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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

BACHARELADO EM QUÍMICA

GABRIEL EUGENIO
GABRIELLI RAMOS ZANONI
MARCELA JANNING DOS SANTOS
VILSON LUIZ DA SILVA JUNIOR

DETERMINAÇÃO DE CAFEÍNA EM ERVA-MATE UTILIZANDO


ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR (UV-VIS)

PROFESSOR(A) ORIENTADOR(A): TATIANE OLDONI

PATO BRACO – PR
2022

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1 INTRODUÇÃO
A técnica de espectrofotômetro de absorção molecular em UV-VIS é
responsável por estudar o comportamento das substâncias quando expostas à
radiação eletromagnética, medindo-se a quantidade de luz absorvida pela amostra e
relaciona-se a mesma com a concentração do analito. A região ultravioleta está na
faixa de 100 a 400 nm e a região visível está na faixa de 400 a 750 nm.
A espectrofotometria UV-VIS mede a absorbância e transmitância de
soluções de compostos alvo e tem aplicações em determinações qualitativas e
quantitativas. Para utilizar esta técnica, é importante analisar as propriedades físico-
químicas do solvente, como a polaridade e a interação entre o solvente e o analito,
pois ele pode absorver radiação e, assim, afetar a medição. É necessário garantir que
o solvente tenha um comprimento de onda máximo de absorção previamente
conhecido e que seja diferente do analito.
A amostra a ser estudada é a erva-mate, nome cientifico “Ilex
paraguariensis”, podendo ser produzida pela técnica de micro corte, que é uma
variação do corte tradicional, envolvendo o uso de brotos de plantas propagados por
estacas ou mudas de sementes como fonte de material nutriente para induzir o
enraizamento. Originaria da América do Sul, é muito utilizada na forma de chás e
infusões, em bebida como o chimarrão e tereré. Pode ser encontrada em suas folhas,
algumas substancias químicas como a teobromina e o objeto de estudos desse
relatório, a cafeína, que possuem características metabólicas e estimulantes.
A cafeína é um composto orgânico, naturalmente encontrada nas sementes
de café, folhas de chá verde e entre outros produtos vegetais. Também é um
estimulante do sistema nervoso central, que pode causar dependência química, é uma
substância branca, que constitui cerca de 1,0% a 2,5% da composição da erva-mate.
A molécula de cafeína apresenta em sua composição grupos amina, amida e duplas
ligações com o oxigênio, além de anéis fazendo duplas ligações. Segundo a literatura,
a cafeína apresenta um limite máximo de absorção no UV entre os comprimentos de
onda de 271 e 275 nm

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Figura 1 - Molécula de Cafeína mostrando seus grupos cromóforos.

Os grupos que participam ativamente no processo de absorção da radiação na região


do ultravioleta e do visível são ditos cromóforos, uma molécula de cafeína apresenta
dois grupos, nos seus dois oxigênios que fazem duplas ligações com carbono, e
apresentam elétrons livres, mostrados na anteriormente na figura 1, marcado em
vermelho.

2 OBJETIVO
Como Principal objetivo das práticas realizadas na disciplina, é ter o contato
com a técnica de espectrometria de absorção molecular, aprendendo a manipular o
equipamento, analisando resultados e comparando com a literatura. Para esta
resolução, foi feita a determinação de cafeína em uma amostra de erva-mate.

3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais:

• Balança analítica; • Funil de vidro;


• Balão volumétrico de 5, • Kitassato;
10 e 25 mL; • Micropipeta 1 - 1000 μ;
• Bastão de vidro; • Pera;
• Béquer de vidro de 100 • Pipeta Graduada;
mL; • Proveta;
• Bico de Bunsen; • Tubos de ensaio;
• Centrifuga; • Tubos para centrifuga.
• Filtro de papel;
• Funil separador;

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3.2 Métodos:

a) Atividade Experimental 1:
• Em uma balança analítica pesou-se 0,0125 g de cafeína e a partir disso, foi
preparada uma solução de 500 mg/L;
• Em um becker dissolveu-se a cafeína com o solvente água que foi pipetado na
capela utilizando uma pipeta graduada;
• Transferiu-se para um balão volumétrico de 25 mL e foi completado até o
menisco;
• A solução padrão foi diluída 25 vezes;
• Em um espectrofotômetro foi realizado varredura;
• Foi realizado tudo novamente substituindo o solvente por diclorometano.

b) Atividade Experimental 2:
• Em um becker pesou-se 3,0053 g da amostra de erva-mate e adicionou-se 50
mL de água destilada, essa solução foi levada a aquecimento em um bico
Bunsen para ebulição;
• Depois que se atingiu o ponto de ebulição, a solução de água destilada e erva-
mate permaneceu em aquecimento por 10 min;
• Após resfriar, amostra foi dividida em tubos e levada a centrifuga até a
separação da fase orgânica.
• Logo depois, foi realizado uma filtração.
• A solução filtrada foi transferida para um funil de separação e realizou-se a
partição líquido-líquido com 20 mL de solvente diclorometano. A partição foi
realizada em duas etapas. Primeiramente, colocou-se 10 mL de solvente e
agitou-se bem, aguardou-se ocorrer a separação e retirou-se os primeiros 10
mL de fração orgânica, e logo em seguida, realizou-se novamente o processo
com o restante de solvente.
• Recolheu-se 20 mL da fração orgânica de cafeína;

c) Atividade Experimental 3:
• Para construir a curva de calibração do equipamento, incialmente foi preparada
uma solução de cafeína 500 mg/L, a partir de 0,0125 g do padrão cafeína.

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• A partir da solução de 500 mg/L, foi realizada a diluição para uma solução mãe
de 100 mg/L, com uso de um balão volumétrico de 5 mL.
• Com a solução mão, foi feito ainda mais cinco diluições: 2,5 mg/L, 5,0 mg/L, 10
mg/L, 15 mg/L e 20 mg/L.
• Para o preparo da solução de 2,5 mg/L, foi pipetado 0,125 mL da solução mãe
de 100 mg/L em um balão volumétrico de 5 mL e completado com o solvente
até o menisco.
• Para o preparo da solução de 5,0 mg/L, foi pipetado 0,25 mL da solução mãe
de 100 mg/L em um balão volumétrico de 5 mL e completado com o solvente
até o menisco.
• Para o preparo da solução de 10 mg/L, foi pipetado 0,5 mL da solução mãe de
100 mg/L em um balão volumétrico de 5 mL e completado com o solvente até
o menisco.
• Para o preparo da solução de 15 mg/L, foi pipetado 0,750 mL da solução mãe
de 100 mg/L em um balão volumétrico de 5 mL e completado com o solvente
até o menisco.
• Para o preparo da solução de 20 mg/L, foi pipetado 1 mL da solução mãe de
100 mg/L em um balão volumétrico de 5 mL e completado com o solvente até
o menisco.
• Cada solução foi passada no espectrômetro de UV-Vis e anotado a absorção.
• Com a curva de calibração pronta, foi terminado o preparo da amostra de
interesse da prática 2.
• A amostra foi dissolvida em 1 mL de solvente água, e transferida para um balão
de 10 mL e avolumada.
• A partir dessa solução a amostra foi diluída mais 10 vezes, através de uma
alíquota de 1 mL em um balão volumétrico de 10 mL.
• Ainda, com a solução diluída, foi feita outra diluição de 5 vezes, em um balão
volumétrico de 5 mL
• Esta solução foi posta no equipamento de espectrofotometria de UV-Vis e feita
a leitura da absorção.
• Visto que o valor de absorção ficou fora da curva de calibração imposta, foi
realizada mais uma diluição da amostra, de mais 5 vezes da porção anterior.
• Por fim, a mostra foi novamente posta no equipamento, e foi realizada a leitura.
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• O comprimento de onda para a amostras fora previamente definido para 273
nm no espectrofotômetro.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente foi discutido, qual era a o melhor solvente para o preparo da
amostra de cafeína, para isso foi realizada a pratica 1. Para esse procedimento foi
utilizado dois solventes, a água e o diclorometano, os quais realizou-se os
experimentos já pré descritos anteriormente, e posteriormente foi realizado a
varredura no espectrofotômetro com comprimentos de onda no ultravioleta e no
visível, compara que obtivéssemos os dados e plotássemos os gráficos de absorção.
Foi obtido os seguintes dados:

Tabela 1 - Dados obtidos para o padrão cafeína em solução com solvente água.

Solvente: Água
Comprimento de Onda (nm) Absorbância (Å)
240 0,069
250 0,074
260 0,143
270 0,212
272 0,217
274 0,215
276 0,213
278 0,199
280 0,184
290 0,067
300 0,003
310 -0,009
320 -0,01
330 -0,008

Tabela 2 - Dados obtidos para o padrão cafeína em solução com solvente diclorometano.

Solvente: Diclorometano

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Comprimento de Onda (nm) Absorbância (Å)
240 0,107
250 0,105
260 0,156
270 0,224
272 0,235
274 0,236
276 0,234
278 0,242
280 0,219
290 0,117
300 0,036
310 0,02
320 0,018
330 0,018

Figura 2 - Curva do comprimento de máxima absorção do padrão cafeína em água.

Figura 3 - Curva do comprimento de máxima absorção do padrão cafeína em diclorometano.

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Através dos dados obtidos, pode-se observar que ambos sinais são bastantes
semelhantes, por isso, foi determinado, utilizar como solvente para o experimento a
água, embora a solubilidade da cafeína em diclorometano fosse cerca de 9 vezes
maior do que em água, outros parâmetros foram levados em consideração, como o
custo e a alta toxicidade e volatilidade do diclorometano.
Outro ponto fundamental foi o preparo da curva de calibração, A curva de
calibração é usada para entender a resposta do instrumento à substância analisada e
prever a concentração da substância analisada na amostra. Primeiro, uma curva de
calibração é criada preparando primeiro um conjunto de soluções padrão com uma
concentração conhecida da substância analisada, como já descrito na metodologia
utilizada, usamos 5 pontos com concentração de 2.5, 5.0, 10, 15 e 20 mg/L, obtendo
assim os seguintes resultados de absorção:

Tabela 3 - Dados obtidos das soluções para o preparo da curva de calibração

Concentração (mg/L) Absorbância (Å)


2,5 0,225
5 0,247
10 0,501
15 0,757
20 1,01

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Figura 4 - Curva de calibração de absorção da cafeína

1,2
y = 0,0468x + 0,0567 1,01
1 R² = 0,9881

0,757
0,8
ABSORBÂNCIA

0,6 0,501

0,4
0,225 0,247

0,2

0
0 5 10 15 20 25
CONCENTRAÇÃO

Onde Y é a absorbância, e X é a concentração, os coeficientes angular e linear


são percebidos na equação de reta Y = 0,0468x + 0,0567. Para concluir, foi feita a
varredura da amostra no equipamento e obteve-se uma absorção de 0,310 Å.
Através da equação da reta pode determinar a concentração de cafeína na
amostra:
Y=0,0468*(0,310) +0,0567
Y= 0,071208 mg/L
A amostra estava diluída cerca de 2500x, logo, a concentração real da cafeína é de
178,02 mg/L.

5 CONCLUSÃO
Todo o processo de aprendizado envolvendo a disciplina de análise
instrumental 1, referindo-se a esta segunda fase da matéria, que envolve o conteúdo
de Espectrofotometria de Absorção Ultravioleta e Visível (UV-Vis), através
principalmente das aulas práticas é muito bem aproveitado para nossa formação
acadêmica. Foi possível graças a todo o embasamento teórico, termos noção do
equipamento, com as práticas, pudemos manusear o mesmo, aprendendo a utilizar,
compreender os resultados e a sua importância para analises tanto cientificas quanto
mais laboratoriais de maneira eficaz.

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De maneira crítica, nossos resultados tiveram um resultado adequado, dito
isso justamente, porque o R² da curva de calibração está fora bem próximo a 1, alguns
erros podem que ser atribuídos para possível discordância, o mal preparo das
soluções de calibração, também, um possível erro dos analistas, idealmente, refazer
todas as amostras da curva de calibração para acertar mais precisamente os pontos
à linha de tendencia seria o correto a se fazer, porém nos falta tempo, tendo em vista
que a curva de calibração foi feita posteriormente á pratica. Contudo, o conhecimento
é de muita valia para os estudantes, durante todo o tempo tivemos muito contato com
o equipamento, podendo assim utilizar de uma forma de aprendizado mais dinâmica,
facilitando o compreendimento do UV-VIs.
Para encerrar esta fase da disciplina, conclui-se que o contato com a técnica
de Espectrofotometria de Absorção Ultravioleta e Visível é de suma importância para
a formação de qualquer químico, por se tratar de uma técnica mais usual que outras,
certamente estará presente na vida do mesmo, e o aprendizado obtido é
extremamente relevante, por isso, estudar não apenas o funcionamento da máquina
e como manuseá-la, mas também sua estrutura física é de interesse para este módulo.

6 REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• PORTAL INOVAMATE (comp.). ILEX PARAGUARIENSIS – O CHÁ DO


BRASIL. Disponível em: https://inovamate.com.br/pt_br/ilex-
paraguariensis-o-cha-do-brasil/. Acesso em: 01 out. 2022.
• ERVA-MATE: perguntas e respostas. perguntas e respostas.
Organização por Joel Penteado, edição por Katia Pichelli e Simone
Soares. Disponível em: https://www.embrapa.br/florestas/transferencia-
de-tecnologia/erva-mate/perguntas-e-respostas. Acesso em: 4 out.
2022. AZEVEDO, Ana Isabel Pinto de Pinto, Luís Manuel Matos.
OBTENÇÃO DE CAFEÍNA POR EXTRAÇÃO DAS FOLHAS DE CHÁ.
Amarante: Grupo de Química Jovem, 2013.
• CAFEÍNA: propriedades, benefícios e contraindicações: Com
propriedades psicoestimulantes, a substância promove uma melhora no
raciocínio e na concentração. Com propriedades psicoestimulantes, a
substância promove uma melhora no raciocínio e na concentração.

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2022. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-
22077. Acesso em: 04 out. 2022.
• MOREIRA, Ivanira et al. EFEITO DO SOLVENTE NA EXTRAÇÃO DE
ÁCIDOS CLOROGÊNICOS, CAFEÍNA E TRIGONELINA EM Coffea
arabica. Química Nova, Londrina, v. 37, n. 1, p. 39-47, 21 ago. 2013.
• PAVIA, Donald L.; LAMPMAN, Gary M.; KRIZ, George S.; VYVYAN,
James R. Introdução à espectroscopia. 4. ed. São Paulo: Cengage.
Learning, 2010, p. 365-396.
• ALMEIDA, Joseane Maria de; SILVA, Dr. Júlio César José
da. Espectrofotometria UV-Vis. Juiz de Fora, 2018. 54 slides, color.
Disponível em: https://www.ufjf.br/baccan/files/2010/10/Aula-2-UV-Vis-
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• EVDOKIMOV, A. Re: What Are the Properties of the Caffeine Molecule?
Madscinet. 26 Feb. 2000. 19 Mar. 2006. Disponível em:
<http://www.madsci.org/posts/archives/feb2000/951771713.Ch.r.html>
Acesso em 05 out. 2022.

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