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Assane Kanna

Espectroscopia no infravermelho
Licenciatura em Ensino de Química

Universidade Rovuma
Nampula
2022
Assane Kanna

Espectroscopia no infravermelho

Licenciatura em Ensino de Química

Trabalho de carácter avaliativo, Regime


EaD, 3º ano, 1º Semestre, Licenciatura
em Ensino de Química, leccionada pelo
Docente:

MSc José Daniel

Universidade Rovuma

Nampula

2022
Índice
Introdução .......................................................................................................................................3

1. Espectroscopia infravermelha .....................................................................................................4

1.1. Historial de espectroscopia no infravermelho ..........................................................................4

1.2. Conceitos básicos .....................................................................................................................4

1.3. Princípios básicos de espectroscopia infravermelha ................................................................5

1.4. Instrumentação .........................................................................................................................7

1.5. Leituras de espectros infravermelhos .......................................................................................8

1.5.1. Leitura do Espectro de Hidrocarbonetos ...............................................................................9

1.5.1.1. Alcanos .............................................................................................................................10

1.5.1.1.1. Leitura Espectral de Alcanos .......................................................................................10

1.5.1.2. Alcenos ............................................................................................................................11

1.5.1.2.1. Análise Espectral de Alcenos ........................................................................................11

1.5.1.3. Alcinos .............................................................................................................................12

1.5.1.3.1. Leitura Espectral dos Alcinos .......................................................................................12

1.5.1.4. Anéis Aromáticos .............................................................................................................12

1.5.1.4.1. Leitura Espectral dos Anéis Aromáticos .......................................................................13

1.5.1.5. Álcoois e fenóis ................................................................................................................13

1.5.1.6. Éteress ...............................................................................................................................14

1.5.1.7. Compostos carbonílicos ...................................................................................................14

1.6. Aplicações ..............................................................................................................................15

1.7. Vantagens ................................................................................................................................16

Conclusão ......................................................................................................................................17

Referências bibliográficas .............................................................................................................18


3

Introdução

O presente trabalho aborda sobre espectroscopia infravermelha, onde os elementos do


grupo descreveram os tópicos do tema em causa, como no caso dos princípios básicos,
aplicações e entre outros aspectos relevantes do tema.

A espectroscopia no infravermelho é considerada como um tipo de espectroscopia de


absorção, em que a energia absorvida se encontra na região do infravermelho do espectro
eletromagnético. Portanto, ela se baseia nas ligações químicas das substâncias possuem
frequências de vibração específicas, as quais correspondem a níveis de energia da molécula. Tais
frequências dependem da forma da superfície de energia potencial da molécula, da geometria
molecular, das massas dos átomos e eventualmente do Acoplamento vibrônico.

A esppectroscopia no infravermelho é certamente uma das técnicas analíticas mais


importantes para o químico moderno. Sua área de aplicação envolve o estudo de polímeros,
identificação de compostos inorgânicos e orgânicos, analise de misturas complexas como
gasolina e poluentes atmosféricos, controle de quantidade de produtos diversos, estudo de
semicondutores, transportes de moléculas bioactivas em tecidos vivos, mecanismo de catálise,
entre outros.

A energia denominada infravermelha corresponde à região do espectro electromagnético


situada na faixa de números de ondas entre 14290 e 200 cm-1. A região que apresenta número de
ondas entre 4000-400 cm-1 é a mais comummente utilizada pelos químicos orgânicos, sendo
denominada infrsvermelho médio. A região chamada de infravermelho próximo 14290 a 4000
cm-1.

O presente trabalho envolveu método bibliográfico que permitiu o grupo ter informações
sobre o que foi estudado sobre o tema desenvolvido ou pesquisado, que serviu para sustentar de
forma científica o trabalho. Entretanto, o grupo baseou-se nas várias consultas de manuais,
artigos e livros que abordaram sobre o tema.
4

1. Espectroscopia infravermelha

1.1. Historial de espectroscopia no infravermelho

A existência da radiação infravermelha foi confirmada por Sir Willian Hershel em 1800,
utilizando um prisma de vidro e um termómetro, para medir o efeito de aquecimento causado
pela luz solar dentro e fora da região do espectro visível (Barbosa, 2007).

Esta foi a primeira vez que foi demonstrada a existência de radiação


infravermelha, mas por muitos anos a descoberta permaneceu sem utilidade prática
direta. Na perspectiva de Constantino (2006), foi por volta de 1880 que foram feitas as primeiras
tentativas para utilizar espectros de infravermelho para analisar compostos orgânicos, por W.
Abney (especialmente interessado em técnicas fotográficas), com o auxílio de E. R. Festing.
Seus espectros eram fotografias, que despertaram algum interesse mas foram logo deixados de
lado.

Com o avanço da electrónica na década de 1940, é que teve início um estudo mais
profundo e detalhado dos espectros de infravermelho de compostos orgânicos com finalidades
analíticas, devido aos equipamentos mais sofisticados e rápidos se tornaram disponíveis no
mercado, de modo que a partir da década de 1950 a espectroscopia no infravermelho passou a ser
rotineiramente utilizada pelos químicos. Com os equipamentos modernos, a obtenção de um
espectro no infravermelho nos dias de hoje leva alguns minutos (Constantino, 2006; Barbosa
2007).

1.2. Conceitos básicos

A espectroscopia no infravermelho é uma técnica instrumental simples e rápida que pode


evidenciar a presença de vários grupos funcionais. A espectroscopia no IV, como todas as outras
formas de espectroscopia, depende da interacção de moléculas ou átomos com a radiação
electromagnética (Solomons & Fryhle, 2001).

Um espectro no IV pode ser dividido em duas áreas. Dois terços do lado esquerdo do
espectro no IV (4.000 a 1.400 cm-1) representam a região onde a maioria dos grupos funcionais
apresenta suas bandas de absorção. Essa região é chamada região de grupo funcional. O terço
do lado direito do espectro no IV (1.400 a 600 cm-1) é chamado região de impressão digital
5

porque é uma região característica da substância como um todo, assim como a impressão digital
é específica para um indivíduo (Bruice, 2006).

Como os grupos funcionais das moléculas orgânicas incluem átomos ligados por arranjos
específicos daquela molécula. Essas vibrações são quantizadas, e enquanto ocorrem, os
compostos absorvem a energia de IV em regiões particulares da porção infravermelha do
espectro.

Conforme Pavia et al. (2010) quase todos os compostos que tenham ligações covalentes,
sejam orgânicos ou inorgânicos, absorvem várias frequências de radiação eletromagnética na
região do infravermelho do espectro eletromagnético. Essa região envolve comprimentos de
onda maiores do que aqueles associados à luz visível, que vão de aproximadamente 400 a 800
nm.

Figura 1: Uma parte d o espectro eletromagnético que m ostra a relação d o infravermelho


vibracional com outros tipos d e radiação.

Fonte: Pavia et al. (2010).

1.3. Princípios básicos de espectroscopia infravermelha

O termo espectroscopia tem sido utilizado para designar métodos analíticos em que se
estuda a interação electromagnéticas com a matéria, sendo um dos principais objectivos, o estudo
dos níveis de energia de átomos ou moléculas (Pantoja, 2006).
6

Todas as ligações orgânicas têm bandas de absorção na região do infravermelho próximo,


enquanto que os compostos inorgânicos só são detectados quando em complexos orgânicos ou
quelatos. Segundo Pavia et al. (2010) as moléculas, quando absorvem radiação no
infravermelho, são excitadas para atingir um estado de maior energia. A absorção de radiação no
infravermelho é, como outros processos de absorção, um processo quantizado. Uma molécula
absorve apenas frequências (energias) selecionadas de radiação do infravermelho. No processo
de absorção são absorvidas as frequências de radiação no infravermelho que equivalem às
frequências vibracionais naturais da molécula em questão, e a energia absorvida serve para
aumentar a amplitude dos movimentos vibracionais das ligações na molécula. Percebam,
contudo, que nem todas as ligações em uma molécula são capazes de absorver energia no
infravermelho, mesmo que a frequência da radiação seja exatamente igual à do movimento
vibracional.

Dependendo da massa e das ligações químicas em torno de um átomo, têm-se efeitos


vibracionais distintos na molécula. Devido a este carácter vibracional, as moléculas, quando
submetidas à acção de radiações, estão sujeitas ao desenvolvimento de uma série de efeitos
inerentes às ondas eletromagnéticas, tais como absorção, refração, reflexão e espalhamento. Tais
efeitos são específicos dos átomos presentes na molécula, bem como da região do espectro
envolvida, permitindo a identificação de compostos (Silverstein & Webster, 2000)

Para Skoog et al. (2006), as vibrações moleculares dos átomos podem ser classificadas
em deformação axial (ou estiramento) e deformação angular, e podem ser simétricas ou
assimétricas. As vibrações angulares podem ainda ser classificadas como no plano ou fora do
plano.

Apenas as ligações que têm um momento de dipolo que muda como uma função do
tempo são capazes de absorver radiação no infravermelho. Ligações simétricas, como as do H,
ou Cl, não absorvem radiação no infravermelho. Para transferir energia, uma ligação deve
apresentar um dipolo elétrico que mude na mesma frequência da radiação que está sendo
introduzida. O dipolo elétrico oscilante da ligação pode, então, acoplar-se com o campo
eletromagnético da radiação incidente, que varia de forma senoidal. Assim, uma ligação
simétrica que tenha grupos idênticos ou praticamente idênticos em cada ponta não absorverá no
infravermelho.
7

Figura 2: tipos de vibração

Fonte: Skoog et al. (2006).

Para Silverstein e Webster (2000), afirma que a intensidade de uma banda de absorção é
proporcional à concentração do componente que causou esta banda, a quantidade de um
composto presente em uma amostra pode ser determinada através de uma curva de calibração
(intensidade da banda versus concentração) construída a partir de amostras com concentrações
conhecidas do composto em questão.

1.4. Instrumentação

Pelo menos, os dois aparelhos têm vários pontos em comum. Um esquema ultra-simplificado é
mostrado na figura 3.

Fonte: Constantino (2006).


8

A ―lâmpada‖ de infravermelho consiste de um material aquecido a uns 1000 – 1800 °C


por meio de corrente elétrica atravessando um resistor. Materiais que podem dar maior
rendimento de radiação infravermelha incluem vários óxidos (de Zr, Th, Ce) ou carbeto de
silício. Dois feixes são produzidos, um atravessando a amostra e outro a referência. Um espelho
rotativo focaliza ora um ora outro desses feixes no monocromador; o monocromador dispersa a
radiação de forma que a radiação que atinge o detector seja de ―uma única‖ frequência; variando
a posição do monocromador, varia-se a frequência detectada. O sinal do detector é amplificado e
alimentado ao registrador. O detector é um elemento sensível ao calor: um par termoelétrico que
gera uma ―força eletromotriz‖ (uma diferença de potencial) conforme a diferença de temperatura
entre suas duas junções, ou um material cuja resistência elétrica varia com a temperatura, entre
outros.

1.5. Leituras de espectros infravermelhos

Como cada tipo de ligação tem sua própria frequência natural de vibração, e como dois
tipos idênticos de ligações em dois diferentes compostos estão em dois ambientes levemente
diferentes, os padrões de absorção no infravermelho, ou espectro infravermelho, em duas
moléculas de estruturas diferentes nunca são exatamente idênticos. Apesar de as frequências
absorvidas nos dois casos poderem ser iguais, jamais os espectros infravermelhos (os padrões de
absorção) de duas moléculas diferentes serão idênticos. Assim, o espectro infravermelho pode
servir para moléculas da mesma forma que impressões digitais servem para seres humanos.
Quando se comparam os espectros infravermelhos de duas substâncias que se acredita serem
idênticas, pode-se descobrir se elas são, de fato, idênticas. Se os espectros infravermelhos
coincidirem pico a pico (absorção a absorção), na maioria das vezes as duas substâncias serão
idênticas.

Um segundo uso, ainda mais importante, do espectro infravermelho é fornecer a


informação estrutural de uma molécula. As absorções de cada tipo de ligação (N—H, C— H,
O—H, C—X, C = O , C—O, C—C, C = C, CSN, entre outros) são, em geral, encontradas apenas
em certas pequenas regiões do infravermelho vibracional. Uma pequena faixa de absorção pode
ser definida para cada tipo de ligação.
9

Ao analisar o espectro de uma amostra desconhecida, concentre seus primeiros esforços


em determinar a presença (ou a ausência) de alguns grupos funcionais principais. Os picos
devidos a C = O, O—H, N—H, C—O, C = C, C =N e NO2 são os mais evidentes e, se estiverem
presentes, fornecem de pronto uma informação estrutural. Não tente fazer uma análise detalhada
das absorções de C—H de aproximadamente 3000 cm-1; quase todos os compostos têm essas
absorções. Não se preocupe com sutilezas do ambiente exato em que o grupo funcional se
encontra.

1.5.1. Leitura do Espectro de Hidrocarbonetos


Todos os hidrocarbonetos apresentam picos de absorção na região de 2800-3300 cm-1 que
estão associados às vibrações de estiramento carbono-hidrogénio.
Podemos utilizar esses picos na interpretação dos espectros de IV porque a localização do
pico depende da força (e da rigidez) da ligação C— H, que por sua vez depende estado de
hibridização do carbono ligado ao hidrogénio. As ligações C— H envolvendo carbonos com
hibridização sp são as mais fortes e aquelas envolvendo carbono com hibridização sp3 são mais
fracas. A ordem da força de ligação é:

Essa também é a ordem de rigidez da ligação.


 Os picos referentes ao estiramento carbono-hidrogénio dos átomos de hidrogénio ligados a
átomos de carbono com hibridização sp ocorrem em frequências mais altas,
aproximadamente 3300 cm-1 (Barbosa, 2007).
A ligação carbono-hidrogénio de um alquino na extremidade (= C— H) apresenta absorção na
região de 3300 cm-1.
Os picos do estiramento da ligação carbono-hidrogénio dos átomos de hidrogénio ligados a
átomos de carbono hibridizados sp2 ocorrem na região 3000 – 3100 cm-1.
Portanto, as ligações C— H dos carbonos das duplas ligações nos alquenos e os grupos C— H
dos anéis aromáticos fornecem picos de absorção nessa região.
 As bandas de estiramento da ligação carbono-hidrogénio dos átomos de hidrogénio ligados a
átomos de carbono hibridizados sp3 ocorrem nas frequências mais baixas, na região de 2800-
3000 cm-1 (Barbosa, 2007).
10

1.5.1.1. Alcanos
Os alcanos apresentam pouquíssimas bandas de absorção no espectro infravermelho. Produzem
quatro ou mais picos de estiramento de C – H próximos a 3000 cm-1, além de picos de
dobramento de CH2 e CH3 na faixa de 1475 a 1365 cm-1.
1.5.1.1.1 Leitura Espectral de Alcanos
O espectro normalmente é simples, com poucos picos.
C – H estiramento ocorre por volta de 3000 cm-1.
Em alcanos (com excepção de compostos com anéis tensionados), a absorção de C – H sp3
sempre ocorre em frequências mais baixas que 3000 cm-1 (3000 – 2840 cm-1).
Se um composto tem hidrogénios vinílicos, aromáticos, acetilénicos ou ciclopropílicos, a
absorção C – H ocorre em frequências maiores que 3000 cm-1. Esses compostos apresentam
hibridizações do tipo sp e sp2.
CH2 grupos metileno têm uma absorção de dobramento característica de aproximadamente 1465
cm-1. CH3 grupos metil têm uma absorção de dobramento característica de aproximadamente
1375 cm-1. CH2 o movimento de rocking associado com quatro ou mais grupos CH2 em uma
cadeia aberta ocorre aproximadamente 720 cm-1- (denominada mais longa).
C – C o estiramento não é útil como diagnóstico; muitos picos fracos (Barbosa, 2007).
Figura 4: Espectro infravermelho do decano

Fonte: Barbosa (2007).


11

1.5.1.2. Alcenos
Alcenos apresentam muito mais pico do que os alcanos. Os principais picos de uso
diagnóstico são estiramento de C – H para o carbono sp3, em valores maiores que 3000 cm-1,
além dos picos de C – H para átomos de carbono sp3 que aparecem abaixo desse valor. Também
relevantes são os picos de dobramento fora do plano que aparecem entre 1000 e 650 cm-1. Em
compostos assimétricos deve-se esperar um pico de estiramento próximo a 1650 cm-1
(Barbosa, 2007).

1.5.1.2.1. Análise Espectral de Alcenos


Estiramento de sp2 ocorre em valores acima de 3000 cm-1 (3095-3010 cm-1).
Dobramento fora do plano ocorre na faixa de 1000 a 650 cm-1. Essas bandas podem ser
usadas podem ser usadas para determinar o nível de substituição na ligação dupla.
Estiramento ocorre a 1660-1600 cm-1; a conjugação move para frequências mais
baixas e aumenta a intensidade (Barbosa, 2007).
Ligações simetricamente substituídas não absorvem no infravermelho.
Ligações duplas simetricamente dissubstituídas (trans) são com frequência extremamente fracas,
cis são mais fortes.
Figuara 5: Espectro infravermelho de hexeno-1

Fonte: Barbosa (2007).


12

1.5.1.3. Alcinos
Alcinos terminais apresentarão um pico importante de aproximadamente 3300 cm-1 por causa
do . Uma vibração também é uma característica proeminente no espectro de um
alcino terminal, aparecendo em aproximadamente 2150 cm-1.
A cadeia alquila apresentará frequências de estiramento frequências de estiramento para
os átomos de carbono sp3. Outra característica é as bandas de dobramento dos grupos CH2 e CH3.
Alcinos não terminais não apresentarão a banda em 3300 cm-1. O em 2150 cm-1
será muito fraco ou ausente do espectro (Barbosa, 2007). .

1.5.1.3.1. Leitura Espectral dos Alcinos


Estiramento de ocorre normalmente próximo a 3300 cm-1.
Estiramento ocorre próximo de 2150 cm-1; a conjugação move o estiramento para
frequências mais baixas.
Ligações triplas dissubstituídas ou simetricamente substituídas não geram nenhuma absorção ou
geram uma absorção fraca (Barbosa, 2007).
Figura 6: Espectro de infravermelho de octino – 1.

Fonte: Barbosa (2007).

1.5.1.4. Anéis Aromáticos


Compostos aromáticos apresentam várias bandas de absorção no espectro infravermelho,
muitas das quais não têm valor diagnóstico. Os picos de estiramento C – H no carbono sp3
aparecem em valores maiores do que 3000 cm-1. Como as bandas de estiramento C – H em
alcenos aparecem na mesma faixa, pode ser difícil usar as bandas de estiramento C – H para
13

diferenciar entre alcenos e compostos aromáticos. Porém, as bandas de estiramento em


anéis aromáticos aparecem entre 1600 e 1450 cm-1, fora da faixa normal onde o aparece
-1
em alcenos (1650 cm ). Também importantes são os picos de dobramento fora de plano que
aparecem entre 900 e 690 cm-1, que, com bandas de harmónicas fracas em 2000-1667 cm-1,
podem ser usados para definir o padrão de substituição do anel (Barbosa, 2007).

1.5.1.4.1. Leitura Espectral dos Anéis Aromáticos


2
Estiramento em ocorre em valores maiores que 3000 cm-1 (3050-3010 cm-1).
Dobramento fora do plano ocorre em 900 – 690 cm-1. Essas bandas podem ser usadas,
com bastante valia, para definir o padrão de substituição do anel.
Absorções de estiramento de anel, em geral, ocorrem aos pares em 1475 cm-1.
Figura 7: Espectro infravermelho do tolueno

Fonte: Barbosa (2007).

1.5.1.5. Álcoois e fenóis


Os Álcoois e fenóis apresentarão bandas de estiramento O—H intensas e largas centradas entre
3400 e 3300 cm-1, envolvendo a formação extensiva de ligações de hidrogênio. Na solução,
também será possível observar uma banda de estiramento O—H ―livre‖ (sem ligação de H) em
aproximadamente 3600 cm-1 (aguda e mais fraca), à esquerda do pico O—H com ligação de
hidrogênio. Além disso, uma banda de estiramento C—O aparecerá no espectro entre 1260 e
1000 cm-1.
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Figura 8: Espectro infravermelho 1-hexanol.

Fonte: Pavia et al. (2010).

1.5.1.6. Éteres

Éteres apresentam ao menos uma banda C—O na faixa de 1300 a 1000 cm-1. Podem-se
diferenciar éteres alifáticos simples de alcanos pela presença da banda C—O. Em todos os outros
aspectos, o espectro de éteres simples é muito similar ao dos alcanos. Nesta secção, abordam-se
éteres aromáticos, epoxidos e acetais.

Figura 9: Espectro de infravermelho de éter dibutilico

Fonte: Pavia et al. (2010).

1.5.1.7. Compostos carbonílicos

O grupo carbonila está presente em aldeídos, cetonas, ácidos, ésteres, amidas, cloretos de ácidos
e anidridos. Esse grupo absorve com muita intensidade entre 1850 e 1650 cm-1 em razão de sua
grande mudança no momento de dipolo. Como a frequência de estiramento do grupo C = 0 é
15

sensível aos átomos a ele ligados, os grupos funcionais comuns, já mencionados, absorvem em
valores característicos.

Tabela 1: Tabela resumida de frequências de grupos funcionais

Fonte: Skoog et al. (2006).

1.6. Aplicações

A maioria das espécies orgânicas e inorgânicas absorve no infravermelho, assim, a


espectrofotometria nessa região oferece o potencial de determinar um numero muito grande de
substancias. Mais ainda, a individualidade de um espectro infravermelho conduz a um grau de
especificidade que é igualado ou excedido por poucos outros métodos analíticos. Esta
especificidade tem encontrado aplicação principalmente na analise de misturas de compostos
orgânicos estreitamente semelhantes.

A espectroscopia no infravermelho pode ser usada para identificar um composto ou


investigar a composição de uma amostra. A espectroscopia no infravermelho é uma técnica de
muita importância na análise química qualitativa, sendo amplamente utilizada nas áreas de
química de produtos naturais, síntese, transformações orgânicas, análise de um mistura de
hidrocarbonetos aromáticos, determinação de contaminantes do ar, determinação de ligações nos
polímero, entre outras.
16

A espectroscopia no infravermelho pode ser aplicada na obtenção de resinas e síntese de


peptídeos em fase gasosa, tendo como objectivo de analise verificar ocorrência de reacção em 3
etapas na formação da resina benzidrilamino.

1.7. Vantagens

A espectroscopia no infravermelho possui as seguintes vantagens, que são:

 Facilidade de preparação da amostra;


 Possibilidade de uso de amostras em filmes sólidos e outras solidas, liquidas e gasosas;
 Baixo custo;
 Versatilidade do equipamento.
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Conclusão

Chegando o fim do presente trabalho e como constatado que a espectroscopia no


infravermelho fornece evidências da presença de vários grupos funcionais na estrutura orgânica
devido à interacção das moléculas ou átomos com a radiação electromagnética em um processo
de vibração molecular, vale salientar que todos os hidrocarbonetos apresentam picos de absorção
na região de 2800-3300 cm-1 que estão associados às vibrações de estiramento carbono-
hidrogénio.
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Referências bibliográficas

Barbosa, L. C. (2007). Espectroscopia no Infravermelho: na caracterização de compostos


orgânicos . São Paulo: UFV.
Bruice, P. Y. (2006). Química Orgânica, (4 ed., Vol. volume 1). (P. E. Inc, Trad.) São Paulo:
Pearson Education Hall.
Constantino, M. G. (2006). Química Orgânica, volume 3.

Pantoja, P.A. (2006). Aplicação da espectroscopia de infravermelho próximo na caracterização


da carga de petróleo para o processo de destilação atmosférica. 122 f. Dissertação (Mestre
em Engenharia Química). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Pavia, D. L., Lapman, G. M., Kriz, G. S., & Vyvyan. (2010). Introdução à espectroscopia,
CENGAGE Learning, Tradução da 4a edição norte-americana.

Silverstein, R.M.; Webster, F.X. (2000). Identificação Espectrométrica de Compostos


Orgânicos. 6ª. Ed. Rio de Janeiro: LTC, p.67-78.

Skoog, D. A; Holler, F. J.; Nieman, T. A. (2006). Princípios de Análise Instrumental, 5ª ed.


Porto Alegre: Bookman, 836p.

Solomns, T. G., & Fryhle, C. B. (2001). Química Orgânica, 1a Ed., Vol. I, (W. O. Lin, Trad.)
Rio de Janeiro: LTC.

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