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Espectroscopia no infravermelho
Licenciatura em Ensino de Química
Universidade Rovuma
Nampula
2022
Assane Kanna
Espectroscopia no infravermelho
Universidade Rovuma
Nampula
2022
Índice
Introdução .......................................................................................................................................3
Conclusão ......................................................................................................................................17
Introdução
O presente trabalho envolveu método bibliográfico que permitiu o grupo ter informações
sobre o que foi estudado sobre o tema desenvolvido ou pesquisado, que serviu para sustentar de
forma científica o trabalho. Entretanto, o grupo baseou-se nas várias consultas de manuais,
artigos e livros que abordaram sobre o tema.
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1. Espectroscopia infravermelha
A existência da radiação infravermelha foi confirmada por Sir Willian Hershel em 1800,
utilizando um prisma de vidro e um termómetro, para medir o efeito de aquecimento causado
pela luz solar dentro e fora da região do espectro visível (Barbosa, 2007).
Com o avanço da electrónica na década de 1940, é que teve início um estudo mais
profundo e detalhado dos espectros de infravermelho de compostos orgânicos com finalidades
analíticas, devido aos equipamentos mais sofisticados e rápidos se tornaram disponíveis no
mercado, de modo que a partir da década de 1950 a espectroscopia no infravermelho passou a ser
rotineiramente utilizada pelos químicos. Com os equipamentos modernos, a obtenção de um
espectro no infravermelho nos dias de hoje leva alguns minutos (Constantino, 2006; Barbosa
2007).
Um espectro no IV pode ser dividido em duas áreas. Dois terços do lado esquerdo do
espectro no IV (4.000 a 1.400 cm-1) representam a região onde a maioria dos grupos funcionais
apresenta suas bandas de absorção. Essa região é chamada região de grupo funcional. O terço
do lado direito do espectro no IV (1.400 a 600 cm-1) é chamado região de impressão digital
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porque é uma região característica da substância como um todo, assim como a impressão digital
é específica para um indivíduo (Bruice, 2006).
Como os grupos funcionais das moléculas orgânicas incluem átomos ligados por arranjos
específicos daquela molécula. Essas vibrações são quantizadas, e enquanto ocorrem, os
compostos absorvem a energia de IV em regiões particulares da porção infravermelha do
espectro.
Conforme Pavia et al. (2010) quase todos os compostos que tenham ligações covalentes,
sejam orgânicos ou inorgânicos, absorvem várias frequências de radiação eletromagnética na
região do infravermelho do espectro eletromagnético. Essa região envolve comprimentos de
onda maiores do que aqueles associados à luz visível, que vão de aproximadamente 400 a 800
nm.
O termo espectroscopia tem sido utilizado para designar métodos analíticos em que se
estuda a interação electromagnéticas com a matéria, sendo um dos principais objectivos, o estudo
dos níveis de energia de átomos ou moléculas (Pantoja, 2006).
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Para Skoog et al. (2006), as vibrações moleculares dos átomos podem ser classificadas
em deformação axial (ou estiramento) e deformação angular, e podem ser simétricas ou
assimétricas. As vibrações angulares podem ainda ser classificadas como no plano ou fora do
plano.
Apenas as ligações que têm um momento de dipolo que muda como uma função do
tempo são capazes de absorver radiação no infravermelho. Ligações simétricas, como as do H,
ou Cl, não absorvem radiação no infravermelho. Para transferir energia, uma ligação deve
apresentar um dipolo elétrico que mude na mesma frequência da radiação que está sendo
introduzida. O dipolo elétrico oscilante da ligação pode, então, acoplar-se com o campo
eletromagnético da radiação incidente, que varia de forma senoidal. Assim, uma ligação
simétrica que tenha grupos idênticos ou praticamente idênticos em cada ponta não absorverá no
infravermelho.
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Para Silverstein e Webster (2000), afirma que a intensidade de uma banda de absorção é
proporcional à concentração do componente que causou esta banda, a quantidade de um
composto presente em uma amostra pode ser determinada através de uma curva de calibração
(intensidade da banda versus concentração) construída a partir de amostras com concentrações
conhecidas do composto em questão.
1.4. Instrumentação
Pelo menos, os dois aparelhos têm vários pontos em comum. Um esquema ultra-simplificado é
mostrado na figura 3.
Como cada tipo de ligação tem sua própria frequência natural de vibração, e como dois
tipos idênticos de ligações em dois diferentes compostos estão em dois ambientes levemente
diferentes, os padrões de absorção no infravermelho, ou espectro infravermelho, em duas
moléculas de estruturas diferentes nunca são exatamente idênticos. Apesar de as frequências
absorvidas nos dois casos poderem ser iguais, jamais os espectros infravermelhos (os padrões de
absorção) de duas moléculas diferentes serão idênticos. Assim, o espectro infravermelho pode
servir para moléculas da mesma forma que impressões digitais servem para seres humanos.
Quando se comparam os espectros infravermelhos de duas substâncias que se acredita serem
idênticas, pode-se descobrir se elas são, de fato, idênticas. Se os espectros infravermelhos
coincidirem pico a pico (absorção a absorção), na maioria das vezes as duas substâncias serão
idênticas.
1.5.1.1. Alcanos
Os alcanos apresentam pouquíssimas bandas de absorção no espectro infravermelho. Produzem
quatro ou mais picos de estiramento de C – H próximos a 3000 cm-1, além de picos de
dobramento de CH2 e CH3 na faixa de 1475 a 1365 cm-1.
1.5.1.1.1 Leitura Espectral de Alcanos
O espectro normalmente é simples, com poucos picos.
C – H estiramento ocorre por volta de 3000 cm-1.
Em alcanos (com excepção de compostos com anéis tensionados), a absorção de C – H sp3
sempre ocorre em frequências mais baixas que 3000 cm-1 (3000 – 2840 cm-1).
Se um composto tem hidrogénios vinílicos, aromáticos, acetilénicos ou ciclopropílicos, a
absorção C – H ocorre em frequências maiores que 3000 cm-1. Esses compostos apresentam
hibridizações do tipo sp e sp2.
CH2 grupos metileno têm uma absorção de dobramento característica de aproximadamente 1465
cm-1. CH3 grupos metil têm uma absorção de dobramento característica de aproximadamente
1375 cm-1. CH2 o movimento de rocking associado com quatro ou mais grupos CH2 em uma
cadeia aberta ocorre aproximadamente 720 cm-1- (denominada mais longa).
C – C o estiramento não é útil como diagnóstico; muitos picos fracos (Barbosa, 2007).
Figura 4: Espectro infravermelho do decano
1.5.1.2. Alcenos
Alcenos apresentam muito mais pico do que os alcanos. Os principais picos de uso
diagnóstico são estiramento de C – H para o carbono sp3, em valores maiores que 3000 cm-1,
além dos picos de C – H para átomos de carbono sp3 que aparecem abaixo desse valor. Também
relevantes são os picos de dobramento fora do plano que aparecem entre 1000 e 650 cm-1. Em
compostos assimétricos deve-se esperar um pico de estiramento próximo a 1650 cm-1
(Barbosa, 2007).
1.5.1.3. Alcinos
Alcinos terminais apresentarão um pico importante de aproximadamente 3300 cm-1 por causa
do . Uma vibração também é uma característica proeminente no espectro de um
alcino terminal, aparecendo em aproximadamente 2150 cm-1.
A cadeia alquila apresentará frequências de estiramento frequências de estiramento para
os átomos de carbono sp3. Outra característica é as bandas de dobramento dos grupos CH2 e CH3.
Alcinos não terminais não apresentarão a banda em 3300 cm-1. O em 2150 cm-1
será muito fraco ou ausente do espectro (Barbosa, 2007). .
1.5.1.6. Éteres
Éteres apresentam ao menos uma banda C—O na faixa de 1300 a 1000 cm-1. Podem-se
diferenciar éteres alifáticos simples de alcanos pela presença da banda C—O. Em todos os outros
aspectos, o espectro de éteres simples é muito similar ao dos alcanos. Nesta secção, abordam-se
éteres aromáticos, epoxidos e acetais.
O grupo carbonila está presente em aldeídos, cetonas, ácidos, ésteres, amidas, cloretos de ácidos
e anidridos. Esse grupo absorve com muita intensidade entre 1850 e 1650 cm-1 em razão de sua
grande mudança no momento de dipolo. Como a frequência de estiramento do grupo C = 0 é
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sensível aos átomos a ele ligados, os grupos funcionais comuns, já mencionados, absorvem em
valores característicos.
1.6. Aplicações
1.7. Vantagens
Conclusão
Referências bibliográficas
Pavia, D. L., Lapman, G. M., Kriz, G. S., & Vyvyan. (2010). Introdução à espectroscopia,
CENGAGE Learning, Tradução da 4a edição norte-americana.
Solomns, T. G., & Fryhle, C. B. (2001). Química Orgânica, 1a Ed., Vol. I, (W. O. Lin, Trad.)
Rio de Janeiro: LTC.