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Espermograma Manual
1. Introdução
A análise do esperma fornece uma fotografia instantânea do potencial de fertilidade masculina e é um teste inicial,
uma triagem, para a avaliação da fertilidade do casal. Por ser relativamente barato e não-invasivo, em geral é o
primeiro teste solicitado na avaliação do casal infértil ou em caso de vasectomia (antes da sua realização e para a
verificação de seu sucesso). O espermograma pode ainda ser usado para a avaliação de exposição a substâncias
tóxicas em análises ambientais ou ocupacionais. É necessário enfatizar que a análise seminal não é, isoladamente,
um teste de fertilidade, mas constitui-se na pedra básica da avaliação do fator masculino, pois é capaz de prover
informações da produção testicular, de algumas propriedades funcionais dos espermatozóides e da função secretora
das glândulas acessórias.
Por razões de padronização e para que resultados obtidos em locais diferentes sejam comparáveis e confiáveis, os
testes que envolvem sêmen devem ser realizados de acordo com diretrizes públicas, como as estabelecidas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). O presente documento descreve o procedimento para realização do perfil de
análises “Espermograma” do Laboratório XXX, exclusivamente por meio de análises não-automatizadas.
2. Princípio
A análise seminal não permite uma conclusão direta sobre a fertilidade do paciente, a qual depende de características
do espermatozóide não-identificáveis por meio desse exame. Entretanto, o exame pode evidenciar o potencial de
reprodução do indivíduo e apontar doenças subjacentes curáveis.
O sêmen é em geral coletado por masturbação, após período variável de abstinência sexual. Devido à variação
biológica que ocorre na emissão do sêmen, as conclusões sobre infertilidade devem ser baseadas em um mínimo de
duas amostras distintas. As condições fisiológicas normais orientam a coleta com intervalos de três meses. (tempo
de renovação completa da espermatogênese).
O esperma ou sêmen é o produto de fluidos e células dos testículos e das glândulas masculinas acessórias e é
composto primariamente do seguinte:
• Pequena quantidade de secreções ácidas da próstata, as quais contêm zinco, ácido cítrico, fosfatase ácida e
antígeno prostático específico (PSA);
• Secreções da ampola e dos vasos deferentes contendo os espermatozóides; e
• Secreções alcalinas das vesículas seminais que perfazem a maior parte do volume seminal e contêm frutose e
seminogelina.
O espermograma é, na verdade, um painel de testes para a avaliação da função dos testículos e das glândulas
acessórias, cada uma destas análises requer técnicas e habilidades distintas.
reprodutível. Por outro lado, há controvérsias quanto ao seu real valor, uma vez que muitos de seus detalhes
técnicos são específicos de cada sistema e variam entre os laboratórios.
Nota do LABConsult: Uma automação prática e custo-efetiva para a análise do sêmen não está ainda disponível
na maior parte dos laboratórios e, em geral os “computer-assisted semen analyzers” (CASA) são dispendiosos.
Além do mais, qualquer sistema automatizado deve ser validado por comparação com as técnicas manuais. As
análises automatizadas não são abordadas neste documento.
3. Significado clínico
Estudos atuais têm demonstrado que aproximadamente 20% dos casais, ou seja, um em cada cinco, apresenta
dificuldades no que tange à fertilidade. Além das causas masculinas, a infertilidade pode ter causa feminina, ou uma
combinação de ambas, e ainda há casos onde não há causas aparentes para o problema. É extremamente relevante
que a avaliação da infertilidade que se considere o casal como uma unidade durante a avaliação e o tratamento, e
que se estudem ambos paralelamente até se descobrir o problema. Já foi demonstrado que quanto mais tempo o casal
permanece subfértil, piores são as chances de uma cura eficaz. Deve-se considerar a possibilidade de iniciarem-se
imediatamente exames no homem e essa avaliação inicial deve ser rápida, não-invasiva e com relação custo-eficácia
favorável.
Cerca de 40% a 50% dos casos se devem a fatores masculinos e estão ligados à produção de espermatozóides. As
estatísticas mostram que, entre as causas de infertilidade masculina conhecidas, as mais freqüentes são a varicocele
(70%), os processos inflamatórios (20%) e a disfunção hormonal (10%). Aproximadamente 40% dos casos de
infertilidade masculina não apresentam causa identificada.
Por meio do espermograma podem ser evidenciadas ausência de espermatozóides (azoospermia), a diminuição do
seu número (oligospermia), alteração na forma (teratospermia), na capacidade de movimento (astenospermia) ou na
vitalidade (necrospermia).
Para auxiliar no diagnóstico da infertilidade masculina, o sêmen deve passar por análises citológicas, bioquímicas e
outras que auxiliam esse diagnóstico. A OMS recomenda a análise de pelo menos um marcador bioquímico para
cada glândula acessória genital. Para um diagnóstico preciso de infertilidade qualquer resultado anormal deve ser
sempre relacionado com alterações em outros parâmetros. Além disso, os cuidados com a coleta do material, a
conservação da amostra, o intervalo de tempo entre o ejaculado e as análises, bem como a qualidade das
metodologias empregadas, devem ser observados, considerando que todos podem interferir no resultado final.
febre produzem alterações nos níveis de espermatozóides, a mudança súbita de temperatura externa e de
altitude, como por exemplo, passando-se rapidamente de uma região fria para outra quente e úmida, podem
diminuir a fertilidade masculina durante algum tempo), nutrição (a boa alimentação influencia o
desenvolvimento e função das glândulas genitais), vitaminas (há estudos mostrando que o homem precisa das
vitaminas A e E para se manter fértil, embora ainda haja muitas dúvidas sobre o assunto, a falta acentuada de
vitamina A produz lesões progressivas nas células germinativas, considerando que o sêmen é constituído de
vários sais minerais), doenças como diabetes (acarreta lesões vasculares e neurológicas, que podem levar à
diminuição da fertilidade, ou mesmo à impotência) e, finalmente, o estresse (fatores emocionais podem
influenciar diretamente a diminuição do número de espermatozóides, segundo alguns estudos).
As estatísticas mostram que, entre as causas identificadas de infertilidade, as mais freqüentes são a varicocele
(70%), os processos inflamatórios (20%) e a disfunção hormonal (10%). Em cerca de 40% dos casos de
infertilidade masculina, a causa não chega a ser identificada. Além destas causas, ainda podem ocorrer
produção ou excreção inadequada do espermatozóide, anticorpos anti-espermatozóides, obstrução do trato
genital, criptorquidia, distúrbios do canal da ejaculação e anormalidades genéticas. O interesse no estudo das
causas da infertilidade sempre foi grande, atualmente, porém, tem aumentado paralelamente ao
desenvolvimento de novas tecnologias reprodutivas. O advento da fertilização in vitro e, principalmente, da
injeção intra-citoplasmática de esperma têm permitido que homens com alto grau de infertilidade possam,
finalmente, tornarem-se pais.
Quando o homem infértil procura o urologista, a varicocele é o diagnóstico mais comum, felizmente, é
também o mais tratável. A varicocele é uma veia dilatada e varicosa do cordão espermático, podendo se
apresentar como um "enovelado" dentro da bolsa escrotal. É provocada por fluxo sanguíneo retrógrado
secundário a válvulas incompetentes ou ausentes nas veias espermáticas. A varicocele não é mais do que a
dilatação das veias que provém do testículo, por refluxo e estagnação do sangue. Esta doença pode estar
presente em 30 a 40% dos homens, ocasionando desconforto e dores relacionados com os testículos quando
seu tamanho é volumoso, porém, na maioria das vezes não causa sintomas. Uma varicocele pode ser
descoberta pela primeira vez durante um exame físico quando se pede ao paciente que, na posição de pé,
tussa ou realize a manobra de Valsalva. Se a varicocele estiver presente, a pressão intra-abdominal produzida
pela tosse ou pela manobra de Valsalva transmite-se às veias testiculares dilatadas e pode ser sentida no
escroto. Sempre que uma varicocele é detectada, deve ser feito um espermograma. Uma varicocele que cause
problemas de fertilidade, geralmente resulta em um espermograma com diminuição da quantidade de
espermatozóides e o chamado "padrão de estresse", isto é, numerosas formas imaturas, imóveis e mortas.
Estudos recentes demonstram a associação da infertilidade masculina com pequenas deleções
(microdeleções), em uma região localizada no braço longo do cromossomo Y (Yq), definida como AZF
(Fator para Azoospermia). Geralmente 7% dos homens inférteis apresentam microdeleções no cromossomo
Y. Levando-se em consideração apenas os casos de homens com Azoospermia Idiopática ou Oligospermia
Grave, que correspondem a 20% de todos os casos de infertilidade masculina, microdeleções em AZF são
encontradas em aproximadamente 38% dos homens azoospérmicos e em 23% dos homens com oligospermia
grave. Com o advento da técnica de reprodução assistida, a injeção intracitoplasmática de espermatozóides
(ICSI), homens com esta microdeleção podem se tornar pais. Entretanto, se a causa da infertilidade do pai for
devida à microdeleções no cromossomo Y e como a herança do cromossomo Y é sempre de origem paterna,
o filho gerado através desta técnica também pode ser infértil. Por tanto, a detecção destas microdeleções no
pai é indispensável quando se deseja realizar esta técnica.
Tradicionalmente, o diagnóstico de infertilidade masculina depende de uma avaliação descritiva dos
parâmetros do ejaculado, com ênfase na concentração, motilidade e morfologia dos espermatozóides. A
filosofia fundamental dessa abordagem é que a fertilidade masculina pode ser definida em termos de um
número mínimo de espermatozóides morfologicamente normais, com movimento progressivo, que deve ser
excedido para que um determinado indivíduo seja considerado fértil. O espermograma deve ser solicitado
logo no início da investigação do casal infértil. Em caso de alteração espermática, a rotina é pedir pelo menos
dois testes com intervalos de três meses, isto porque, este é o período, aproximadamente, necessário para o
nascimento de uma nova “fornada” de espermatozóides. Em alguns casos, um fator ambiental ou
medicamentoso poderá estar alterando temporariamente a qualidade do sêmen. É de grande importância
afastar uma provável infecção espermática e até mesmo uma prostatite.
Infelizmente, pelo menos 25% a 40% dos homens inférteis apresentam infertilidade idiopática, para a qual
não existe nenhuma causa identificada. É de se esperar que mais causas sejam descobertas com a expansão
do conhecimento sobre a fisiologia reprodutiva masculina.
Distribuição: Versão 1.0
No. de Cópias: Página 4 de 28
Laboratório Clínico ...
Setor: Líquidos Corporais Espermograma Manual
Sub-setor: Esperma Indexação:
Fig.4 - ICSI
4. Fase Pré-analítica
4.3. Coleta
• Idealmente a amostra deveria ser coletada numa sala particular perto do laboratório (do local da análise).
Se isso não for possível, ela deve ser entregue ao laboratório dentro de no máximo 1 hora e idealmente
em 30 minutos.
• A amostra deve ser obtida por masturbação, sem uso de saliva, água ou outro lubrificante.
• A amostra deve ser ejaculada num frasco adequado de vidro ou plástico estéril e de "boca larga". O
recipiente não deve apresentar, comprovadamente, efeitos tóxicos sobre os espermatozóides.
• Caso a masturbação não seja possível ou desejável, preservativos especiais inertes (ex: poliuretano)
podem ser utilizados, entretanto preservativos de látex comuns não podem ser utilizados porque
interferem na viabilidade dos espermatozóides. Coito interrompido também não é aceitável como um
método de coleta pois a primeira porção do ejaculado, que normalmente contém a maior concentração de
espermatozóides, pode ser perdida.
Fig. 5 – Exemplo de kit para coleta de Fig. 6 – Exemplo de preservativo para coleta de
espermograma espermograma
4.4. Transporte
Como a análise de esperma não é urgente, de preferência deve ser agendada de forma a evitar demoras na
execução. O esperma deve ser analisado dentro de 60 a 90 minutos após a coleta e o registro do horário de
coleta e do horário de início da análise é essencial. Caso haja demora da análise, ela deve constar do laudo. A
motilidade da amostra declina consideravelmente após 3 horas e continua a declinar nas próximas 6 a 18
horas. Quando a demora for inevitável, manter o esperma em temperatura ambiente.
A amostra deve ser protegida de extremos de temperatura (menos de 20°C e mais de 40°C) durante o seu
transporte ao laboratório. Uma estratégia é mantê-la junto ao corpo durante o transporte.
Após a ejaculação, alguns autores recomendam homogeneizar bem a amostra e mantê-la na estufa a 37o C,
até a liquefação final, examinando-a de 5 em 5 minutos. O exame deve ser iniciado imediatamente após a
liquefação ou deve ser feito dentro de 60 a 90 minutos da coleta.
4.5. Identificação
O frasco deve ser adequadamente etiquetado com pelo menos o nome do paciente, número de identificação,
data e hora da coleta.
A análise seminal se divide em duas partes: macroscópica e microscópica. Em relação ao exame físico, os testes só
poderão ser realizados após a liquefação total do sêmen, pois durante a fase de coagulação, além de o esperma ser
naturalmente heterogêneo, os espermatozóides ficam retidos nos "coágulos" formados após a ejaculação, o que
altera a análise física. Portanto, a maioria das provas será iniciada dentro dos primeiros 30 minutos após a coleta do
material.
5.2. Aspecto/Cor/Odor
A amostra seminal deve ser imediatamente analisada após a liquefação. Uma amostra normal tem uma
aparência homogênea e uma cor branca-acinzentada opalescente. Pode parecer menos opaca se a
concentração seminal for muito baixa ou se houver ausência de espermatozóides; avermelhada pode indicar
sangue no sêmen, câncer de próstata ou prostatite; amarelada sugere infecção. Alterações podem ocorrer com
grandes períodos de abstinência.
O odor da amostra em geral é descrito como “sui generis” ou “característico”. Um odor desagradável e mais
intenso pode estar relacionado a uma infecção ou à deterioração da amostra.
5.3. Volume
Há evidências de que para muitos homens a coleta por meio de masturbação produz um volume de esperma menor
do que o gerado durante o coito. Portanto as medidas de volume, no melhor cenário, são uma estimativa
aproximada do débito seminal normal e provavelmente o subestimam. Usando uma pipeta sorológica de 5-ml
pode-se estimar o volume com a confiabilidade adequada.
ATENÇÃO: Não pipetar com a boca.
O volume total do esperma ejaculado representa a somatória das secreções das glândulas anexas. O volume
de sêmen em si, porém, somente afeta a fertilidade quando cai abaixo de 1,5 ml, já que o tamponamento
contra a acidez vaginal se torna inadequado, ou quando o volume é superior a 5 ml. O volume do ejaculado
normal é de 2,0 a 5,0 ml.
Volumes baixos (hipospermia) podem estar associados a coleta incompleta de sêmen, ejaculação retrógrada,
obstrução do ducto ejaculatório, deficiência androgênica, ou ainda pode tratar-se de um processo inflamatório
crônico. Mas a causa mais freqüente de hipospermia é a insuficiência vesicular, que geralmente é infecciosa,
com grande incidência de infecções por micoplasmas e clamídias.
Um volume acima de 5 ml (hiperespermia) gera a suspeita de infecção aguda nas glândulas anexas, mas pode
ser causado também pelo excesso de abstinência sexual (acima de 7 dias), geralmente acompanhado de altas
concentrações de espermatozóides de baixa vitalidade, com níveis de ácido cítrico e frutose levemente
diminuídos, assim como as taxas de diversas enzimas prostáticas. A hiperespermia pode ser um dos primeiros
sinais de tumores benignos ou malignos tanto da próstata como vesiculares. Os casos de aspermia podem ser
provocados por agenesia de glândulas vesiculares associadas à agenesia de ductos deferentes.
Valores inferiores a 1 ml são insuficientes para a realização de todas as provas de rotina do espermograma.
Mas a insuficiência de volume isolada não significa, em muitos casos, um problema muito importante sob o
aspecto infertilidade, principalmente, quando há boa vitalidade dos espermatozóides.
5.5. pH
A medição de rotina do pH do esperma não é necessária. O pH do esperma está relacionado às secreções da
próstata (ácida) e vesícula seminal (básica). Nos casos com baixo volume e completa ausência de
espermatozóides (azoospermia), o pH pode dar alguma indicação quanto à associação do problema às
glândulas acessórias ou à perda de volume durante a coleta, mas há outros testes com marcadores
bioquímicos mais confiáveis.
Os métodos para a medida do pH do esperma são potenciômetros com micro eletrodo ou tiras indicadoras,
graduadas em décimos de unidade, com faixa entre 6 e 9. A medida do pH deve ser executada dentro do
período de uma hora da coleta do sêmen e, normalmente, varia entre 7,2 e 7,8 ou 8,0.
As amostras com pH superior a 7,8 devem ser avaliadas quanto à presença de infecção ou prostatite. Um pH
acima de 8 pode indicar uma deficiência de secreção prostática no material, geralmente relacionada a
processos infecciosos graves e agudos. Frequentemente está relacionado à ausência de liquefação secundária
ou liquefação parcial, produzindo-se coágulos indissolúveis ou espermas com alta viscosidade,
respectivamente (deficiência de espermolisinas).
Em caso de pH menor que 7,2 pode-se suspeitar de agenesia ou oclusão das vesículas seminais e obstrução
de ducto ejaculatório. O pH ácido do esperma indica insuficiência da secreção vesicular, ocorrendo nos
processos de vasculites (geralmente com hiperespermia), ou agenesia uni ou bilateral das vesículas, sempre
em concomitância com agenesia dos deferentes e devido à baixa produção de secreções vesiculares são
sempre concomitantes à liquefação primária.
6.2. Motilidade
A presença e a qualidade da motilidade dos espermatozóides no líquido seminal são um fator importante na
determinação da fertilidade masculina. Somente um espermatozóide móvel é capaz de penetrar no muco
cervical, migrar pelo sistema reprodutor feminino, penetrar o óvulo e conseguir a fertilização. A motilidade
espermática é a mais importante medição individual da qualidade seminal e pode ser fator compensador em
homens com contagem espermática reduzida. A motilidade sofre influência de vários fatores, entre eles, a
viscosidade, a temperatura e as radiações eletromagnéticas (raios-X, luz ultravioleta e a própria luz visível).
Após longos períodos de abstinência (superior a 30 dias), há um aumento significativo de espermatozóides
imóveis. A motilidade é um fator necessário para a fertilidade, porém, não é suficiente para indicar
capacidade de fertilização.
A motilidade dos espermatozóides é uma área analítica sujeita a erros. Os três métodos manuais mais usados
estão na Tabela 2.
Tabela 2- Comparação dos métodos para determinação da motilidade
Método Facilidade Exatidão Precisão
Estimativa dos Difícil Pobre Pobre
espermatozóides móveis
Contagem dos Difícil Pobre Pobre
espermatozóides móveis
Contagem dos Fácil Excelente Excelente
espermatozóides imóveis
O método mais usado para avaliar a motilidade é estimar a percentagem de esperma móvel em vários campos
microscópicos e computar a média, sendo este um método altamente subjetivo, com pequenas
reprodutibilidade e exatidão. Outro método difícil requer a contagem tanto dos espermatozóides móveis
como dos imóveis e calcular a percentagem dos móveis. Este método só dá bons resultados em amostras com
poucos espermatozóides com movimentos lentos.
Um método mais fácil e objetivo pode ser recomendado: Uma pequena alíquota (~100 µL) de uma amostra
bem homogeneizada e liquefeita é pipetada em um microtubo com tampa de 1-mL. O microtubo é colocado
em um banho-maria a 56ºC por 5 minutos, para imobilizar os espermatozóides. A amostra fresca, não
incubada, é colocada imediatamente na câmara de contagem e apenas os espermatozóides imóveis são
contados. Ao final do período de incubação, conta-se todos os espermatozóides (para o que também será a
contagem total). A diferença entre as duas contagens (imobilizados – imóveis) é o número de
espermatozóides móveis. Destas cifras calcula-se a concentração de espermatozóides por mL, a contagem
global (concentração x volume) e a motilidade percentual. Esta é uma técnica fácil e reprodutível, intra e
inter observadores. A motilidade é realizada na câmara de contagem específica com microscopia de fase
aumentada 200 vezes, em duplicata. Caso ocorra uma diferença >10% entre as duas avaliações, deve ser
executada uma média de três observações, que será relatada como a motilidade final.
Os padrões de motilidade, segundo a OMS, são:
Tipo A - espermatozóides móveis com progressão rápida;
Tipo B - espermatozóides móveis com progressão lenta;
Tipo C - espermatozóides móveis porém sem progressão;
Tipo D - espermatozóides imóveis.
Valor de Referência: 50% de tipos A e B (móveis).
6.3. Morfologia
Morfologia significa aparência do espermatozóide, e é um parâmetro sensível da sua qualidade. Podem ser
avaliadas: cabeça, pescoço, peça intermediária e cauda. Há vários sistemas de classificação em uso, cada qual
com seus próprios critérios quanto ao que constitui uma célula normal. Alguns sistemas reportam a localização dos
defeitos, alguns reportam os tipos específicos dos defeitos e alguns reportam apenas a presença de anormalidade.
Não é de se estranhar a dificuldade que os laboratórios encontram nesta questão (Ver Tabela 3).
A melhor coloração para esperma é a de Papanicolaou Modificada, a qual possibilita clareza na diferenciação das
diferentes regiões celulares. É também uma coloração estável, que permite a guarda de lâminas para revisão
durante longos períodos (a lâmina deve ser arquivada pelo menos por uma semana após a leitura). Esta é uma
coloração de preparo manual trabalhoso, mas existem versões comerciais, inclusive para coloração rápida em três
passos, que funcionam adequadamente.
Uma vez que o espermograma muitas vezes é realizado no Setor de Hematologia, costuma-se usar colorações tipo
Romanovsky, como a de Wright-Giemsa. Uma coloração tipo peroxidase (como a de Endtz) pode ser usada
especialmente para a detecção de leucócitos, mas um técnico experiente raramente necessitará deste artifício para
fazer a distinção entre neutrófilos e células precursoras imaturas.
Nota: O Laboratório deve definir a coloração a ser usada e citar aqui o POP respectivo.
Independente da coloração usada, o esfregaço deve ser avaliado por meio de uma ocular com aumento de 10x e
com uma objetiva de imersão 100x. Basicamente, cada um de 200 espermatozóides deve ser observado no que
tange à cabeça, peça intermediária e cauda (Figura 10).
A cauda normal tem cerca de 50-55 µm de comprimento e a espessura varia desde 1 µm na peça
intermediária até 0,1 µm na peça final. Ela consiste de um centro axial complexo, o axonema, o qual é
circundado por várias bainhas. O axonema contém 2 microtúbulos centrais circundados por 9 pares de
microtúbulos duplos e um anel exterior formado por 9 fibras densas. Quatro regiões da cauda podem ser
diferenciadas à microscopia de campo claro, por apresentarem leves variações da espessura da cauda devidas
às variações das bainhas que as circundam o axonema em uma determinada seção.
O pescoço é quase indiscernível e se conecta à cabeça e à cauda. Um pescoço anormalmente longo se dobra e
permite que a cabeça tombe sobre a cauda ocasionando uma propulsão em círculos ou muito lenta, com a
cabeça sendo arrastada.
A peça intermediária é a porção mais larga da cauda, com cerca de 5-8 µm de comprimento e 1 µm de
largura. É a porção mais larga da cauda por conter o axonema circundado por uma bainha de mitocôndrias
que produzem a energia necessária para a motilidade. A bainha mitocondrial termina abruptamente no ânulo.
A peça principal tem cerca de 45 µm de comprimento e 0,5 µm de largura, começando no ânulo. Nesta seção,
as 9 fibras densas vão gradualmente diminuindo e desaparecem deixando apenas o axonema circundado por
uma bainha fibrosa. A bainha fibrosa termina deixando a peça final, a qual não tem bainha alguma e tem 5-7
µm de comprimento.
Caso qualquer uma das três partes principais esteja anormal, o espermatozóide é também considerado anormal. Um
pianinho pode ser usado para manter a contagem e para registrar normais, limítrofes (borderline) e anormais. Na
dependência da padronização do laboratório, poderá ser preciso informar a localização das anormalidades (cabeça,
peça intermediária e cauda) e alguns laboratórios ainda requerem o detalhamento da anormalidade, como tamanho
e formato da cabeça e assim por diante. Pelo menos 200 células devem ser analisadas.
A Classificação da OMS 3a. Edição é a mais usada nos espermogramas de rotina e a da 4a. Edição (Estrita ou
Kruger) costuma ser a mais usada por clínicas de infertilidade, mas elas são tão complexas e detalhadas que
aprender apenas uma delas já constitui um desafio, e comparar ambas se torna difícil (Ver Tabela 4).
Nota: O laboratório deve definir a classificação morfológica que usará e a mesma deve ser colocada neste
documento e explicitada no laudo. Como uma forma de simplificar a questão, sugerimos que o laboratório que
realiza o espermograma como triagem implemente a Classificação da OMS Terceira Edição. Caso o laboratório
seja uma referência para clínicas de infertilidade deve adotar a Classificação da OMS Quarta Edição (Estrita),
tendo em mente que nenhuma das duas oferece um padrão de referência inequívoco e requerem experiência.
da peça intermediária, mas ocasionalmente pode ser vista circundando a cabeça ou entranhada na
cauda contorcida de um espermatozóide com anormalidades da cauda.
Células Imaturas: Valor de Referência < 5 milhões/mL
6.4.2. Leucócitos
Os leucócitos estão presentes na maioria dos ejaculados humanos, sendo que a célula predominante
é o neutrófilo. A determinação do número de leucócitos é importante porque a presença excessiva
dessas células (conhecida como leucocitospermia) pode indicar a existência de infecção do trato
reprodutivo a qual poderia responder a uma terapia com antibióticos. Além, disso, a
leucocitospermia pode estar associada com defeitos no perfil seminal, incluindo redução tanto no
volume do ejaculado quanto na concentração e motilidade dos espermatozóides, e ainda também
alteração na função espermática como resultado do stress oxidativo ou da secreção de citoquinas
citotóxicas. O impacto destas células depende do lugar no qual os leucócitos invadem o sêmen, tipos
de leucócitos envolvidos e o seu estado de ativação. Em virtude da susceptibilidade dos
espermatozóides humanos ao estresse oxidativo, a presença de neutrófilos é tida como prejudicial
particularmente se a infiltração ocorre no nível da rete-testis ou epidídimo. Por outro lado, a invasão
dos leucócitos no momento da ejaculação, via próstata ou vesículas seminais, é provavelmente
menos prejudicial devido ao poder antioxidante do plasma seminal. Os leucócitos podem ser
detectados através do Teste de Endtz, uma técnica histoquímica na qual os granulócitos peroxidase
positivos (leucócitos e polimorfonuclerados) se coram de marrom escuro. Contudo, um técnico
experiente também é capaz de diferenciar os neutrófilos das outras células redondas por meio das
coloração hematológicas tipo Romanovsky. Os leucócitos polimorfonucleados são identificados por
seu tamanho e formato regulares e núcleo com lobos interconectados. Um limiar de concentração de
leucócitos, a partir do qual a fertilidade possa estar comprometida, contudo, é difícil de definir, mas
a presença de mais de 1 milhão de células de defesa por ml de sêmen ejaculado ou mais de 5
milhões no total ejaculado pode indicar um processo infeccioso.
Valor de Referência < 1 milhão de Leucócitos/mL
.
Figura 14– Coloração eosina-nigrosina
7. Garantia da Qualidade
O Programa de Acreditação da Laboratórios Clínicos (PALC), Item 11.1 diz: “O Sistema de Gestão da Qualidade do
laboratório deve contemplar um programa documentado de garantia da qualidade que contemple de forma regular a
avaliação da qualidade analítica, incluindo o Programa de Controle Interno da Qualidade (PCIQ) e o Programa de
Avaliação Externa da Qualidade (PAEQ) para todas as análises que realiza. O programa deve proporcionar
informações claras e facilmente compreensíveis para as decisões técnicas e médicas e deve criar condições para
eliminar enganos nos processos relativos a amostras, requisições, análises e laudos.”
7.1.2. Motilidade
Materiais para o controle da qualidade da motilidade estão disponíveis em dois formatos: alíquotas
congeladas e amostras frescas para serem descongeladas para análise e registros em vídeo (CD-
ROM ou outros formatos). As alíquotas congeladas permitem a análise dos controles em câmaras
,após o descongelamento, mas há uma variação esperada devida ao descongelamento, o que torna a
determinação da motilidade esperada após o descongelamento um tanto desafiante. A experiência
acumulada (histórico) deve ser usada para estabelecer o valor alvo da contagem das amostras
descongeladas. Além do mais, este controle exige armazenamento especializado em nitrogênio
líquido, o que pode gerar custo e a necessidade de precauções adicionais no que tange à
biossegurança. Contudo, caso o exame seja realizado em associação a clínicas de fertilidade, as
quais em geral usam a tecnologia de nitrogênio líquido para outras finalidades, esta possibilidade de
controle se viabiliza. Pelo menos uma amostra ao dia deve ser contada em duplicata cega por um
segundo observador e ao final do dia os dois resultados devem ser analisados m função da consistência
clínica dos laudos por um supervisor qualificado.
Nota: O Laboratório deve definir a(s) sistemática(s) de verificação da equivalência entre analistas
que usará e deve acrescentá-las aqui, em lugar das nossas sugestões.
Notat: Acrescentar aqui os analitos disponíveis por meio de ensaios de proficiência ou citar o
documento que contempla esta participação.
O Programa de Acreditação da Laboratórios Clínicos (PALC), Item 11.15 diz: “Para os analitos não
cobertos por PAEQ deve haver uma avaliação externa alternativa documentada para avaliação da
confiabilidade dos resultados. O laboratório deve definir claramente os limites de aceitabilidade e os
critérios de avaliação para cada forma alternativa que utiliza.”
Periodicamente (pelo menos duas vezes ao ano) alguns laudos completos de Espermograma, de
preferência cobrindo uma variedade de situações clínicas, devem ser apreciados em conjunto com o
médico solicitante para validação clínica. Após a análise crítica e a tomada de ações corretivas
quando apropriado, os registros respectivos devem ser arquivados.
Nota : O Laboratório deve definir a(s) sistemática(s) de avaliação externa da qualidade que deve
acrescentá-las aqui, em lugar das nossas sugestões.
8. Testes complementares
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as informações
do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as informações
do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
8.3.1. Frutose
Se nenhum espermatozóide for observado e não se trata de controle pós-vasectomia,, um teste
quantitativo para a detecção de frutose deve ser efetuado. A frutose é uma substância androgênica
dependente e é produzida nas vesículas seminais. A maior parte dos estudos sobre frutose usam o
método de resorcinol. Ela pode ser dosada pelo método espectrofotométrico de Roe. Níveis baixos
de frutose geralmente indicam deficiência na atividade secretora das vesículas seminais, exceto em
sêmens polizoospérmicos, isto é, aqueles com densidade espermática maior que 250 x 106
espermatozóides/ml. A ausência de frutose e um volume baixo de ejaculado, associado a
incapacidade do sêmen de coagular-se, sugere a ausência congênita do vaso deferente e das
vesículas seminais ou a obstrução dos ductos ejaculatórios. Valores elevados são raros e de
significado clínico pouco conhecido.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as
informações do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
Exemplo (Laboratório ARUP) Fase pré-analítica: Jejum de 12 horas. A amostra congelada é
estável por 2 anos.
Fase Analítica: Espectrofotometria (Roe, J. H., A colorimetric method for the determination of
fructose in blood and urine. ,J. Biol. Chem. 107, 15-22, 1934)
Fase Pós-Analítica: Intervalo de Referência 91 a 520 mg/dL.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as
informações do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
8.3.3. Cálcio
A dosagem de cálcio no esperma pode ser de grande interesse devido à sua relação com a
motilidade, o metabolismo e a fertilização. Apenas 2 a 4% do cálcio no esperma está presente na
forma ionizada. A dosagem da concentração de cálcio pode ser complicada uma vez que a exposição
ao ar resulta em uma redução dos níveis de cálcio ionizado. A dosagem pode também ser
complicada pela ligação a outros compostos (citrato, fosfato, proteínas, etc.), reduzindo a atividade
do cálcio.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as
informações do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
8.3.4. Zinco
Níveis seminais deste cátion são determinados pelo método de Vallee & Gibson. Consideram-se
normais os valores entre 100 e 200 mg/ml. Valores diminuídos são detectados quando há uma
deficiência na atividade secretora da próstata, sobretudo aquela causada por infecções. Valores
elevados indicam que há um predomínio de secreção prostática no ejaculado. Neste caso, o pH
seminal geralmente é igual a 7,3.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as
informações do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
8.3.5. Alfa-glicosidase
Até recentemente a L-carnitina era o marcador epididimário mais utilizado, mas a dosagem da alfa-
glicosidase foi instituída ultimamente em algumas clínicas. Há duas formas isômeras da alfa-
glicosidase no plasma seminal: a mais importante, neutra, origina-se exclusivamente dos epidídimos
e a menos importante, ácida, origina-se principalmente da próstata. A alfa-glicosidase neutra tem se
mostrado um marcador epididimário mais específico e sensível que a L-carnitina e a
glicerilfosforilcolina e sua dosagem é, portanto, de melhor valor diagnóstico para a obstrução ductal
distal, quando usada em conjunção com parâmetros hormonais e testiculares. Além do mais, a
técnica de dosagem da alfa-glicosidase neutra é mais simples, mais barata e consome menos tempo
que as dos outros marcadores.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as
informações do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
9. TESTES FUNCIONAIS
A validade do exame do sêmen para o diagnóstico de infertilidade é hoje questionada por muitos especialistas e
pesquisadores, porque estudos feitos a partir da década de 80 mostraram que o espermograma, em sua rotina básica,
avalia a qualidade do sêmen, mas não fornece qualquer informação sobre as transformações que os espermatozóides
sofrem no trato genital feminino, desde a ejaculação, até sua fusão com o oócito. De modo a suprir esta deficiência,
vários procedimentos complementares foram desenvolvidos nas últimas décadas para analisar especificamente a
capacidade dos espermatozóides de fertilizar o oócito, ou, seja, sua atividade funcional. Além do mais, desde a
criação da ICSI, a partir de alguns poucos núcleos de espermatozóides pode-se obter a fecundação in vitro, o que
vem reduzindo a importância de encontrar uma causa curável da infertilidade masculina.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as informações
do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
Nota: Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as informações
do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
como normal no exame pós-coito. Os testes pós-coito são bio-ensaios, e proporcionam informações sobre a
função sexual, motilidade dos espermatozóides e a interação espermatozóide-muco cervical. Resultado
desfavorável numa pessoa com parâmetros seminais normais implica em anormalidade cervical ou a presença
de anticorpos espermáticos. A interação espermatozóide muco-cervical também pode ser avaliada in vitro.
Nota : Caso realize este exame, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as informações
do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
Nota: Caso realize este procedimento, citar o POP correspondente. Caso não realize, acrescentar as
informações do laboratório de apoio quanto a coleta, armazenamento e transporte.
11. Referências
1. Espermograma. Instituto de Andrologia e Medicina Reprodutiva. www.androscience.com.br, Mar 2008.
2. Filippini, FCA et Al. Infertilidade Masculina. Newslab, v.44, p.114-130, 2001
3. Rothman, SA & Reese, AA. Semen analysis: the test techs love to hate. MLO, April 2007.
4. World Health Organization. WHO Laboratory Manual for the Examination of Human Semen and
Sperm-Cervical Mucus Interactions. 3rd Ed. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1992.
5. SBPC/ML. Norma PALC v 2007.
6. Pereira O.S. J.Janini Atlas de Morfologia Espermática – Ed Atheneu 2001
Cálculo da Concentração
Cada um dos 9 quadrados da grade completa, incluindo o quadrado central de 25 quadrados menores, tem uma área
de 1 mm quadrado, e a lamínula fica a 0,1 mm acima da superfície. Portanto, o volume sobre a área central é de
0.1 mm3 ou 0.1 microlitro. O número médio de espermatozóides contados nos 25 quadradinhos deve ser
multiplicado pela diluição utilizada e por 50.000 para obter o número de espermatozóides na amostra diluída por
ml. Pode-se também contar somente 5 quadradinhos, multiplicado pela diluição e por 50.000 para obter o resultado
em milhões por ml.
Nota: Caso o laboratório utilize uma câmara específica para a contagem de espermatozóides, o respectivo
procedimento de contagem deve ser acrescentado a este documento.
Volume Medir com uma pipeta sorológica (não pipetar com a boca)
Volume medido: mL Volume Normal: 2 a 5 mL
Consistência Deve ser realizado logo após a liquefação. Ao pipetar o material, verificar se ele se desprende da pipeta por gotejamento ou formando um filete.
Consistência □ Normal (Gotejamento) □ Aumentada (Filete)
observada
ANÁLISE MICROSCÓPICA
Contagem
Motilidade
Contagem Global (CG) ⁄mL
Contagem de imóveis e não-progressivos (CI) ⁄mL
Móveis (CG-CI) ⁄mL
Móveis (Percentagem) %
Valor de Referência: Móveis > 50%
Espermatócitos:
_____________/campo
Oval ou piriforme
“Células redondas”