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EMBRIOLOGIA

Anotações das aulas e resumo do livro

Ana Beier
Belo Horizonte
Introdução: é incrível pensa que de apenas uma única célula depois de fecundada surgirão trezentas
bilhões. A importância de estudar embriologia é a de entender sobre anticoncepção, aborto, inicio da vida,
conhecimento de anomalias congênitas, mau desenvolvimento, proteção e valorização da vida. Anomalia
congênita quer dizer que é de nascimento, podendo ser genético ou não; ás vezes a mãe ingeriu alguma coisa, ou
a causa é idiopática, simplesmente a célula não desenvolveu da maneira que estava determinada. Lábio fendido é
um exemplo. Antigamente chamado de lábio neporino, mas essa expressão é preconceituosa, pois as crianças
eram acusadas de bruxaria e executadas. Amelia é outro exemplo, ocorre ausência de formação dos membros; foi
muito comum nos anos sessenta pelo uso de talidomida para enjoos. As cirurgias intra uterinas começaram nesse
milênio, e muitas pessoas ficaram surpresas ao verem que o feto já possui todos os dedinhos formados; essas
operações são de espinha bífida, entre outras. Na China o aborto é extremamente comum, e muitas tribos
indígenas executam crianças com quaisquer alterações congênitas.
Gametogênese: formação dos gametas que ocorre dentro das gônadas masculinas e femininas. Ambas
possuem origem embriológica comum, ainda na vida intra uterina células se agregam e depois irão se diferenciar
em gônadas. A maior diferença das células somáticas e dos gametas é a ploidia; as somáticas são diploides, e os
gametas são haploides. Quando um espermatozoide entra, o resto não pode mais entrar; há um bloqueio para
que não ocorra alteração na ploidia. O gameta feminino (ovócito) é muito maior do que o masculino
(espermatozoide), 85 mil vezes maior. Isso se dá primeiramente por causa da necessidade do espermatozoide de
se deslocar, e como ele é reduzido, o outro gameta deve compensar todas as organelas e nutrientes. Os
espermatozoides mudam muito para conseguirem chegar ao óvulo, perdem todas as organelas. O ovócito é
liberado no ovário, captado pelas fimbrias e fica na trompa parado de dois a três dias. Durante esse período os
espermatozoides podem chegar e fecundar. Mas de todos os espermatozoides que são liberados (300 milhões),
cerca de apenas 100 chegam até o óvulo. Primeiramente porque apenas 1% possui formação morfológica possível
para a ovulação, são os de elite, muito velozes, causa ágil e com energia em corpúsculos na cabeça. Os 99%
restantes são incapazes de chegar à tuba uterina. 50% são bloqueadores, devagares e camicases que agarram-se
às paredes da vagina para dar passagem aos outros, pois pegam a mucosa ácida e morrem. 49% são matadores,
carregam enzima toxicas e glicocalix capaz de reconhecer espermatozoides de outro individuo e assim destruí-los.
Esses 1% acabam diminuindo ainda mais porque tem que decidir qual tuba seguir. Além disso vários são
defeituosos e muitos ainda morrem com a acidez da vagina. Esses defeitos são vistos no espermiograma, que
avalia a qualidade dos espermatozoides. Oligospermia é quando a pessoa produz poucos espermatozoides, mas
em muitos casos de infertilidade o numero é normal, mas a maioria é inviável. Fora do corpo humano, a
viabilidade do espermatozoide é minúscula, mas dentro do corpo ele dura até dois dias. 90% dos ciclos
menstruais da mulher são ovulatórios, e a ovulação pode ocorrer entre o decimo e o vigésimo segundo dia
(quando o endométrio já está refeito). Super ovulação quer dizer que houve a liberação de mais de um ovócito.
Receitas: fases da lua? Posições sexuais? Dieta? Pesquisas descobriram que mulheres vegetarianas
possuem mais filhas mulheres. Isso porque comer muitas verdura aumenta a acidez do muco vaginal (além do
suor, etc). Mas o que o muco tem a ver com o sexo do bebê? Isso ocorre porque os espermatozoides X e Y
possuem viabilidades diferentes. O Y é muito mais leve e veloz, mas morre fácil, enquanto o X é lerdo, mas super
resistente ao meio ácido. Sendo assim, para se ter um menino é bom que o sexo ocorra no dia da ovulação
(quando a mulher está com a temperatura meio grau mais alta), e para se ter meninas é bom que o sexo ocorra
poucos dias antes do dia fértil. Essa diferença entre espermatozoides X e Y é explicada por uma teoria de que
houve uma mutação no X, fazendo surgir o Y. Isso quer dizer que é Adão que veio de Eva. É por isso que os
homens são mais sintéticos, não veem todas as cores, e já as mulheres são excessivas (a culpa é do excesso que já
aparece no cromossomo X).
Fecundação: ocorre na ampola do tuba uterina. É o encontro e a fusão das duas células gaméticas,
iniciando-se o desenvolvimento de um novo indivíduo. As membranas dos dois gametas são incorporadas para
que o material genético deles seja agregado. Para perfurar o ovócito, o espermatozoide é bem equipados de
enzimas. Essas enzimas devem ficar em um local específico, na cabeça desse espermatozoide (onde está o
material genético), e por isso eles possuem resistência à fludez da membrana plasmática, ou seja, as proteínas de
membrana não possuem livre movimentação. Se essas enzimas saem da cabeça não será possível que ocorra
fecundação. É importante lembrar que o espermatozoide que fecundou o ovócito era o que tinha o melhor
batimento flagelar, a melhor maquinaria cromossômica e enzimática, com muitas mitocôndrias e um DNA bem
organizado. Mas esse espermatozoide não entra inteiro, apenas a cabeça entra. A zona pelúcida sofre uma
modificação química que faz com que nenhuma outra membrana possa se fundir, por isso outros
espermatozoides não podem entrar. Caso entrasse, a célula seria triploide e assim não conseguiria sobreviver.
Vale lembrar que quando a cabeça do espermatozoide entra, entram também algumas mitocôndrias paternas.
Mas são poucas e se perdem no processo de formação do indivíduo, por isso consideramos o DNA mitocondrial
apenas materno.
Os gametas: o ovócito (gameta feminino) fica paralisado na metáfase da segunda parte da primeira divisão
meiótica. A maioria deles morrem antes mesmo do nascimento da mulher, mas ainda sobram cerca de 450 que
vão decaindo ao longo da vida. Já os espermatozoides (gametas masculinos) acontece a vida inteira, e são
produzidos diariamente. Quando a mulher ovula, ela termina a primeira parte da divisão meiótica e surge uma
nova célula. Ela é geneticamente idêntica, mas morfologicamente diferente. Chamada de corpo celular (polócito),
é uma célula pequena. Porque isso? Porque ai os nutrientes, as mitocôndrias, entre outros, vão exclusivamente
para uma célula, aumentando suas chances. Isso no der humano, porque em outros animais isso não acontece e
ao invés de um filhote eles tem várias ninhadas. Esse corpo celular é o primeiro corpúsculo polar. O segundo
acontece depois, durante a fecundação. Aí sim a primeira meiose termina. Se ele não for fecundado, isso nunca
acontecerá. Daí surge o segundo corpúsculo polar. Se o polócito for fecundado há a formação de duas células
diferentes, formando os mosaicos humanos, pessoas que tem células no corpo com o DNA totalmente distinto.
Agora, desenvolver sem esse polócito é bem possível. Ele é um resíduo e não tem função na reprodução. Sua
maquinaria é muito pequena para gerar todo om indivíduo completo. A zona pelúcida é formada por glicocálices.
Depois da entrada do espermatozoide, as duas membranas se incorporam e o ovócito se espante um pouco.
Vários casais tem problema de infertilidade porque o sistema imunológico da mulher ataca o espermatozoide do
homem. Agora acabamos de entrar no primeiro dia do embrião.
O óvulo: após a entrada da cabeça do espermatozoide com a fusão das membranas celulares, existem dois
pró-nucleos dentro do agora chamado óvulo. Um feminino e outro masculino, que depois também vão se fundir,
e a carioteca se dissolve. Vale lembrar também que esse DNA pode ser mutado. Mulheres mais velhas tiveram
seu ovócito parado muito tempo dentro do ovário, aumentando as chances de terem filhos com quaisquer
alterações cromossômicas, diferente dos espermatozoides que são sempre recém produzidos. Quando ocorreu
essa fusão de material genético, não é mais ovócito, nem óvulo. Agora houve formação completa do zigoto (ou
ovo). Agora a recombinação gênica aconteceu, mas os testes de DNA para saberem as características genéticas
dele não são feitas aqui, porque como é apenas uma célula você a destruiria, então esse processo é feito depois.
E não devemos esquecer que esse DNA pode sofrer transformações explicadas pela epigenética.
Reprodução assistida: também chamada de fertilização in vitro, ocorre da seguinte maneira: a mulher
passa por um tratamento hormonal para que tenha vários ovócitos no mesmo dia ao invés de apenas um. Não
acontece ovulação instantânea, então eles são coletados através de uma agulha introduzida no ovário. Os
espermatozoides são coletados e os dois gametas são colocados juntos em um potinho para que haja a
fecundação. Muitas vezes nem isso adianta, porque o espermatozoide não possui maquinaria para entrar, então
eles pegam uma agulha e colocam o espermatozoide (ou célula precursora deste) dentro do ovócito. Quando já
virou zigoto, as células são colocadas dentro do útero em mórula, e espera-se que a nidação ocorra.
A primeira semana do embrião - mórula: esse zigoto fica um dia em estágio unicelular, localizado na
ampola (parte mais dilatada da trompa onde ocorre a fecundação). Depois desse período, ocorre a primeira
divisão mitótica, dando início às clivagens, que acontecem enquanto esse zigoto (que agora não é mais zigoto, e
sim mórula) caminha pela trompa em direção ao útero. O número de células aumenta muito rapidamente, mas o
tamanho da mórula não muda, o que ocorre devido à zona pelúcida. Isso é importante porque a mórula deve
manter seu tamanho para que passe pelas trompas tranquilamente (se aumentasse, talvez ela ficasse presa ou
algo do tipo). Gravidez ectópica pode acontecer por causa de um desaparecimento precoce da zona pelúcia,
fazendo com que a mórula nide nas trompas e não no útero. A segmentação da mórula não segue um padrão, a
muitas vezes algumas células são maiores do que outras, mas são todas idênticas e totipotentes. Mas não são
interessantes para refazer partes do corpo de um adulto porque elas podem dar origem tanto ao ser humano em
si quanto aos anexos embrionários. As clivagens prosseguem até o quinto dia, quando a mórula chega ao útero.
A primeira semana do embrião – blástula: mas aí, quando chega ao útero, já possui uma cavidade, e
depois do aparecimento desta, passa a ser chamada de blástula (ou blastocisto). Essa cavidade se chama
blastocele, e aparece por uma programação genética, que faz com que as células se desagrupem e fiquem em
uma organização diferente. Vale lembrar que essa programação é alvo de muitos estudos, e a idéia é que pegue a
célula da pele de um adulto, coloque gens embrionários nela e assim a faça retornar ao estágio embrionário. Isso
resolveria muitos problemas, inclusive com questões éticas. Também poderia tornar possível a fecundação de
dois gametas de pessoas do mesmo sexo. As células da blástula são chamadas de blastômeros. É nessa fase que é
possível ver a predisposição genética. Retira-se um blastômero e assim faz a análise do DNA. Isso pode ser usado
tanto para fins nobres (como a descoberta do DNA de um estuprador que engravidou a vítima) quanto para fins
fúteis (como escolher qual a cor do olho do filho). Com a continuação do desenvolvimento, a blastocele vai
crescendo, mas os blastômeros não são todos iguais. Há um grupinho central que se diferencia, as células ficam
esféricas, é o chamado embrioblasto (células pluripotentes agora). E ao redor fica o trofoblasto. O primeiro grupo
vai formar o indivíduo em si e o segundo vai formar os anexos embrionários. Esse embrioblasto é o melhor grupo
de células do qual se pode pegar uma para formar estruturas para adultos. É agora que ocorre eclosão da zona
pelúcida. Normalmente ela ocorre na chegada ao útero, entre o quarto e o quinto dia, logo na formação da
blástula. Isso é importante porque agora o embrião poderá crescer, e também para poder ocorrer a nidação, que
é a fixação na parede do útero. Essa fixação só ocorre a partir do contato do trofoblasto com a parede do útero.
Se a zona pelúcida não eclodir, o embrião não se fixará, se ela se romper antes, ele se fixa na tuba, ou seja, esse
processo deve ser cronometrado. A entrada do liquido uterino aumenta a blastocele.
Nidação: a implantação do embrião no útero, começa lá pelo sexto dia. O endométrio é o revestimento
interno do útero, epitélio glândula muito especializado que vai sendo preparado por vários hormônios para
receber o embrião, e vai variando de acordo com a fase do ciclo menstrual da mulher (a partir do 14º dia ele
secreta substâncias). O trofoblasto encosta nesse tecido e ocorre uma comunicação através de contato (proteínas
de membrana de uma célula e receptores de outra); logo, as células do trofoblasto se diferenciam. Se a nidação
não ocorre, há a descamação do endométrio. O tecido sofre baixa de oxigênio seguida de necrose, a mulher
menstrua. Quem nutre o embrião nas primeiras semanas é o endométrio, e por causa disso a endometriose é a
principal causa de infertilidade feminina (sem o endométrio funcionando perfeitamente, o embrião não pode se
desenvolver). 49% das infertilidades são masculinas e 51% são femininas. Na fase da nidação, podemos distinguir
o trofoblasto em duas partes. O citotrofoblasto, que constitui a parede do blastocisto, contém células que estão
em contato direto com o endométrio. Ao tocar esse tecido, o trofoblasto vira citotrofoblasto e siniciotrofoblasto.
O citotrofoflasto realiza mitoses para algumas células se transformarem em siniciotrofoblastos (grande
capacidade de proliferação e invasão), que invadem as células maternas. Existem estratégias para ficarem
invisíveis ao sistema imunológico materno, como a velocidade da invasão (é muito rápida) e a fusão das células;
elas imendam suas membranas para se tornarem uma passa única (o chamado sinício), para que haja menos
membrana, uma vez que o sistema imune enxerga são as proteínas de membrana. Há também potencialização
das enzimas citoplasmáticas, que vão degradando as enzimas da mãe e ficam mais agrupadas e potentes para
agir. O sistema imunológico das grávidas é reprimido propositalmente pelo organismo. O embrioblasto também
sofreu uma diferenciação. Existe a parte externa, o epiblasto, e a parte interna, o hipoblasto. A implantação é
bem sucedida após uma semana da fecundação. Agora é o hipoblasto que vai formar células para revestir
internamente a cavidade, formando a membrana exocelâmica, e por isso a cavidade também vai mudar de nome,
sendo chamada de cavidade exocelâmica. O siniciotrofoblasto começa a produzir HCG, gonadotrofina coriônica
humana, usada para testes de gravidez, pois é liberada na corrente sanguínea e assim na urina. Só é detectável
uma gravidez ao final da segunda semana, porque aí a quantidade será maior e suficiente e porque depende do
embrião. Em alguns embriões, a produção de HCG é muito baixa e os testes sempre são negativos.
Inibição da implantação: os anticoncepcionais inibem a ovulação, então nem há formação de zigoto.
Antigamente as dosagens eram muito altas e quando a mulher ia tentar engravidar seu corpo não conseguia
produzir os hormônios sozinhos, e ela não conseguia. Por outro lado, existem outros métodos que formam o
zigoto, mas que impedem sua implantação. É o caso da pílula do dia seguinte, método de emergência que possui
uma bomba de estrógeno (o conteúdo de uma cartela inteira de anticoncepcional) para que o endométrio seja
desestruturado. Além disso, às vezes também há outras substâncias como o dietilestibestrol, que acelera a
passagem do zigoto. Existe o RU486, que é abortivo e destrói o concepto; é vendido no mercado negro. Pode
destruir só parcialmente a criança nascer deformada. O DIU é uma estrutura metálica que impede a nidação,
muda a imunologia do útero e assim dificulta o posicionamento da blástula na parede do útero. Em um casal que
não use nenhum método anticoncepcional, em apenas 50% dos ciclos da mulher ocorre a fecundação. Desses
50%, em 20% acontece a nidação, ou seja, 10% do total. E desses 10%, 50% tem abortos precoces por inúmeras
razões. Sendo assim, do total dos ciclos, apenas 5% resultaram em uma gravidez. Desses abortos, metade ocorre
por alterações cromossômicas. Criopreservação é congelamento de embriões ou de gametas. E assim,
terminamos a primeira semana! Para a prática, teremos peças de estudo até a quarta semana. Já a prova teórica
cobre o conteúdo inteiro.
O local ideal para a implantação do embrião é na parte alta do endométrio. Se ele se implanta em
outra lugar, consideramos gravidez ectópica. Ela pode ser tubária (90% dos casos), no ovário, no peritônio, na
cavidade abdominal ou no colo do útero. Pode gerar hemorragia graves. A alternativa normalmente é abortar e
talvez retirar a tuba ou o ovário, dependendo do caso. Essa cirurgia se chama salpingectomia ou uma injeção de
metrotrexato (mas não é tão recomendada). Uma a cada duzentas gravidezes são ectópicas, sendo mais comuns
em mulheres acima de 35 anos não brancas. A mulher sente dores abdominais. Quando eles dizem que a
“placenta está baixa” é porque a implantação aconteceu mais abaixo no útero, o que pode gerar gestações mais
delicadas ou interrompidas. Normalmente existem fibras colágenas que fecham o colo uterino; são necessárias
para manter fechado apesar do peso do feto e para vedar a entrada de microorganismos. Algumas mulheres não
produzem esse tampão e podem abortar facilmente, mas para isso existe a circlagem, sutura feita para que o colo
se mantenha fechado. Antes do nascimento a sutura é retirada. Salpingite é a inflamação das tubas e pode acabar
influenciando no batimento ciliar. Se a mulher ovular durante a gravidez podem nascer múltiplos com idade
gestacional diferente.
Segunda semana: metade da estrutura blastocistica está implantada no endométrio e a outra metade
está na luz do útero ainda. No meio do epiblasto surge uma cavidade que não existia; é a cavidade amniótica.
Esse epiblasto se divide em dois então. Em um lado da cavidade, existem os amnioblastos (células amnióticas que
formam o âmnio, membrana delgada). No outro lado está o epiblasto mesmo. Ao seu lado, está o hipoblasto, e ao
lado, a cavidade exocelâmica (ou blastocistica). O epiblasto e o hipoblasto formam o disco embrionário bilaminar,
que possui uma face para cada cavidade assim. Esse disco dará origem a todas as células do embrião. A cavidade
amniótica vai ganhando tamanho. Como tempo, toda a estrutura blastocística fica implantada. O endométrio é
reestabelecido e o embrião fica totalmente lá dentro, a implantação ocorreu com sucesso. Ele pega vasos
sanguíneos maternos para se nutrir, por isso algumas mulheres tem sangramentos quando estão grávidas. Surge
uma substância que preenche o espaço, é o mesoderma extra embrionário, formada por células do saco vitelínico
que dão origem a essa camada de tecido conjuntivo frouxo. Isso ocorre por volta do sétimo, oitavo dia. E o que é
saco vitelínico? É a cavidade exocelâmica, que agora se chama saco vitelínico primitivo. Ela muda de nome porque
aparece o mesoderma. Esse mesoderma envolve o âmnio e o saco vitelino primitivo. No nono dia o concepto
humano está totalmente implantado e o siniciotrofoblasto tem “papilas” no tecido da mãe para nutrição. O
endométrio não pode descamar para a sobrevivência do embrião. Então, o corpo lúteo passa a produzir
hormônios para impedir a menstruação da mulher: estrógeno e progesterona, principalmente o segundo.
Voltando no tempo, o folículo é o ovócito mais um monte de outras células foliculares em volta. Quando ele está
maduro, ocorre a ovulação: o ovócito é expulso, mas a maioria das células permanece dentro do ovário: esse é o
corpo lúteo. A progesterona precisa se manter alta para não ocorrer a descamação. Se a mulher permanecer
continuando anticoncepcional quando grávida, coisas graves podem acontecer, principalmente se o embrião for
do sexo masculino, porque ai ele precisa de testosterona para virar homem, e o estrógeno extra que a mulher
recebe inibe essa testosterona.
Circulação uteroplacentária primitiva: redes de lacunas, formadas para garantir maior circulação do
sangue. Processo interviloso da placenta, células endometriais degeneradas e sangue materno. No mesoderma
começam a aparecer pequenas aberturas que vão coalescendo, emendando uma na outra, formando uma
cavidade que cresce e vira a maior de todas, chamada de celoma extra embrionário. O saco vitelínico diminui e
lança um brotamento. Isos é no décimo dia. No décimo terceiro esse saco sofre uma constrição, e no décimo
quarto ele se divide, formando o saco vitelínico secundário, que é o definitivo, e um restinho do outro lado.
Alguns pedículos são mantidos, o celoma não separa toda a estrutura. Em outras espécies esse saco vitelínico não
reduz, mais aumenta, porque temos placenta e nos nutrimos através dela, outra espécies se nutrem do saco
(ovíparos). O mesoderma foi separado e agora tem um grupinho em cada lado do celoma. Na camada mais
externas ocorre uma proliferação de células, são as vilosidades coriônicas primitivas, que começam a formar o
que virá a ser placenta. Em um certo ponto o hipoblasto sofre expessamento e passa a se chamar placa pré
cordão, que define que aquele lado será a região cefálica do embrião. Na divisão do mesoderma surgiu um tecido
somático extraembrionário e um esplacnico extraembrionário. Correlações clínicas: mola hidatiforme é a
proliferação dessas vilosidades e pode acontecer por diversos motivos. Alterações cromossômicas fazem essa
tendência a crescer demais e se desenvolver demais, e essas vilosidades podem então permanecer no útero
mesmo com a morte do embrião. Então o exame de HCG vai dar positivo, mas não haverá mais embrião, e a
barriga continua crescendo... Se não for detectado a pessoa tem todos os sintomas de gravidez. Além de
alterações cromossômicas, isso pode ser ocasionado porque o espermatozoide veio com o pró-núcleo defeituoso
ou ausente. Dá tudo certo, mas o zigoto é haploide, é um ovo cego, mas que teve potencial para formar um
siniciotrofoblasto. Há formação de um anexo embrionário e não de um embrião completo. Coriocarcinomas são
situações malignas que podem ser ocasionadas por restos embrionários. Quando a mulher aborta, toda a
estrutura deve ser muito bem retirada na curetagem para não sobrarem estruturas que podem se malignizar e
continuar proliferando. Eclampsia é quando a pressão da mulher fica altíssima colocando em risco a sua vida e a
vida fetal. Descobriram que não é um processo biológico dela, mas do feto, já que se a mulher tiver mais de um
filho pode não ocorrer em todas as gravidezes. O sangue materno passa muito próximo às estruturas fetais. O
citotrofoblasto possui substâncias em algumas gestações que caem na corrente sanguínea da materna, alterando
o endométrio para que ele produza substâncias vasoconstritoras que interferem na pressão total da mulher. Pré-
eclampsia é quando a pessão se altera, eclampsia é quando isso causa outras coisas.
A terceira semana: é quando a mulher tem sua primeira semana com ausência menstrual. Se ela tem
sangramento, isso ainda não exclui gravidez, pois pode ser da implantação e a data esperada do parto virá com
erro. O último período normal de menstruação é chamado de LNMP. As náuseas e vômitos ocorrem ao final da
terceira semana. Existe um teste de gravidez que detecta o fator inicial de gravidez (EPF) nos dois primeiros dias.
Ele é dificílimo de ser feito. É feito pelo soro materno (sangue) e é caríssimo. Existe outros teste, o de HCG, que é
identificado também na urina na segunda semana. O ultrassom detecta a partir da terceira semana.
Gastrulação: marca o inicio da terceira semana. O disco bilaminar vira trilaminar. Além disso acontece o
inicio da morfogênese, as células adquirem posições e funções especificas. A transformação do disco ocorre
assim: algumas células no epiblasto se proliferam e formam a chamada linha primitiva. Essa linha surge no lado
oposto à placa pré cordal (região caudal), e começa a se esticar e se alongar para a região cefálica. O finalzinho
dela, já na região cefálica, fica arredondado, e é chamado de nó primitivo. Surge um sulco nessa linha chamado
de sulco primitivo e no meio do nó surge uma fosseta primitiva, um furinho. Esse alongamento da linha alonga
também a estrutura inteira. Entre o epiblasto e o hipoblasto existe uma parte vazia que começa a receber células
do epiblasto, então assim o disco vira trilaminar. O epiblasto vira o ectoderma, a cavidade agora com células vira
o mesoderma e o hipoblasto vira o endoderma. São os três folhetos embrionários. O ectoderma será epiderme e
sistema nervoso, o endoderma será de revestimento e glandular e o mesoderma é o resto. Essa linha primitiva
que serviu para formar o mesoderma deve sumir até a quarta semana, degenerar. Se ela não desaparece temos
problemas; é o caso do teratoma sacrococcígeo, tumor de células embrionárias formado por resquícios da linha
primitiva.
Processo notocordal: o mesoderma vai se diferenciando junto com o endoderma e formando uma linha
que vai do nó primitivo até a placa pré cordal, formando um cordão e esticando mais a estrutura, permitindo um
grande transito celular entre as três camadas. Essa linha é o chamado processo notocordal. Da fosseta vai
crescendo dentro da placa um túnel, é o canal notocordal. Ele é rodeado de processo notocordal e tem uma
ligação com a cavidade amniótica. O assoalho desse processo de funde com o endoderma e depois se dissolve, e
assim as duas cavidades (amniótica e do saco vitelínico) passam a se comunicar, e a antiga fosseta vira um canal
chamado de canal neuroentérico. O ectoderma continua se proliferando e se junta se novo, acabando com o
canal. Logo o mesoderma se une de novo também, só o endoderma que não consegue, pois as duas extremidades
estão muito distantes. É aqui que o processo neurocordal vira placa neurocordal. Ela é achatada e tem um sulco.
Suas células se proliferam formando uma curva até que as duas partes endo se juntem e forme uma bolotinha,
que se separa. Os três folhetos são agora camadas contínuas com um tubo no meio que se chama notocorda. O
mesoderma perto dela é o paraxial, depois o intermediário e o mais distante é o lateral. A notocorda é o que
define o eixo primitivo do embrião, dando-o rigidez, organiza a formação de todo o esqueleto, inicia uma série de
episódios que especializam as células embrionárias e induz a formação da placa neura. Sirenomegalia é quando as
estruturas não se separam da maneira correta e o neném fica parecendo uma sereia porque os membros
inferiores não se diferenciam nem separam. O alantoide é uma invaginação do saco vitelínico que vai em direção
ao pedínculo. Em outras espécies ele age como um reservatório de urina, mas não no ser humano, em que a
placenta e o saco amniótico possuem esse papel. Em nós, ele está envolvido na formação inicial do sangue e no
desenvolvimento da bexiga.
Neurulação: algumas células do ectoderma viram prismáticas e geram um dobramento em direção a
notocorda, formando assim um sulco neural e duas pregas em volta. As pregas vão se elevando e se unem,
fechando outra bolinha que fica no mesoderma, o tubo neural. As duas pregas formam um chapeuzinho chamado
de crista neural. O tubo formará o SNC e a crista o SNC e outras células (gânglios, Schuwann, cromafins
pigmentares da adrenal, componentes esqueléticos e musculares da cabeça). O mesoderma pode ser chamado de
mesênquima também. Quem ajuda nessa fusão das células é o ácido fólico, ou seja, se a mãe não consumir
podem haver danos no tubo neural do bebê. Essa fusão mal feita pode gerar a não formação do tubo neural ou
pontos abertos dele, é o caso da anencefalia (não formação do SNC) e da meroanencelafia (formação parcial do
SNC), faladas melhor nos seminários. O tubo neural é formado ao final da terceira semana.
O celoma intra-embrionário: no meio do mesoderma surgem espaços pequenininhos que depois se
unem e formam esse celoma. Ele depois separa o mesoderma em duas partes e lá na frente no segundo mês vai
dividi-lo em três cavidades (pericárdica, pleural e peritoneal). A somatopleura é formada de mesoderma com
ectoderma e vai formar a parede do corpo do embrião.Já a esplancnopleura é formada de mesoderma com
endoderma e vai formar a parede do intestino. É na terceira semana também que a vilosidade coriônica primária
passa a receber um eixo de mesoderma e se transforma em secundária. Depois, com os vasos sanguíneos, vira
terciária. A fusão das pregas não acontece de maneira imediata. O tudo vai se fechando aos poucos. Se elas não
se fundem o tudo neural não se forma e ocorre a anencefalia ou a meroanencefalia.
Etapas finais da terceira semana: ocorre a formação dos somitos, estruturas essenciais para o
esqueleto axial e simetria do corpo. O que são somitos? A formação do mesoderma não é uniforme. No centro o
mesoderma é mais espesso porque é onde as células chegam. Além disso, elas proliferam também. O que é mais
espesso de cada lado da notocorda são os somitos. Ele é divido em três, paraxial, intermediário e lateral. No
vigésimo dia, o paraxial se divide em blocos denominados somitos, situados simetricamente nos dois lados da
notocorda. Eles darão origem à ossos, músculos e derme. O número de somitos aumenta e a sua identificação nos
permite determinar a idade do embrião. Posteriormente, cada somito organiza-se em três partes, cada um para
originar uma estrutura. Se eles não são gerados a pessoa tem uma rotação corporal, uma estrutura assimétrica.
Sendo assim é a notocorda que orienta nossa estrutura esquelética. Há também o desenvolvimento do sistema
cardiovascular: ocorre uma proliferação de células próximas ao saco vitelínico, que formam uma ilhota sanguínea,
que é uma massa de células. Começa a aparecer uma luz central que forma um tubo, é o vaso sanguíneo
primitivo. Algumas células nessa luz ficam pavimentosas e algumas se desprendem a formam as células
sanguíneas primitivas. Elas circulam em uma rede vascular fetal que passa próxima a uma rede materna, mas não
há mistura de sangue. Células mesenquimais no meio do mesoderma são chamadas de angioblastos e se agregam
formando um acumulo de células – elas são as ilhotas, que se achatam e formam os endotélios. A membrana
placentária impede que células maternas se troquem com as fetais, para não ativar o sistema imunológico da
mãe. O coração e os grandes vasos provem de células endoteliais, um tubo mais dilatado de vasos fundidos. Um
par de canais se funde originando os tubos endocárdicos do coração. No final da terceira semana o sangue já
circula e o coração começa a bater, mas só pode ser detectado pelo ultrassom na quinta semana, porque
inicialmente essa contração é fraca. Ele bate porque uma célula começa a contrair e por ai vai. Ele inicialmente se
desenvolve fora na caixa torácica, depois se fecha. Se não se fechar o coração fica externo, é a ectopia cordis.
Formação das vilosidades coriônicas: se desenvolvem em secundárias. Dentro delas agora tem tecido
mesenquimal. Mesoderma extra embrionário. A terciária já possui vasos sanguíneos fetais dentro dela. Para
passar nutrientes e substâncias acontece difusão com o da mãe. Mola hidatiforme: nas vilosidades secundarias
ocorre um intumescimento cístico, o tecido de mesenquimal prolifera e vira um cisto. É um crescimento tumoral
do tecido que originara a placenta ou as suas membranas. Patologia relacionada ao embrião e não à mãe. Pode
ocorrer se não fizer a curetagem correta, mas o mais comum é o ovo cego, ou seja, um zigoto com formação
anormal. O embrioblasto não se desenvolve. Ocorre muito sangramento e dor. 80% das molas não retiradas viram
cancerosas e invadem todo o útero. 3% invadem outros tecidos e vira um coriocarcinoma. As molas invasivas são
as que invadem tecidos vizinhos, 15%.
A partir da quarta semana: as características são específicas da espécie. Mas ainda é a fase embrionária,
não fetal. A organogênese ocorre da quarta à oitava semana. O crescimento ocorre por mitoses e a morfogênese
por movimento das células em massa e interação entre elas. Diferenciação forma tecidos e órgãos. Células iPs são
pluripotentes induzidas - você pega uma célula normal e coloca dntro dela vetores gênicos com pedaços de DNA
embrionário; ela volta a ser indiferenciada. O problema é que muitas vezes ocorre apoptose. Clones são núcleos
inteiros de uma célula colocados dentro de outras células. A ovelha Dolly morreu precocemente porque o DNA
dela tinha a idade de uma célula somática.
Dobramento do embrião: o disco trilamina plano forma um embrião cilíndrico, tanto no plano mediano
quanto no plano horizontal. A exposição dos embriões à teratógenos causa graves anomalias congênitas, pois são
substâncias químicas capazes de mudar o DNA fazendo com que as células não se transformem no que elas
precisam. A talidomida era um desses, utilizada para vômitos e causou a não formação de membros nos bebês.
Após esse período da quarta à oitava semana já não afeta tanto. Agora a neurula já passou e temos um embrião.
A estrutura fecha, o centro primeiro e por último a região periférica. Se fecha no dorso e o ventre demora um
pouco mais para se fechar. Começamos a ter a primeira curvatura encefálica e a formação da cauda. O saco
vitelínico está ficando pequeno e o saco amniótico passa a revestir a estrutura embrionária. A área cardíaca está
muito desenvolvida.
Continuação do desenvolvimento: com vinte e oito dias já femos as brânquias (arcos faríngeos) e um
olho primitivo. Começa um brotamento dos membros superiores. Parte do saco vitelínico dará origem ao
intestino delgado. Depois de uma semana há brotamentos dos membros inferiores. Surge o fígado rudimentar,
segundo órgão depois do coração. A hematopoiese fetal é toda hepática, é o fígado que produz células
sanguíneas; as primeiras vieram dos vasos primitivos, mas a partir de agora elas virão do fígado. Depois temos o
pacloide nasal, os átrios e os ventrículos. O pedículo virou o cordão umbilical, quando ganha vascularização na
quarta semana. Começamos a quarta semana com uma grande cauda e um coração proeminente. Tivemos
poucas diferenças, mas um rapido crescimento da cabeça e das proeminências faciais. Na sexta semana temos a
separação dos dedos e o início da placa do pé. Aparecem as saliências auriculares a surge um início de palpebra.
Contaminações virais que atacam o tecido nervoso podem gerar cegueira. Existe uma resposta reflexa ao toque,
com movimentos espontânos dos membros e do tronco. O olho já está evidente e existem saliências auriculares.
Os intestinos penetram no celoma extra embrionário na porção proximal do cordão umbilical, já que não há
espaço, então durante um tempo ele fica dentro do cordão umbilical e depois regride para que o abdômen se
feche. A pele é completamente transparente. Com sete semanas já possui mais forma humana. O aparecimento
do punho. A cauda vai regredindo por apoptose. O saco amniótico está distanciado da pele do embrião pelo
líquido amniótico. Com oito semana já é praticamente um bebê em miniatura. A eminência caudal desapareceu
completamente, as pálebras evidentes se fecham e protegem os olhos e os membros podem se movimentar
voluntariamente. A parte mais escura é o fígado, bem grande. A partir de agora, cada espécie vai seguir uma
linha. Quanto mais próximas sáo as espécies, mais parecido é esse período.
Nona semana: a partir da nona semana já temos um feto; significa descendente. Já podemos reconhecer
através da forma de qual espécie essa criatura é. Nós compartilhamos muitos genes em comum com outras
espécies, e o que muda são as ativações gênicas. A estrutura embrionária da oitava semana já possuía
brotamentos de todos os órgãos importantes, e daqui em diante não muda muito. Já está tudo OK, só faltam
alguns ajustes. Essa fase sempre foi muito obscura por falta de maneiras para estudo; antigamente só se estudava
com natimortos, pois não havia bons ultra-sons. Não se sabia nada da parte comportamental. Ocorre um rápido
crescimento do corpo e ganho de peso. Muita mitoses acontecem. A estimativa da idade fetal já pode acontecer
pelo ultra-som. CR é a medida vértex-nádega (do alto da cabeça até a bundinha), que ajuda nisso. UPMN pode
dar dúvidas e mudar a data em até duas semanas. Dessa última até o nascimento são 40 semanas e do dia
estimado da fecundação é de 38 semanas. No primeiro trimestre a variação do CR é muito pequena, mas nos
últimos dois já é bem perceptível. Outras estruturas também podem ser avaliadas, como o comprimento do pé,
do fêmur, a circunferência abdominal, da cabeça. Existe uma curva de ganho de peso, que aumenta muito nas
últimas semanas. Ela só é menor para gêmeos, má nutrição e fumantes (muda o aporte de oxigênio). Nessa fase
não há mais perigo de má formação congênita, mas há de crescimento deficiente. IUGR é um crescimento intra-
uterino retardado. Os teratógenos afetam a diferenciação celular e não a atividade mitose. A diabetes aumenta a
glicose materna que passa para a corrente fetal e aumenta o peso da criança. Ocorre redução do crescimento da
cabeça. Os olhos se aproximam, as orelhas sobem. Face sindrômica é aqui, como na síndrome de down.
Transducência nucal pode indicar alterações sindrômicas. Para se confirmar, temos a amniocentese ou análise das
vilosidades coriônicas, e faz-se o exame dos cromossomos, monta-se o cariótipo. Esse exame pode gerar aborto.
Com nove semanas o embrião mede aproximadamente 3 cm e pesa cerca de 10g. Ocorre o aparecimento dos
centros de ossificação primária. A partir de doze semanas, o feto já apresenta movimentos espontâneos, embora
a mãe ainda não os perceba. Os ossos vieram dos somitos. Os movimentos ainda não são voluntários, mas eles
são muito importantes para o desenvolvimento dos membros. Reflexo plantar: empurrar o pé o encostá-lo em
algum lugar. Já é o inicio da ideia de andar. Bocejo é uma baixa de glicose no sangue. Já na décima quinta semana
crescem os olhos e as orelhas, os dedos dos pés e das mãos já estão diferenciados e surgem as unhas. A genitália
externa adquire as características peculiares ao sexo genético do bebê, apesar de ainda não ser possível a
identificação no ultra-som. A programação é uma genitália feminina, se tiver testosterona vira masculina. CRY que
forma a testosterona, se for XY. Percepção corporal é diferente da atração sexual. Com quatorze semanas, o feto
engole, urina, suga e treina os movimentos respiratórios para o trabalho que seus pulmões terão após o
nascimento. Ele mede de 8cm a 9cm e pesa cerca de 28g. O feto deglute o liquido amniótico e dependendo da
quantidade de líquido podemos descobrir coisas. Anencéfalos não deglutem. A partir da décima quarta semana a
determinação do sexo do bebê através de ultra-som já é possível. O crescimento é muito rápido, a ossificação do
esqueleto é ativa, os ossos são claramente visíveis por ultra-som. Na décima sexta semana os movimentos do feto
aumentam, o que é importante para o desenvolvimento dos músculos e ossos; é quando a mãe percebe os
chutes. Suas feições estão bem definidas, já ocorreu o posicionamento de olhos e orelha e mede 11cm. Entre 17 e
18 semanas o bebê começa a fazer caretas, levantas sobrancelhas, coçar a cabeça, bocejar, ter paladar (as papilas
gustativas já estão desenvolvidas). Inicialmente a comunicação do bebê é totalmente corporal, e as mães
conseguem entender. Ele começa ter a propriocepção. Tudo que toca a mão do bebê faz com que ela feche como
reflexo, o difícil é abrir depois. Entre 17 e 20 semana ocorre o aparecimento do lanugo e o vernix caseoso,
camada de gordura que reveste externamente o feto - proteção contra super hidratação e lubrificação. Ausência
do panículo adiposo e uma pele delgada: os vasos sanguíneos são muito aparentes. Ocorre a formação do tecido
adiposo multilocular, e nessa fase o feto pesa cerca de 300g. O sistema digestório e renal já começam a funcionar;
ele deglute o líquido amniótico que depois é filtrado. Não acontece evacuação, mas uma secreção se acumula no
intestino, o mecômio. Esse é o período mais apropriado para a realização da ultra sonografia para avaliar os
detalhes do futuro bebê.
O último trimestre: é para desenvolver os sentidos. Entre a 21 e a 24 semana, ocorre maturação do
sistema auditivo. O feto consegue ouvir e reconhecer a voz da mãe. Apesar de já ser um "bebê miniatura" quase
não há chances de sobrevida fora do útero. O pulmão será o último a se formar. Na 24 semana ele pesará cerca
de 600g e já começa a ocorrer produção de surfactante. Uma mãe que pode ter o parto antecipado, toma
glicocorticoides para ajudar a produção da surfactante, mas isso influencia na supra renal. Bebês pré-maturos
podem ter déficit nervoso. Com 25 semanas o bebê pesa 800g e pode sobreviver caso tenha suporte. O
ultrassom repetitivo pode incomodar o bebê. 25 a 29 semanas: reflexo do soluço. Começou a piscar os olhos com
mais frequência, dorme, pesa 1,1kg e mede cerca de 30cm. O tempo de sono não equivale ao da mãe. Ele vai
começar a ganhar bastante peso. 30 a 34 semanas: o tecido adiposo vai se formando rapidamente e torneando o
corpinho do bebê. Pesa 2,2kg e mede cerca de 40cm. O diafragma sobe e a mãe fica com dificuldades para
respirar. Dá muito edema. Com 37 semanas o feto está pronto para nascer, seu organismo está totalmente
formado e maduro. A gestação é considerada gestação a termo. Com 40 semanas, o bebê pesa 3,4kg e mede
50cm. Possui circunferências do abdome e da cabeça aproximadamente iguais. Ele quase não se mexe mais e
aguarda a hora do nascimento. A determinação do dia do parto é de 40 semanas ou 280 dias. Regra de Nagele:
subtrai 3 meses da LNMP e soma-se um ano e sete dias. CRL é melhor, mais preciso.
Trabalho de parto: sequência de contrações involuntárias e dilatação do cérvix. Fatores desencadeantes:
hormônios fetais e maternos. Cortisol é um dos principais, tem feedback para a ocitocina. Hipotálamo -
corticotrofina - acth - cortisol (cai na corrente sanguínea materna) - estrógenos - contrações. Estão envolvidas
ocitocina, estrógenos e prostaglandinas (tiram o colágeno que fecha o colo do útero). Existem vários estágios no
parto. Primeiro: começo da dilatação, contrações dolorosas regulares, com menos de 10 minutos; duração de 12h
(primigestas ou nulíparas, parto pela primeira vez) e 7h (multigestas ou multíparas, parto pela segunda vez).
Segundo: expulsão. Descida do feto pela cérvice e vagina. Duração de 50 minutos em primigestas e de 20 minutos
para multigestas. Recomeço das contrações uterinas após a criança ter nascido. Terceiro: as contrações são para
expulsar a placenta. Dura 15 minutos. A retração do útero causa hematoma para estancar o sangue. A mulher
pode ter hemorragia após o parto. Quarto: recuperação. O miométrio faz uma vasoconstrição, impedindo o
sangramento excessivo. Dura 2h. Episotomia são cortes laterais para a saída do bebê, que pode fazer mal à
nervos, e a mulher ficar com incontinência urinária ou fecal. Situações que impedem o parto normal: posição do
bebê, não dilatação. Faz-se a cesariana. Perinatologia: da 26 semana até quatro semanas pós-nascimento. Talvez
é melhor operar o bebê dentro do útero materno. Ultra-sonografia: ampla disponibilidade, baixo custo e ausência
de efeitos adversos. O cordão umbilical é feito de tecido mucoso; favorece a ampla movimentação do feto, já que
o desenvolvimento dos membros do feto depende disso. Feito de duas artérias e uma veia. Se falta uma artéria,
chama-se agnesia. É muito macio e flexível, não oferece risco de garrote. Ele não consegue asfixiar o feto, já que o
feto não respira. Na hora do parto, se ele estiver comprimido é que gera problema, por falta de oxigenação.
Existem dois nós, o verdadeiro e o falso. Pode ocorrer apopsia e morte fetal se for verdadeiro, o falso é um loop
de um vaso sanguíneo.
Anexos Embrionários – placenta: estrutura discoide, ligada ao cordão umbilical e grudada à parede do
útero. Vilosidades coriônicas (os vasos sanguíneos pertencem ao feto, as trocas são feitas por difusão, mas existe
uma barreira que impede a mistura de sangue). A placenta possui duas faces. Uma que gruda no endométrio, e
outra que fica no cordão umbilical. Decídua é o endométrio grávido: basal (liga o concepto à parte que
implantou), capsular (recobre o concepto) e parietal (partes restantes, distante). Depois a capsular e a parietal
podem se colabar. Com o tempo as vilosidades coriônicas vão diminuindo, e onde sobrar é que vai formar a
placenta. A decídua basal se funde ao córion em quase toda a sua extensão. O córion fica lisinho de um lado, de
outro mantém as franjas. Existe o córion liso e o viloso (associado à decídua basal). A decídua parietal se une ao
córion liso. O córion liso é mais externo. O viloso aumenta a superfície de contato e as trocas vasculares. O liso
reveste o cordão umbilical. Por cima do córion temos o âmnion. O córion liso se funde com o âmnion.
Circulação placentária: além das vilosidades coriônicas, a placenta possui tecido conjntivo, e permite que
os vasos sanguíneos maternos joguem sangue para dentro dela. O sangue fetal é revestido por córion. Membrana
placentária separa o sangue fetal do materno. Serve como uma barreira verdadeira apenas contra moléculas que
variam quanto à configuração, tamanho e carga. Sincício + citotrofoblasto + conjuntivo + endotélio. Atravessam a
barreia o oxigênio e os nutrientes, drogas, vírus. Não atravessam. A circulação fetal: vilosidades de ancoragem são
os pontos de encontro. Vass sanguíneos endometriais despejam no espaço interviloso sangue materno. A
substâncias do sangue atravessam a barreira. Se as células sanguíneas maternas encontrarem com as fetais pode
dar problema. As inúmeras vilosidades proporcionam grande suprfície de contato. Circulação placentária
materna: artérias espirais endometriais, reduções da circulação utero-placentárias resultam em hipoxia e retardo
no crescimento. Circulação placentária fetal: chega pelas artérias umbilicais, nomalmente o sangue fetal não se
mistura com o materno, mas pode ter defeitos na membrana placentária. A concentração das substâncias
determinam a quantidade que chega ao embrião. Vírus como rubéola e toxoplasma gondi podem passar e se
alojar em tecido nervoso do cego. A placenta tem função de barreira, nutrição, respiração, excreção, produção de
hormônios, e metabolismo (síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos). Muitos animais comem as
placentas. Envelhecimento placentário: natural, fisiológico, mas pode ser por um defeito, comportamento imune
materno frente ao desenvolvimento placentário: as células TEV citotrofoblasto originam a pré-eclampsia, é o feto
que produz. Deposição de colágeno nas vilosidades coriônicas. A barreira fica difícil de ser atravessada,
comprometendo a vida fetal. Passar do tempo de nascer é perigoso. A placenta é discoide com vasos sanguíneos
calibrosos saindo. Por dentro dela existe o espaço interviloso. Anormalidades: placentas acreta (aderência
superficial a parede uterina, pode descolar precocemente), percreta (aderência total, fundo demais, é difícil
descolar na hora do parto) e prévia (implantação sobre o óstio interno do útero; pode dar aborto porque o feto
pode comprimir a placenta, então a mulher fica em repouso). Não se referem à formação, mas à implantação.
Anexos embrionários – membranas fetais: amnion e líquido amniótico: forma o saco membranoso
cheio de líquido; células secretam pouco líquido, a maior parte deriva do líquido intersticial materno; difusão pela
pele de água e soluto. O âmnio se une ao córion e forma uma membrana translúcida com líquido dentro dela. O
meio líquido é muito importante. É formado a partir das substâncias plasmáticas. Com 11 semanas o embrião
começa a expelir urina. O volume é variável com 40 semanas. 700ml a 1L, trocada a cada 3h. O bebê engole cerca
de 400ml por dia. A bolsa se rompeu quando esse líquido sai. Existe uma síndrome da faixa amniótica. faixas de
âmnion para dentro do saco amniótico que ficam boiando na parte líquido. Ele é muito resistente, e pode enrolar
no braço, no pescoço, não é uma estrutura maleável, e pode gerar a amputação de um membro. Deve-se
interromper imediatamente a gestação. Distúrbios na quantidade de líquido: oligoidrâmnio é uma quantidade
menor, causada por rompimento da membrana amniocoriônica, insuficiência placentária, agnesia renal, uropatia
obstrutiva. Como consequência pode ter defeitos na face, membros e compressão do cordão umbilical.
Poliidrâmnio ou hidrâmnio é quando está acima de 2L, causado pela não deglutição fetal (60% idiopática,
anomalias do SNC como anencefalia, atresia esofágica). Composição do líquido: 99% de água, células epiteliais,
constituintes orgânicos como proteínas, carboidratos e gorduras, excretas fetais, alfa-fetoprote[ina (AFP),
amniocentérica. Ela é dosada na amniocentese. AFP baixa geralmente indica síndrome de Down. funciona como
barreira contra infecções, ajuda no controle da temperatura corpórea mantendo-a constante, impede a aderência
do âmnio ao embrião, permite livre e ampla movimentação, colchão protetor contra choques mecânicos.
Amniocentese: realização após quatorze semanas após o ultimo período menstrual, detecção de distúrbios
genéticos, 200ml de 20 a 30ml, risco de aborto e indicações e pacientes com transducência nucal alterada. Biópsia
das vilosidades coriônicas: processo mais invasivo, consegue precocemente uma amostra celular fetal. Alantoide
e saco vitelino: estruturas vestigiais no homem, com 32 dias ele é grande. Serve para excreção em espécies
ovíparas. Com 10 semanas está reduzido a um remanescente de 5mm. Não armazena vitelo, transfere nutrientes
antes da formação placentária, dá origem a parte do intesitno primitivo, células hematopoiéticas, células
germinativas primitivas.
Gêmeos e Múltiplos: uma a cada 85 gestações são gemelares. Gêmeos Dizigóticos: dois conjuntos
genéticos distintos. Dois óvulos fecundados por dois espermatozoides. A super ovulação é causada por alterações
hormonais (mais comum no início ou no final da vida reprodutiva). Se forem implantados muito próximos, é
possível que os córions se fundam. As placentas são separadas. Gêmeos Monozigóticos: um espermatozoide e um
óvulo; o zigoto se divide, podendo ser em qualquer fase. Quando mais tardia é a divisão, mais diferentes eles
podem ser. 35% se dividem na mórula. 65% se dividem na blástula (o embrioblasto), e teremos apenas uma
placenta, mas ocorre divisão amniótica. São dois cordões umbilicais. A placenta já é programada para no final da
gestação ter menos crescimento que o normal. O único anexo que eles dividem é a placenta. Estabilidade
epigenética: cada um vai experimentar o mundo de uma maneira diferente. Temos 1% de diferença genética com
os chimpanzés, ou seja, o que diferencia é a ativação gênica. Não são os genes que nos trazem as doenças, mas a
interação deles com o ambiente. As histonas fazem a compactação do DNA para se transformarem em
cromossomos, e existe também a metilação do DNA. Múltiplos: ligados à fertilização in vitro, reprodução
assistida. Agora só podem ser implantadas 3 mórulas. Quem disse que cada uma não irá se dividir em duas? A
fase mais tardia de divisão é em duas semanas. A placenta será única, e não haverá separação amniótica. Podem
se desenvolver, se interligar (gêmeos siameses) ou serem gêmeos parasitas (os cordões se unem e os nutrientes
vão só para um). Gêmeos interligados ou conjugados: siameses; um a cada 100 mil. Sempre são regiões análogas
por causa do mesmo glicocálice. Teratologia: ramo da ciência que estuda as más-formações vinculadas ao
processo embriológico. Fetus in feto: partes de um indivíduo em uma pessoa. Filme do Alan Jean.
EMBRIOLOGIA INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
PRIMEIRA SEMANA Nº 1
MOORE. Embriologia Clínica. 6ª edição, 2000 - UniBH
Gametogênese:
Processo de divisão meiótica. Nas mulheres: ovogênese, nos homens: espermatogênese.
Objetivo: redução do número de cromossomos a metade, mantendo constante o nº de
cromossomos ao longo das gerações. Possibilita a variabilidade genética (crossing over).
Etapas da meiose:
1. Cromossomo com centrômeros condensa e forma as cromátides;
2. Duplicação das cromátides do cromossomo de DNA;
3. Os cromossomos homólogos se aproximam na prófase;
4. Possibilidade de crossing-over;
5. São separados pelos fusos dos centríolos na anáfase;
6. Cromossomos são haplóides (espermatócitos secundários e ovócitos secundários);
7. Há uma segunda meiose;
8. Separação das cromátides irmãs;
9. Formação de quatro células haplóides;
Espermatogênese:
Processo de maturação que ocorre durante a puberdade em homens, no qual espermatogônias
(células germinativas primitivas) se transformam em espermatozóides;
Etapas: 1- espermatogônias aumentam seu nº e se transformam em espermatócitos primários; 2-
espermatócitos primários (diplóides) transformam-se em secundários (haplóides) pós- 1ª divisão
meiótica; 3- 2ª divisão meiótica – espermatócitos secundários > espermátides; 3- espermiogênese –
maturação das espermátides formando os espermatozóides. Ocorre a perda do citoplasma, o
desenvolvimento da cauda e do acrossoma; 4- espermatozóides caem na luz dos túbulos seminíferos; 5-
Nos túbulos seminíferos, os espermatozóides são nutridos pelas células de Sertoli, envolvidas, também
com o controle da espermatogênese; 6- os espermatozóides são transferidos ao epidídimo onde são
armazenados e se tornam funcionais; 7- Passam ao ducto deferente e seguem até a uretra;
Espermatozóide maduro é constituído de: cabeça (com o núcleo haplóide e o acrossoma que
contém enzimas como a acrosina e a esterase, importante na fecundação por facilitar a penetração do
espermatozóide na corona radiata e na zona pelúcida.) e a cauda (auxilia no transporte do
espermatozóide graças às mitocôndrias que fornecem ATP e a bainha mitocondrial – fibrosa que garante
a movimentos em chicotada.).
Ovogênese:
Processo de maturação que inicia antes do nascimento e termina depois do fim da puberdade,
ocorre nas mulheres, no qual as ovogônias (células germinativas primitivas) se transformam em ovócitos
maduros.
Etapas: 1- início da vida fetal: ovogônias proliferam-se e por divisão mitótica tornam-se ovócitos
primários; 2- ovócitos são envolvidos por células do tecido conjuntivo com a formação do folículo
primordial; 3- logo, os ovócitos primários são envolvidos pela zona pelúcida (camada de material
glicoprotéico amorfo, acelular – glicocálix dos ovócitos – seleciona os espermatozóides); 4- formação do
folículo secundário – aumento do nº de camadas de células foliculares; 5- antes do nascimento, 1ª divisão
meiótica; 6- ovócitos permanecem em prófase suspensa (dictioteno) – estes são vulneráveis a agentes
ambientais como a radiação – até a puberdade; obs: as células foliculares secretam o inibidor da
maturação do ovócito (OMI), depois do nascimento não se forma mais nenhum ovócito primário; 7-
puberdade – ovulação com a maturação de um folículo por mês; 8- a maturação do folículo possibilita o
término da 1ª divisão meiótica com formação do ovócito secundário e do primeiro corpo polar (célula não
funcionante) graças à divisão citoplasmática desigual; 9- segunda divisão meiótica até a metáfase; 10- a
divisão só termina com a penetração do espermatozóide, formação do óvulo e liberação do segundo
corpo polar.
Os ovócitos secundários são grandes, imóveis, com o citoplasma rico em organelas e em grânulos
de vitelo que ajudam na nutrição do zigoto nas primeiras semanas. São envolvidos pela zona pelúcida e
por uma camada de células foliculares denominadas corona radiata.
Fecundação:
Os espermatozóides recém-ejaculados são incapazes de fertilizar o ovócito secundário sem antes
passar por um processo, que dura em média 7 horas, de maturação denominado capacitação. Neste o
espermatozóide perde uma capa glicoprotéica e proteínas seminais que compunham a superfície do
acrossoma. Os espermatozóides capacitados não mostram alterações morfológicas e ainda estão mais
ativos. O término da capacitação permite a reação acrossômica.
A reação acrossômica ocorre com o contato dos espermatozóides capacitados na corona radiata.
Para tal há a liberação de enzimas como a esterase e a acrosina que modificam o acrossoma resultando
em perfurações que facilitam a fertilização.
A fecundação acontece na ampola da tuba uterina normalmente podendo acontecer em outros
locais da tuba, entretanto nunca no útero. Quando não há a fertilização, o ovócito vai para o útero onde
é degenerado e reabsorvido.
Moléculas ligantes de carboidratos da superfície dos gametas auxiliam no reconhecimento dos
gametas e na união das células. O processo de fertilização leva em torno de 24 horas.
Fases da fecundação:
1- Passagem do espermatozóide pela corona radiata que envolve a zona pelúcida de um ovócito –
feita pela liberação principalmente da hialuronidase;
2- Penetração na zona pelúcida, que envolve o ovócito – lise de parte da zona pelúcida pelas enzimas
esterases, acrosina e neuramidase. Quando a penetração acontece há a reação da zona, na qual ela muda
sua conformação o que não permite a entrada de outros espermatozóides. A membrana plasmática
também sofre alterações tornando-se impermeável aos espermatozóides;
3- Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: o espermatozóide entra no
ovócito com sua cauda, mas deixa a membrana para traz.
4- Término da 2ª divisão meiótica com a descondensação dos cromossomas maternos e formação
do pronúcleo feminino e do polócito II (resultante da divisão desigual da ovogênese) – formação do óvulo;
5- Formação do pronúcleo masculino com a degeneração da cauda e replicação de ambos os DNAs
dos pronúcleos – interfase;
6- Condensação dos pronúcleos após dissolver as membranas – prófase mitótica – formação do
zigoto.
Clivagem do zigoto:
Cromossomos migram para o equador do óvulo na metáfase da primeira divisão mitótica de
segmentação, em que o material genético materno associa-se ao paterno. Processo denominado
anfimixia ou singamia.
Ocorre aproximadamente 30 hs após a fecundação, com um número de mitoses acontecendo
rapidamente. Há um aumento de células que ficam cada vez menores devido a manutenção do volume.
A essas células dá-se o nome de blastômeros.
A clivagem ocorre enquanto o zigoto se encaminha para o útero. Após o estágio de nove
blastômeros esses se unem uns aos outros se compactando, graças às glicoproteínas de adesão, o que
permite uma maior interação entre as células e reconstitui um pré-requisito para a formação da massa
celular interna do blastocisto.
Os blastômeros por serem iguais são considerados células-tronco embrionárias, são células
totipotentes que vão se diferenciar após ativação ou não de certos genes.
A partir de 12 a 15 blastômeros, o zigoto passa a se chamar mórula. Esta se forma cerca de 3 dias
após a fecundação e penetra no útero (com auxílio de cílios presentes na tuba uterina). Mórula – conjunto
de células que se multiplicam evolvidas pela zona pelúcida o que permite o aumento numérico das células,
mas não o seu volume. Isto permite que ela passe pela tubauterina.
Formação do blastocisto:
A mórula depois do 4º dia forma uma cavidade blastocística que é um espaço cheio de fluído. Com
o aumento do fluido na cavidade, o blastômero é separado em duas partes: trofoblasto – camada celular
externa que dá origem à parte embrionária da placenta; embrioblasto – massa celular interna que dá
origem ao embrião; estas células são pluripotentes, ou seja, possuem áreas gênicas bloqueadas e outras
ativadas. A cavidade no interior formada é denominada de blastocele.
Após flutuar nas secreções uterinas por dois dias a zona pelúcida desaparece, o que possibilita um
rápido crescimento celular. O embrião ao flutuar é alimentado pela secreção das glândulas uterinas. A
esse estágio o concepto é denominado blastocisto ou blástula.
A blástula ainda está solta no útero. A diferenciação das células em duas partes vai facilitar a
nidação.
Nidação:
Endométrio: tecido glandular que reveste o útero. Varia de acordo com o período de ovulação. A
blástula se implanta dentro do endométrio, por isso quanto mais preparado ele estiver com maior
facilidade será a implantação.
No 6º dia o blastocisto fixa-se ao epitélio do endométrio e o trofoblasto começa a se diferenciar
em duas camadas: interna- citotrofoblasto e externa – sinciciotrofoblasto formado a partir das mitoses
do trofoblasto que migram para a região próxima ao endométrio. Consiste em uma massa
protoplasmática, multinucleada na qual não se observa os limites celulares (perda da membrana celular).
Os prolongamentos sinciciotrofoblasto invadem o tecido conjuntivo (estroma) e produzindo
enzimas, formam o sincício que gera a erosão dos tecidos maternos permite sua nutrição e alinhamento
ao endométrio. Para que esta etapa ocorra é necessário que o sist. Imune da mãe abaixe. HCG (Hormônio
gonadotrofina coriônica humana) – produzido pelo sinciciotrofoblasto durante a gestação, para manter
o corpo lúteo ativo durante o primeiro trimestre da gestação. É identificado pelos testes de gravidez no
final da 2ª semana.
No dia 7, aparece uma camada de células diferenciadas a partir do embrioblasto voltada para a
cavidade do blastocisto, o hipoblasto (endoderma primário) – células pavimentosas, e voltada para o
citotrofoblasto o epiblasto – células cúbicas. A blastocele passa a ser chamada de cavidade exocelâmica
por estar envolvida por uma membrana de mesmo nome.
Correlações:
50% dos ciclos ovulatórios da mulher ocorrem a fecundação. 20 % resultam em nidação. Os demais
se perdem espontaneamente antes do atraso menstrual e antes que a mulher possa ter noção do fato.
Infertilidade:
Cerca de 52% dos casos de infertilidade estão associados à mulher, são eles: Distúrbios hormonais;
problemas nas tubas uterinas; endomeriose; alterações no muco cervical; tumores ováricos,
hipotalâmicos e hipofisários; produção excessiva de androgênios; disfunção da tireóide; anorexia nervosa.
No homem: diminuição do nº de espermatozóides; pouca mobilidade dos espermatozóides;
espermatozóides anormais; ausência de sua produção; disfunção sexual; problemas endócrinos;
problemas testiculares e atrofia das células germinais; problemas testiculares adquiridos e exposição a
drogas; problemas no transporte de esperma, como a obstrução dos epidídimos ou dos canais deferentes.
Fertilização in vitro: facilita o processo. Acontece no tubo. “bebê proveta” primeiro a nascer da
fertilização in vitro. Ocorre a partir da micropipeta que infiltra o espermatozóide dentro do ovócito. O
ovócito não estoura graças à sua membrana plasmática. O processo: aspiração do ovócito e do
espermatozóide (induz ovulação com medicação); fecundação in vitro; estado de 4 células; reimplantação
– várias mórulas são implantadas na tentativa de fazer um zigoto resistir, implicou na maior incidência de
gêmeos.
Criopreservação: manutenção dos gametas e embriões a baixas temperaturas. Pode comprometer
o núcleo celular.
Abortos espontâneos precoces: freqüência aproximada de 45%; por inúmeras razões, mas a
principal são as alterações cromossômicas (50%).
EMBRIOLOGIA INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
SEGUNDA SEMANA Nº 2
MOORE. Embriologia Clínica. 6ª edição, 2000 - UniBH

Implantação:
Começa no fim da primeira semana e termina no fim da segunda.
Conceitos: citotrofoblasto: células altamente mitóticas que renovam a camada de sinciciotrofoblastos;
sinciciotrofoblastos: massa celular sem contornos em rápida expansão. Epiblasto (céls. Prismáticas) e hipoblasto
(céls. Cubóides – endoderma primitivo): formados a partir do embrioblasto. Formam o disco embrionário
bilaminar que dá origem às camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião.
O sinciciotrofoblasto, ativamente erosivo, invade o estroma endometrial (estrutura de tec. Conj.) que
sustenta os capilares e glândulas do útero. O que facilita a invasão no endométrio é a produção de enzimas
proteolíticas que promovem a proteólise.
A medida que o concepto adentra, as células do estroma, tornam-se carregadas de lipídios e glicogênio e
por isso recebem o nome de células decíduas (reação da decídua). Essas células têm a função primária criar um
local imunologicamente privilegiado para o concepto, entretanto quando as próximas ao sinciciotrofoblasto
morrem, são englobadas pelos sinciciotrofoblastos servindo, mais tarde, junto às glândulas do estroma e o sangue
materno de nutrição para o embrião.
Formação da Cavidade Amniótica, disco embrionário e saco vitelino:
Durante a implantação, aparecem a partir do epiblasto, células amniogênicas (amnioblastos) que formam
uma membrana denominada âmnio (um dos anexos embrionários). Entre o epiblasto e o âmnio é formada a
cavidade amniótica.
Na parte inferior do disco embrionário, o hipoblasto dá origem às células exocelômicas que formam a
membrana exocelômica. Entre hipoblasto e memb. exocelômica forma-se a cavidade exocelômica (antiga
cavidade blastocística).
A membrana e cavidade exocelômica, modificam-se rapidamente para formar o saco vitelino primitivo. As
células do saco vitelino primitivo ainda dão origem ao mesoderma extraembrionário (camada de tec. Conj.
Frouxo) – células que preenchem o espaço entre o citotrofoblasto e as cavidades.
No dia 10 o concepto humano já está completamente implantado, com apenas uma falha no epitélio
endometrial preenchida por um tampão (um coágulo fibroso de sangue) que dura cerca de dois dias.
No sinciciotrofoblasto aparecem lacunas – influência do estrógeno e da progesterona provenientes do
corpo lúteo – que logo se enchem de sangue materno provenientes de capilares e de secreções glandulares
uterinas erodidos. O processo:
O mesoderma extraembrionário aumenta e espaços isolados aparecem dentro dele; fusão dos espaços
leva à formação do celoma extraembrionário; diminuição do saco vitelino primitivo – formação do saco vitelino
secundário.
O fluido, denominado embriotrofo, chega ao disco embrionário por difusão. No dia 12, as lacunas já se
fundiram formando as redes de lacunas. Estas redes constituem os primórdios dos espaços intervilos da placenta.
Os capilares em torno do embrião tornam-se congestos e dilatados formando sinusóides que são erodidos e
fluem para as redes de lacunas, formando a circulação uteroplacentária. O sangue oxigenado flui para as lacunas
vindo das artérias espiraladas do endométrio, e o sangue desoxigenado é removido através das veias
endometriais.
No mesoderma extraembrionário forma-se uma cavidade cheia de fluido denominada celoma
extraembrionário. Esta cavidade envolve o âmnio e o saco vitelino exceto onde eles se prendem ao córion
(mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas de trofoblasto) pelo pedículo (cordão) do embrião. O
saco vitelino primitivo, com a formação do celoma extraembrionário, perde uma parte para formar o saco vitelino
secundário (definitivo).
O saco vitelino não contém vitelo. Funciona como um transporte seletivo de materiais nutritivos para o
disco embrionário.
Desenvolvimento do saco coriônico:
Ocorre no fim da segunda semana. Acontece primeiro a proliferação de células do citotrofoblasto que
produz extensões celulares que penetram no sinciciotrofoblasto. Tais extensões vão formar as vilosidades
coriônicas primárias.
O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: mesoderma
somático extraembrionário que reveste o trofoblasto e recobre o âmnio, juntos formam o córion; e o mesoderma
esplâncnico extraembrionário que envolve o saco vitelino.
O celoma extraembrionário passa a ser chamado de cavidade coriônica. O embrião de 14 dias forma uma
placa precordal, que é a transformação de células cúbicas em prismáticas do hipoblasto em uma área localizada.
Estas serão o futuro local de origem da boca e de um importante organizador da região da cabeça.
Locais de implantação do blastocisto: no endométrio do útero geralmente na parte superior e posterior.
Podendo ainda ocorrer na parte anterior, entretanto com menos freqüência.
Gestação ectópica – ocorre fora do local esperado. Pode acontecer em vários lugares sendo a mais
comum a tubária (95%, ou seja, 1-200 gravidezes). Outros locais são no ovário, no abdômen (principal causa de
morte materna devido à hemorragias internas), próximo ao colo do útero ou peritônio. Nesses casos não há
chances de nascer, exceto em casos excepcionais. Produz mais lentamente HCG do que em uma gravidez normal,
por isso em testes feitos muito cedo pode dar o resultado falso-negativo.
Gestação tubária: ocorrem na maioria dos casos na ampola e no istmo da tuba uterina, mais freqüente
em mulheres acima dos 35 anos e não brancas. Sintomas: dor abdominal muito forte e maior sensibilidade,
sangramento anormal e irritação do peritônio pélvico (pode ser confundida com apendicite, principalmente
quando ocorre do lado direito); tratamento: salpingectomia (remoção da tuba afetada e do concepto
cirurgicamente) ou injeção de metotrexato, destruição e absorção dos produtos de concepção.
Inibição da implantação: estrógeno – pílula do dia seguinte; dietilestilbestrol – acelera a passagem do
zigoto, aumenta o batimento ciliar; RU486 – destruição do concepto atua via corrente sanguínea ao interferir com
o ambiente hormonal do embrião em implantação; DIU – reação inflamatória, não encontra um ambiente
propício para a implantação, libera substâncias químicas que modificam o ambiente.
EMBRIOLOGIA INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
TERCEIRA SEMANA Nº 3
MOORE. Embriologia Clínica. 6ª edição, 2000 - UniBH

 Primeira ausência do período menstrual, o último período de menstruação normal (LNMP) ocorreu a cinco
semanas, porém sangramento na data esperada não exclui gravidez, mas pode apontar um sangramento de
implantação. Esse sangramento quando apontado como menstruação pode levar a um erro na determinação da
data do parto.
 Náuseas e vômitos surgem no final da terceira semana, devido à gonadotrofina coriônica humana (HCG),
produzida pela placenta e que tem seu ápice na 12ª semana.
 Testes de gravidez: EPF – fator da gravidez inicial – presente no soro materno, detectado apenas nas 24-48
primeiras horas após a fertilização; HCG – gonadotrofina coriônica humana – produzida pelo sinciciotrofoblasto e
excretada na urina da mãe, após a segunda semana de gravidez; ultra-sonografia – após três semanas de gravidez.
 GASTRULAÇÃO:
- Processo que leva a transformação do disco bilaminar em trilaminar. Marca, por isso, o início da
morfogênese, ou seja, o desenvolvimento da forma do corpo.
- Inicia-se com a formação da linha primitiva na extremidade caudal do embrião, no plano mediano
decorrente da migração e proliferação das células do epiblasto no disco embrionário.
- Ao mesmo tempo em que vai se formando a linha primitiva, forma-se também, na região cefálica, o nó
primitivo, a partir da proliferação dessa extremidade.
- Concomitante a linha primitiva forma-se um estreito sulco que se comunica ao nó primitivo através de
uma pequena depressão denominada fosseta primitiva. Tanto a fosseta quanto o sulco são formados pela
invaginação de células do epiblasto.
- O disco embrionário alonga-se perdendo sua forma circular.
- Após o surgimento da linha primitiva as células do epiblasto migram, abandonando sua camada
profunda. Formam uma malha frouxa de tecido conjuntivo denominado mesêquima. O mesênquima é importante
por dar origem a maior parte dos tecidos de sustentação e componentes do estroma das glândulas. A
diferenciação ocorre pela ativação por contato.
- A parte do mesênquima que forma uma camada denominada mesoderma intra-embrionário. Algumas
células do epiblasto da linha primitiva também deslocam o hipoblasto, formando o endoderma intra-embrionário
ou endoderma embrionário, no teto do saco vitelino. As células que permanecem no epiblasto formam o
ectoderma intra-embrionário ou ectoderma embrionário.
- Linha primitiva irá formar ativamente o mesoderma até o início da quarta semana, desaparecendo ao
final dessa mesma semana.
- Teratoma Sacrococcígeo: resquícios da linha primitiva que permaneceu no bebê na forma de tumor que
contém vários tipos de tecidos mal diferenciados.
- Surgimento dos três folhetos embrionários: ectoderma – epiderme, sistema nervoso, a retina do olho,
dentre outras; endoderma – revestimento epitelial das vias respiratórias e do trato gastrointestinal assim como as
glândulas associadas; mesoderma – músculo liso, tecido conjuntivo e vasos associados aos órgãos e tecidos,
sistema cardiovascular e fonte das células medulares, sanguíneas, dos ossos, dos músculos estriados e órgãos
reprodutores e de excreção.
 PROCESSO NOTOCORDAL E NOTOCORDA
- Células mesenquimais migram cefalicamente do nó e fosseta primitiva até a placa pré-cordal (pequena
área circular de células endodérmicas colunares). Para isso as células mesenquimais formam um cordão
denominado processo notocordal que logo forma o canal notocordal. Esse cresce entre o ectoderma e o
endoderma.
- A placa precordal está fixada à ectoderme não sendo separada pelo mesoderma intra-embrionário.
Dessa forma ela dá origem à membrana bucofaríngea que formará a boca. Na região caudal o mesmo acontece
entre as lâminas ectoderme e endoderme formando uma membrana denominada cloacal que futuramente dará
origem ao ânus. Outra região que permanecerá bilaminar ao longo do desenvolvimento do embrião é a região no
plano mediano, cefalicamente ao nó primitivo, onde se localiza o processo notocordal.
- Algumas células da linha primitiva migram cefalicamente de cada lado do processo notocordal e em
torno da placa precordal. Elas se encontram cefalicamente, formando o mesoderma cardiogênico da área
cardiogênica onde o primórdio do coração começa a desenvolver-se no fim da terceira semana.
- Formação da notocorda:
1. Processo notocordal se alonga pela invaginação de células vindas da fosseta primitiva que se invagina
formando o canal notocordal (18º dia).
2. O processo notocordal torna-se um tubo celular do nó primitivo a placa precordal.
3. O assoalho do processo notocordal funde-se ao teto do saco vitelino e degrada-se aos poucos formando
uma comunicação temporária entre cavidades amniótica e vitelínica (canal neuroentérico) que se fecha com a
formação da notocorda.
4. Os restos do processo notocordal dão origem à placa notocordal intercalada no endoderma do embrião.
5. As células notocordais se multiplicam, iniciando pela extremidade cefálica, e formam um tubo que se
destaca do endoderma dando origem à notocorda. O teto do saco vitelino torna-se contínuo novamente.
- A notocorda se estende da membrana bucofaríngea ao nó primitivo. Ela desaparece com a formação
vertebral, a qual serve como base de desenvolvimento, mas persiste como o núcleo puposo em cada disco
vertebral.
- A notocorda em desenvolvimento induz o ectoderma sobrejacente a espessar-se e formar a placa
neural, primórdio do sistema nervoso central.
- A notocorda define o eixo primitivo do embrião dando-lhe certa rigidez.
 ALANTÓIDE: aparece por volta do 16º dia e é a evaginação de parte caudal do saco vitelino no pedículo do
embrião. É responsável pela formação inicial do sangue e da bexiga, sendo reservatório de urina no embrião e no
adulto, dá origem ao uraco (presente na prega umbilical mediana) e aos vasos umbilicais.
 Persistência do Canal neuroentérico: dá origem a uma anomalia congênita na qual o canal central da
medula espinhal está unido à luz do intestino.
 NEURULAÇÃO: formação do tubo neural
- O desenvolvimento da notocorda leva ao espessamento da ectoderme logo acima dessa com a formação
da placa neural.
- O neuroectoderma dá origem ao sistema nervoso central.
- Surge cefalicamente ao nó primitivo e dorsalmente à notocorda e mesoderma adjacente. À medida que
se alarga estende-se até a membrana orofaríngea.
- Por volta do 18º dia, o neuroectoderma começa a invaginar formando o sulco neural com as pregas
neurais que se fundem durante a quarta semana levando ao tubo neural. Esse se destaca da ectoderme que
formará a epiderme. O tubo neural originará por sua vez o SNC.
- A prega neural cefálica constitui o primeiro sinal do desenvolvimento do encéfalo.
- Com a formação do tubo neural, células neuroectodérmicas perdem sua afinidade com células vizinhas
formando as cristas neurais entre o ectoderma e o tubo neural. Essas dão origem ao SNP, ou seja, aos gânglios
dorsais e ao sistema autônomo, além de formarem as bainhas neurilema dos nervos periféricos, as meninges que
recobrem o encéfalo e a medula espinhal (pia-máter e aracnóide), células pigmentares, da medula adrenal e
vários componentes esqueléticos e musculares da cabeça.
- A fusão das pregas neurais marca o final da terceira semana.
 ANOMALIAS CONGÊNITAS RESULTANTES DE NEURULAÇÃO ANORMAL: normalmente afeta o
neuroectoderma que resulta na ausência de fusão das pregas neurais e formação do tubo neural da região do
encéfalo, o que pode levar a meroanencefalia ou anencefalia (ausência parcial do encéfalo).
 DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS: primeiro par aparece durante a terceira semana. Os somitos se
desenvolvem no período do 20º ao 30º dia e ocorre no sentido cefalocaudal. Surgem a partir da multiplicação do
mesoderma que forma uma coluna longitudinal denominada mesoderma paraxial que continua lateralmente como
mesoderma intermediário. Esse forma a camada de mesoderma lateral que dá continuidade ao mesoderma extra-
embrionário (cobre saco vitelino e âmnio). A coluna longitudinal ao final da terceira semana diferencia-se e começa
a se dividir em pares de corpos cubóides denominados somitos que surgem na região occipital. Dão origem a maior
parte do esqueleto axial e aos músculos associados, assim como à derme da pele adjacente.
 DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRA-EMBRIONÁRIO: paralelo ao processo de neurulação, formado a
partir de pequenos espaços celômicos isolados nos mesodermas lateral e cardiogênico. Esses se unem originando
o celoma intra-embrionário que divide o mesoderma lateral em camada somática (região amniótica) e camada
esplâncnica (região vitelínica). A primeira forma a parede do corpo do embrião – somatopleura e a segunda, a
parede do intestino do embrião – esplancnicopleura. No segundo mês o celoma se dividirá em cavidades
pericárdica, pleural e peritoneal.
 DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR:
- Até o fim da segunda semana, o embrião é nutrido pelo sangue materno, através do celoma extra-
embrionário e do saco vitelino, por difusão.
- Início da terceira semana: primórdio da circulação uteroplacentária. Angiogênse (formação dos vasos
sanguíneos) no mesoderma, na membrana coriônica, no pedículo do embrião e no saco vitelino. Os vasos do
embrião começam sua formação dois dias mais tarde.
- A angiogênese inicia quando células mesenquimais, os angioblastos agregam-se formando grupos de
células angiogênicas – ilhotas sanguíneas. Essas irão se abrir em fendas que confluem originando cavidades. Os
angioblastos se achatam formando o endotélio que se funde em redes de canais endoteliais. Vasos avançam por
brotamento endotelial e fusão de outros vasos.
- As células sanguíneas formam-se de células endoteliais com o desenvolvimento dos vasos nas paredes
do saco vitelino e da alantóide, ao fim da terceira semana.
- Sistema Cardiovascular Primitivo: origina-se do mesênquima da área cardiogênica. Durante a terceira
semana, um par de canais longitudinais revestidos por endotélio – tubos cardíacos endocárdicos – forma-se e se
funde, formando o tubo cardíaco que receberá os vasos do córion, saco vitelínico, embrião e pedículo,
estabelecendo o sistema cardiovascular. No 20º ou 21º dia, o coração começa a bater, mas os batimentos só
poderão ser detectados pela ultra-sonografia na quinta semana.
 DESENVOLVIMENTO DAS VILOSIDADES CORIÔNICAS:
- No fim da segunda semana surgem as vilosidades coriônicas primárias que irão ser penetradas no início
da terceira semana pelo mesênquima. Nesse estágio são denominadas vilosidades coriônicas secundárias que vão
revestir toda a superfície do saco coriônico. Algumas células do mesênquima começam a se diferenciar em
capilares e células sanguíneas. Quando passam a ser visíveis (5ª semana) dão o nome às vilosidades coriônicas de
terciárias. Esses capilares unem-se em redes arteriocapilares até o coração do embrião através dos vasos do
córion e do saco vitelínico. No fim da terceira semana o sangue começa a fluir pelos capilares realizando trocas
gasosas e de nutrientes com os vasos sanguíneos da mãe, presentes nos espaços intervilosos, por difusão.
- Concomitante, células do citotrofoblasto das vilosidades coriônicas proliferam e se estendem pelo
sinciciotrofoblasto formando uma capa citotrofoblástica. Essa capa se prende ao tecido materno através das
vilosidades-tronco e realiza as trocas de materiais entre o sangue da mãe e do embrião através das vilosidades
ramificadas.
 CRESCIMENTO ANORMAL DO TROFOBLASTO: algumas vezes o embrião morre e como as vilosidades
coriônicas não foram completamente desenvolvidas, estas em degeneração formam intumescimentos císticos
denominados molas hidatiformes. Elas aumentam a produção de HCG e o tamanho uterino, e podem transformar-
se em células invasivas (invadem tecidos vizinhos) ou malignas ocasionando o coriocarcionoma, muito metastático.
Os principais mecanismos do desenvolvimento de molas hidatiformes completas são quando há a fertilização pelo
espermatozóide de um ovócito sem pronúcleo feminino (mola monoespermática) e quando há a fertilização de um
ovócito vazio por dois espermatozóides (mola dispermática). Em ambos a origem é paterna. O tratamento é a
raspagem por curetagem ou esterectomia – retirada do útero.
EMBRIOLOGIA INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
QUARTA A OITAVA SEMANA Nº 4
MOORE. Embriologia Clínica. 6ª edição, 2000 - UniBH

 Todas as principais estruturas, internas e externas, se estabelecem da quarta a oitava semana –


organogênese – início da formação dos sistemas.
 Ao final da 8ª semana o embrião possui aspecto nitidamente humano.
 O desenvolvimento é dividido em fases, sendo a primeira a do crescimento (mitoses e elaboração de
produtos celulares), a segunda a da morfogênese (organização celular para a formação dos órgãos) e a terceira a
da diferenciação (maturação dos processos fisiológicos a partir da comunicação celular por contato, com tecidos e
órgãos aptos a exercerem funções especializadas).
 Durante tal período como o desenvolvimento dos tecidos ocorre rapidamente, é também o com maior risco
do desenvolvimento de grandes anomalias congênitas. Esse risco aumenta com o uso de teratógenos, ou seja,
agentes tais como drogas e vírus.
 DOBRAMENTO DO EMBRIÃO:
- Caracteriza um acontecimento importante para o estabelecimento da forma do corpo. É o dobramento
medial e horizontal do disco embrionário trilaminar decorrente do rápido desenvolvimento do embrião
principalmente da placa neural (SNC) ocorrendo simultaneamente nas extremidades caudal e cefálica.
- O dobramento ventral, primeiro a ocorrer, produz as pregas cefálica e caudal que se deslocam
ventralmente enquanto há o alongamento cefálico e caudal.
1- A primeira torna-se mais espessa no início da 4ª semana, formando o primórdio do encéfalo. À
medida que cresce projeta-se dorsalmente à cavidade amniótica, anteriormente à membrana bucofaríngea e ao
coração em desenvolvimento. Simultaneamente há a formação do septo transverso que ficará caudalmente ao
coração onde formará o tendão central do diafragma. Parte do endoderma do saco vitelino é incorporado pelo
embrião formando o intestino anterior (entre o encéfalo e o coração). A membrana bucofarígea o separa do
estomedeu (boca). As cavidades celômicas extra e intra-embrionárias comunicam-se livremente. Migração
ventral dos órgãos.
2- A segunda decorre do crescimento da parte distal do tubo neural, medula espinhal, no qual há a
projeção caudal sobre a membrana cloacal (ânus). Parte da camada endodérmica é envolvida formando o
intestino posterior (cólon descendente), onde sua porção terminal dará origem a cloaca (reto e bexiga). O
pedículo do embrião prende-se à superfície ventral, e a alantóide é parcialmente incorporada pelo embrião.
- O deslocamento horizontal ocorre devido ao crescimento da medula e dos somitos que forçam o
dobramento medialmente formando-se um cilindro. Leva a formação das pregas laterais e a incorporação do
endoderma formando o intestino médio (intestino delgado, etc) que reduz a ligação entre esse e o saco vitelino.
A comunicação entre eles fica restrita ao pedículo vitelino e entre o âmnio e a superfície do embrião se reduz
formando a região umbilical. Com a transformação do pedículo do embrião no cordão umbilical, a fusão das
pregas laterais reduz a área de contato entre as cavidades celômicas intra e extra-embrionárias e o âmnio passa a
revestir o cordão umbilical.
- A proliferação cardíaca contribui para o fechamento do embrião e o saco vitelino diminui, por não ter
função de nutrição – constrição do saco vitelínico devido ao rápido crescimento, a partir do 26º dia.
 DERIVADOS DAS CAMADAS GERMINATIVAS: a partir das três camadas germinativas que se formaram
durante a gastrulação, são originados os vários sistemas e órgãos (organogênese).
 CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO: o desenvolvimento embrionário é, na sua essência, um
processo de crescimento e de aumento crescente da complexidade estrutural e da função. Inicia-se com o
crescimento proporcionado pelas mitoses e sua complexidade é feita pela morfogênese e diferenciação. As células
iniciais são pluripotentes, ou seja, capazes de seguir uma ou mais vias de desenvolvimento reagindo a estímulos
de indução proporcionados pela interação entre células em um determinado tempo. A morfogênese é uma das
principais responsáveis pela modelagem do embrião já que controla o movimento das células e assim a interação
entre as mesmas.
 QUARTA SEMANA:
- Início: embrião quase reto com 4 a 12 somitos. Tubo neural forma-se a frente dos somitos e está
amplamente aberto nos neróporos rostral (anterior) e caudal (posterior). Dia 24 - arcos faríngeos visíveis
(primeiro mandibular e segundo hióideo).
- Embrião levemente encurvado devido às pregas caudal e cefálica. Coração forma grande saliência e
bombeia o sangue.
- Dia 26 - três arcos faríngeos visíveis e neuróporo rostral se fechou. Presente cauda curva. Formação
dos membros superiores (pequenas intumescências na parede ventrolateral do corpo).
- Fim: quatro arcos farígeos, brotos dos membros inferiores, fossetas óticas (primórdio da orelha
interna) e local do placódio do criatalino. Com cauda adelgaçada e neuróporo caudal fechado.
- Obs: os arcos braquiais irão formar a área respiratória e a face.
 QUINTA SEMANA:
- Destaca-se o crescimento da cabeça que é bem maior que o restante do corpo. Ocorre principalmente
pelo desenvolvimento do encéfalo e das saliências faciais. Por essa razão a face logo entra em contato com a
saliência cardíaca.
- O segundo arco faríngeo dobra-se sobre os demais formando uma depressão ectodérmica lateral de
ambos os lados denominada seio cervical.
 SEXTA SEMANA:
- Membros superiores começam a desenvolver o cotovelo e as placas das mãos formando os raios digitais
(morte de algumas células para a separação dos dedos que já estão se formando). Os membros inferiores
desenvolvem-se um pouco depois.
- Em torno do sulco, ou fenda faríngea, entre os dois primeiros arcos, desenvolve-se o meato acústico
externo e nas saliências o pavilhão auditivo. O olho já é bem evidente.
- Cabeça ainda muito maior em relação ao tronco, porém o tronco e o pescoço começam a se endireitar.
O embrião apresenta movimentos espontâneos, como contrações musculares do tronco e dos membros e
respostas reflexas ao toque.
 SÉTIMA SEMANA:
- Aparecem chanfraduras entre o raio digital dando a forma de dedos. Aparecimento dos raios digitais
nos membros inferiores.
- Intestinos penetram no celoma extra-embrionário na porção proximal do cordão umbilical, formando
uma hérnia umbilical normal do embrião. A comunicação entre o saco vitelino e o intestino fica restrita ao
pedículo vitelino. Saco amniótico recobre todo o embrião.
- No fim dessa semana, começa a ossificação dos ossos dos membros superiores.
 OITAVA SEMANA:
- Dedos das mãos e dos pés completamente separados e podem ser reconhecidos. Início da ossificação
dos membros inferiores pelo fêmur. Primeiros movimentos voluntários dos membros inferiores.
- Todos os sinais da cauda já desapareceram (células entram em apoptose). As mãos e os pés aproximam-
se ventralmente. O plexo vascular do couro cabeludo apareceu e forma uma faixa próxima ao topo da cabeça.
- Características próximas ao de um bebê, porém com a cabeça ainda desproporcional ao restante do
corpo. Região do pescoço bem definida e com pálpebras mais evidentes se fechando.
EMBRIOLOGIA INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
NONA SEMANA AO NASCIMENTO Nº 5
MOORE. Embriologia Clínica. 6ª edição, 2000 - UniBH

 Caracteriza o período fetal, pois os órgãos já estão praticamente formados e o embrião já tem um aspecto
humano. Este período está envolvido ao rápido crescimento fetal e com a diferenciação dos tecidos, órgãos e
sistemas. Inicia-se esse período com células neurais crescendo e se multiplicando rapidamente o que garante
movimentos rápidos e involuntários (ainda não há conexões suficientes para os voluntários). Essa movimentação é
importante para o desenvolvimento muscular e das conexões neurais.
 VIABILIDADE FETAL: definida pela capacidade do feto em sobreviver no meio extra-uterino. Normalmente
fetos com menos de 500g não sobrevivem, entretanto quando vivem, são denominados crianças imaturas. Entre
1500 a 2500 g é muito comum o nascimento sendo denominadas crianças pré-maturas, pois sobrevivem com
dificuldades.
 ESTIMATIVA DA IDADE FETAL: importante para poder se calcular o tempo de gestação e a estimativa do
parto (EDC- data esperada para o parto ou DPP- data provável para o parto). É feita a partir do ultra-som o
comprimento do topo da cabeça às nádegas (CRL). Mede-se a idade fetal a partir do tempo transcorrido desde o
último período menstrual normal (LNMP) – normal 40 semanas; ou o dia estimado da fecundação – normal 38
semanas. As medidas básicas são diâmetro biparietal (DBP) – diâmetro da cabeça entre as duas saliências parietais;
circunferência da cabeça e do abdome; comprimento do fêmur e do pé. A determinação do tamanho de um feto,
principalmente de sua cabeça, é de grande valia para o obstetra.
 CRESCIMENTO: o crescimento intra-uterino pode ser retardado devido a algumas condições como, por
exemplo, a de mães fumantes e/ ou alcoólatras (produzir IUGR – peso da criança dentro do menor décimo percentil
para a idade da gestação) ou a gestação de gêmeos. A glicose (fonte energética principal para o desenvolvimento
do feto), a somatomedina e a insulina (secretada pelo pâncreas fetal, necessária para o metabolismo da glicose)
também são agentes que interferem no crescimento e peso, estimulando-os.
 TRIMESTRES DA GRAVIDEZ: no fim do primeiro trimestre de gravidez, o feto já desenvolveu todos os
principais sistemas; no segundo já é possível verificar por ultra-sonografia os detalhes anatômicos e ao final desse
o neném já consegue sobreviver caso nasça prematuramente; no último trimestre há a maturação do feto que já
pode nascer aos 5 meses quando atinge os 2,5 kg.
 NONA SEMANA: rápida aceleração do crescimento do comprimento do corpo; face larga, com olhos muito
separados, mas fechando-se; cabeça ainda grande ou arredondada; orelhas com implantação baixa; as pálpebras
ao se fecharem permanecerão assim até a 12ª semana.
 DÉCIMA SEMANA: estágio, juntamente com a 11ª semana, de maior crescimento, alças intestinais visíveis
e desenvolvimento inicial das unhas das mãos.
 DÉCIMA PRIMEIRA SEMANA: intestino retornou para o abdome.
 DÉCIMA SEGUNDA SEMANA: crescimento da cabeça é retardado ao final dessa semana; iniciam-se centros
de ossificação primária especialmente no crânio e ossos longos; movimentos voluntários, embora não percebidos
pela mãe, já são realizados; identificam-se processos gonadais que formarão os aparelhos reprodutores; a
eritropoese passa a ser feita não só pelo fígado, mas também, pelo baço; formação da urina entre a nona e a décima
segunda semana com sua excreção sendo feita no líquido amniótico que por muitas vezes é engolido pelo feto
(desenvolvimento do reflexo de sucção); pescoço já é bem definido.
 13ª A 16ª SEMANA: com 16 semanas a cabeça já está relativamente pequena e os membros inferiores
ficaram mais compridos e inicia a formação das unhas dos pés. É possível ao feto estabelecer movimentos
coordenados a partir da 14ª semana. A ossificação do esqueleto é ativa e os ossos claramente visíveis em ultra-
som. Movimentos lentos dos olhos decorrem e esses ocupam uma posição anterior na face. As orelhas externas se
aproximam de sua posição de finitiva e já é possível a determinação do sexo. O padrão dos cabelos no couro
cabeludo começa a ser definido. Ao final estará medindo em torno de 11 cm.
 17ª A 20ª SEMANA: crescimento retarda, os membros alcançam sua proporção relativa final. Os
movimentos fetais passam a ser percebidos pelas mães além de outros que não são, como fazer caretas, levantar
as sobrancelhas e coçar a cabeça. O contato do feto com a placenta será o determinante para a formação das
digitais que também são indicadoras de como será a saúde cardíaca do futuro bebê. Inicia o desenvolvimento do
paladar com a deglutição do líquido amniótico (início do funcionamento do sistema digestivo). O cérebro começa
a controlar o coração e a elaborar a propriocepção. A pele é coberta por um material gorduroso secretado pelas
glândulas sebáceas do feto e por células mortas da epiderme – vernix caseosa que protege a delicada pele do feto
contra abrasões, rachaduras e endurecimento. As sobrancelhas e os cabelos, com 20 dias já se formaram e o lanugo
recobre todo o vernix caseosa auxiliando na fixação desse à pele. Formação do tecido adiposo multilocular
(marrom), nas regiões do pescoço, posterior ao esterno e área perirrenal, que produz calor a partir da oxidação de
ácidos graxos. O feto nessa fase pesa em torno de 300g.
 21ª A 25ª SEMANA: marcadas pelo ganho substancial de peso. A pele está enrugada (ausência de panículo
adiposo) e translúcida principalmente no início da 21ª. A cor da pele varia de rosada a vermelha, pois o sangue é
visto nos capilares. Com 21 semanas inicia-se o movimento rápido dos olhos e com 22 e 23 semanas o reflexo de
piscar foi percebido. A maioria dos sentidos está desenvolvida como o sistema auditivo que amadurece permitindo
ao bebê ouvir e reconhecer sons maternos. Com 24 semanas as células epiteliais secretoras (pneumócitos II)
secretam surfactante, lipídio tensoativo que mantém os alvéolos pulmonares abertos. É um período muito
arriscado para o nascimento, pois a criança pode morrer por ter o sistema respiratório imaturo. O peso é de 600g.
 26ª A 29ª SEMANA: desenvolvimento do sistema respiratório, com capacidade de realizar trocas gasosas
adequadas, sob o controle do SNC, que ao amadurecer, dirige os movimentos respiratórios rítmicos e controla a
temperatura corporal. Com 26 semanas os olhos estão abertos com determinação dos pigmentos desses e os pêlos
bem constituídos. Desenvolve-se o panículo adiposo eliminando muitas rugas. O baço fetal torna-se até a 28ª
semana um local importante de hematopoese, porém na 29ª semana esse passa a ter função secundária com o
desenvolvimento da medula óssea. O feto começa a dormir 90% do tempo e os outros 10% são marcados pelo
reflexo do susto (movimentos de auto-defesa) – início do funcionamento do ciclo circadiano. Na 28ª semana o
neném começa a ganhar peso e a desenvolver uma memória, com o SN se desenvolvendo ao nível do recém-
nascido. O feto já pesa em torno de 1,1 kg.
 30ª A 34ª SEMANA: no final deste período possui pele rosada e lisa. Quando nasce é considerado pré-
maturo e já contem panículo adiposo correspondendo a cerca de 8% da massa corporal. O neném tem a capacidade
ao final desse período de sonhar. O feto pesa 2,2 kg e mede cerca de 40 cm, tamanho máximo para o útero da mãe.
 35ª A 40ª SEMANA: fetos com 35 semanas seguram-se com firmeza e orientam-se espontaneamente à luz.
Com aproximadamente 3,4 kg e 50 cm, na 36ª semana, a circunferência da cabeça e a do abdome são quase iguais.
Com 37 semanas o tamanho do pé é um pouco maior que o comprimento do feto. Com a aproximação do
nascimento o crescimento retarda, sendo que durante as ultimas semanas de gestação o feto ganha cerca de 14 g
por dia. 40 semanas do ciclo mas com 38 semanas para o desenvolvimento do feto.
 PESO BAIXO AO NASCIMENTO: pode ser devido à insuficiência placentária que diminuiu o suprimento de
oxigênio e a nutrição do feto. Pode ocorrer em crianças prematuras por data (IUGR) causada por insuficiência
placentária, gestação múltipla, doenças infecciosas, teratógenos que levam a anomalias congênitas, anomalias
cardiovasculares, nutrição materna inadequada ou hormônios maternos e fetais insuficientes. Essas crianças
apresentam falta de gordura e por isso são mais enrugadas. A não formação de uma artéria ou a degeneração
precoce de um dos vasos do cordão umbilical (possuem 2 artérias e 1 veia) pode levar ao menor desenvolvimento
fetal.
 ALTERAÇÕES UTERINAS: o intestino e o pulmão ficam contraídos e o útero da mãe não comporta mais o
bebê, não consegue expandir mais.
 DATA ESPERADA DO PARTO: 266 dias após fertilização ou 280 dias após LNMP. Regra de Nägela: - 3 meses
do dia do LNMP e + 1 ano e 7 meses = data estimada do parto (EDC).
 SINDROME DA PÓS-MATURAÇÃO: ocorre quando algumas mães têm seus filhos 3 semanas após a data
esperada. Tem grande mortalidade.
 PARTO: trabalho de parto – sequência de contrações involuntárias que levam à dilatação da cérvice (colo do útero) e
a saída do feto e da placenta. Os fatores desencadeantes serão os hormônios fetais e maternos. Alterações: hipotálamo fetal
> corticotrofina > Adrenocorticotrofina (ACTH) > cortisol > estimular a produção de estrógenos maternos > contração materna
e liberação da oxitocina e prostaglandinas. Na mãe ainda há a síntese de oxitocina (contrações do útero), liberada pela hipófise
posterior que estimula a liberação das prostaglandinas (sensibiliza as células do miométrio para a ação da oxitocina).
- 1º estágio – dilatação: ocorre a dilatação progressiva da cérvice devido às contrações dolorosas regulares. É o mais
demorado.
- 2º estágio – expulsão: o feto desce pela cérvice e vagina saindo da mãe.
- 3º estágio – expulsão da placenta: a retração do útero e a compressão manual do abdome após o nascimento
reduzem a área de ligação da placenta. Isso leva a um hematoma (sangue extravasado) que causa a separação da placenta do
útero da mãe. A placenta é expelida pela vagina e fendas pudendas. É importante que toda a placenta seja expulsa para que
não haja inflamação.
- 4º estágio – recuperação: as contrações do miométrio constringem as artérias espiraladas impedindo hemorragias.
Bebês com pico de cortisol, o choro abre os alvéolos com expulsão do líquido amniótico presente nos mesmos.
- O tempo em cada estágio deve ser monitorado, pois caso demore muito o bebê pode ficar sem oxigenação no
cérebro.
EMBRIOLOGIA INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
ANEXOS EMBRIONÁRIOS Nº 6
MOORE. Embriologia Clínica. 6ª edição, 2000 - UniBH

 Os anexos embrionários são divididos em placenta e membranas fetais. As últimas são originadas do zigoto
como o córion, âmnio, saco vitelino (parte é incorporada pelo embrião – formação do intestino) e alantóide (forma
também o uraco no feto e a prega umbilical mediana no adulto). Têm funções de proteção, nutrição, respiração,
excreção e produção de hormônios.
 PLACENTA:
- Órgão fetomaterno constituído pelo córion (componente fetal) e pelo endométrio (componente
materno) que proporciona a troca gasosa e nutricional entre feto e mãe.
- Decídua (endométrio gravídico) possui três partes denominadas: decídua basal, região que não está em
contato com o embrião (componente materno da placenta) o que permite a persistência das vilosidades
coriônicas onde há as associações do córion à decídua basal; decídua capsular, região que envolve o concepto; e
decídua parietal são as partes restantes da decídua. Em resposta ao aumento de progesterona há o maior
desenvolvimento das células da decídua com o acúmulo intracelular de glicogênio e lipídio. Na região do
sinciciotrofoblasto muitas células da decídua se degeneram formando fonte de nutrientes para o embrião. Elas
também têm ação inibidora sobre a projeção descontrolada dos sinciciotrofoblastos.
- Desenvolvimento da placenta: vilosidades coriônicas cobrem todo o saco corônico até o início da oitava
semana. Com o crescimento do saco, há a compressão das vilosidades na região da decídua capsular forma uma
área nua denominada córion liso - voltado para o feto. Na área da decídua basal há um aumento das vilosidades
que crescem e formam o córion viloso (componente fetal) – voltado para o endométrio. A placenta se desenvolve
entre o córion liso (a recobre) e o córion viloso. Ela continua a crescer até cerca de 18 semanas e juntamente com
ela as membranas fetais.
- Junção fetomaterna: a partir da cápsula citotrofoblástica o córion viloso, pelas vilosidades-tronco,
ancora o saco coriônico à decídua basal. Forma por isso a placa coriônica, ou seja, parte do córion relacionando
com a placenta. A decídua basal aos poucos vão sendo invadidas pelos codilédones – parte fetal da placenta
dividida por septos da mesma. Já a decídua capsular entra em contato e se funde com a decídua parietal
obliterando a cavidade uterina e com o desaparecimento da decídua capsular há a fusão da parte lisa do saco
coriônico com a decídua parietal. Essa pode ser desfeita, como ocorre após o parto em que surge um hematoma
que afasta a membrana coriônica da decídua parietal.
- O espaço interviloso, estabelecido pelos codilédones, origina das lacunas que se formam no
sinciciotrofoblasto durante a segunda semana de gestação. Esse espaço cheio de sangue resulta da coalescência e
crescimento da rede de lacunas. O sangue materno chega ao espaço interviloso vindo das artérias espiraladas do
endométrio basal e sai pelas veias endometriais também contidas no endométrio. Os vasos passam através de
fendas na capa citotrofoblástica lançando e recebendo sangue do espaço interviloso.
- Membrana amniocoriônica: como o saco amniótico cresce mais rápido do que o coriônico ele se funde
ao córion liso formando a membrana. Mais tarde essa membrana composta funde-se à decídua capsular que
quando desaparece a adere à decídua parietal. Forma-se um tampão mucoso e fibroso no colo do útero que
mantêm a estrutura intra-uterina em desenvolvimento. Essa membrana amniocoriônica é a que se rompe
durante o parto permitindo o extravasamento do fluido amniótico para o exterior.
- Circulação placentária: as áreas de trocas sanguíneas são proporcionadas pelas inúmeras vilosidades
coriônicas ramificadas, que cruzam a membrana placentária, projetando-se nas vilosidades-tronco. No feto >
sangue pouco oxigenado > artérias umbilicais > une-se à placenta > divisão em várias artérias coriônicas > se
ramificam na placa coriônica > penetram nas vilosidades coriônicas > sistema arteriocapilar venoso > sangue no
espaço interviloso > veias endometriais na mãe. Na mãe > sangue rico em oxigênio > artérias espiraladas
endometriais da decídua basal > espaços intervilosos > veias de paredes delgadas que acompanham as artérias
coriônicas > veia umbilical > vasos do feto. Normalmente, não há mistura de sangue fetal com sangue materno,
entretanto, quantidades muito pequenas de sangue fetal podem penetrar na circulação materna.
- Uma redução na circulação uteroplacentária pode resultar em hipoxia fetal e retardo do crescimento
intra-uterino (IUGR). As contrações intermitentes do útero durante a gravidez reduzem levemente o fluxo
sanguíneo uteroplacentário, porém não expulsam quantidades significativas de sangue do espaço interviloso o
que garante oxigenação ao feto mesmo que diminuída.
- Membrana Placentária: composta até a 20ª semana pelos sinciciotrofoblasto (possui muitas
microvilosidades – aumenta a superfície de contato), citotrofoblasto, tecido conjuntivo das vilosidades e
endotélio dos capilares fetais. Após essa semana, com modificações do citotrofoblasto com seu desaparecimento
em algumas regiões, ela passa a ser composta na maioria dos lugares por apenas três camadas. À medida que o
tempo passa essa membrana fica cada vez mais adelgaçada. Ela age como uma barreira às moléculas de
determinado tamanho, configuração e carga, como, por exemplo, a heparina e bactérias, entretanto a maioria
das drogas e outras substâncias no plasma materno passa pela membrana placentária e penetra no plasma fetal.
Durante o ultimo trimestre, sinciciotrofoblastos se agregam formando os nós sinciciais que são lançados na
corrente sanguínea materna quando destacados. Próximo ao fim da gravidez forma-se material fibrinóide na
superfície das vilosidades que resulta principalmente do envelhecimento e parece reduzir as transferências
placentárias.
- Funções da placenta:
A placenta sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos graxos que servem de fonte nutritiva para o
embrião.
O transporte de substâncias pode ser feito por difusões simples (transferência de gases e água) e
passiva, transporte ativo ou pinocitose (moléculas maiores). A glicose e vitaminas são transferidas por difusão,
sendo as vitaminas hidrossolúveis mais velozes para cruzar a membrana placentária que as lipossolúveis. A
proteína transferrina também cruza a membrana e transporta ferro ao embrião. Os hormônios protéicos não
chegam ao embrião, com exceção de uma lenta transferência de tiroxina e triiodotironina. Já os hormônios
esteróides não conjugados cruzam a membrana livremente. Os eletrólitos endovenosos passam para o feto e
afetam seu teor de água e eletrólitos. Os anticorpos maternos passam em maior quantidade quando se trata das
gamaglobulinas IgG por pinocitose, dessa forma os anticorpos maternos conferem imunidade passiva ao feto
contra doenças como difteria, varíola e caxumba. A uréia e o ácido úrico passam pela membrana placentária por
difusão simples e a bilirrubina é removida rapidamente, caracterizando a excreção do feto. A maioria das drogas e
seus metabólitos cruzam a placenta por difusão simples e os agentes infecciosos podem passar pela placenta e
causar infecção fetal.
Síntese e secreção endócrina: produção dos hormônios protéicos hCG (Gonadotrofina Coriônica
humana) – glicoproteína que começa a ser secretada pelo sinciciotrofoblasto durante a segunda semana tendo
seu pico na 8ª. Ela mantém o corpo lúteo impedindo o início dos ciclos menstruais, somatomamotrofina coriônica
humana (hCS), ou lactogênio placentário humano (hPL), tireotrofina coriônica humana (hCT) e corticotrofina
coriônica humana; e hormônios esteróides – progesterona, formada a partir do colesterol, importante na
manutenção da gravidez e os estrógenos;
- Crescimento do útero: na mulher não grávida o útero fica na pelve menor, mas com a hipertrofia das
fibras musculares lisas preexistentes e, parcialmente, da formação de novas fibras, o útero alcança a região
epigástrica.
- Variações na forma da placenta: com o desenvolvimento da placenta, usualmente as vilosidades
coriônicas persistem somente onde o córion viloso está em contato com a decídua basal, resultando em uma
placenta discóide. Quando as vilosidades persistem por toda a superfície do saco coriônico, constitui-se uma
placenta difusa ou membranosa denominada placenta membranácea. Já, quando persistem vilosidades em
outros locais, ocorrem variações na forma da placenta formando placentas acessórias, biscóide e em ferradura.
Apesar das variações não têm muita importância clínica.
- Coriocarcinoma de gestação: proliferação anormal do trofoblasto que leva à invasão das células na
decídua basal penetrando nos vasos sanguíneos e linfáticos que acarretam em metástases para os pulmões,
medula óssea, fígado e outros órgãos da mãe.
- Anormalidades da placenta: Placenta acreta: aderência anormal das vilosidades coriônicas com ausência
total ou parcial da decídua basal. Placenta percreta: vilosidades coriônicas penetram no miométrio indo até o
peritônio. Placenta prévia: blastocisto se implanta perto do ou sobre o orifício interno do útero. Sangramento no
ultimo trimestre é o sinal mais comum da existência dessas anormalidades.
- Cordão umbilical: prende-se à superfície fetal e seu epitélio é contínuo com o âmnio aderido à superfície
fetal da placenta. O comprimento do cordão umbilical está sobre a influência genética, dessa forma, é importante
fazer o reconhecimento do tamanho do cordão, pois, se muito longo entre a parte do corpo do feto e a pelve da
mãe, pode levar a hipóxia fetal ou anóxia, ou se muito curto, pode causar a separação prematura da placenta da
parede do útero durante o parto. Usualmente o cordão umbilical tem duas artérias e uma veia envolvidas pelo
tecido conjuntivo mucóide. Porém pode ocorrer por agenesia (não formação) ou degradação (devido a nós na
artéria) a ausência de uma artéria que pode estar associada a anormalidades cromossômicas e fetais. Os nós
quando formados deve-se ao fato de os vasos serem mais longos que o cordão umbilical.
 ÂMNIO E FLUIDO AMNIÓTICO:
- O âmnio forma o saco amniótico, membranoso, cheio de fluido, que envolve o embrião e o feto.
- O fluido amniótico é composto 99% de água, células epiteliais e entre seus componentes orgânicos,
metade são proteínas e o restante são carboidratos, gorduras, enzimas, hormônios e pigmentos. Com o avanço
da gravidez há também na composição as excretas fecais e alfa-fetoproteína (AFP).
- O fluido amniótico é secretado pelas células amnióticas, pelo trato respiratório fetal ou provém do fluido
tecidual (intertiscial) materno por difusão através da membrana amniocoriônica da decídua parietal e vai para a
cavidade amniótica.
- No início da 11ª semana, o feto contribui para o fluido amniótico expelindo urina na cavidade amniótica.
- Função do fluido: permitir o crescimento externo simétrico do embrião; agir como barreira contra
infecções; permitir o desenvolvimento normal dos pulmões fetais; impedir a aderência do âmnio ao embrião;
acolchoar o embrião contra lesões; auxiliar no controle da temperatura; capacitar o feto para se mover dentro do
útero; participar da homeostasia dos fluidos e eletrólitos.
- O fluido amniótico é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos respiratório e digestivo. Depois passa
pelo sangue fetal e os produtos de excreção segue pelos vasos maternos. O excesso de água retorna para o saco
amniótico excretado pelos rins fetais.
- Oligoidrâmnio- baixo volume de fluido amniótico – sua causa mais comum é a ruptura prematura da
membrana amniocoriônica devido à insuficiência placentária. Porém também pode ocorrer quando há agenesia
renal o que diminui o fluido devido a falta da contribuição da urina fetal, ou ainda quando há uropatia obstrutiva
(obstrução do trato urinário). As conseqüências são defeitos na face e nos membros e compressão do cordão
umbilical.
- Poliidrâmnio – grande volume de fluido – ocorre quando o feto não deglute a quantidade usual de
líquido. Pode estar associado a anomalias graves do sistema nervoso central, como meroanencefalia ou
anencefalia ou quando há atresia esofágica, na qual o feto é incapaz de engolir o fluido amniótico.
- A partir do fluido amniótico é possível diagnosticar (amniocentese) o sexo do feto e determinar
anomalias como Síndrome de Down (baixos níveis de alfa-fetoproteína) e presenças de defeitos graves do tubo
neural (altos níveis de alfa-fetoproteína – AFP).
- Ruptura prematura das membranas fetais é uma das principais causas dos partos prematuros.
 SACO VITELINO:
- Com 10 semanas- localizado na cavidade coriônica entre o Âmnio e o saco coriônico, ligado ao intestino
médio pelo pedículo vitelino;
- Com 20 semanas- saco vitelino muito pequeno e depois não é mais visto;
- Importante na transferência de nutrientes para o embrião, durante a 2ª e 3ª semanas quando a
circulação uroplacentária está sendo estabelecida. Até a 6ª semana participa da atividade hematopoese que está
sendo desenvolvida no mesoderma extra-embrionário.
- Na 3ª semana surgem células germinativas primordiais no revestimento endodérmico da parede do saco
vitelino, migrando as glândulas sexuais em desenvolvimento.
- Durante a 4ª semana o endoderma do saco vitelino é incorporado ao embrião formando o intestino
primitivo.
- Usualmente, o saco vitelino se destaca da alça do intestino médio no fim da sexta semana. Em cerca de
2% dos adultos este persiste como um divertículo ileal ou divertículo de Meckel.
 ALANTÓIDE:
- Surge durante a 3ª semana da parede caudal do saco vitelino e se projeta para dentro do pedículo do
embrião.
- Durante o segundo mês a parte extra-embrionária da alantóide degenera.
- É importante para a formação de sangue que ocorre na sua parede da 3ª a 5ª semana; seus vasos
sanguíneos persistem como veia e artérias umbilicais. Vai do umbigo à bexiga, onde é contínuo no feto.
- Com o crescimento da bexiga esse involui transformando-se no úraco que nos adultos corresponde ao
ligamento umbilical mediano.
- Uma massa cística no cordão umbilical pode representar o resquício da parte extra-embrionária da
alantóide. Estes cistos desaparecem, mas eles podem estar associados à onfalocele – hérnia congênita de vísceras
na parte proximal do cordão umbilical.
EMBRIOLOGIA INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
GRAVIDEZ MÚLTIPLA Nº 7
MOORE. Embriologia Clínica. 6ª edição, 2000 - UniBH

 Os nascimentos múltiplos são mais comuns atualmente devido ao estímulo à ovulação, que corre quando
são administradas gonadotrofinas exógenas a mulheres com ausência de ovulação e no tratamento da infertilidade
in vitro e transferência de embriões.
 Gêmeo dizigótico: é mais comum em determinadas etnias, com caráter hereditário e a proporção de
incidência aumenta com a idade da mãe. Resulta da fecundação de dois ovócitos por dois espermatozóides
diferentes que podem ou não serem do mesmo sexo. Sempre vão apresentar dois âmnios e dois córions (podendo
estar fundidos assim como as placentas).
 Gêmeo monozigótico: fertilização de um ovócito, com a formação de um zigoto que normalmente formará
gêmeos ao final da primeira semana (estágio de mórula) com a divisão da massa celular interna (embrioblasto) em
dois primórdios embrionários (blástulas). Compartilham uma placenta comum, porém cada um com seu saco
amniótico. Pode ocorrer a separação precoce do zigoto não sendo possível, por isso, nas primeiras semanas
diferenciá-los dos gêmeos dizigóticos por apresentarem duas placentas, dois córions e dois sacos amnióticos. O
período máximo para que ocorra a divisão do óvulo é de 14 dias (no qual as células estão indiferanciadas), no 15º
dia, células se diferenciam em células nervosas que começam a formar os nervos e o cérebro. Os gêmeos
monozigóticos são quase sempre do mesmo sexo salvo quando ocorre uma má formação inicial em que o óvulo é
XXY e que ao se multiplicar forma dois óvulos XX e XY com o desaparecimento de um dos cromossomas em cada
óvulo.
 Gêmeos opostos: ocorre quando a divisão do óvulo é tardia podendo levar a inversões, como um ser
canhoto e o outro destro ou mais críticas como inversão dos lados dos órgãos.
 A anostomose vascular placentária em gêmeos dizigóticos humanos pode levar a quimeras de grupos
sanguíneos, ou seja, pessoas com populações de células sanguíneas com dois genótipos provenientes de zigotos
diferentes.
 Síndrome da Transfusão entre Gêmeos: ocorre em 15 a 30% dos gêmeos monozigóticos diamnióticos
monocoriônicos, no qual há passagem direta de sangue arterial de um gêmeo para a circulação venosa do outro.
Isso leva a super nutrição sanguínea de um e a carência nutricional do outro.
 A formação de gêmeos monozigóticos pode ainda ser originada após a diferenciação dos folhetos
embrionários, com a presença de uma única membrana amniótica. Raramente gêmeos monozigóticos que ficam
contidos no mesmo saco amniótico sobrevivem, pois seus cordões umbilicais estão tão embaralhados que a
circulação de sangue dos vasos cessa e um ou ambos morrem.
 Gêmeos monozigóticos conjugados: quando o disco embrionário não se divide completamente, ou discos
embrionários adjacentes se fundem, podem formar-se vários tipos de gêmeos monozigóticos conjugados. Acredita-
se que esse fato ocorra devido à proximidade entre os embrioblastos o que leva à adesão deles pelo glicocálice.
 Superfecundação: é a fertilização, mais ou menos ao mesmo tempo de dois ou mais ovócitos por
espermatozóides de homens diferentes. Ou a mistura de gêmeos idênticos e fraternos podendo ocorrer os partos
até mesmo em tempos variados.
 Teratomas: tumor devido às células indiferenciadas de resquícios fetais.
 Quanto maior for o número de nenéns em uma mesma gravidez menos irão pesar. O útero agüenta até,
aproximadamente, 5,5kg.

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