Você está na página 1de 10

CURSO DE FARMÁCIA

ANDREZA M FREITAS
ANIELE SILVA
MANUELA SENA
NATHALIE PONCHET
TAÍS BRANDÃO
VICTÓRIA NEIVA

ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO

Salvador
2018
ANDREZA M FREITAS
ANIELE SILVA
MANUELA SENA
NATHALIE PONCHET
TAÍS BRANDÃO
VICTÓRIA NEIVA

ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO

Trabalho de Pesquisa, do curso de Farmácia da Universidade Ruy Barbosa


Disciplina Química Orgânica,
ministrada pelo Prof. Roberto Marcio
S. Santos.

Salvador
2018
1 INTRODUÇÃO

Na química e física o termo espectroscopia se refere a toda técnica que se


utiliza da transmissão e reflexão da energia radiante incidente em uma amostra para
obtenção de informações físico-química a respeito da mesma. É qualquer processo
que utiliza a luz para medir as concentrações químicas.
Pode se dizer que a história da espectroscopia no infravermelho começa com
Isaac Newton (1642-1727). Ele montou um experimento no qual um feixe de luz
solar passa através de uma fresta na janela para dentro de uma sala escura.
A espectroscopia no infravermelho é um conjunto de métodos para análise de
substâncias baseados na produção e interpretação de seus espectros de emissão
ou absorção de radiação eletromagnéticas, exemplos nas regiões do infravermelho,
ultravioleta e raios x. A espectroscopia no infravermelho é um tipo de
espectroscopia de absorção, em que a energia absorvida se encontra na região do
infravermelho do espectro eletromagnético, como as demais técnicas
espectroscópica, ela pode ser usada para identificar um composto ou investigar a
composição de uma amostra.
Existem dois tipos principais de espectrômetros de infravermelho, o clássico
(dispersivo) e o moderno ( com transformada de Fourier ou FTIR). Ambos produzem
a mesma informação , o espectro que relaciona a transmitância ( ou absorbância)
em função do número de onda ( inverso do comprimento de onda).
A espectroscopia no infravermelho é uma ferramenta de grande utilidade
para o controle de qualidade na indústria farmacêutica, que opera para garantir
qualidade e segurança aos medicamentos, aliado a garantia de qualidade , na qual
estão incluídas as boas práticas de fabricação.
2 METODOLOGIA ANALÍTICA PARA DETERMINAÇÃO DE ESTRUTURAS
ORGÂNICAS

A espectroscopia no infravermelho se baseia no fato de que as ligações


químicas das substâncias possuem freqüências de vibração específicas, as quais
correspondem a níveis de energia da molécula (chamados nesse caso de níveis
vibracionais). Se a molécula receber luz com 'exatamente' a mesma energia de uma
dessas vibrações, então a luz será absorvida.
A fim de se fazer medidas em uma amostra, um raio monocromático de luz
infravermelha é passada pela amostra, e a quantidade de energia absorvida é
registrada. Repetindo-se esta operação ao longo de uma faixa de comprimentos de
onda de interesse (normalmente 4000-400 cm-1) um gráfico pode ser construído.
Quando olhando para o gráfico de uma substância, um usuário experiente pode
identificar informações dessa substância nele.
Para garantir a identidade de cada recipiente, é possível utilizar-se das
vantagens da técnica espectroscópica de infravermelho próximo, como rapidez e
identificação não destrutiva, sem a necessidade de amostragem, podendo identificar
a matéria-prima diretamente na sua embalagem de origem, através da utilização da
sonda de fibra óptica. A identidade química de um determinado material geralmente
é confirmado com um espectro contido na biblioteca espectral, sendo essencial a
construção de uma biblioteca apropriada (Reich, 2005).
A complexidade do espectro proíbe o seu uso direto, como é feito com a
região do infravermelho médio, na qual bandas de absorção podem ser facilmente
identificadas e atribuídas, por exemplo, à presença de certos grupos funcionais.
No entanto, os gráficos de correlação indicando que bandas de absorção de
compostos distintos estão localizados na região do infravermelho próximo, podem
ser utilizados como uma primeira abordagem qualitativa para análise de
espectroscopia. Sendo assim, a espectroscopia de reflectância infravermelho
próximo (NIR) não é adequada para elucidação estrutural, mas tem sido
amplamente utilizada como método rápido e direto para identificar matérias-primas
usadas pela indústria farmacêutica. Em análises qualitativas, ou seja, para fins de
identificação, pré-processamento de dados são frequentemente usados para reduzir
deslocamentos, devido a variabilidade das características físicas do material. O
teste de identificação por espectroscopia no infravermelho próximo é normalmente
realizado através da comparação do espectro da matéria-prima em análise, com um
espectro contido na biblioteca de referência. Esta biblioteca é desenvolvida
utilizando amostras aprovadas das matérias-primas relevantes (Pasg, 2001).
Uma aplicação típica de desenvolvimento de método qualitativo em NIR, no
qual se enquadra a construção da biblioteca espectral, incluirá as seguintes fases:
seleção do equipamento; qualificação do equipamento; estudo de viabilidade;
seleção das amostras; desenvolvimento de biblioteca; validação da biblioteca e;
manutenção da biblioteca e de controle de mudanças.Os instrumentos utilizados
para aquisição de espectros no infravermelho consistem de uma fonte de luz,
monocromador ou interferômetro e detector. Todos os espectrofotômetros de
infravermelho dispõem de um registrador,cujo espectro é mostrado, usualmente, em
escalas de comprimento de onda ou número de onda no eixo horizontal e
absorbânciA) ou transmitância (T) percentual no eixo vertical. Os instrumentos mais
modernos permitem a comparação do espectro obtido com aqueles de bibliotecas
de espectros (Farmacopéia, 2010; Mendham, 2002).
Os espectrofotômetros de infravermelho mais avançados utilizam um
procedimento baseado na interferometria para produzir o espectro, técnica
conhecida com Espectroscopia de Infravermelho com Transformadas de Fourier
(FTIR). Nestes instrumentos, a radiação proveniente de uma fonte de infravermelho
é dividida, de forma que o feixe reflita simultaneamente a partir de um espelho em
movimento e de um espelho fixo, levando à interferência. Depois que os feixes
recombinam-se, eles passam através da amostra para o detector e são gravados na
forma de um gráfico de tempo contra a intensidade do sinal, chamado de
interferograma. A superposição de comprimentos de onda e as intensidades de
suas respectivas absorções são então convertida para um espectro aplicando-se
uma operação matemática chamada de transformada de Fourier (Solomons, 2009),
A radiação refletida de uma superfície opaca depende mais diretamente da
natureza das partículas do meio sob consideração. A radiação refletida de tal meio
consiste de duas partes distintas, sendo a primeira, a reflexão especular,
caracterizada pela radiação que é refletida da superfície da amostra com o mesmo
ângulo de incidência. A segunda é a reflexão difusa e faz-se através da penetração
de uma porção do fluxo incidente no interior da amostra. Essa radiação retorna à
superfície da amostra, após absorção parcial de múltiplos espalhamentos nas
interfaces de partículas individuais das quais a amostra é composta (Rufino, 2004).
A seleção das amostras é fundamental para o sucesso da aplicação
qualitativa. Dois conjuntos de amostras são exigidos: um para a construção da
biblioteca e um independente para fins de validação. Todas as amostras utilizadas
para criar e validar o banco de dados deve ter algum nível de autenticação,
comprovado através do certificado de análise de fornecedores qualificados e testes
de identidade interna.
A partir do avanço tecnológico dos equipamentos disponíveis para a
realização das análises, a espectroscopia na região do infravermelho tornou-se uma
técnica analítica amplamente utilizada pelos Químicos na elucidação das estruturas
químicas de compostos orgânicos.
Na década de 1980, a maioria dos equipamentos disponíveis para análises
por infravermelho médio eram do tipo dispersivo, fundamentados na utilização de
redes de difração e eram,muitas vezes, construídos pelos próprios pesquisadores.
Atualmente, a maioria dos espectrofotômetros de infravermelho são do tipo
Transformada de Fourier.
Este tipo de espectrômetro ampliou a utilização de equipamentos de análises
na região do infravermelho devido à obtenção de melhor relação sinal/ruído e
menores limites de detecção.
Na espectroscopia no infravermelho, a frequência da radiação absorvida é
resultado da frequência da vibração molecular que ocasiona o processo de
absorção.Tendo como fundamento a teoria corpuscular, da radiação
eletromagnética que provoca as vibrações é quantizada, envolvendo fótons de
energia específica, ou seja, pacotes de energia. A radiação infravermelha não
possui energia suficiente para provocar transições eletrônicas, entretanto, a sua
absorção ocorre em frequências específicas para cada grupo funcional, devido ao
arranjo característico de átomos e ligações presentes na molécula.
A radiação eletromagnética na região do infravermelho absorvida por uma
molécula na faixa de números de onda entre 10000 e 100 cm-1 é transformada em
energia vibracional, enquanto na região abaixo de 100 cm-1 ela é convertida em
transições rotacionais. Entretanto, a região de maior interesse para a caracterização
de compostos é a compreendida entre 4000 e 400 cm-1.
A região do infravermelho no espectro eletromagnético corresponde,
aproximadamente,a faixa entre 700 a 50000 nm (14290 a 200 cm-1) A região
compreendida entre 2500 – 50000 nm (4000 – 200 cm-1) corresponde à região do
espectro eletromagnético denominada Infravermelho Médio, sendo amplamente
utilizada na elucidação de compostos orgânicos. Outra região de interesse na
análise de compostos orgânicos é a do Infravermelho Próximo, que está situada
entre 780 – 2500 nm (12800 – 4000 cm-1)

Regiões espectrais no Infravermelho

Região intervalo de intervalo de Região de Frequência


comprimento números de
de ondas (λ), ondas(v) cm-1
µm

Próximo 0,78 a 2,5 12.800 a 4.000 3,8 x 1014 a 1,2 x


1014

Médio 2,5 a 50 4.000 a 200 1,2 x 1014 a 6,0 x


1012

Distante 50 a 1.000 200 a 10 6,0 x 1012 a 3,0 x


1011

Fonte: Skoog, D. A.; Holler, F. J.; Nieman, T. A. Princípios de análise instrumental

3 Instrumentos para o Infravermelho


Instrumentos dispersivos; baseados na Transformada de Fourier; e
fotômetros não-dispersivos (usados para amostras gasosas).
Os equipamentos dispersivos apresentam tempo de resposta lento dos
transdutores, logo, necessitam de moduladores com velocidade lenta e de baixa
frequência, que permitam a distinção de bandas espúrias. Os espectrofotômetros
mais utilizados até meados de 1980 eram os dispersivos. Entretanto, com o avanço
tecnológico de computadores e velocidade de processamento de dados, os
equipamentos amplamente utilizados atualmente são os espectrômetros com
Transformada de Fourier.
Espectrofotômetros com Transformada de Fourier (FTIR) baseiam-se na
interferência da radiação que passa por dois feixes para a criação de um
interferograma, sendo que a medição se deve à mudança do comprimento da
trajetória entre os feixes. Estes espectrômetros apresentam maior sensibilidade na
conversão das frequências de infravermelho. O tipo mais comum de interferômetro é
o de Michelson, que consiste em dois espelhos planos perpendiculares, sendo que
um deles pode mover-se perpendicularmente ao plano. Diversas vantagens são
apresentadas pelo espectrômetro FTIR, dentre elas pode-se citar, vantagem de
transporte, que é relacionada à utilização de poucos elementos óticos e nenhuma
fenda, permitindo uma melhora na relação sinal-ruído devido à maior potência de
radiação que incide no detector. Outras vantagens são a alta resolução e
reprodutibilidade do comprimento de onda, a obtenção de dados para atingirem
simultaneamente o detector, além de o interferômetro estar livre de radiações
espúrias um espectro inteiro em segundos, devido ao fato de todos os elementos.
As várias técnicas espectroscópicas existentes podem ser utilizadas para
uma série de finalidades como, por exemplo, identificar substâncias presentes na
cena de um crime, que pode ser algo crucial para a identificação do culpado;
determinar a concentração de substâncias em alimentos e medicamentos,
permitindo avanços no controle de qualidade desses produtos; melhor compreender
as propriedades microscópicas responsáveis por características macroscópicas,
algo fundamental para o desenvolvimento, produção e utilização de novos materiais;
procurar e descobrir elementos e substâncias que constituem a matéria de estrelas
e planetas.
Conclui-se que a espectroscopia do infravermelho é um tipo de
espectroscopia de absorção a qual usa a região do infravermelho do espectro
eletromagnético e que ela se baseia no simples fato de que as ligações químicas
das substâncias possuem frequências de vibrações específicas, as quais
correspondem a níveis de energia da molécula.
A espectroscopia no infravermelho é especialmente útil para detectar a
presença de grupos funcionais na molécula. Determinar informações estruturais
sobre uma molécula.As absorções de cada tipo de ligação, por exemplo: N-H; C-O;
O-H; C-X; C=O;C-O; C-C; C=C; C C; C N), são comumente encontradas em uma
pequena porção da região do infravermelho. O equipamento produz um gráfico
entre a intensidade de absorção versus o número de onda.
REFERÊNCIAS:
Rev. Bras. Farm.94 :2013
www.infoteca.cnptia.embrapa.br
www.scielo.br

Você também pode gostar