Você está na página 1de 5

Universidade Federal do Oeste da Bahia

Disciplina: Química Analítica Instrumental

Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias Curso de Farmácia

Trabalhos Acadêmicos: Infravermelho

Aluna: Izabelle Ramos Pereira

Prof. Dr. Jonatas Gomes da Silva

TEMA: INFRAVERMELHO

Barreiras – BA 2024
O infravermelho não está no espectro eletromagnético porque não está
dentro da faixa do eletromagnético visível, ou seja, o infravermelho é uma forma
de radiação eletromagnética, e que tem uma frequência bem menor que a luz
vermelha, sendo assim, o infravermelho é apenas uma pequena parcela invisível
do espectro eletromagnético próximo ao comprimento de onda longa. O
infravermelho, a escala clara visível que estende até a escala da microonda, por
esse motivo, essa radiação não pode ser percebida pelo olho humano.
Entretanto, pode ser percebida como calor pelas terminações nervosas
especializadas, ou seja, os termorreceptores da pele (SKOOG, 2014). Têm
surgido nesta área estudos, na qual os pesquisadores buscar fazer uma
avaliação sobre o efeito da radiação infravermelho na reparação tecidual, se a
utilização traz algum tipo de problema a saúde a curto ou longo prazo, os estudos
têm demonstrado, segundo autores, que a irradiação com infravermelho longo,
sobre o tecido em processo inflamatório, pode gerar ligeira elevação da
temperatura com notado aumento da atividade celular. Teorias indicam que a
energia gerada pelo aumento da temperatura é absorvida pelas células através
de sua membrana plasmática, melhorando a circulação local. A vasodilatação
capilar venosa, aumento do metabolismo celular e aumento da capacidade de
drenagem linfática de fluidos intersticiais, favorecem o processo de cicatrização
tecidual (SILVA, Rodrigues e Eusébio 2008).

Na imagem abaixo mostra o espectro eletromagnético na faixa do visível,


em que o infravermelho possui comprimento de onda aproximadamente entre 1
μm (1 x 10 – 6m) e 1 mm ( 1 x 10-3m) e nessa faixa a energia não é uma radiação
ionizante, ou seja, não apresenta riscos à saúde humana. A radiação
infravermelha está dividida em três classes: radiação no infravermelho próximo
(800-1.500 nm), infravermelho médio (1.500-5.600 nm).
Figura 1 Espectro eletromagnético. Ilustração: Peter Hermes Furian /

Shutterstock.com

A espectroscopia de infravermelho está baseada nos resultados da


absorção de radiação. Para que um composto apresente o espectro de absorção
que seja energético na região do infravermelho, é necessário que a frequência
da radiação seja igual à frequência de vibração da molécula, logo, tem que ser
igual à diferença entre os estados excitado e fundamental, ou que a frequência
de vibração produza alteração do momento dipolar. Moléculas como H2, O2 ou
Cl2 cujas vibrações causadas pela radiação não alteram o seu momento dipolar,
não são ativas no infravermelho, pelo contrário, CO2 e SO2 são-no (Silva,
Rodrigues e Eusébio, 2008). No caso da espectroscopia de infravermelhos são
os movimentos relativos dos átomos de uma molécula, ou seja, as suas
vibrações, o componente analisado, havendo alteração do seu momento dipolar
quando ocorre absorção de uma radiação incidente por parte de uma molécula
(Alcácer 2007; Siesler et al., 2002). Se uma molécula receber radiação
eletromagnética com 'exatamente' a mesma energia de uma dessas vibrações,
então a luz será absorvida, desde que sejam atendidas determinadas condições.
Para que ocorra a vibração da ligação química e esta apareça no espectro IV, a
molécula precisa sofrer uma variação no seu momento dipolar devido a essa
vibração. Em particular, na aproximação de Born-Oppenheimer e aproximações
harmônicas, isto é, quando o hamiltoniano molecular correspondente ao estado
padrão eletrônico, ele pode ser aproximado por um oscilador harmônico quântico
nas vizinhanças da geometria molecular de equilíbrio, e as frequências
vibracionais de ressonância são determinadas pelos modos normais
correspondentes à superfície de energia potencial do estado eletrônico padrão.
Não obstante, as frequências de ressonância podem ser em uma primeira
aproximação relacionadas ao comprimento da ligação e às massas dos átomos
em cada ponta dela. As ligações podem vibrar de seis modos: estiramento
simétrico, estiramento assimétrico, tesoura, torção (twist), balanço (wag) e
rotação (SKOOG, 2014).

Para fazer uma amostra como medida, é necessário que um pequeno


feixe de radiação infravermelha tem que passar pela amostra, no final deste
processo, a quantidade de energia que foi transmitida é registrada. Tanto a
quantidade de energia absorvida como a que se torna disseminada é registrada,
entretanto, na espectroscopia IV o que é mais comum é a utilização da energia
transmitida, quer dizer, que a energia que sobra após o processo em que a
amostra absorve a radiação incidida. Repetindo-se este processo ao longo de
uma faixa de comprimentos de onda de interesse (normalmente 4000-400 cm-1)
um gráfico pode ser construído, sendo a abscissa o valor da energia (lembrando
que a equação de Planck relaciona comprimento de onda com energia), em que
comumente utiliza-se "número de onda" (unidade cm-1) e transmitância em %
no eixo vertical. Quando olhando para o gráfico de uma substância, um usuário
experiente pode identificar informações dessa substância nele (SKOOG, 2014).

Esta técnica trabalha quase que exclusivamente em ligações covalentes,


e é de largo uso na Química, especialmente na Química orgânica. Gráficos bem
resolvidos podem ser produzidos com amostras de uma única substância com
elevada pureza. Contudo, a técnica costuma ser usada para a identificação de
misturas bem complexas (SKOOG, 2014).

A espectroscopia do tipo infravermelho apresenta-se como largamente


usada tanto na indústria quanto na pesquisa científica porque ela é uma técnica
rápida e confiável para medidas, controle de qualidade e análises dinâmicas. Os
instrumentos são pequenos, e podem ser transportados, mesmo para medidas
que serão feitas fora do laboratório, ou seja, no campo. Com o progresso da
tecnologia em filtragem computacional e manipulação de resultados, as
amostras em solução podem ser medidas com mais precisão (a água produz
uma banda larga de absorbância na faixa de interesse, o que teria um espectro
ilegível sem um sistema de tratamento computacional moderno). Um tanto de
máquinas automáticas em que a substância apresenta-se sendo analisada a
partir de milhares de espectros que utilizam como referência as memórias
armazenadas.

Fazendo-se a medida de uma frequência específica ao longo do tempo,


mudanças que ocorrem no caráter ou até mesmo na quantidade de uma ligação
específica podem fazer as medidas, isto é muito útil para a medida do grau de
polimerização na manufatura de polímeros. Com as máquinas modernas podem
fazer as medidas na faixa de interesse com uma maior frequência o que antes
não era possível, como por exemplo 32 vezes por segundo, esse processo pode
ser feito paralelamente a enquanto é feito medidas simultâneas com outros tipos
de técnicas. Essa modernização das máquinas é muito útil, pois as observações
das reações químicas são alcançadas mais depressa, e com maior precisão e
exatidão.

A Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) é


uma técnica de análise que permite arrecadar o espectro infravermelho mais
aceleradamente. Nesse caso, não precisa fazer a coleta das amostras com
diferentes frequências da radiação infravermelha, pois todos os comprimentos
de onda da faixa serão utilizados, sem causar interferências, esse processo é
guiado através de um tipo de interferômetro. Interferograma é o nome dado ao
sinal medido depois que ele passa pela amostra. Realizando-se uma
transformada de Fourier no sinal resulta-se em um espectro idêntico ao da
espectroscopia IV convencional (dispersiva) (SKOOG, 2014).

Você também pode gostar