Você está na página 1de 24

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – IFES –

CAMPUS VITÓRIA – ENGENHARIA METALÚRGICA

VICTOR ANDRISEN SANT’ANA

MATERIAIS POLIMÉRICOS
Identificação de polímeros por métodos simples e por espectroscopia no
infravermelho com transformada de Fourier (FTIR)

VITÓRIA
2022
2

VICTOR ANDRISEN SANT’ANA

MATERIAIS POLIMÉRICOS
Identificação de polímeros por métodos simples e por espectroscopia no
infravermelho com transformada de Fourier (FTIR)

Relatório científico,
apresentado ao prof. Dr. Kinglston
Soares do IFES, como parte das
exigências do curso de Engenharia
Metalúrgica na disciplina de Materiais
Poliméricos

VITÓRIA, 16 de fevereiro de 2022.


3

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA ................................................................... 4

2. OBJETIVO ........................................................................................ 11

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................ 11

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 13

5. CONCLUSÃO ................................................................................... 22

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 24


4

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

1.1 POLÍMEROS
A definição de polímero vem de uma macromolécula composta por muitas
(dezenas de milhares) de unidades de repetição que são chamadas de meros,
ligadas por ligação química covalente. O monômero é o nome dado para a
matéria prima da produção de polímeros e dependendo do tipo de monômero
(estrutura química), o número médio de meros por cadeia e do tipo de ligação
covalente, pode-se dividir os polímeros em termoplásticos, termofixos e
elastômeros. A divisão também remete a diferentes características que cada
classe terá. [1]
Na atualidade, os polímeros revolucionam o mundo com sua utilização em
grande escala por diversas áreas da indústria e até para substituição de
equipamentos que antes eram produzidos com outro material. Essa ampla
utilização vem de suas principais características, como: baixo custo, peso
reduzido, elevada resistência, variação de formas e cores, etc. Com a grande
quantidade e variedade vem também a preocupação com o ato do descarte que
representa um problema ambiental difícil e grave, já que o material é de difícil
desintegração por não reagir quimicamente com a maioria das outras
substâncias. A opção é a reciclagem, que tem sido cada vez mais difundida no
mundo.[1]
Na vasta variedade de polímeros encontradas no cotidiano, há certa
dominância dos termoplásticos, que se dividem em polietilenos, polipropilenos,
poliestirenos, poliésteres, poliuretanos, policarbonatos e muitos outros. Dentro
da similaridade de algumas dessas classes, elas apresentam diferentes
características físicas e químicas que irão convergir nas diferentes utilizações
que esses materiais possuem. São essas diferentes características físicas e
químicas que podem ser analisadas em testes e experimentos para promoverem
a identificação dos polímeros ali amostrados.[1]

1.2 IDENTIFICAÇÃO DE POLÍMEROS POR MÉTODO SIMPLES


O método simples de identificação de polímeros é um método muito
realizado nas indústrias e fornecem resultados bastante positivos. Somente com
5

o teste de aquecimento pode ser possível identificar o polímero. Com a


realização de uma sequência de atividades é possível a identificação de uma
variedade de polímeros puros. [1]
O primeiro passo consiste no exame preliminar classificando os grupos
em borrachas, termofixos e termoplásticos. Além disso, também pode ser
observada a aparência, rigidez e método de fabricação do artefato.[1]
Posteriormente a essa primeira observação seguem-se testes simples de
rápida realização, como os testes de odor, tato, estimar a densidade e teste de
Beilstein.
Alguns exemplos relacionados são os polisulfetos e placas de borracha
natural defumadas que possuem odor característico, ao passo que polietilenos
se apresentam cerosos e pode ser mais facilmente riscado com a unha do que
o polipropileno.[1]
A medida da densidade é relativa, tomando-se a água como referência e
observando se o material tem densidade maior ou menor que 1g/cm³.[1]
A próxima etapa é realizada com pequenas porções da amostra nos testes
de aquecimento. É importante observar questões relativas facilidade de fusão,
capacidade de escoamento, cor e aspecto da chama, odor e acidez da fumaça,
formação de fuligem e natureza do resíduo de queima. Esses aspectos devem
ser comparados as características encontradas na literatura de materiais puros.
Após as 3 etapas anteriores, chega-se à identificação final que utiliza
equipamentos como NMR, IR ou DSC para identificar cada polímero de acordo
com uma sequência de reações químicas específicas.[1]
As características a serem observadas nos polímeros podem ser
encontradas na tabela a seguir:
6

Tabela 1: Características de alguns polímeros

Fonte: CANEVAROLO [1]


7

1.3 IDENTIFICAÇÃO DE POLÍMEROS POR ESPECTROSCOPIA NO


INFRAVERMELHO
A espectroscopia é o estudo da interação da radiação eletromagnética
com a matéria. Esta radiação apresenta a dualidade onda-partícula e se propaga
numa dada direção a partir de seus vetores campo elétrico e campo magnético.
Sua interação com a matéria acontece em três processos distintos chamados de
absorção, emissão e espalhamento de radiação. [2]
Desse modo, a espectroscopia vibracional estuda a transição das
vibrações normais moleculares e compreende as técnicas de absorção no
infravermelho e espalhamento de Ramán. O mecanismo do estudo deve-se as
vibrações normais apresentadas pelas moléculas que permitem obter
informações sobre os aspectos estruturais como a composição química,
estrutura configuracional e conformacional, além de indicações de forças
interatômicas devido à presença de interações moleculares. A técnica consiste
na observação da frequência e intensidade de radiação infravermelha absorvida
quando um feixe de radiação atravessa a amostra. A incidência de radiação
infravermelha na molécula na mesma frequência de vibração de uma de suas
ligações aumentará a amplitude dessa vibração e absorverá parte da energia
incidente, de modo a reduzir a intensidade da radiação transmitida, gerando um
espectro de infravermelho característico para um material. [1]
O equipamento responsável por essa análise é o espectrômetro que
registra o resultado na forma de uma banda de absorção. Um dos tipos mais
utilizados pela grande sensibilidade é o espectrômetro com transformada de
Fourier (FTIR), que utiliza um interferômetro de Michelson com finalidade de
dividir o feixe da radiação da fonte de infravermelho de tal forma que ele reflita
simultaneamente a partir de um espelho em movimento e um espelho fixo. Os
feixes refletidos voltam a se combinar e passam através da amostra para o
detector que reproduz os dados na forma de um gráfico de tempo por intensidade
do sinal, chamado de interferograma. O esquema óptico de um espectrômetro
FTIR pode ser observado na figura 1. [2]
8

Figura 1: Esquema óptico de um espectrômetro FTIR.

Fonte: CANEVAROLO [2]


A radiação infravermelha converte-se em energia de vibração molecular
após ser absorvida por uma molécula orgânica. O movimento vibracional que
reflete o espectro costuma aparecer em formas de bandas. Dessa forma, a
localização de uma banda pode ser especificada de acordo com a sua frequência
e comprimento de onda, enquanto a intensidade da banda é medida pela
transmitância (razão entre energia transmitida e energia incidente) ou pela
absorvância (logarítimo na base dez do recíproco da transmitância). As regiões
mais importantes para observação do espectro envolvem o início e o final do
espectro nas faixas de 4000 – 1300𝑐𝑚−1 e 900 – 690𝑐𝑚−1 . [2]
Em termos práticos, espectros da amostra desconhecida podem ser
comparados com espectros de amostras padrões, facilitando a identificação do
material. É importante realizar a calibração do espectrofotômetro com a
utilização de picos referenciais característicos. A figura 2 mostra o espectro de
absorção no infravermelho do poliestireno. [1]
9

Figura 2: Espectro de absorção no infravermelho de poliestireno (PS)

Fonte: CANEVAROLO [1]


Um espectrômetro de infravermelho determina as posições e intensidades
relativas de todas os picos ou absorções na região do infravermelho e registra
graficamente. Algumas literaturas tabelam esses picos para as ligações
apresentadas. Para as frequências de estiramento C-H e C=O, o espectro
exibe pelo menos dois picos de forte absorção em mais ou menos 3000 e
1715𝑐𝑚−1 respectivamente. A forma da banda e a intensidade podem ser
descritas para distinguir picos em regiões confusas, já que as ligações C==O
e C=C, por exemplo, também absorvem na mesma região do espectro
infravermelho, em 1850-1630𝑐𝑚−1 e 1680-1620𝑐𝑚−1 respectivamente. A
ligação C=O é um absorvente forte enquanto a C=C absorve muito menos.
Diversas ligações podem ser tabeladas e comparadas com amostras
desconhecidas, como mostra a tabela 2 a seguir: [4]
Tabela 2 e 3: Tabelas de correlação simplificada.
10

Fonte: PAVIA et al. [4]


11

Assim, a espectroscopia vibracional mostra-se uma ferramenta poderosa


na identificação, na determinação de grupos funcionais em polímeros e nos
estudos de conformação e estrutura de macromoléculas, permitindo a obtenção
do espectro vibracional completo da molécula. [2]

2. OBJETIVO
O objetivo das experiências realizadas foi promover a identificação de
polímeros por método simples e por FTIR. Foi observado o comportamento dos
materiais plásticos e borrachosos ao serem submetidos ao aquecimento, além
de exames preliminares aparentes e de densidade. Na segunda parte foi
possível identificar amostras de polímeros em forma de filmes através da
interpretação dos espectros de absorção de radiação na região do infravermelho.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS
Prática 1: Método Simples
• Amostras de PP, PEBD, ABS, PET, Poliacetato de Celulose, PC, PS,
PMMA e duas amostras desconhecidas;
• Balança de precisão;
• Béqueres;
• Proveta;
• Bastão de vidro;
• Espátula;
• Lamparina;
• Água destilada;

Prática 2: Espectroscopia no infravermelho


• Amostras de polímeros desconhecidos;
• Agitador Magnético com aquecimento (Marconi, MA 085/CT,
13610039, 500W, 220 Vac);
12

• Placas de vidro;
• Espectrômetro Agilent Technologies Cary 630 FTIR com acessório
ATR (atenuação da reflectância total);

3.2 MÉTODOS
Inicialmente observou-se aspectos como translucidez e opacidade, tato e
odor das amostras fornecidas. Em seguida foi feito o teste de densidade relativa
ao colocar pequenos pellets de amostras dentro do béquer com água e observar
se flutuariam (ρ<1g/cm³) ou afundariam (ρ>1g/cm³);
O teste de chama foi realizado com o aquecimento fornecido pela
lamparina sobre os polímeros depositados na ponta da espátula até que se
alcançasse a decomposição dos mesmos para observação de características já
mencionadas.
Para observação no espectrômetro foi necessária a preparação da
amostra pelo processo de termoprensagem. Os pellets de polímero
desconhecido foram aquecimentos em uma placa de vidro no agitador magnético
13

e prensados por outra placa de vidro, de modo a obter um filme. Esse filme obtido
foi destacado e observado no Infravermelho.
Primeiramente, foi feito um background no equipamento para que o
espectro do ambiente fosse descontado do espectro a ser encontrado na
amostra, com 8 varreduras. Com ajuda do equipamento de ATR foi possível
obter o espectro de infravermelho com uso de parâmetros operacionais comuns
do espectrofotômetro dentro do intervalo do número de onda de 4000 – 650𝑐𝑚−1
com 160 varreduras e resolução de 4𝑐𝑚−1 .

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 TESTE DE DENSIDADE E TESTE DE AQUECIMENTO

4.1.1 Polipropileno (PP)


Figura 3: Fórmula química e aspecto da amostra PP.

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


Ao observar o polímero, foi possível constatar que seus pellets eram
redondos e transparentes. Ao realizar o teste de densidade nas amostras de PP
foi constatado que o polímero flutua, ou seja, possui densidade menor que da
água (menor que 1g/cm³).
No teste de chama, foi possível observar que o polímero libera odor de
parafina ou vela queimada, gerou pouca fumaça, fundiu e fluiu, apresentando
uma chama azul estável. Foi constatada facilidade de fusão, e após a queima
uma fumaça branca sem fuligem foi gerada ou resíduo.
4.1.2 Polietileno de alta densidade (PEAD)
Figura 4: Fórmula química e aspecto da amostra PEAD.
14

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


No teste inicial, foi observado que o polímero apresentava pellets
translúcidos e redondos. Ao ser feito o teste de densidade, o polímero flutuou na
água, apresentando densidade inferior a 1. A similidade com o PP é evidente na
fórmula química formada somente por átomos de carbono e hidrogênio, e
também justifica algumas das características encontradas no teste de chama.
Foi possível constatar que o polímero liberou odor de vela queimada e fumaça
branca, fundiu, fluiu, além de certa facilidade de fusão. Com o aquecimento sua
cor foi mudada para branca. Sua queima foi em chama amarela de base azul
estável, sem fuligem ou resíduo.

4.1.3 Policarbonato (PC)


Figura 5: Fórmula química e aspecto da amostra PC

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


Os pellets utilizados de PC apresentaram um formato cilíndrico e um
aspecto transparente e brilhoso. No teste de densidade o pellet afundou, o que
constata que sua densidade é maior que 1. No teste de chama, foi constatado
que o polímero demora a fundir, mudando de cor e fluindo, ao passo que libera
fuligem, resíduo e odor fenólico. Produz fumaça e uma chama alaranjada. O
polímero possui o grupo Bisfenol-A em sua fórmula química, que causa efeitos
15

em suas características em comparação as encontradas anteriormente no PP e


no PEAD.
4.1.4 Poliestireno (PS)
Figura 6: Fórmula química e aspecto da amostra PS.

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


O PS apresentou pellets cilíndricos e translúcidos. No teste de densidade
o polímero afundou, apresentando densidade maior que 1. No teste de chama
foi constatado o odor estirênico, a demora para fundir e fluir e a liberação de
fuligem. Além disso, houve a presença de uma chama laranja estável que liberou
bastante fumaça branca. Essas características correspondem a fórmula química
que apresenta 8 carbonos e um anel aromático.
4.1.5 Polietileno tereftalato (PET)
Figura 7: Fórmula química e aspecto da amostra PET.

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


O PET apresentou pellets brancos e opacos devido a pigmentação
colocada. No teste de densidade ele afundou e revelou ter densidade maior que
1. No teste de chama foi possível observar que o polímero fundiu e fluiu na forma
16

de um fluido viscoso, ao passo que libera fumaça branca, fuligem e resíduo. Seu
odor é doce (frutado) e sua chama amarela e instável. Essas características vêm
da sua fórmula química com o grupo funcional éster.

4.1.6 Polimetilmetacrilato (PMMA)


Figura 8: Fórmula química e aspecto da amostra PMMA.

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


O PMMA apresentou um aspecto de pó branco e fino, vítreo e
transparente, o qual afundou no teste de densidade e revelou possuir densidade
maior que da água. No teste de chama foi possível observar que o material funde
e flui sem gerar fuligem ou resíduos. O odor gerado se assemelha ao alho, com
uma fumaça branca e chama alaranjada. Além disso sua ignição foi imediata.
O odor gerado vem do metacrilato de metila que também está presente
no alho.
4.1.7 Poliacetato de celulose
Figura 9: Fórmula química e aspecto da amostra Acetato de celulose.

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


17

O poliacetato de celulose apresentou pellets opacos e finos, que afundam


no teste de densidade e possuem densidade maior que 1. Ao aquecer o polímero
foi possível observar que ele não flui e decompõe liberando fumaça branca,
resíduo e odor de vinagre. Sua chama é amarela e não libera fuligem. O odor
encontrado deve-se a presença do ácido acético.
4.1.8 Resina poliéster insaturada
Figura 10: Fórmula química e aspecto da amostra de resina poliéster
insaturada

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


O termofixo apresentou-se no aspecto de caco, rígido e amorfo. Ele
afundou na água, mostrando densidade maior que 1. No teste de chama, o
polímero decompõe produzindo resíduo e muita fuligem, com odor estirênico,
fumaça branca e chama amarela com base azul.

4.1.9 Acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS)


Figura 11: Fórmula química e aspecto da amostra ABS.

Fonte: Adaptado de BRAUN [3]


18

O polímero foi utilizado na forma de pellets opacos, cilíndricos e com


pigmento. Apresentou densidade maior que 1 ao afundar na água. No teste de
chama foi constatado o cheiro de borracha queimada (estireno), não fundiu nem
fluiu, liberando fuligem e fumaça branca com resíduo. Sua chama é instável e
laranja. Ela se diferencia pela presença da ligação C-N.

4.1.10 Amostra desconhecida 1


A primeira amostra desconhecida apresentou características opacas e na
cor branca. Ao realizar o teste de chama o polímero flui e funde, com elevada
viscosidade. Apresenta cheiro de vela queimada, fumaça branca, chama azul
estável. Sem geração de fuligem e sem resíduo.
A primeira amostra desconhecida apresenta características semelhantes
ao PEAD, já que possui odor de vela queimada, fumaça branca, capacidade de
fundir e fluir, chama azul estável, mudança de cor no aquecimento, fácil ignição
e ausência de fuligem que também foram encontrados na queima do PEAD. É
muito semelhante ao PP mas se difere ao tornar-se claro quando fundido e pela
ignição imediata, já que a Tm do PE está em torno de 115-135ºC enquanto a do
PP está em 165ºC. Dessa forma, podemos concluir que a amostra é um
polietileno.
4.1.11 Amostra desconhecida 2
A segunda amostra desconhecida apresentou aspecto transparente. No
teste de chama, o polímero foi mudando de cor para branco com o aquecimento,
até fundir e fluir. Gerou uma fumaça branca com resíduo e fuligem, com uma
chama laranja instável, além do odor frutado.
A segunda amostra desconhecida apresenta aspectos semelhantes ao
PET como a mudança de cor no aquecimento, a fusão e o aspecto fluido, a
geração de fuligem e resíduo, além da chama laranja instável. O odor frutado e
adocicado torna-se característico desse tipo de material. Essas características
vão de encontro ao teste de chama realizado anteriormente nesse tipo de
material e nos leva a concluir que a segunda amostra desconhecida é uma
amostra de PET.

4.2 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO


19

4.2.1 Amostra 1
Figura 12: Espectro da 1ª amostra.

Fonte: Autor
O espectro encontrado tem seus picos nos valores de aproximadamente
2900, 2250, 1400 e 700𝑐𝑚−1. Nesses pontos, são encontradas ligações
características de C-H. C-C. C≡N. Ainda mais, podemos comparar com
espectros da literatura, apresentando grande similaridade com o espectro do PS,
SAN e ABS. Dentre esses, podemos analisar na figura 14 e concluir que é mais
provável que o SAN seja o material analisado.
Figura 13: Espectro do polímero SAN.
20

Fonte: BRAUN [3]


4.2.2 Amostra 2
Figura 14: Espectro da 2ª amostra

Fonte: Autor
A amostra apresentada possui picos em nos valores de 2700-3000, 1300-
1500, 1200 e 800-1000𝑐𝑚−1.Nesses valores, de acordo com as tabelas 2 e 3,
são encontrados espectros de ligações C-C e C-H. Nessas condições, o
polímero apontado para esse espectro é o Polipropileno (PP), que possui o
espectro apresentado a seguir na figura 16.
Figura 15: Espectro do polímero PP.
21

Fonte: BRAUN [3]


4.2.3 Amostra 3

Figura 16: Espectro da 3ª amostra

Fonte: Autor
A terceira amostra analisada tem poucos e intensos picos localizados nos
valores de 2800-2950, 1500 e 750 𝑐𝑚−1. Nesses valores devem ser
encontrados os espectros das ligações C-C e C-H características da
fórmula química do PE, podendo assim corresponder esse polímero ao
polietileno de alta densidade (HDPE), que possui o espectro puro
assinalado para comparação na figura 17:
Figura 17: Espectro do HDPE.

Fonte: BRAUN [3]


22

4.3 DISCUSSÃO

Com os resultados obtidos foi possível identificar as amostras de


polímeros utilizadas de acordo com suas características demonstradas nos
testes mencionados.
Para os testes de densidade e chama é importante salientar que os
polímeros testados apresentaram grande similaridade de comportamento com
as informações literárias a respeito. Ainda mais, é possível observar que cada
comportamento se baseia na composição química e nas ligações que existem
em cada polímero, fazendo com que existam as diferenças entre polímeros que
fundem, degradam, deixam fuligem e resíduos ou não. Dois exemplos são o PP
e o PC, em que no primeiro não há geração de fuligem e resíduos enquanto no
segundo há. Ademais, o PMMA também queima sem gerar fuligem nem resíduo,
ao passo que o termofixo poliéster insaturado decompõe com resíduo e fuligem.
O odor característico de alguns elementos do cotidiano como queima de
borrachas, velas, doces, também pode ser encontrado pela presença desses
compostos na cadeia polimérica. Dessa forma, pela análise das duas amostras
desconhecidas pode-se deduzir que elas se tratam de um polietileno e um
polietileno tereftalato.
Para os testes realizados por meio do espectrômetro, pode-se observar
os picos e a semelhança de cada um deles com os espectros encontrados nas
referências bibliográficas. Além disso, os picos possuem valores característicos
de elementos e ligações químicas presentes nas amostras utilizadas. Todas as
analises conseguiram ser interpretadas e comparadas com espectros, chegando
ao resultado que as amostras são de PP, PE e SAN.

5. CONCLUSÃO
Por conseguinte, concluímos que foi possível compreender a diferença
nos métodos de identificação de polímeros, de modo que um método mais
sofisticado e objetivo como a espectroscopia no infravermelho traz maior
confiabilidade nos resultados pela alta precisão e agilidade, mas exige mão de
obra qualificada e equipamentos adequados. Dessa maneira, também é possível
realizar grandes inferências a respeito de polímeros com testes de método
23

simples que dependem dos sentidos do analista. Suas vantagens estão no baixo
custo e na diferenciação de fusibilidade, de modo que podem ser aplicados a
processos em que haja necessidade de separação de polímeros sem
identificação, como na reciclagem.
Ainda mais, foi possível observar as diferenças entre os polímeros
analisados de acordo com suas características químicas, estruturais e de
processamento que promovem diferentes valores de densidade, comportamento
de queima e absorção do espectro infravermelho.
24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

[1] CANEVAROLO JÚNIOR, Sebastião, V, Ciência dos polímeros: um


texto básico para tecnólogos e engenheiros. São Paulo: Artiliber, 2002;
[2] CANEVAROLO JÚNIOR, Sebastião, V, Técnicas de caracterização de
polímeros. São Paulo: Artiliberm 2003;
[3] BRAUN, Dietrich, Simple methods for identification of plastics.
Cincinnati: Hanser Publications, 2013, 5ed;
[4] PAVIA, D.L., LAMPMAN, G. M., KRIZ, G.S., VYVYAN. J.R., Introdução
à espectroscopia. Tradução da 4ªed norte-americana. Departamento de Química
Universidade Western Washington, Bellingham, Washinton, EUA. 2010.

Você também pode gostar