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TECNOLOGIA INSTRUMENTAL
Docentes:
Natália Fernandes, Msc.
&
Tatiana Gomes, Lic.
MAIO, 2019
ESPECTROFOMETRIA ULTRAVIOLETA E VISÍVEL
GRUPO Nº03
ELEMENTOS DO GRUPO
Débora Constância Malungo Ntambu
Délcio Rosário Dala Caxoco
Denlson Jeremias Gabriel Námbua
Dionísia Sebastião Panzo
IIº-Ano/ 3º Semestre
Periodo: Diurno
Curso: Análises Clínicas e Saúde Pública
MAIO, 2019
I
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Ƹ - a letra grega épsilon é a absortividade molar (com unidades de L/mol*cm)
π – ligação Pi no estado fundamental
π*- ligação Pi no estado excitado
σ - ligações sigma
A0 - Absorbância da amostra original
ASp - Absorbância da amostra contaminada
b- é camnho ótico, ou a distância que a luz deve percorrer através da amostra, em unidades de
cm.
C-concentração molar da espécie absorvente, em unidades de M, ou mol/L.
C0 - é a concentração do analito na amostra original.
Cs - concentração de analito na solução padrão
CSp -é a concentração total de analito na amostra que foi contaminada com uma quantidade
conhecida do analito.
FIA - do inglês flow injection analysis
k - é uma constante de proporcionalidade
K – Kelvin
MODY - do inglês Maturity onset diabetes of the young.
nm-nanometro, metro dividido por bilião.
P - poder da luz após a passagem através de uma amostra (poder transmitido)
P0 - poder radiante inicial da luz
pH- potencial de Hidrogênio
T- transmitância
UV-vis – Ultravioleta visível
V0- volume original da amostra
Vs - volume da solução padrão que foi contaminada na amostra
II
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
2. OBJECTIVOS ................................................................................................................... 2
2.1. Objectivo geral ............................................................................................................. 2
2.2. Objectivos específicos ................................................................................................. 2
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 3
3.1. CONCEITOS ............................................................................................................... 3
3.2. HISTÓRIA DA ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA VISÍVEL ............. 3
3.3. LEI DE BEER .............................................................................................................. 4
3.3.1. LIMITAÇÕES DA LEI DE BEER ...................................................................... 4
3.4. ESPECTROSCOPIA ULTRAVIOLETA VISÍVEL ................................................... 5
3.5. INSTRUMENTOS PARA A ESPECTROFOTOMETRIA DE ULTRAVIOLETA-
VÍSIVEL ................................................................................................................................. 6
3.5.1. INSTRUMENTOS DE FEIXE SIMPLES E DUPLO ....................................... 10
3.5.2. DISPOSITIVOS RELACIONADOS ................................................................. 11
3.6. MÉTODOS DE ESPECTROFOMETRIA ULTRAVIOLETA VISÍVEL ................ 12
3.7. UTILIZAÇÃO DE ESPECTROFOTÔMETRO ....................................................... 14
3.8. REACÇÕES COLORIMÉTRICAS E SUAS CORRELAÇÕES .............................. 14
3.9. CUIDADOS EM ESPECTROFOTOMETRIA ......................................................... 17
4. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 18
5. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 19
III
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho surgiu no âmbito do curso de licenciatura em Análises Clínicas e Saúde
Pública, lecionada no Instituto Superior de Ciências da Saúde (ISCISA) unidade órgânica da
Universidade Agostinho Neto, cujo objectivo é apresentar aos alunos do IIº ano um dos
métodos laboratoriais usados na análise quantitativa e obter nota para segunda prova de
Tecnologia Instrumental, cadeira lecionada pela Professora Natália Fernandes junto com a
Professora Tatiana Gomes.
A elaboração deste trabalho deu-se em várias fases. Uma primeira fase onde foi feita a
fundamentação teórica, nomeadamente a definição dos conceitos chaves para melhor
entendimento do tema. A seguir falou-se sobre a história, sobre uma lei aplicada, sobre os
princípios gerais, instrumentos, métodos, como é feita a análise espectrofotométrica, algumas
análises colorimétricas e cuidados a ter quando usamos o espectrofotômetro.
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2. OBJECTIVOS
2.1.Objectivo geral
Desenvolver competências para utilização da espectrofometria ultravioleta e visível.
2.2.Objectivos específicos
Enunciar a lei aplicada em espectrofometria;
Falar sobre o local da medição do comprimento de onda em espectrofometria UV-vis;
Identificar os compostos orgânicos medidos em espectrofometria UV-vis;
Conhecer os componentes de um espectrofotômetro;
Descrever os instrumentos usados em espectrofotometria UV-vis;
Aprender acerca dos métodos de medição;
Explicar como é utilizado o espectrofotómetro;
Mostrar como são feitas algumas reações colorimétricas.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1.CONCEITOS
A espectroscopia refere-se ao campo da ciência que trata da mensuração e da interpretação da
luz que é absolvida ou emitida por uma amostra. Esse tipo de análise, muitas vezes, envolve o
uso de um espectro, que é o padrão que se observa quando a luz é seperada em suas diversas
cores, ou bandas espectrais (ver anexo I).
Espectroscopia molecular pode ser definida como o exame das interações entre a luz e a
molécula. As moléculas podem absorver, emitir e dispersar luz. Todas essas interações podem
levar a informações químicas. Várias abordagens podem ser aplicadas a essas medições, como
a espectroscopia ultravioleta-vísivel (UV-vis), espectroscopia no infravermelho e a
espectroscopia de luminescência.
Colorimetria é uma técnica na qual o analito é combinado com um reagente que formará um
produto colorido.
Absorbância (A), é uma medida da absorção que se calcula usando-se o logaritmo de base 10
da Transmitância (HAGE; CARR, 2012).
A= - log(T)=log(P0/P) ou T=10-A
A espectroscopia vísivel começou com a técnica chamada colorimetria. Plínio, o Velho, foi
um dos primeiros que, conhecidamente, usou colorimetria, por volta do ano 60 d.C., quando
recorreu a um extrato de noz-de-galha para testar a presença de ferro no vinagre. A
colorimetria continua sendo empregada na análise química moderna; exemplos comuns são o
uso de reações baseadas em cores dos testes caseiros para detecção de gravidez ou para o
monitoramento os níveis de colesterol no sangue (HAGE; CARR, 2012).
Nas décadas de 1830 e 1840 foram desenvolvidas métodos para medir as concentrações de
íons metálicos específicos em tubos delgados. Esse método foi desenvolvida em 1846 pelo
3
químico italiano Augustin Jacquelin para analisar Cu2+ na presença de amônio na água,
produzindo Cu(NH3)42+ como um produto colorido. Colorímetros de comparação visual ainda
são muito utilizados para medir uma variedade de substâncias em medições de campo (por
exemplo, químicos ambientes), de modo que as amostras não precisam ser levadas a um
laboratório para serem medidas (HAGE; CARR, 2012).
3.3.LEI DE BEER
A equação que atualmente chamamos de lei de Beer ou Lei de Beer-Lambert resultou de uma
pesquisa realizada por muitos cientistas ao longo de mais de 100 anos. Esse processo
começou em 1729, quando um cientista francês Pierre Bouguer (1698-1758) notou que a
mesma fração relativa de luz era absorvida por cada unidade adicional de distância que a luz
devia percorrer na matéria. A mesma observação foi feita mais tarde pelo físico alemão
Johann Lambert (1728-1777), que em 1760 publicou uma lei de absorção, na qual ele fornecia
uma descrição matemática da relação entre quantidade de luz absorvida e distância de
percurso. Essa mesma relação é representada em nossa versão moderna da lei de Beer-
Lambert pelo fato de que o comprimento do caminho de célula b é diretamente proporcional à
absorbância A, onde A=-log(P/P0).
Outra descoberta importante ocorreu em 1852, quando a descrição da absorção de luz foi
estendida a soluções pelo cientista alemão August Beer (1825-1863). Beer constatou que a
quantidade de luz que fosse absorvida por uma solução aquosa seria proporcional a
quantidade de uma substância química absorvente que estivesse presente na solução. Agora,
representamos esse conceito na lei de Beer-Lambert, mostrando a absorbância A como
proporcional a C, a concentração do analito. Beer também usou uma constante de
proporcionalidade para relacionar o grau de luz absorvida à concentração do analito.
Empregamos a mesma abordagem geral na versão moderna da lei de Beer-Lambert quando
usamos a absortividade molar (Ƹ) como uma constante para relacionar a absorbância medida
de uma amostra com a concentração de um analito e o comprimento do caminho de célula.
A absorbância de uma amostra homogênea pode ser relacionada à concentração de um analito
absorvente diluído por uma expressão chamada lei de Beer-Lambert, ou lei de Beer.
Lei de Beer: A= ƸbC
A lei de Beer é útil à análise química porque fornece uma relação linear entre absorbância
medida A de um analito e a concentração desse analito (C) (HAGE; CARR, 2012).
O 1º pressuposto na lei de Beer é que todas as espécies absorventes na amostra agem de forma
independente entre si, esse pressuposto torna a lei de Beer válida apenas para amostras
relativamente diluídas (isto é, quase sempre abaixo de 0,01 M).
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A 2ª suposição incorporada à lei de Beer é que a absorbância da amostra é medida somente
por meio de luz monocromática (isto é, luz que contém apenas um comprimento de onda).
Não existe algo como uma luz perfeitamente monocromática, mas espectrômetros modernos
chegam bem perto de fornecer tal luz em medições de absorbância.
Uma 3ª suposição feita na lei de Beer é a de que toda a luz transmitida através da amostra tem
a mesma distância de percurso. Esse pressuposto exige que o caminho ótico b seja uma
constante para medição de uma determinada amostra.
A absorção tanto do raio ultravioleta quanto da luz vísivel, em especial na faixa de 200-780
nm (ver anexo II), costuma envolver transições eletrônicas em moléculas por eletrões π ou
eletrões não ligantes (n) enquanto passam para um estado de eletrões excitados, π*. Por essa
razão, moléculas orgânicas somente com ligações simples e eletrões σ, mas sem eletrões π ou
elétrons não ligantes (n), tendem a não absorver nessa região do espectro UV-vis. Isso
significa que os hidrocarbonetos saturados não podem ser medidos por espectroscopia UV-vis
de rotina, porque contêm somente ligações simples e eletrões σ. No entanto, uma molécula
como colesterol, que contêm uma série de ligações duplas carbono-carbono e átomos de
oxigênios (que possuem eletrões não ligantes), tem uma absorbância intensa acima de 200 nm
(HAGE: CARR, 2012).
Cores Intervalos de nm
Ultravioleta (não visível) <380
Violeta 380-450
Azul 450-500
Verde 500-570
Amarela 570-590
Alaranjada 590-620
Vermelha 620-780
A porção de uma molécula que tem propriedades que lhe permitem absorver luz é conhecida
como cromóforo. Um cromóforo comum em uma molécula orgânica conterá ligações π (como
aquelas em ligações duplas ou triplas), e muitas vezes terá conjugação estendida (isto é, um
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grande número de ligações sequencias duplas ou simples), que tendem a absorver o raio
ultravioleta ou luz vísivel com eficiência. Esse processo de absorção pode ser descrito pela lei
de Beer. A figura 1 mostra algumas absortividades molares comuns de cromóforos sejam
medidos em concentrações µM ou inferiores quando se usam um comprimento de onda de
detecção e um caminho ótico adequados à amostra (HAGE; CARR, 2012).
A absorção de luz na faixa ultravioleta ou visível também é possível no caso de iões metálicos
de transições eletrônicas que envolvem eletrões de camadas d ou f. Verifica-se esse elemento
lantanídeo e actinídeo na tabela periódca. Espécies quimicas capazes de se submeter à
absorção por transferência de carga também são bastantes importantes em muitos métodos de
ensaio por causa de sua grande absortividade molar e facilidade de medição por
espectroscopia UV-vis. Esse tipo de absorção de luz ocorre em muitos complexos inorgâncos
(HAGE; CARR, 2012).
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Fonte de luz: Uma fonte de luz comum para a luz visível é uma lâmpada de tungsténio, como
a ilustrada na figura 2. Nesse dispositivo, um filamento de tungsténio aquecido libera um
amplo espectro de luz com intensidade e comprimento de onda máximos que dependem da
temperatura do fio. Esse tipo de emissão de luz é conhecido como radiação de corpo negro. O
tungstênio é usado na lâmpada porque pode ser aquecido a uma temperatura mais alta do que
qualquer outro metal se que ocorra fusão, tornando possível a obtenção de comprimentos de
onda de emissão ampla e intensa com esse material. A uma temperatura normal de
funcionamento (2.000 a 3.000 K), o comprimento de onda de emissão máxima é de cerca de
1. 000 nm para uma lâmpada de tungstênio, com uma faixa utilizável que abrange de 320 a
2.500 nm.
wI2 é estável a baixas temperaturas, mas, se uma molécula de WI2 atinge o filamento de
tungstênio quente, ela se decompõe e coloca o tungstênio de volta no filamento (os átomos de
iodo também se recombinam para formar I2 como parte do processo). Dessa forma, cria-se
uma lâmpada mais estável que pode ser operada a uma temperatura mais elevada (até 3.600
K) e com emissão de luz mais intensa. A lâmpada pode emitir luz com comprimentos de onda
de até cerca de 3.000 nm. Ambas as lâmpadas, de tungstênio e de tungstênio/halogênio, são
principalmente utilizadas na região visível do espectro, e emitem quase toda a sua radiação
como luz infravermelha ou visível. O resultado é que um tipo diferente de fonte de luz é
necessário para o trabalho na região ultravioleta em espectroscopia UV-vis.
A lâmpada de hidrogênio e a lâmpada de deutério são duas outras fontes de luz que podem ser
usadas em espectroscopia UV-vis. Ambas se compõem de dois eletrodos inertes através dos
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quais uma alta voltagem é imposta a um bulbo de quartzo que está preenchido com H2 ou D2
a baixa pressão. A presença de alta voltagem resulta na excitação de H2 ou de D2, e em sua
dissociação em átomos H ou D com emissão de luz. Esse tipo de luz fornece uma fonte
continua de radiação na região ultravioleta por meio de luz que é emitida quando um elétron
cai de um nivel de energia não quantizado para o orbital n=2 do que havia sido um ião
hidrogênio de fase gasosa. Lâmpadas de hidrogênio e deutério fornece uma radiação
ultravioleta como uma faixa continua que se estende desde cerca de 180 a 370 nm. A lâmpada
de deutério é mais comum em laboratórios modernos porque produz uma emissão de luz mais
intensa do que a de hidrogênio.
Figura 3- Uso de um prisma (à esquerda) ou de uma grade de reflexão (à direta) para separar a
luz contendo vários comprimentos de onda.
Fonte: HAGE; CARR, 2012.
Existem dois tipos de grade que serve como monocromadores (grade de transmissão e grade
de reflexão).
A grade de transmissão é aquela em que se produz difração fazendo-se com que a luz passe
através de uma grade composta por uma série de pequenas fendas que criam interferência
construtiva e destrutiva da luz. Diferentes comprimentos de onda de luz têm diferentes
ângulos em que eles vão produzir uma interferência construtiva, tornando possivel, assim,
selecionar esses comprimentos de onda para uso em medições de absorbância.
Uma grade de reflexão é mais comum em instrumentos modernos. Esse tipo usa uma
superficie polida e reflexiva que tem uma série de degraus paralelos e espaçados cortados em
sua superficie, como também ilustra a figura 3. Quando um feixe de luz é refletido em sua
superficie, novamente se criam padrões de interferência construtiva e destrutiva em que
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determinados ângulos têm interferência construtiva para determinados comprimentos de onda.
Alterar a orientação e o ângulo de amostra de uma grade, seja de transmissão, seja de
reflexão, pode permitir que os comprimentos de onda desejados de luz com interferência
construtiva atinjam uma fenda de saída e passem para amostra e detector para uso em
medições de absorbância.
Figura 4- Cubeta.
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2011/06/cubeta.jpg
Detectores: Muitos detectores usados para monitorar raios ultravioleta ou luz visível fazem
uso de efeito fotoelétrico, que ocorre quando a luz incide sobre certas substâncias e provoca a
ejeção de um eletrão a partir da superfície. Tal efeito pode ser usado em um fototubo ou em
tubo fotomultiplicador para detectar a luz (veja um exemplo disso na figura 5). Ambos os
dispositivos são projectados de modo que a luz possa penetrar neles e atingir uma substância
fotoativa. O resultado é a produção de eletrões e de uma corrente que é proporcional em
tamanho ao número de fotões que atingiram a superfície fotoativa. A absorção de um maior
número de fotões pela amostra resultará em um fluxo menor atingindo o fototubo e uma
medição reduzida de corrente (HAGE; CARR, 2012).
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Figura 5- Componentes de um fototubo.
Fonte: HAGE; CARR, 2012.
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Figura 6- Espectrofotômetro de feixe simples.
Fonte: HAGE; CARR, 2012.
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Figura 8- Concepção geral de um detetor de arranjo de diodo na espectroscopia.
Fonte: HAGE; CARR, 2012.
A análise por injeção em fluxo (FIA, do inglês flow injection analysis) é uma forma útil de
usar espectroscopia UV-vis para realizar um grande número de análises de rotina em um curto
período de tempo. Nessa abordagem, amostras são injectadas em sequência em um fluxo
contínuo de reagente, que então reage com o conteúdo das amostras para produzir um produto
colorido. Após o desenvolvimento da cor, o fluxo contínuo passa através de um
espectrofotômetro que faz parte do sistema FIA (veja figura 9). A absorbância da solução que
resulta da reacção do analito com o reagente corante é medida, permitindo que se determine a
concentração do analito. As análises mais desejáveis de FIA são aquelas em que o produto
colorido se forma rapidamente, de modo que apenas alguns segundos decorrem entre a
injeção da amostra no fluxo de reagente e a medição de sua absorbância. A FIA é muito usado
em laboratório em que os mesmos analitos são monitorados com regularidade e em um grande
número de amostras. Um bom exemplo é o uso da FIA e de dispositivos relacionados
baseados em fluxo para determinar a concentração de colesterol em amostras de sangue em
um laboratório clínico (HAGE; CARR, 2012).
Figura 9- Exemplo de um sistema para realizar análise por injeção em fluxo (FIA).
Fonte: HAGE; CARR, 2012.
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3.7. UTILIZAÇÃO DE ESPECTROFOTÔMETRO
Ligar o espectrofotômetro e esperar 30 min para aquecimento e estabilização dos
circuitos.
Ajustar o comprimento de onda (nm).
Colocar a estrutura escura (cubeta). Feche a tampa e aperte 0%T (zerar selecionando o
T). Escolher o T entre os indicadores A e T. Com isso você calibrou o 0% da
Transmitância.
Preencha uma das cubetas com água destilada ou o solvente usado puro.
Colocar a cubeta com o branco no compartimento de amostras.
Ajustar o branco apertando 0A/100%T. Ou dependendo do modelo, apenas zerar
selecionando o A.
A amostra deve ser preparada com a quebra da mesma por métodos mecânicos,
químicos ou físicos.
A amostra é solubilizada no solvente escolhido em um balão volumétrico limpo e
seco. Importante: o solvente na maioria das vezes é água Destilada, porém, quando
tratar-se de amostras apolares que precisam ser diluídas em solventes orgânicos
NUNCA utilize Alcenos, alcinos, cetonas ou qualquer outro que tenha ligações C=C
Ou C=O ou ligações triplas.
A amostra deve ser filtrada em uma membrana de 0,2 μm, por que a solução deve
estar totalmente límpida a fim de diminuir ao máximo o erro causado por partículas
em suspensão. A cubeta contendo o branco é retirada do equipamento e sua absorção
anotada. Após esse processo a solução de interesse é lida, e dessa absorbância é
subtraído a leitura do branco (MUNDO DA BABSI, 2015).
A estrutura externa do espectrofotômetro varia de acordo ao modelo, por isso antes de usar
um espectrofotômetro é melhor ler o manual de instrução do instrumento.
3.8.REACÇÕES COLORIMÉTRICAS E SUAS CORRELAÇÕES
Neste contexto, ao longo das pesquisas na área da Bioquímica, várias reações foram
desenvolvidas das quais detectam, especificamente, a presença de biomoléculas em soluções
desenvolvendo cores variadas. Assim, tais reações puderam ser utilizadas para a determinação
qualitativa e quantitativa de biomoléculas em diversas amostras, sendo então aplicadas às
análises clínicas para diagnósticos de diabetes, lipidemias, colesterolemias, proteinúrias e
produtos nitrogenados como ácido úrico, uréia e amônia, enzimas como amilase, lípase,
fosfatase alcalina, fosfatase ácida, aminotransferases, lactato desidrogenas entre outras, além
de íons como cálcio, sódio e potássio (OLIVEIRA, 2012).
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Determinação de glicose pelo método da O-toluidina: Nesse método a glicose reage com a
o-toluidina (orto-toluil) em meio ácido e a quente, resultando glicosamina e base de Schiff
correspondentes. Esta reacção desenvolve cor azul que é proporcional à quantidade da glicose
até 200 mg/dL presente na amostra que pode ser soro, plasma, urina ou liquor. Os valores
normais do soro ou plasma é de 75 a 100 mg/dL, sangue total de 80 a 120 mg/dL, urina zero
(ausente) e a leitura espectrofotométrica é feita entre 600 a 650 nm (CISTERNAS et al.,
2005).
Para o diagnóstico do diabetes, devem ser seguidos métodos e critérios específicos dos quais
irão determinar glicemia casual, glicemia de jejum, glicemia pós-prandial, glicosúria entre
outros sinais clínicos (OLIVEIRA, 2012).
Após sua síntese hepática, a uréia é transportada pelo plasma até os rins, onde é rapidamente
filtrada pelos glomérulos, é excretada na urina, embora mais de 40% seja reabsorvida por
difusão passiva durante a passagem do filtrado pelos túbulos. O nível no plasma é
notadamente afetado pela função renal, pelo conteúdo protéico da dieta e pelo teor de
proteólise. O fundamento da determinação da uréia basea-se na hidrólise ácida da
diacetilmonoxima à diacetil, a qual reage diretamente com a uréia na presença de
tiosemicarbazida (que intensifica a cor) e íons de cádmio (que estabiliza a cor). Assim, forma
um derivado diazídico de coloração rósea, cuja intensidade é diretamente proporcional à
concentração de uréia presente na amostra. Os valores normais para soro ou plasma de 15 a 40
mg/dL e na urina até 50mg/dL (LABTEST, 1999).
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Determinação de ácido úrico: No homem o ácido úrico é o principal produto do catabolismo
das purinas, bases nitrogenadas adenina e guanosina, sendo formado principalmente no
fígado, a partir da xantina pela ação da enzima xantina oxidase ( GARCIA; KANAAN, 2008).
O teor de urato encontrado no plasma, que está ao redor de 6m/dL, representa o equilíbrio
entre a produção (700 mg/dia) e a excreção pela urina (500 mg/dia) e fezes (200 mg/dia). O
ácido úrico é transportado pelo plasma até os rins, onde é filtrado pelos glomérulos. Quase
todo o ácido úrico é reabsorvido pelos túbulos proximais e pequenas quantidades são
secretadas pelos túbulos distais e excretadas na urina. Os triglicerídeos, os corpos cetônicos e
o lactato competem com o urato na excreção renal. Parte do urato é excretado pelo trato
gastrointestinal e degradado pelas enzimas bacterianas (MOTTA, 2009).
É pequena a contribuição dos ácidos nucléicos da dieta nos níveis de ácido úrico circulante,
pois aqueles são degradados no intestino pela xantina oxidase da mucosa e somente, em
quantidades mínimas, são absorvidos e canalizados para os processos metabólicos
intracelulares (CHAMPE, et al., 2006).
É preciso ter cuidado ao manusear as cubetas, mesmo uma ligeira impressão digital
pode interferir nos resultados. É muito importante não tocar na superfície óptica da
cubeta, pois óleos de sua pele, partículas de tecidos de limpeza, poeira e outros
contaminantes podem afetar as leituras. A utilização e limpeza corretas são a base de
qualquer análise espectrofotométrica, ajudando a evitar erros de medição.
As cubetas não devem ser secas por aquecimento em uma estufa ou chama porque isso
pode provocar danos físicos e/ou mudar o caminho óptico (MONDRAGON, 2018).
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4. CONCLUSÃO
Depois das pesquisas feitas sobre espectrofotometria ultravioleta visível concluimos que a lei
aplicada em espectrofotometria é a lei de Beer que é usada para relacionar a concentração
com absorção de luz. Absorção de luz na faixa ultravioleta ocorre entre 200-380 nm e na faixa
visível ocorrem entre 380-780 nm envolvendo transiçõess electróncas, os compostos
orgânicos saturados não podem ser medidos na região ultravioleta visível porque contem
ligações simples e electrões sigmas, já os compostos contendo ligações duplas e triplas com
eletrões π e sigmas podem ser medidas nessa região.
Os componentes básicos do espectrômetro de absorção são fonte de luz, monocromador,
cubeta, e detector. A fonte de luz pode ser de tunsgestênio para radiação visível e de
hidrogênio ou deutério para radiação ultravioleta. A cubeta pode ser de vidro e de plástico
transparente para radiação visível e de quartzo e silica fundida.
Os dispositivos de espectroscopia comum são dois o de feixe simples e de feixe duplo. O
dispositivo de feixe simples tem um único caminho para que a luz percorra através do
instrumento, já o de feixe duplo divide a luz de tal forma que a metade passa atravéz da
solução branca e a outra métade passa pela amostra. Os dispositivos relacionados são o
detector de arranjo de diodo e análise de injeção de fluxo.
Os métodos utilizados são de medição direita que é feita por meio da colorimetria, e o método
de adição padrão que serve para determinar a concentração de um analito em uma amostra de
solução díficil de reproduzir.
Esta técnica tornou-se fundamental para a determinação de diagnósticos laboratoriais. Neste
contexto, inúmeras doenças puderam ser diagnosticadas pelo uso de técnicas colorimétricas
específicas, possibilitando também compreender melhor a fisiopatologia dessas enfermidades.
A rotina laboratorial de espectrofotometria possibilitou o desenvolvimento e o aprimoramento
de métodos de determinação de biomoléculas.
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5. BIBLIOGRAFIA
CHAMPE, P.C.; HARVEY, R.A.; FERRIER, D.R. Bioquímica Ilustrada. 3ª edição. Porto
Alegre: ArtMed, 2006.
MUNDO DA BABSI. Tutorial: Como usar o Espectrofotômetro e como criar uma curva
de calibração Abs no Excel. 2015. Disponível em:
https://littlebabsi.wordpress.com/2015/06/10/tutorial-como-usar-o-espectrofotometro-e-como-
criar-uma-curva-de-calibracao-abs-no-excel/. Acesso em 08 de Maio de 2019.
Fonte: https//:scope.pari..edu/
Anexo II - Espectro eletromagnético
Fonte: https://littlebabsi.wordpress.com/2015/06/10/tutorial-como-usar-o-espectrofotometro-
e-como-criar-uma-curva-de-calibracao-abs-no-excel/
Anexo III- Componentes principais do espectrofômetro
A
Anexo IV- Espectrofotômetro ( estrutura externa).
Fonte: https://www.infoescola.com/materiais-de-laboratorio/espectrofotometro/
Anexo V - Colorimetria.
Fonte: Colorimetria.pdf