeto e conteúdo. Ele ele compreende a assimetria do poder produzido pela
Europa como produtora de conhecimento com pretensão universalizante e
homogeneizadora do saber, desconsiderando as diversas experiências históricas e as
demais formas de estar no mundo.

O jurista japonês Onuma Yasuaki (2017) influenciado por autores pós-coloniais,


propõe a perspectiva transcivilizacional como substituta da perspectiva internacional e da
transnacional no plano do Direito Internacional, pois ela reconhece a relação assimétrica
de poder que apresenta a Europa como produtora do conhecimento, desconstruindo o
essencialismo construído historicamente. A pretensão universalizante não reconhece as
múltiplas experiências históricas.

O conteúdo ético das relações não é único e depende de processos sociais, com
diferentes processos de legitimação. A produção científica sobre o direito permeia essas
relações axiológicas assimétricas que variam de acordo com o tempo e espaço
(ADEODATO, 2019)

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2. DIREITO E CONSERVADORISMO

As faculdades de direito no Brasil, surgiram baseadas no conservadorismo e o


resquício dele ainda permanece nos tempos atuais refletindo na formação dos operadores
do direito. Os primeiros cursos jurídicos surgiram em 1827, ou seja, cinco anos após a
independência do Brasil (1822). Mas apesar dessa suposta tentativa de independência em
relação a Portugal, o ensino do Direito foi desenvolvimento a partir das metodologias,
concepções e profissionais advindos da metrópole.

A origem do conservadorismo no Direito tem sua base na Europa, mas sua


herança inicialmente foi intermediada por Portugal. A manutenção do conservadorismo
no Brasil, ocorre com elementos da dinâmica portuguesa, ou seja, com o esvaziamento
da autonomia universitária, a elitização do acesso e da permanência da classe hegemônica
com base na suposta escolha dos “mais capazes e os melhores habilitados”
desconsiderando os marcadores sociais da desigualdade, a moralização do saber com base
em pressupostos religiosos cristãos, a homogeneização do saber, a resistência a
pluralidade de pensamento, a adoção de modelos estrangeiros desconsiderando a
realidade/diferença do país/população, na crença na neutralidade, o apego aos manuais e
diplomas legais de forma acrítica.

Em 1759, o Estado Português implanta a chamada “Reforma Pombalina”, que


visava trazer mudanças e estruturação no âmbito educacional tanto na metrópole quanto
em suas colônias (dentre essas o Brasil), como uma tentativa de afastar as influências
jesuítas. Posteriormente, em 1772, a reforma universitária buscava articular com o ensino
médio, porém ainda com um caráter elitista (ARAÚJO, 2000).
Por volta de 1777, especificamente em Coimbra, nas escolas reformadas a
educação “destinava-se a instaurar a crença numa ordem universal de valores [...] no
respeito pela matriz cristã, com a finalidade técnica decorrente da utilidade social da
ciência” (ARAÚJO, 2000, p. 09-10). Ou seja, a ciência deveria estar a serviço da religião
e a valorização da diversidade não era um dos objetivos para a educação da época.
As leis ainda buscavam a conformação com o direito natural e o projeto
pombalino era socialmente seletivo e culturalmente exclusivo. O ensino pombalino
aproximava do plano francês em relação a justificação e finalidade educacional,
excluindo as camadas populares dos espaços acadêmicos, com argumentos de que “o bem

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da sociedade exige que o conhecimento das pessoas não se estenda mais que suas
ocupações” (ARAÚJO, 2000 Apud MARCADÉ, 1982, Tradução Nossa).

A liberdade do iluminismo ainda estava limitada no racionalismo crítico de base


científica ao catolicismo. A entrada da ética protestante permitiu o reforço dos princípios
capitalistas, sendo que a religião passa a adequar-se à dinâmica capitalista advinda da
Europa (WEBER, 2013).

A dinâmica do ensino jurídico estava/está a serviço da classe hegemônica.


Conforme Ellen Wood (2010), o Estado apesar de intervir na economia e no ensino
assume a ordem do capital. O suposto interesse público ainda permeia o controle do
privado. Apesar da democracia do Brasil ser instituída em 1988, o capitalismo cujo
modelo foi importado do Norte Global, cria mecanismos estruturais e estruturantes que
limitam a democracia à esfera formal jurídico-política, não afetando efetivamente as
questões econômicas (WOOD, 2010).

Isso ocorre por meio do afastamento do controle democrático dos espaços


decisórios sobre a produção e a apropriação da riqueza social, operando de forma limitada
no plano da legalidade, sendo assim, o ensino fundamentado em manuais jurídicos afasta
e permite a alienação dos operadores do direito. A busca por pressupostos críticos não é
desejada pelas elites econômicas e religiosas pois dificulta a manutenção do status quo.
As questões substanciais da vida social, que engloba a distribuição de recursos, destinação
do trabalho social, operam não a partir da lógica democrática, mas sim, através da lógica
do mercado e da maximização do lucro (WOOD, 2010).

A retirada da autonomia e a subordinação acadêmica são umas das estratégias


de dominação do conservadorismo. De acordo com Ana Cristina Araújo (2000):

A reiterada afirmação de subordinação da corporação acadêmica ao


poder político é compaginável com a tutela ideológica do Estado sobre
a educação e, no caso da Universidade, com a legitimidade própria que
lhe advém da tradição. Como no passado, o Estado avoca a si a revisão
dos Estatutos da corporação universitária e, através deles, define o
processo de seleção, transmissão e aplicação dos saberes considerados
úteis à sociedade. Todavia, a limitação da autonomia universitária,
tradicionalmente admitida na constituição do corpo docente, na
designação do reitor, na revisão dos conteúdos de ensino e derrogação
do Estatuto, é levada mais longe no Pombal (ARAÚJO, 2000, p. 38).

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As estratégias apresentadas acima, ainda permanecem como prática no Brasil. A
concepção de secularização na reforma pombalina foi adotada através da adaptação do
modelo austríaco e do silenciamento da imprensa em relação à essas mudanças. Ela foi
uma estratégia para afastar a autonomia dos jesuítas estabelecendo novas formas de
relação educacional, porém visando a manutenção da elite no poder (ARAÚJO, 2000).
Ou seja, a ideia não era implantar a concepção laica, mas sim, estabelecer novos jogos de
poder. O conservadorismo que até hoje adentra o Brasil, buscando limitar a participação
e as vozes dos grupos subalternos, excluindo eles dos espaços decisórios em relação à
essas mudanças no âmbito do ensino, do jurídico e do econômico.

3. CONSERVADORISMO E CIÊNCIA

A História do Direito é marcada pela luta em reconhecer o Direito como uma


Ciência, buscando fortalecer seu caráter inquestionável. O conservadorismo luta para que
o Direito adentre como uma ciência autônoma, no entanto, esse movimento perde força
no decorrer do tempo. O Direito apropria-se de outras ciências para dar conta de seu
objeto de estudo. No século XVIII, com o racionalismo francês e o pensamento positivista
buscou-se elevar o direito ao patamar científico (AZEVEDO, 2013).
A História do Direito e a Sociologia permitem compreender suas várias essências
considerando sua conjuntura, o alcance de um ordenamento jurídico e as condições
sociais envolvidas. Essas disciplinas propedêuticas permitem analisar o objeto jurídico
para além de uma leitura mecanicista e sistemática da legislação vigente. A História do
Direito reconhece os ramos do direito e a interdisciplinaridade e transdisciplinariedade.
A busca pelo conhecimento universalizante esteve presente desde os primórdios dos
cursos jurídicos em Portugal e no Brasil.
O método dedutivo é o mais utilizado nas pesquisas acadêmicas nos cursos de
Direito. Porém é com o método indutivo presente nas pesquisas científicas experimentais
inicia com a observação, depois registro, em seguida parte para a análise e a classificação
dos fenômenos particulares visando chegar à confirmações e generalizações universais.
A indução parte do pressuposto de neutralidade e da libertação da mente de preconceitos,
sendo que conhecer significaria “ler a realidade através dos sentidos”, acreditando no
valor da observação e veracidade da produção oferecida pelos sentidos. Trata-se de um
dogma, pois mesmo do ponto de vista lógico e epistemológico a veracidade dos
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enunciados universais não se comprova a partir dos enunciados singulares produzidos
pelas evidências das experiências. É uma falácia dar veracidade ao consequente, pois não
pode ocorrer essa transferência automática de enunciados do singular para o universal
(KÖCHE, 2011).
No plano epistemológico os enunciados são interpretados a partir de crenças
teóricas e ideologias do pesquisador/cientista. Assim, trata-se também de uma falácia a
afirmação de uma neutralidade ideológica. De acordo com Popper (2004) uma ciência
objetiva deve estar “isenta de valores” e que devido a isso seria muito mais difícil de ser
atingida nas ciências sociais do que nas ciências naturais e que apenas em casos raros o
cientista social poderia libertar-se dos sistemas de valores. No entanto, de acordo com
Adorno (1986) essa separação ideal entre comportamento “com valores” e “sem valores”
é falsa pois a objetividade científica e liberdade incondicional de valores são também
valores em si (ADORNO, 1986), da mesma forma que não existe conhecimento social
isento de ideologia.

Posteriormente Popper (2004) irá esclarecer que existem valores e desvalores


puramente científico e valores e desvalores extra-científico e que caberia ao criticismo
científico e o debate científico analisar essa separação no trabalho científico (POPPER,
2004). Assim, tanto Adorno como Popper entendem que a objetividade e a liberdade são
valores em si mesmos e que a objetividade nas ciências sociais poderia ser alcançada não
da mesma forma que as ciências naturais, mas através da crítica. Essa objetividade não
seria igual a objetividade das ciências naturais, ou seja, seria uma outra expressão possível
de objetividade considerando o campo de conhecimento.

Assim, chamados de "Ciência do Consenso" aquela que possui ausência de crítica.


Ela é superior as chamadas pseudociências. O materialismo histórico dialético permite
questionar os pressupostos teórico-metodológico e as bases estratégicas da produção do
conhecimento. Ele analisa as dinâmicas e transformações históricas das sociedades
humanas, possibilitando o processo de desconstrução, identificando os fatores
contraditórios dos fenômenos.

O conhecimento científico para esse método é acumulado socialmente e construído


historicamente. E o Direito nesse recorte não é e nunca foi ciência, mas sim é um dos
objetos de estudos das ciências. O Direito faz parte da superestrutura como aspecto
jurídico do Estado, juntamente com o aspecto político do Estado e sofre influência da
ideologia e da religião. Assim, nem o direito e nem a ciência são neutros (NETTO, 2011).
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O conservadorismo alimenta-se da religião e da ciência para impor sua concepção
de verdade. A religião possui base em um sistema de crenças infalseável, aproximando-
se do pensamento pseudocientífico. A religião não busca sua validade na ciência, mas
busca nos processos de argumentação apresentar suas verdades como inquestionável.
Essa possibilidade ocorre quando se faz uso apenas de processos de conhecimento como
se esses fossem métodos propriamento dito. Alguns processos de conhecimento não
possuem a crítica como elementos de construção de seus caminhos e é na ausência dessa,
que a religião consegue estabelecer uma ligação indireta com as ciências e passa a
aproximar-se das pseudociências (PILATI, 2018).

Atualmente o conservadorismo faz uso dessas dinâmicas para dar conta do status
quo. O atual presidente Jair Bolsonaro ao fazer a escolha em 2021 do novo ministro do
Supremo Tribunal Federal, fez uso da religião como norte decisório. Também buscou
atacar a autonomia universitária, minimizar a diversidade ideológica das universidades,
atacar a ciência que se recusasse a dialogar com a religião. O conservadorismo não é fiel
ao elemento lógico, bem como, a racionalidade, mas tem seus pressupostos na fé, ou seja,
em elementos não passíveis de serem comprovados/confirmados e controlados.

4. CONCLUSÃO

A relação entre Direito, Conservadorismo e Ciência ocorre através do viés


religioso como uma estratégia de manutenção do status quo da elite econômica. O Direito
inicialmente estava limitado a repetição e reprodução das jurisprudências, não havendo
um compromisso com a crítica. Tanto o Estado quanto o ensino jurídico superior faziam
uso da religião para a produção de suas verdades (ALMEIDA; FIGUEIREDO, 2000) .

Com as reformas ocorridas no ensino jurídico, as disciplinas propedêuticas


ganham maiores considerações, no entanto, com a entrada dos manuais e a ênfase no
ensino mecanicista e estrutural, disciplinas como a História do Direito e Sociologia ainda
são negligenciadas em algumas instituições. A História do Direito permite olhar para
além na norma, considerando os contextos os quais as normas estão inseridas. Também
possibilita o diálogo interdisciplinar e transdisciplinar.

A reforma pombalina influenciou na perpetuação de elementos conservadores,


quando entendeu o ensino limitado à elite e excluindo outros sujeitos. A influência do

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discurso eurocêntrico na produção do direito no Brasil ocorreu através do ensino em
Portugal. O ensino jurídico português buscou modelos externos para usar como referência
em suas reformas. Esses modelos eram conservadores e buscavam afastar os jesuítas não
com o intuito de um ensino laico, mas sim, como uma forma de consolidação do poder.

Para o positivismo jurídico o direito é uma ciência, no entanto, o


desenvolvimento das ciências sociais permitiu compreendermos que o Direito pode ser
um objeto de estudo das ciências e que ele faz uso de métodos de outras ciências para
analisar o objeto de estudo, mas ele não é uma ciência propriamente dita.

A tradição conservadora faz uso do Estado por meio do direito e da educação


visando. O Estado busca fazer o controle dos processos seletivos, dos saberes, dos
conteúdos, visando minimizar a autonomia da universidade, dos professores e dos alunos.
O aparato religioso no plano jurídico e educacional é desejável pelo conservadorismo,
uma vez que evita o questionamento de alguns pressupostos que dão base para a
perpetuação de sua dinâmica.

A elitização do acesso ao ensino jurídico e o mito da neutralidade são defendidas


pelos conservadores pois considera que o conhecimento deve estar limitado a atuação do
sujeito no âmbito profissional, e não como uma forma de emancipação dos cidadãos. Esse
processo de exclusão das classes subalternas desconsidera os marcadores sociais da
desigualdade e das diferenças, uma vez que seus pressupostos estão na idéia de
homogeneização, padronização e civilidade com foco nos comportamentos europeus.
A concepção de moral defendida pelo conservadorismo está atrelada a moral
cristã. E a defesa da neutralidade defendida pelo conservadorismo, apesar de usar como
pretexto a ciências naturais, está mais atrelada como forma de maquiar a sua ideologia
perante a sociedade. Não existe neutralidade ideologia no direito e na ciência.
Também, a adoção de modelos estrangeiros desconsiderando a
realidade/diferença do país/população é uma forma de dependência e dominação em
relação aos países eurocêntricos. Esses modelos prontos são eivados de visão de mundo
e concepções que favorecem a dinâmica dos países produtores do conhecimento.
O poder e o saber eurocêntrico sempre estiveram presente no ensino jurídico
Brasileiro, porém sua porta de entrada se deu através de Portugal. Atualmente o
conservadorismo está presente não somente no âmbito jurídico, mas também, no atual
governo, que entende que a universidade não é para todos e que deve-se combater
ideologias de esquerda na universidade. A escolha do novo ministro de Supremo Tribunal
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Federal é reflexo desse conservadorismo, que usa como critério a religião, mesmo o
Estado devendo ser laico.
O apego aos manuais e diplomas legais de forma acrítica não se limita apenas a
concepção tecnicista do Direito, mas também de um processo de alienação dos operadores
do direito. Assim, podemos afirmar que a disciplina que deu origem a esse paper atendeu
seu objetivo, uma vez que permitiu de forma crítica podermos contextualizar o saber
jurídico produzido no decorrer da história, bem como, perceber os elementos que
perpetuaram no decorrer dos tempos.

REFERÊNCIA

ADEODATO, José Maurício. Filosofia do Direito: uma crítica à verdade na Ética e na


Ciência. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

ADORNO, T. W. Sobre a lógica das ciências sociais. In: COHN, G. (org). Theodor W.
Adorno: Sociologia (Col. Grandes Cientistas Sociais). São Paulo: Ed. Ática, 1986.

ARAUJO, Ana Cristina. Dirigismo Cultural e Formação das Elites no Pombalismo.


IN: ARAUJO, Ana Cristina (Coord). O Marques de Pombal e a Universidade. Coimbra:
Imprensa da Universidade, 2000. p. 9-39.

COSTA, Mário Júlio Almeida; MARCOS; Rui de Figueiredo. Reforma pombalina dos
estudos jurídicos. O Marquês de Pombal e a Universidade. Coimbra, 2000.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos da Metodologia Científica. Petrópolis: Vozes,


2011.

MIGNOLO, Walter. Histórias locais / projetos globais: colonialidade, saberes


subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

NISHIKAWA, Taise F. C. Plano de Ensino da Disciplina de Direito e o Estado


Brasileiro – Conservadorismo e Judicialidade. 2º Semestre. Universidade Estadual
do Norte do Paraná. 2021

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PILATI, Ronaldo. Ciência e Pseudociência: Por que acreditamos apenas naquilo que
queremos acreditar. São Paulo: Editora Contexto, 2018.

POPPER, Karl. A lógica das ciências sociais. In: Lógica das Ciências Sociais. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004.

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo: texto integral. São


Paulo: Martin Claret, 2013.

WOOD, Ellen Meiksins. Democracia contra o Capitalismo: a renovação do


materialismo histórico. São Paulo: Boitempo, 2010.

YASUAKI, Onuma. Direito Internacional em Perspectiva Transcivilizacional:


questionamento da estrutura cognitiva predominante do emergente mundo multipolar e
multiticivilizacional do século XXI. Tradução de Jardel Gonçalves Anjos Ferreira. Belo
Horizonte: Arraes Editores, 2017.

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