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Vera Moreira (a41866)

Medicina Nuclear
➢ Introdução

Na medicina nuclear utiliza-se radiação que tem origem na alteração dos núcleos dos átomos. São átomos
com núcleos instáveis (radioativos) que na procura de estabilidade imitem radiação de 3 tipos: gama, alfa e
beta.

A radiação X tem origem nas alterações que se verificam nas camadas eletrónicas, mas também podem ser
utilizadas na medicina. No entanto, as principais utilizadas são a alfa, beta e gama.

Há isótopos radioativos de imitem radiação X (ex. tálio 201, que já não é muito utilizado) e imitem imagem
cintigráfica.

Para diagnóstico → radiação gama;

Na terapêutica → radiação beta e alfa.

A radiação gama tem características eletromagnética que nos permitem detetá-la fora do corpo do doente ao
qual foi administrada essa radiação (ex. tecnécio 99), ou seja, devido ao seu alcance suficientemente longo,
sai do corpo e é detetada nas câmaras gama. Não tem características corpusculares.

As radiações beta e alfa:

➢ eletrão negativo;
➢ trajetos curtos muito limitados e com muita intensidade;
➢ corpusculares;
➢ ficam retidos nas próprias células;
➢ grande capacidade de ionização e destruição dos tecidos → utilizadas no tratamento (destruição de
tecidos → ex. beta no cancro da tiroide, alfa no cancro da próstata e mama).

Representação na medicina nuclear:

• Através de imagem → cintigrafia;


• Avaliar a maneira como a substância se distribui num tecido → gráfica (radioatividade em função do
tempo);
• quantificar as funções orgânicas (ex. taxa de filtração glomerular) → números.

Roentgen (1895) – premio nobel da física e descoberta de raio-x.

Becquerel (1896) – experimentou sais de urânio que tinham luminescência. Expunha os sais ao sol para os
“ativar” e punha em contacto com placa fotográfica, e a placa alterava-se. Apercebeu-se também que os sais
imitiam radiação parecida com raio x mas sem sol. Descobriu as substâncias radioativas. Também ganhou
premio novel.

Marie curie não descobriu a radioatividade, mas batizou com esse nome. Ela e o Pierre curie ganharam
premio novel por terem descoberto várias substâncias radioativas.

George heversy (1910): novel de química, por que descobriu que podia utilizar pequeníssimas quantidades
de substâncias radioativas para estudar processos biológicos – traçadores.

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Unidades:

• 1 becquerel: muito pequena, 1 desintegração radioativa por segundo. Unidade do sistema


internacional (kilobecquerel).
• 1 Curie: muito grande, radioatividade num grama de radio (microcurie).

Radiologia Medicina Nuclear

• Equipamentos têm ampolas que emitem • Equipamentos não emitem radiação.


radiação x que atravessa o corpo e é • As moléculas que são administradas,
diferentemente atenuada pelas estruturas normalmente, por via endovenosa,
com distintas densidades (mais atenuadas no distribuem se pelo corpo do doente (algumas
osso do que no ar por exemplo) e obtemos tem mais tropismo para rim, osso…) e essa
um mapa das atenuações da radiação – a radiação emitida por estes tecidos (pela
radiografia. radiatividade) é detetada pelo equipamento
numa determinada localização, consoante as
características das moléculas – obtermos a
cintigrafia (flash de luz).

• Utilizam radiação ionizante


• Descobertas na mesma altura.

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As substâncias radioativas têm a vantagem de se poder detetar o ser percurso e como se deslocam, por
detetores, sem alterar a função biológica. Ou seja, estudamos a função (alterações metabólicas) sem que ela
seja alterada.

A medicina nuclear é minimamente invasiva com uma pequeníssima quantidade de substância radioativa. E a
dose de radiação absorvida pelo doente é muito reduzida.

Uma característica da medicina nuclear é a sua sensibilidade para a quantidade de substância que é
administrada, existe uma grande possibilidade de detenção com pouca quantidade. No entanto tem uma
resolução espacial muito baixa.

Radiofármacos: Apesar de serem considerados fármacos não tem ação medicamentosa. São sustâncias
químicas onde cada apresenta características químicas e biológicas diferentes que podem ser usadas em
diferentes órgãos.

• FDG: análogo da glicose que se liga ao Fluor-18 -


principal emissor de positrão - e que tem a vantagem
de avaliar o metabolismo glicolítico; principal agente
PET;
• DTPA e MAG3 - estudos renais;
• MDP - estudos ósseos;
• I-131 - radiação gama e beta;
• I-123 - radiação gama;
• F-18 - principal agente PET, emissor de positrões, marca
o FDG e outros
• Y-90 – beta;
• Lu-177 – beta.

TC-99m (tecnécio): emissora fotónica única, tem propriedades físicas e químicas, usada em 90% dos casos, só
emite gama e tem 140ke volt de energia e semivida de 6h.

• Proveniente de molivedemio (Mo99) que vai decaindo em tecnécio (Tc99m) depois passa para Tc99.
Há uma constância no decaimento, neste caso é de 6h. Ou seja, em cada 6h a radioatividade diminui
para metade (ritmo decaimento constante) estas horas são ideais para que possa ser usado e ser
possível de detetar.
• Pode se ligar a múltiplas substâncias químicas que o vão orientando e deslocando para múltiplos
tecidos e vias metabólicas - usado em várias situações.
• Não tem uma energia muito agressiva para o organismo e é facilmente obtido por geradores.
• Principal usado em medicina nuclear convencional.
• É solúvel em soro fisiológico enquanto o molivedemio não se dissolve.
• Não é muito caro.

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Equipamentos:

SPECT; SPECT/CT: cintigrafia e tomografias próprias da MN. SPECT é emissão e CT é transmissão. Na SPECT,
na camara gama existe um detetor com um cristal que deteta a substância, obtemos, então, gráficos de
radioatividade em zonas selecionadas e podemos detetar
aspetos funcionais. Tem 1-3 detetores, vai rodando à
volta do doente, e, em cada momento, captura imagens;
três planos ortogonais.

Tomógrafo PET/CT: está sempre associada a uma TAC, os


mecanismos de funcionamento são muito semelhantes.
Apresenta 2 anéis: um de TAC e outro de MN. A
substância é administrada, liga-se a recetores (de um
tumor por ex.). A emissão dos positrões (eletrão positivo)
é feita, (eletrão positivo choca com eletrão negativo e
desintegra → aniquilação positrónica, geração de alfa e
gama), e as radiações gama são detetadas no anel. É
fundamental na oncologia, o doente vai passando sem se
mover e depois é fundida a informação numa imagem, 3
planos. Tem milhares de detetores. Tem capacidade de deteção superior à da camara gama.

Os equipamentos híbridos juntam medicina nuclear e radiografia, ou seja, o melhor de dois mundos (a alta
sensibilidade da medicina nuclear e a boa resolução espacial da radiologia).

(⚠Vantagem da tomografia vs radiologia (planares): tomografia tem os 3 planos e dá-nos mais informação,
tem maior sensibilidade.)

Medicina Nuclear de diagnóstico

São utilizadas muito baixas doses de radiação, menos de 20mSv de


dose de radiação. Sv é a dose de radiação absorvida no organismo,
em Portugal a quantidade de radiação media por causas naturais por
ano: são 4mSv (equivale a uma cintigrafia óssea). São valores muito
pequenos. Não quer dizer que possa ser feito á toa, e temos de saber
que, há sempre dose de radiação envolvida, mas, não é “perigoso”.
Crianças e gravidas mais sensíveis à radiação.

Na radiologia e MN a dose de radiação absorvida são equivalentes.


A relação dose-efeito só é conhecido em altas doses, em baixas dose
é especulativo.

Há quem considere que a baixa dose de radiação tem benefícios (Teoria da Hormesis). Atualmente existe
“fobia” de radiação, não é o que se considerava no início da radioatividade em que se achava que
radioatividade era solução para tudo (radiomania). Doses elevadas tem efeitos biológicos gravíssimos, como
são exemplos Iroshima e Chernobyl. ⚠
A TAC e a radiologia dão informação anatômica e alguma Tipos de radiação usados em MN?
fisiológica. A MRI já dá mais metabólica. A PET e a MN
Câmara Gama e PET: como funcionam?
convencional são a principais utilizadas para avaliar o metabolismo
e processos moleculares. Semelhanças e diferenças com a radiologia?

Vantagens dos equipamentos híbridos?


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Principais aplicações clínicas?
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➢ PET
Exame da medicina nuclear que está sempre associado a TAC (CT) para lhe dar o mapeamento anatómico
essencial para completar os exames de medicina nuclear.

• Mobilidade imagiologia não invasiva;


• Fornece informações metabólicas/funcionais;
• Estudo tomográfico de corpo inteiro e multi-orgão;
• Imagens tridimensionais em cortes axiais, coronais e sagitais.

Temos um núcleo com excesso de cargas positivas e decai emitindo um positrão (eletrão positivo) que
rapidamente encontra um eletrão negativo, chocando com ele e a massa destas duas substâncias
transforma-se em energia (aniquilação positrónica) gama que vai em dois sentidos opostos (508 kev).

No equipamento remos múltiplos anéis com recetores de radiação e cada um destes anéis é sensível à
interação da radiação gama. Quando os dois detetores em oposição detetam simultaneamente o fotão
gama, o acontecimento é validado, contribuindo para a formação de uma imagem que depois é tratada. Há
milhões de reações destas a acontecer por segundo. A sensibilidade de um equipamento PET é muito
superior a uma câmara gama e a resolução espacial é muito melhor.

O F-18 é o mais utilizado, uma vez que, apresenta uma maior semivida (2h) e podemos fazer este exame
mais afastados dos centros de produção (ciclotrão). Os restantes têm semividas curtas, o que não nos
permite estar afastados do centro de produção.

FGD-f18: avalia metabolismo glicolítico;

F-18: Metabolismo ósseo;

FCH-f18: síntese de membrana.

PET/CT com FDG-F18:

As células captam glicose através dos recetores


GLUT. A célula capta a glicose e esta segue o
seu percurso - o FDG é captado de igual forma
e segue a via glicolítica. Chega a uma fase
(imagem seguinte) em que já não consegue
passar mais para as porque as enzimas não o
reconhecem, ficando ali acumulado.

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Enquanto nas “células normais” temos


captação e retenção do FDG, numa célula
neoplásica (necessitam de mais glicose,
tem mais recetores e a sua própria via
glicolítica esta aumentada) vamos ter muito
mais captação e retenção, sendo assim
possível distingui as neoplasias mesmo que
os tumores não tenham tamanho suficiente
para serem distinguidos morfologicamente.

(Hexoquinase funciona, mas a Fosfoglicose


Isomerase não. Hipercaptação e
hiperacumulação de FDG na célula
neoplásica)

⚠ Cérebro, coração, rins e bexiga com captação mais relevantes por terem
uma grande absorção de glicose para os seus processos fundamentais. Tudo
o que não for estes órgãos pode ser patologia ou não, temos que ter
cuidado.

⚠ Falsos negativos podem ocorrer na quimioterapia. Não devemos fazer


PET com quimioterapia recente. Falsos positivos podem ocorrer na
radioterapia, uma vez que esta provoca inflamação nos tecidos e pode
enganar. Devemos esperar algum tempo e não requisitar exames de PET
com radioterapia recente

⚠Vai haver captação de radiofármaco nas zonas de inflamação ou infeção


(cirurgia, pneumonia). Esperar algum tempo para obter informações
fidedignas.

⚠Se existir muita glicose ela vai entrar em competição com o FDG e vai interferir com o exame, por isso
devemos estar em jejum durante 6h antes do exame. O doente não deve nos dias anteriores fazer exercício
porque a atividade muscular pode interferir com o exame.

O doente é então puncionado e introduz-se um soro fisiológico e de seguida o radiofármaco. O paciente


permanece sentado durante 45 min/1h para haver a distribuição do radiofármaco em ambiente calmo, para
que haja simetria. Por fim, o doente vai para o equipamento onde se obtém a imagem da distribuição do
FGD pelo corpo inteiro. Em média são necessário 30 min para obter informação.

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Nesta imagem está representado um tumor na


coxa. Para sabermos o que é histologicamente
temos de fazer uma biopsia.

Uma PET ajuda-nos a localizar o tumor, uma


vez que este tamanho não é tudo tecido
tumoral. A biópsia deve ser realizada nas
zonas com mais FDG (mais atividade), que é
onde tem “mais” tumor.

Os tumores benignos habitualmente têm uma


intensidade de captação muito menor do que os
tumores malignos.

A intensidade de captação pode ser traduzida por SUV: dá-nos informação sobre a intensidade de captação.

No segundo caso já temos muita captação, tem um SUV muito elevado, por isso, deve ser maligno.

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Uma das principais indicações da PET, permitindo


saber onde se localizam possíveis metástases do
tumor. Como é um exame de corpo inteiro
podemos analisar da cabeça aos pés o que se
passa em termos de distribuição de lesões.

Gânglio com captação muito intensa de


radiofármaco. Está abaixo do diafragma e irá
alterar o nível de estadiamento deste linfoma.

Na sequência de tratamento podemos ver se ocorreu


recidiva ou metastização.

Quanto maior é o SUV menor é a sobrevivência.

A localização exata do tumor é importante para


limitar a radioterapia e diminuir os efeitos
secundários. Por outro lado, podemos aumentar a
radiação onde é realmente necessária.

Mostra uma lesão a nível pulmonar (zona preta),


será tudo tumor? Não.

Temos informação mais precisa quando recorremos


à PET e conseguimos ver que o tumor ocupa uma pequena parte daquele volume todo. Se existirem
metástase, a radioterapia já não será indicada, e alteramos o tratamento de curativo para paliativo.

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Situação com SUV durante e depois


de terapêutica passou de 8 para 10.
Não houve nenhuma vantagem
terapêutica.

Se SUV diminui-se, terapêutica tinha


resultado.

Por vezes temos informação da existência de


um tumor através da análise das metástases,
mas não sabe a localização do tumor
primitivo. A PET de corpo inteiro permite ver
o tumor primitivo.

Bioquímica Humana

Praticamente qualquer uma das moléculas que fazem


parte da física biológica pode ser marcada
radioactivamente.

PSMA-Ga → próstata

Múltiplas moléculas que permitem observar ao vivo a


bioquímica humana.

FNa → alterações a nível ósseo. O mecanismo de ação é


semelhante a FDP.

FDG mostra-nos extra ósseo, e lesões líticas ósseas.

(Se juntarmos os dois, o que acontece? Podemos ver de uma vez só as metástases ósseas e extra ósseas
existentes)

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PET/CT com Fluorcolina-F18

Há tumores em que não há aumento da atividade glicolítica significativa (ex: tumor da próstata).

Recorre-se assim à fluorcolina-f18:

• A Colina é um precursor na
biossíntese dos fosfolípidos;
• Entra nas células através de um
transportador específico;
• Nas células é fosforilada
transformando-se em
fosfatidilcolina pela ação da enzima
colina-Kinase;
• A fosfatidilcolina é um componente
essencial da membrana celular.

A biodistribuição da fluorcolina-F18 é
diferente da que ocorre no FDG, neste caso
já não há no cérebro, por exemplo, porque
não o capta.

Neste caso depois do tratamento as alterações


ganglionares desaparecem.

⚠ Fluorcolina tem sido substituído por PSMA-


Ga68 – mais usado atualmente.

MISO-F18: ainda não há permissão do infarmed para utilizar. Permite avaliar situações em que há hipoxia
celular, ajustando a dose de radioterapia.

Iodo – 124: Emissor de positrões, mais interesse académico do que clínico.

Metionina-C11: é um radiofármaco que não tem distribuição normal cerebral, mas é captado pelos tumores
cerebrais logo não temos o inconveniente de ele marcar o cérebro todo, uma vez que marca só mesmo o
tumor.

DOTA-NOC-Ga68: veio substituir somatostatina marcada, exame muito mais apropriado e muito frequente.

FDF-F18: infeção ou inflamação.

Fluoreto F-18: Identificar zonas de alteração na parede arterial (placas que estejam em risco de romper).

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PET de perfusão do miocárdio com NH3-N13 (para estudar a


perfusão temos de fazer o exame mesmo ao pé do ciclotrão.)

Estas imagens de perfusão podem ser comparadas com as de


metabolismo.

O futuro da PET e da medicina nuclear está dependente da evolução em termos de radiofármacos mais
específicos e sensíveis, mas também da melhoria da capacidade dos equipamentos: com mais capacidades,
melhoria de imagem e mais rápidas.

Mais variedade de radiofármacos → mais específicos e possibilidade de estudar diversas patologias.

Principais radiofármacos usados em PET

Bases físicas e fisiológicas da PET

Principais indicações clínicas da PET/CT

➢ Aplicações Clínicas

❖ NEFRO- UROLOGIA
Os radiofármacos têm ações que permitem a sua entrada nas células. No caso dos radiofármacos usados em
nefro-urologia, o mecanismo que está mais frequentemente em consideração é o transporte ativo na
membrana.

Os fármacos mais usados são o DTPA e MAG3 marcados


com Tc99m.

DTPA é apenas eliminado por filtração glomerular,


possibilitando avaliar a taxa de filtração glomerular (GFT) e
o MAG3 85% é eliminado por secreção tubular e 15% por
filtração, permitindo estimar o fluxo plasmática renal
efetivo (ERPF). Este apresentam um comportamento
particular onde se ligam ao rim e são muito rapidamente
eliminados pelo próprio rim atingindo concentrações
elevadas nas estruturas excretoras do mesmo.

DMSA tem um comportamento diferente dos outros dois


ligando-se as células tubulares nos túbulos contornados
proximais de uma forma mais permanente e permite avaliar a funcionalidade dessas células, mas não nos da
informação sobre o que se passa a nível dos processo excretores.
(Seta – mostra zona fria, onde há menos radiatividade,
provavelmente uma cicatriz, tecido morto ou tecido sem
atividade, danificado) 11
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Hipurano utilizava-se no início da medicina nuclear quando só havia iodo disponível. Este elimina-se por
secreção tubular, mas foi deixado de ser utilizado porque o MAG3 tem função semelhante e é marcado por
Tc99m (ser marcado por Tc99m é vantagem em relação ao iodo).

Basicamente seguimos o radiofármaco para perceber como se vai “mexendo”. Dão-nos estudos dinâmicos
ao longo do tempo (minuto a minuto por exemplo). Podemos marcar na camara gama as zonas de interesse
e avaliar as mesmas. O doente está de costas e observa-se o que vai acontecendo. No final, obtemos então o
gráfico, números sobre o radiofármaco e a imagem.

Zonas frias → zonas sem radioatividade

Zonas quentes → onde tem mais radioatividade, radioatividade mais


marcada.

(Tanto zonas frias como quentes podem ser patológicas.)

Exemplo de cintigrafia feita com MAG3:

Detetor fica o mais perto possível do órgão que


queremos estudar.

Imagens mostram o trânsito do radiofármaco


nos rins ao longo do tempo, vê-se a captação e
a eliminação pelas vias excretoras.

Também temos acesso aos gráficos de


radioatividade em ambos os rins e
conseguimos identificar a colaboração de cada
um deles na função renal total.

Exame é normal, não patológico.

Usamos o DTPA e avaliamos da mesma forma


que anterior, mas neste caso sobre a filtração
glomerular.

Temos um exame anormal, em que no rim


esquerdo capta, mas não elimina, existe
dificuldade de excreção.

No rim direito temos alguma captação e uma


eliminação lenta.

Obtemos as taxas globais e para cada rim.

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Tanto MAG3 como DTPA são uteis para avaliar a função renal. Não tem obstrução porque a curva de
acululação do fármaco é decrescente

Se no serviço de urgência nos surgir um doente com


dor lombar podemos suspeitar de obstrução. Na
cintigrafia renal e com um gráfico como o primeiro
que é apresentado, excluímos a dificuldade de
eliminação, e a causa da dor será outra. (curva descendente)

No entanto se for um gráfio ascendente (segundo)


pode ser verdadeira obstrução provocada por
trombo, compressão extrínseca ou então uma Obstrução funcional

obstrução funcional, isto é, uma dificuldade de


contração do ureter que pode ser despistada por
administração de um diurético (se este resolver a
situação era uma obstrução funcional).

Se depois da administração o gráfico continuar a Obstrução mecânica (continua a aumentar


a acumulação do fármaco lá)
aumentar (último), significa que é uma obstrução mecânica.

A isto é chamado de prova diurética porque administramos um diurético para ver se a obstrução é
mecânica ou não. - se se resolver com o diurético, então a obstrução é funcional, não mecânica

Prova de captopril → destinada a avaliar a causa renal


para uma hipertensão arterial. Antes do captopril,
dificuldade de excreção ligeira que aumenta depois da
administração.

Mostramos que há um compromisso vascular renal como


causa da hipertensão.
Nota: Capropril é um anti-hipertensor (IECA - combater a HTA)

Cisto-cintigrafia direta: administra-se diretamente na


bexiga, através de um algalia, e progressivamente, soro
fisiológico morno diluído com uma substância radioativa,
até aumentar a pressão da bexiga. Se existir refluxo é
possível visualizar a passagem do radiofármaco para os
ureteres e etc.

Há um estudo semelhante na radiografia, mas está


associado a uma dose radiação superior a este, no entanto,
apresenta uma melhor resolução – bom para saber a
principal causa do refluxo (ex. se é na válvula ou outra
estrutura).

Os estudos mencionados anteriormente são considerados estudos dinâmicos.

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A cintigrafia renal é considerada um


estudo estático.

Nome de “Renografia” utiliza-se mais


para designar o gráfico em si mas na
literatura é associado preferentemente
à imagem dos estudos dinâmicos.

Obtemos imagens posteriores e


anteriores de ambos os rins e a % de
contributo de cada um na função total.

Nesta situação temos uma lesão focal


do terço superior do rim direito.

Este exame é mais sensível que


ecografia para detetar cicatrização
renal ou tecido que não estejam a
funcionar corretamente devido ao
défice funcional por inflamação.

Passado algum tempo a infeção inicial


curou e temos o rim normal (segunda
imagem).

Estudos estáticos são obtidos 2/3 horas depois de administrar o radiofármaco. Nos dinâmicos,
administramos o radiofármaco e temos de ir avaliando ao longo do tempo como evolui.

Principais aplicações clínicas da reno-cintigrafia?

Tipos de radiofármacos e mecanismos de ação?

Interesse da prova diurética?

❖ CINTIGRAFIA ÓSSEA
É dos exames mais frequentemente realizados apesar de já existir na medicina nuclear PET uma alternativa
vantajosa (tem mais qualidade).

O esqueleto tem aspeto de ser uma algo sem atividade mas não é. A estrutura do osso tem um rico
metabolismo e é por isso que é possível observá-lo cintigraficamente. Na MN não se consegue estudar
estruturas mortas porque os radioisótopos reagem no metabolismo, se não houver metabolismo não é
possível visualizar.

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Radiografia – estruturas PET óssea – visualização do que se


inertes, não se observa passa a nível metabólico. Há zonas
mais ou menos que captam melhor o radiofármaco
metabolismo, apenas a (mais marcadas), são designadas
morfologia. zonas quentes e são muito
sugestivo de metastização de
cancro.

Radiofármacos: fosfatos (fosfonatos) – o mais utilizado é o metilenofosfotonato (MDP), mais estáveis


porque são mais resistentes á ação das fosfatases.

MDP: podem ser marcados com Tc e são administrados na corrente sanguínea, rapidamente saem da
corrente sanguínea e são captados a nível ósseo nos cristais de hidroxiapatite. Cristais captam por
mecanismos físico-químicos com ajuda do Tc.

Metabolismo ósseo será quanto mais intenso quanto


mais regeneração óssea existir nesse local.

Mais regeneração → mais captação pelos cristais →


zonas quentes (mais marcado).

Nas neoplasias há formação de osso novo e há


captação.

Passado 2/4h da administração já temos uma


captação significativa que nos é possível observar.

Na cintigrafia óssea é mais comum a hipercaptação


(quente) em lesões. Mas também pode ter
hipocaptação (frias) nos quistos por exemplo.

Adsorção ocorre pelos cristais de hirdroxiapatite (mais relevante) mas também pode
ser captada por troca iónica.

Na imagem de cintigrafia temos várias zonas de hipercaptação. Esta distribuição e a


quantidade de lesões são altamente sugestivas de metastização e muito
provavelmente de cancro da próstata.

As fraturas ósseas estão associadas a regeneração óssea – lesões benignas, logo,


também podem ser traduzidas por hipercaptação. Tal como uma infeção óssea.

Um dos problemas da cintigrafia óssea é a sua baixa especificidade (tanto pode ser
metástases como uma fratura). Muito sensitiva, mas pouco especifica.

As estruturas ósseas que estão mais perto do detetor são observadas com mais
especificidade que as mais afastadas. A simetria em relação aos detetores é
importante para que tenham a mesma distância.

Quando temos um tumor o que vamos ver na cintigrafia não é o tumor em si, mas sim a formação de tecido
novo (metástases) pela estimulação do tumor.

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Indicações clínicas:

• doença neoplásica óssea secundária;


• doença neoplásica óssea primitiva;
• fratura oculta (fratura de esforço - não se vê alteração radiográfica, mas cintigraficamente vê-se um
aumento de formação óssea em alguns locais);
• osteomielite;
• necrose avascular;
• processos inflamatórios articulares;
• infeção óssea (pode ser vista com cintigrafia, mas um método muito usado é a marcação de leucócitos
com Tc).

Normal: Metastização Óssea:

Cartilagens de Metástases de cancro,


conjugação muito provavelmente da
ativas por isso devem próstata.
corresponder a uma
Doente deve
criança ou a adulto
permanecer imóvel
jovem.
senão vamos ter
Tem de haver simetria. duplicação da zona que
mexeu e pode
Na imagem
aparecer artefactos no
conseguimos também
exame.
ver rins e bexiga
porque é por onde é Neste caso temos a
eliminado o radiofármaco. Devem beber bastante certeza que é metastização porque tem muitas
água para que o radiofármaco não captado pelo zonas quentes. No entanto se só houvesse 1 ou 2
osso seja mais facilmente eliminado e para se zonas de hipercaptação, não podíamos concluir
perceber o que é osso. Urinar frequentemente isso.
para eliminar o máximo possível de radiofármaco
da bexiga para não reter urina radioativa. É
importante não sujar a roupa e a pele com
radiofármaco para que não haja artefactos. Em ambos são cintigrafias planares. Se
for tomografia teremos plano a plano o
Outro artefacto possível é o posicionamento
que se passa com o radiofármaco. A
anómalo do doente (por exemplo se estiver mais
tomografia veio ajudar muito na melhoria
levantado o ombro direito ou esquerdo, vai
da localização das lesões.
aparecer mais marcado).

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“Super scan”: Pode ser doença de Paget ou


hiperparatirodismo, em que há aumento de
metabolismo. Neste caso é metástases.

Na 2º imagem quase não se vê esqueleto, mas tem


algumas zonas de hipercaptação. Situação benigna. Esta
zona de hipercaptação pode ser infeção.

Tal como está representado na imagem, no local de


administração pode permanecer um pouco de
radiofármaco e originar um artefacto.

Se o MDP não sem ligar bem ao Tc → o MDP marca o que


é suposto e o Tc livre marca outras estruturas → podem aparecer artefactos.

Artefactos:

• Local de administração;
• Assimetria do doente;
• Movimento do doente → assimetria posicional;
• Contaminação por urina radioativa;
• Mecanismo de marcação do radiofármaco;
• Interposição de material de elevada densidade;
• Baixa eficácia de marcação do MDP-Tc99m.

Podemos passar de uma cintigrafia planar para uma SPECT. Podemos visualizar a preto e branco (preto é
mais marcado) ou a cores (amarelo – mais claro: + marcado).

Ao realizar a SPECT conseguimos perceber onde se encontra ao certo a


lesão. Ajuda-nos a aumentar a especificidade da cintigrafia planar. Sempre
que possível fazer SPECT porque pode ajudar a esclarecer situações.

O ideal é SPECT/CT (com radiologia). Temos ainda maior definição.

Vertebra: No componente posterior da vertebra é mais provável de ser


benigno; Se for anterior ou no corpo da vertebra é mais provável de ser
maligno

Costela: se tiver zonas alongadas ao longo da costela e pouco regular é


maligno; Se for lesões locais é benigno.

Esterno: se for com bordos irregulares e mais na extremidade é maligno, se


for mais central é benigno.

A intensidade de captação é semelhante nos tumores malignos e


benignas, por isso não os podemos distinguir por aí.

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Doença de Paget - benigna e também com alta intensidade de captação.

Artrite reumatoide - patologia inflamatória osteo-articular. A radiografia pode


estar normal mas apresenta alterações na cintigrafia que não são visíveis na
mesma. As lesões são mais precocemente visualizadas na cintigrafia que na
radiologia

Se realizarmos uma cintigrafia logo a seguir injeção, como no caso de uma


infeção óssea, temos uma grande hipercapatação (devido à (Na câmara gama temos necessidade
de ter alguma coisa entre os cristais do
hipervascularização). Quando temos uma hipercaptação no início, no
detetor e o doente. Os colimadores
intermedio e passado 2h temos uma infeção óssea. Se fosse uma infeção
servem para isso.)
dos tecidos, passado as 2 horas já não teríamos hipercaptação, apenas na
fase inicial e intermédia. Outra opção seria utilizar leucócitos marcados com Tc (retira-se sangue, centrifuga-
se, marcasse os leucócitos, insere-se na corrente sanguínea e eles vão até ao local de infeção).

Fazer boas histórias clínicas e ponderar se realmente é necessário o usos de cintigrafia. Cintos, brincos,
moedas, tudo o que seja metal, pode interferir no exame e tem que ser retirado.

Principais indicações clínicas da cintigrafia óssea?

Radiofármacos para cintigrafia óssea?

Utilidade da SPECT e da SPECT/CT ?

Causas de artefactos?

❖ ONCOLOGIA NUCLEAR
Marcadores tumorais podem ser
considerados inespecíficos ou
específicos.

Inespecíficos: permite-nos avaliar


diversas patologias, não são singulares
de uma determinada patologia. Pode
captar metástases e tumores, mas
também inflamação, ou seja, podemos ficar confusos com aquilo que estamos a ver.

• MDP → ósseo, inflamatório...

• Galio-67 → foi um dos primeiros fármacos a


ser utilizado mas nos dias de hoje 1→

praticamente já não se usa, grande papel a


estudar linfomas, doença de Hodkin e não
Hodkin. 3→ →4

(1→ tumor hepático; 18


3 → linfoma; 4 →
infeção óssea.)
Vera Moreira (a41866)

• Tálio- 201 → utilizado na avaliação da perfusão do miocárdio mas também se liga a tecido neoplásico.
(⚠ Diferenciação entre doença maligna residual e recorrente: suponhamos que temos um doente
com um determinado tumor que é operado e introduz-se alterações anatómicas recorrentes da
cirurgia. Este doente depois é monitorizado e o que vai ser visualizado é resultado das alterações
estruturais, podendo haver dificuldade em distinguir estas alterações do tumor que ficou ou que
voltou. A medicina nuclear ajuda a distinguir uma vez que se for captado radiofármaco é porque há
presença de tumor.)

• Tetrafosmina e Sestamibi (perfusão de miocárdio e deteção de adenomas da paratiroide).


Temos a possibilidade de utilizar a quimioterapia
para tratar estas situações tumorais e podemos
prever a eficácia deste tratamento. Os citostáticos
entram na célula tumoral, assim como os
radiofármacos, que se ligam às mitocôndrias e depois
são eliminados. Se a quantidade de glicoproteína P
for muito aumentada a eliminação dos citostáticos e
dos radiofármacos é aumentada.
Podemos assim prever que há aumento de
glicoproteína P em determinado tumor na cintigrafia
com estes radiofármacos. Se isso acontece com estes
radiofármacos também acontece com a
quimioterapia.

• FDG-F18 → PET; marcador de oncologia e situações de inflamação e infeção (atividade glicolítica).

Específicos: existe uma orientação para uma determinada patologia. O Iodo que é captado pela tiroide. Os
tumores com origem da crista neural podem ser estudados pelo iodo marcado pela MIBG – muito
direcionada.

(Da mesma maneira que podem


ser detetados com MIBG-I123
também podem ser tratados
com MIBG-I131 em doses
elevadas. (131 – beta e gama).)

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Vera Moreira (a41866)

→ Criança com 14 anos com


gastrinoma.

Submeteu-se esta criança a uma


cirurgia com a sonda de deteção
intracirúrgica para detetar a localização
precisa do tumor. É usado em
pequeninos tumores difíceis de detetar
em exames mais comuns.

Gânglio sentinela: gânglio para o qual o vaso linfático originado no tumor drena diretamente. Permite-nos
identificar se há presenças metastáticas a partir do tumor primário.

Princípio de Halsted → Um tumor drena inicialmente para um (algumas vezes mais que um) gânglio
primário ou sentinela e só depois, a partir deste(s), para os gânglios seguintes ou secundários. Na base do
mapeamento linfático e da biópsia do gânglio sentinela está o conceito da disseminação linfática sequencial.

É importante saber se há invasão ou não no gânglio pelo tumor. No cancro da mama se o gânglio da axila
tiver invasão deve retirar. Deve se tentar evitar o esvaziamento do gânglio. Saber qual é e se está invadido.

A intenção de MN é identificar qual o gânglio e não se está ou não invadido. Depois de definir o gânglio
sentinela, mandamos para histologia e avaliar. Se for positivo, é necessário retirar.

Nanocolóides de albumina – Tc99m → são injetados peri ou intra-tumoralmente e passam do espaço


intersticial para o lúmen dos linfáticos terminais através das junções entre as células endoteliais ou por
pinocitose.

Uma vez dentro do lúmen seguem juntamente com a linfa para linfáticos de diâmetro progressivamente
superior em direção ao(s) gânglio(s) sentinela onde são fagocitados pelas células do sistema
reticuloendotelial ficando aí retidos.

Alguns nanocolóides passam em direção aos linfáticos eferentes e gânglios secundários obtendo-se um
mapeamento linfático em que apenas o primeiro (ou primeiros) gânglios a serem visualizados são os
primários ou sentinelas. A linfocintigrafia identifica o fluxo linfático fisiológico através dos canais linfáticos.

(⚠ Pobreza de resolução espacial dos exames. Usamos também a SPECT-CT para ajudar a localizar melhor.)

Se existem células tumorais no gânglio sentinela o risco de os restantes gânglios conterem também células
tumorais é elevado, estando então indicada a realização de esvaziamento ganglionar regional.

Quando o gânglio sentinela está livre de células tumorais pode presumir-se que os restantes gânglios
também estão considerando-se desnecessário o esvaziamento ganglionar regional.

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Vera Moreira (a41866)

Indicações:

• Carcinoma da mama;
• Melanoma;
• Carcinoma da vulva;
• Carcinoma do colo do útero;
• Carcinoma do pénis.

Faz se cintigrafia onde se localiza o cancro e o gânglio sentinela. No dia da cirurgia com a ajuda da sonda
cintigráfica localiza-se com precisão ambos.

Vantagens SPECT/CT e PET/CT:

SPECT-CT Informação mais apropriada com mais


qualidade

SPECT E PET conjugam o melhor da avaliação


funcional e anatómica.

No caso da PET, a TAC ajuda não só da criação do


mapa anatómico, mas também na própria execução
do exame.

Principais radiofármacos usados em Oncologia Nuclear?

Exemplos da sua utilidade nesta área?

Noção de Gânglio Sentinela?

❖ CARDIO

Com estas duas técnicas vamos ver o coração em 2


perspetivas diferentes.

Com a A.R.N vamos observar o coração por dentro,


sobretudo a cavidade ventricular esquerda. Marcamos
eritrócitos com radioatividade e vemos a sua capacidade de
se contrair.

Com a cintigrafia de perfusão do miocárdio o que vamos


observar é o estado de perfusão das células do miocárdio.
Vascularização é diferente de perfusão (vascularização
avalia-se com a angiografia). Aqui não vemos a vascularização. Observamos como o sangue irriga as células,
ou seja se todas a células estão bem irrigadas.

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Vera Moreira (a41866)

Se as zonas forem bem perfundidas, o radiofármaco marca bastante no local. Se não estiverem perfundidas
apresenta zonas onde não há radioatividade – frias.

Existem 2 técnicas para marcar os eritrócitos:

• A técnica in vivo onde marcamos os eritrócitos dentro do corpo do doente; é a mais usada.
• A técnica in vitro retiramos os eritrócitos ao doente e marcamos.

Marcação in vivo → 2 injeções; 1º injeção de pirofosfato estanhoso (agente redutor que vai reduzir a valência
do Tc); passado 20 min injetamos a 2º de pertecnetato, que vai ser reduzido pelo estanho e fica em condições
de se ligar as cadeias beta da hemoglobina, ficando assim marcados os eritrócitos.

Esperamos uns 10 minutos para que a distribuição seja homogénea. Ao fim desse tempo podemos adquirir as
imagens. Obtemos com a ajuda de eletrocardiógrafo – vai ser este a comandar a sequência de aquisição de
imagens no exame.

Levamos o doente já com os elétrodos até a câmara gama. A câmara fica na posição oblíqua, porque é a
maneira mais adequada de ver o ventrículo esquerdo distinguindo das outras cavidade. Observamos como o
ventrículo varia de volume entre a sístole e a diástole, podendo assim avaliar a sua capacidade de contração.

Ciclo cardíaco: o que se passa entre duas ondas R – observa-se a variação entre a diástole e a sístole.

Dividimos o ciclo cardíaco em 20 partes e fazemos o registo


da quantidade de radioatividade de cada destas 20 partes. O
2º ciclo cardíaco divide-se também em 20 frações e os
resultados deste vão se juntar aos resultados do 1º ciclo
cardíaco e assim sucessivamente (avaliamos os 600 ciclos). No
final desta aquisição toda já temos informação suficiente para
ver como se comporta a sístole e a diástole.

A partir destas imagens podemos obter também um gráfico


que nos indica o volume ou radioatividade em função do
tempo. A partir desta curva conseguimos obter o índice.

⚠ PERGUNTA DE EXAME - como se calcula o índice? É o F.E.V. (fração de ejeção de ventrículo), sendo que
a “cont. diástole” são as contagens máximas e a “cont. sístoles” são as contagens mínimas (estas contagens
são as máximas e mínimas obtidas pelo gráfico). A FEV também pode ser calculada por outras formas como
a ecocardiografia, mas são menos rigorosos.

ANGIOGRAFIA DE RADIONÚCLIDOS - A.R.N.

Indicações:

• Avaliação da função cardíaca em doentes submetidos a quimioterapia.


• Doença Arterial Coronária.
• Insuficiência Cardíaca Congestiva.
• Avaliação da função ventricular em doentes com estenose / insuficiência valvular.

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Vera Moreira (a41866)

⚠ Há agentes quimioterapêuticos que tem como consequência o prejuízo da função cardíaca, e podem ser
prejudiciais em pessoas com baixa imunidade (como o caso de pessoas que tem cancro). Se a FEV for menor
que 50% não deve ser feita quimioterapia. Vai sendo avaliada entre os ciclos de quimioterapia e “controlada”,
porque se diminuir 10% entre cada ciclo de tratamento, este deve ser alterado.

Cintigrafia de perfusão do miocárdio

Técnica mais utilizada na cardiologia.

Utilizamos as substâncias sestamibi e tetrafosmina e são ambas marcadas com o Tc. Quando elas apareceram
“destronaram” o tálio 201 (este não tinha características físicas para boa imagem). São captados pelas células
do miocárdio de forma proporcional à perfusão regional, perfusão essa que é conseguida pelo transporte de
sangue pelas coronárias. Consiste em 2 tomografias em camara gama (SPECT), uma com o doente em repouso
e outro em esforço. É a partir destas 2 que podemos inferir enfarte do miocárdio, isquemia ou normal (quando
falamos do miocárdio falamos do ventrículo esquerdo).

SPECT em esforço, o doente tem de realizar uma prova de esforço. Doente está em tapete rolante, começa a
andar a uma determinada velocidade que vai aumentando de 3 em 3 minutos. Também aumenta a inclinação.
Quando se atinge um esforço máximo é inserido o radiofármaco e é feita a SPECT.

Doentes são acompanhados por cardiologista e técnicos, com monitorização de vários parâmetros, como a
TA para prevenir algum tipo de momento adverso que possa ser grave.

Depois o doente descansa uns minutos e faz uma tomografia. Neste momento o que vamos ver é o que se
passou quando a substância foi administrada, ou seja, no pico de esforço. Desejavelmente o esforço é físico,
mas quando não é possível faz-se farmacologicamente com adenosina (principalmente). A cintigrafia de
repouso é uma tomografia normal, já com o doente em repouso

Também podemos calcular a F.E.V neste exame. Vários planos do coração são obtidos (eixo longo horizontal
e vertical e eixo curto) e comparamos as imagens em repouso e em esforço.

Se for isquemia só visualizamos alteração no exame em esforço. Se houver necrose existe alteração tanto em
repouso como em esforço. Quando temos uma zona com enfarte no ventrículo, as células dessa área não têm
capacidade de captar o radiofármaco e aparecem como zonas frias, tanto no exame me esforço como em
repouso.

Em repouso, no vaso normal passa o sangue com o radiofármaco e no vaso astenosado temos uma perfusão
um pouco comprometida. Quando aumentamos as exigências do coração (esforço ou adenosina) vamos
observar que no lado normal há aumento do fluxo sanguíneo e mais passagem do radiofármaco, mas no lado
anormal a artéria doente não consegue passar tanto sangue e percebemos que há anormalidade.

Indicações:

• Avaliação da presença, localização, extensão e severidade de isquémia e enfarte do miocárdio;


• Determinação do significado de lesões anatómicas detetadas por angiografia (lesões anatómicas são
diferentes de perfusões anatómicas → lesões podem ou não estar associado a perfusão).;
• Avaliação de viabilidade miocárdica (podemos juntar esta informação a uma PET para perceber se
uma zona do miocárdio está realmente afetada ou se esta “atordoada”, ou seja, as células podem
ainda não estar mortas, é possível reverter);

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Vera Moreira (a41866)

• Determinação de prognóstico (após e.m.; pré-operatório);


• Monitorização da eficácia de terapêuticas (por ex perceber se uma cirurgia , como “by pass”, melhorou
ou não a situação do doente).

Podemos fazer este exame em situação de urgência. Saber por ex. se alterações especificas de dor torácica
surgem do coração.

Caso Clínico:

Será que tem enfarte? Se for enfarte fica no


hospital, se não pode ir para casa.

Se tivermos um exame normal podemos dar


alta porque o valor preditivo negativo é alto
(97,6%).

O doente tinha realmente algumas


alterações no exame e ficou hospitalizado.

Estes exames são muito usados em rotina,


assistencial, mas também em urgência.

GATED SPECT

Da mesma maneira que podemos ter informação de perfusão também


conseguimos observar a mobilidade do ventrículo, obter ajuda a definir
melhor alguma patologia que exista e calcular a fração de ejeção.

PET cardíaco com amónia – também é possível avaliar a perfusão com


esta técnica

Esta técnica cintigráfica vai ao início da situação


patológica que estamos a tratar. Isto é, para a
existência de uma isquemia ela tem início numa
falta de perfusão. A PET vai nos mostrar o estado do
metabolismo desta região. Só depois de haver
alteração metabolismo vai haver alterações
mecânicas, que são observáveis em
ecocardiografia.

O ECG só vai alterar depois de haver alterações


mecânicas. Ou seja, quando usamos cintigrafia
estamos a avaliar uma fase muito precoce da situação. Só quando se encontra em fase mais avançada é que
é detetável em outros métodos.

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Vera Moreira (a41866)

SPECT- AngioCT : Conjuga a informação imagiológica de angioTAC (observa-


se a anatomia e estrutura e calibre dos vasos) com a informação de
perfusão. Esta informação conjugada tem valores de especificidade e
sensibilidade muito alta. Muito vantajoso.

Principais técnicas em Cardiologia Nuclear?

Principais radiofármacos?

Indicações clínicas?

❖ PNEUMO

Cintigrafia pulmonar de ventilação/perfusão:

Tal como no coração temos 2 técnicas para avaliar os pulmões.

Neste estudo vamos avaliar a nível da ventilação e da perfusão, conjugando estas duas informações para tirar
daqui vantagem. A principal indicação é saber se o doente tem ou não tromboembolia pulmonar (uma
condição que pode ser bastante grave e fatal e é muitas vezes difícil de diagnosticar clinicamente). Este exame
ajuda a que se diagnostique corretamente e se trate rapidamente para evitar consequências trágicas.

A avaliação da ventilação pulmonar faz-se utilizando gás radioativo (como o Xe133 e Kr81m) ou
microaerossois, quase um gás (technegas) – são aerossóis que vão vaporizar partículas de carbono que as
torna em microaerossois marcáveis por tecnécio. Em toda a europa e austrália é utilizado o technegas.

O doente inala o technegas, e este vai percorrer a árvore alveolar e chegar aos alvéolos, distribuindo-se de
forma homogénea nos alvéolos.

Para a análise da perfusão pulmonar vamos utilizar macro agregados de albumina – partículas irregulares que
tem uma dimensão media de 20mc (um pouco superior ao calibre dos capilares pulmonares). Administração
ocorre via endovenosa por uma veia periférica, vai até ao coração direito e segue até ao pulmão onde ficam
retidos na rede capilar pulmonar, caso não haja nenhuma obstrução nos vasos anteriores.

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Vera Moreira (a41866)

Exame normal → temos uma distribuição homogénea das duas vertentes.

Exame patológico:

→ Afetando as vias aéreas: situação que dificulta a passagem de microaerossóis para os alvéolos, então vamos
ter uma zona fria, onde não chega os microaerossóis. Vamos ter uma obstrução dos vasos secundaria, causada
pela obstrução alveolar, ou seja, em caso de obstrução das vias aéreas temos alteração de perfusão e
ventilação.

→ Afetando os vasos pulmonares: temos um trombo a obstruir os vasos pulmonares (maioria formados nas
veias inferiores ou pélvicas). Podem obstruir um ou vários vasos pulmonares. O que vamos ter é ausência de
radioatividade depois do trombo – zona fria. Devido a própria anatomia da escultura pulmonar, vamos ter um
defeito característico, maior ou menor conforme o tamanho, em forma triangular de base pleural (triângulo
com a base na pleura). A obstrução dos vasos pode levar a alguma alteração das vias aéreas, mas é de uma
intensidade muito pequena, não alternado muito a ventilação. Assim, em trombo-embolia temos uma
alteração da perfusão, mas uma ventilação normal.

⚠ Como diferenciamos os dois tipos? Forma triangular com ventilação normal significa tromboembolia
pulmonar.

SPECT vs CINTIGRAFIA PLANAR vs ANGIOTAC:

Na cintigrafia está localizada toda a informação


que foi obtida no volume dos pulmões, ou seja,
se existir uma lesão no meio do pulmão, não a
conseguimos detetar. Mas se fizermos uma
tomografia (em 3 planos) conseguimos ver
exatamente em que local se encontra a lesão.
Na cintigrafia falávamos em probabilidade de
ser ou não tromboembolia. No caso da SPECT
podemos afirmar com certeza se é ou não
tromboembolia.

AngioTAC tem de aspeto negativo o facto de


irradiar mais, tem sensibilidade semelhante com
SPECT e não deteta trombos na parte periférica
do pulmão; o contraste é nefrotóxico (doentes
com problemas renais não devem tomar) mas está muito mais disponível nos hospitais (em todos os hospitais
é possível fazer).

(“M/S CTPA” é angioTAC)

SPECT Pulmonar V/P - demora cerca de 20 min. a realizar; necessita da colaboração do doente para ventilar
e inalar a substância. É confirmada se já tem quantidade suficiente de substâncias nos pulmões para passar
para a câmara gama. Detetores rodam a volta do corpo da doente, centrados na região torácica; uns minutos
de aquisição. Partimos para o estudo da perfusão. Administra-se o radiofármaco na veia e depois um pouco
de soro fisiológico para “empurrar” o radiofármaco; faz se a aquisição da informação.

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Vera Moreira (a41866)

Vantagem da SPECT vs angioTAC: temos ideia


da % de rede pulmonar que esta obstruída.

Se for >40% é internado.

Neste caso o doente tinha hipoxemia e fator de


risco (cirurgia), os colegas do serviço de urgência
tinham dúvida se era pneumonia ou
tromboembolia. Ele não tinha tromboembolia,
mas sim alguns defeitos. Os AngioTAC também
demonstraram que não era tromboembolia,
mas tinha 36% de obstrução – precisava de ser
tratado com anticoagulantes.

Papel da Cintigrafia V/P no Diagnóstico de TEP?

Técnicas mais usadas em Pneumologia Nuclear?

Vantagens da SPECT?

❖ GASTROENTEROLOGIA
É possível avaliar a função das glândulas salivares
com tecnécio. Injetamos 10/15milicuries por via
endovenosa. Tecnécio liga-se a vários órgãos
como as glândulas salivares e tiroide (podemos
ver na imagem).

Se as células das glândulas salivares estiverem a


funcionar normalmente captam o tecnécio e
depois é eliminado para a boca. Há algumas
patologias (inflamatória ou síndrome de Sjogren)
em que estas glândulas estão comprometidas.

Se adicionar iodo para tratar cancro da tiroide,


este pode se acumular nas glândulas salivares, se
não for eliminado, e pode ser prejudicial,
causando inflamação.

O tecnécio vai aumentado, mas se provocarmos a


excreção, com sumo de limão por exemplo, diminui normalmente. Se a radioatividade continuar a aumentar
depois do estímulo para eliminação, é um sinal patológico.

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Vera Moreira (a41866)

Refluxo gastroesofágico → os doentes comem uma refeição (papa ou liquido) com radioatividade, deitamos
o doente e fazemos manobras para haver refluxo como os pés levantados ou compressão do abdómen. Se
houver passagem do estômago para o esófago o refluxo fica evidenciado.

Esvaziamento gástrico → podemos observar como o estomago esvazia. Doente come e depois bebe líquido
marcado radioactivamente com Indio111, e observa-se como o estomago elimina a refeição.

O tecnécio e o indio são diferentes, um encontra-se a marcar a comida e o outro a água, respetivamente,
sendo que um avalia como a comida é digerida e absorvida e o outro como a água como é eliminada, no
entanto, é possível observar ambos ao mesmo tempo. Estes exames raramente são utilizados, mas pode se
fazer na diabetes, obesidade ou cirurgia ao estômago.

A 1º imagem é uma imagem de cintigrafia


nuclear antiga.

Cintigrafia hépato-esplénica

Usa coloides de enxofre para marcar as células


de Kuppfer, sendo possível observar o fígado e
o estomago. Os coloides são captados pelas
células do fígado e baço, mas não são captados
pela medula óssea.

Podemos observamos a medula óssea quando


o fígado está insuficiente (ex. cirrose). Também
podemos observar carcinoma hepático.
Atualmente já não fazemos este exame.

Angiocintigrafia hepática

É o exame mais usado com regularidade para estudar a componente vascular do fígado. Podemos detetar
estruturas muito vascularizadas como hemangiomas cavernosos do fígado. Estes inicialmente captam com
muita lentidão os eritrócitos marcados com tecnécio e ao longo do tempo vão concentrando mais. Na planar
é mais difícil de detetar os hemangiomas pequeninos e que estão mais no interior do fígado. Com a SPECT
conseguimos aumentar muito a
sensibilidade destes hemangiomas.

Cintigrafia hépato-biliar

Podemos estudar outra componente do


fígado - os hepatócitos. São estudados com
ácido iminodiacético hepatobiliar (AID),
de última geração, compete com a
bilirrubina na ligação aos hepatócitos,
pelos mesmo recetores. Passa para as vias
biliares intra-hepáticas → extra-hepáticas
→ concentram-se na vesicula → seguem
para intestino. Avaliam a função dos
hepatócitos e a permeabilidade das vias
biliares.
Quantificação de parâmetros - capacidade
de quantificar a função dos hepatócitos e a
velocidade de radiação para o intestino. 28
Vera Moreira (a41866)

Exame normal: vemos a população de hepatócitos, vias bilares intra e extrabiliares, acumulação na vesicula e
passagem para intestino.

A colecistite aguda pode ser diagnosticada pela cintigrafia hépato-biliar com uma sensibilidade e
especificidade muito elevadas desde que se verifique: ausência da vesicula, mas as vias biliares intra e extra
hepáticas vêm-se. A vesícula não se vê porque pode haver um cálculo ou então há situações alitiásicas (s/
cálculo) e mesmo assim não é visualizada porque o canal cístico devido ao processo inflamatório tem o lúmen
obstruído e o radiofármaco não passa para a vesicula. A ecografia é usada na urgência, mas não responde a
todas as duvidas.

Outras situações em que a cintigrafia é essencial no diagnóstico: obstrução biliar, situações congénitas…

Casos Clínicos:

1) Colecistite ou pancreatite??

Percebe-se que não é colecistite


porque se vê a vesicula. O que vemos
errado é a retenção na passagem do
radiofármaco – sinais indiretos de
alguma patologia pancreática.

2)

Esta suspeita foi facilmente confirmada pela


cintigrafia hépato biliar. Administramos
radiofármaco e vemos no local da fistula a
ocorrer eliminar o radiofármaco nitidamente

29
Vera Moreira (a41866)

3)

Aqui temos um exame a recém-nascido, com fezes descoradas


e icterícia.

IDA marcado com Tc99m

Temos um fígado um bocado aumentado (normal numa criança


pequena); suspeita de atresia das vias biliares (é provável o que
tem porque não há passagem para vesícula nem intestino). Este
diagnóstico tem de ser feito muito precocemente para que seja
rapidamente a cirurgia.

4) Doença inflamatória intestinal → Colite ulcerosa, doença de Crohn e abcesso pélvico.

Usamos os leucócitos marcados com Tc, retiramos algum sangue, isolamos os leucócitos, marcamos e
injetamos. Isto vai nos permitir ver a intensidade e extensão da infeção.

Métodos não invasivos e com pequena dose de radiação que permitem avaliar a extensão de doença.

5)

Eritrócitos marcados com Tc vão se distribuir pelos vasos. Á medida que vai
evoluindo os eritrócitos saem da sua trajetória vão entrar nas ansas
intestinais – hemorragias digestivas.

Não conseguimos localizar precisamente, mas conseguimos dizer se em que


quadrante está. Em contexto de urgência pode ser bastante útil.

Principais aplicações clínicas em Gastrenterologia?

Importância da cintigrafia hépato-biliar?

Interesse da marcação de GV e de leucócitos?

❖ ENDOCRINOLOGIA
As primeiras aplicações da medicina nuclear foi na
especialidade de endocrinologia.

Iodo 131 → primeiro radioisótopo disponível, permite avaliar


situações benignas e malignas que afetam a tiroide.

Usamos o Tc99m ou o I 131/123.

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Vera Moreira (a41866)

O I131 é fácil de obter, mas tem radiação mais excessiva. O I123 é mais caro, mas mais indicado (por exe.
numa criança usamos mais o 123).

O iodo é melhor para avaliar, faz 131 99m


I Tc
um estudo mais completo que o
Dose de radiação ++++ +
tecnécio, não se estuda de uma Qualidade de imagem + +++
forma tão completa o Custo ++++ +
metabolismo e não é tão fiável Tempo de execução Dois dias Um dia (<1h)
como as cintigrafias feitas com Suspensão de Permanece para o 24h
iodo. No entanto, o tecnécio amamentação lactente
irradia menos, está mais Reflete todas as etapas Sim Não
do metabolismo do iodo
disponível e é suficiente se
Semivida 8 dias 6h
quisermos saber a forma e
tamanho da tiroide.

Cintigrafia mostra-nos uma informação sobre as dimensões, forma em borboleta, localização, (localizações
ectópicas), a captação de iodo se é normal ou não.

Estamos a administrar substâncias radioativas, que tem de ser eliminadas do organismo. A via preferencial é
a via urinaria, mas existem outras tal como o leite materno. Por isso, temos de tentar evitar a contaminação
do bebé e por isso é importante suspender a amamentação quando acontece.

A MN também é usada nos animais, com camaras gama para avaliar vários aspetos como esqueleto do cavalo.
Também pode ser usado para ver carcinomas.

Cintigrafia com 99mTc:

• Avaliação funcional da tiroide e correlação com aspetos da sua estrutura;


• Permite avaliar a atividade funcional da maior parte dos nódulos;
• Localização de tiroide ectópica e caracterização funcional de nódulos cervicais ou retrosternais.
• Diferenciação entre tiroidites e formas de hipertiroidismo. Em casos de tirotoxicose permite o
diagnóstico diferencial:
o Hiperfuncionamento. (Ex: Doença de Graves)
o Libertação de hormonas tiroideias armazenadas. (Ex: Tiroidite sub-aguda)

Cintigrafia com 131I:

• Terapêutica hipertiroidismo
• Nódulos discordantes

⚠ Os nódulos frios normalmente são não funcionantes. Maior parte das vezes são benignos, mas uma
pequena percentagem (25%) traduzem cancro, por isso não podemos concluir nada e temos que investigar
melhor com biópsia e ecografia (sendo líquido é pouco provável que seja maligno).

Tiroides ectópicas → tiroide localizada em outros locais. Antes de retirar algo com cirurgia, como nódulos
cervicais, devem ser caracterizados pela função porque pode ser o único tecido tiroideo que o doente tenha
mas numa má localização, sem apresentar algum problema.

A cintigrafia também permite distinguir tiroidites e formas de hipertiroidismo. Podemos ter níveis elevados
de hormonas que podem traduzir o próprio funcionamento da tiroide ou a libertação dessas hormonas para

31
Vera Moreira (a41866)

a corrente sanguínea. Através da cintigrafia sabemos então, que se houver hipercaptação do radiofármaco é
hipertiroidismo, se ocorrer hipocaptação é uma tiroidite.

Nódulos discordantes: podemos ter com o tecnécio nódulos funcionantes que ainda captam e não aparecem
como nódulos frios mas quando vamos confirmar com o iodo 131 verificamos que são mesmo nódulos não
funcionantes.

Indicações:

Alterações têm de ser estudadas quando os


nódulos são superiores a 10 mm. Se for inferior
não, pois nódulos de pequenas dimensões é
muito comum.

TSH ↓ - Padrões cintigráficos:

• Ausência de captação
o Tiroidite subaguda;
o Libertação das hormonas já produzidas.

• Hipercaptação difusa
o Doença de Graves;
o Hiperfuncionamento total da glândula.

• Área(s) de hipercaptação nodular(es)


o BMN tóxico;
o Nódulo Autónomo:

Hipertiroidismo: diminuição da TSH.

BMN: bócio multinodular.

Nódulo autónomo: nodulo quente que produz excesso de hormonas tiroideas.

Na tiroidite: ausência de captação pela inflamação e as hormonas que la existiam vão até a corrente
sanguínea.

32
Vera Moreira (a41866)

Nódulos descobertos com mais de 1cm –


faz se cintigrafia.

Nódulos frios: 20-25% de ser maligno,


principalmente se tem apenas 1 nódulo.

Atenção aos nódulos frios, sobretudo


quando eles são únicos e estão presentes
num homem jovem, porque a
probabilidade de ser maligno é muito
grande.

Normofuncionante: apesar de grande,


tem atividade normal.

Nódulos quentes: 1-3% malignidade.

Casos clínicos:

1) Palpação - nodulo solido. Utilizada a câmara gama, iodo 131.


Captação da tiroide, das glândulas salivares e do núcleo basal, No lado
esquerdo da tiroide a parte inferior é captada mas na parte superior é fria,
não é visível.

Nódulo frio, único, eco génico, homem jovem. Punção para estudo
anatomopatológico e é um cancro bem diferenciado.

Neste caso, como é de dimensões grandes devíamos retirar completamente


a tiroide, até porque pode haver micrometástases no outro lóbulo. Mas o
cirurgião, por melhor que seja, vai deixar sempre alguns restos e depois
podemos eliminá-los com iodo 131 em concentrações mais elevadas que
usados na cintigrafia para destruir os “restos deixados”. Doentes têm de
ficar isolados e com cuidados especiais.

2)

Cancro da tiroide bem diferenciado. Foi


eliminado o tecido tiroideo. Tínhamos
que fazer uma cintigrafia de corpo
inteiro para avaliar a presença de
metástases (não são localizadas com
muita precisão, mas obtemos uma
informação mais adequada se fizermos
a SPECT-CT). Vemos que tem
metástases na coluna, bacia e fémur.

Fazemos SPECT-CT e temos a


localização com mais precisão.

33
Vera Moreira (a41866)

3) M.T.C.J.R. sexo feminino; 48 anos com carcinoma


papilar da tiroide operado.

Fez 4 terapêuticas com I131.

Atualmente apresenta TG elevada.

A cintigrafia com I131 e a CT torácica são normais.

Cancro não tem uma biologia constante, ou seja, as


neoplasias podem se ir modificando em termos de
biologia. Depois de retirado o cancro, é suposto ter baixos
níveis de TG porque se foi retirado não produzia.

TG elevada: controlo analítico para avaliar a tiroglobulina


porque se há concentrações é porque ainda há algum
tecido tiroideu em algum lado, certamente neoplásico.

Desdiferenciação do tumor: deixou de ser um carcinoma


papilar bem diferenciado que capta iodo para passar a ser desdiferenciado que não capta iodo. O que se fez
foi uma PET com fluor-18 para conseguirmos detetar a doença. Não podemos tratar com iodo-131 porque ele
não capta, por isso só pode ser através de cirurgia.

Cirurgia radio guiada → Sonda de deteção de radiação: que permite obter radiação na presença de
radioatividade e pode ser utilizada na cirurgia.

⚠ Único objetivo para realizar uma cintigrafia das paratiroides → localização pré-operatória das paratiroides
hiperfuncionantes.

O hiperparatiroidismo caracteriza-se por PTH


elevada, hipercalcémia, hipofosfatémia e
hipercalciúria. Tem origem, em 80% dos casos,
num adenoma das paratiroides; em cerca de
20% em hiperplasia glandular e, em menos de
1%, num carcinoma.

A cintigrafia das paratiroides com 99mTc-Sestamibi (99mTc-MIBI) é, atualmente, uma técnica pré-operatória
“standard” no estudo dos doentes com hiperparatiroidismo. Tem como base a captação do 99mTc-MIBI pelo
tecido paratiroideu hiperfuncionante e a sua retenção após o “washout” do tecido tiroideu permitindo
estudos de duplas fases.

Só o adenoma é que retém o sestamibi, tudo o resto na tiroide desaparece passado 2/3horas. Também
podemos detetar adenomas em localizações ectópicas (fora da localização comum).

Importância dos "nódulos frios" da tiroide?

Indicação para cintigrafia das paratiroides?

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Vera Moreira (a41866)

❖ NEUROLOGIA
Medicina nuclear convencional de camara gama ou PET.

SPECT: podemos utilizar HMPAO que atravessa a barreira


hematoencefálica. Ao atravessar dentro da célula cerebral
passa de lipofílica para hidrofílica e depois já não consegue
sair do cérebro. Ou seja, conseguimos ver quais as células
do cérebro que estão perfundidas – mapeamento de perfusão cerebral. O DatSCAN é o marcador dos
transportadores da dopamina e é utilizado nas doenças de Parkinson.

PET vai tendo cada vez mais importância e tem uma resolução espacial melhor do que a SPECT. O FDG-F18 é
utilizado para fazer um mapeamento do metabolismo cerebral, que é muito semelhante ao mapeamento da
perfusão. Mas a PET dá uma informação melhor. O Pib-C11 marca a substância amiloide, utilizado na doença
de Alzheimer. Tem uma semivida pequena, só podemos realizar o exame perto do ciclotrão, por isso, só em
2 sítios é que é possível utilizar este radiofármaco.

Cintigrafia de perfusão cerebral

Indicações:

• Deteção e avaliação de doença cerebrovascular;


• Suspeita de demência (défices de perfusão);
• Localização pré-cirúrgica de focos de epilepsia;
• Avaliação de morte cerebral.

Cirurgia da Epilepsia

15% das vezes a epilepsia não é tratável.

Cintigrafia com HMBAO quando a doente está


a ter uma crise (SPECT ictal) ou fora das crises
(entre crises) (SPECT interictal).

Esta a ser avaliado e consegue-se perceber


quando a crise se vai iniciar. Radiofármaco
administrado no primeiro minuto a seguir ao
início da crise (HMPAO marcado com
tecnécio) e passados 20 min é feita a
cintigrafia, observando-se o que aconteceu (o
que se observa é o que estava a acontecer no
momento da administração).

Permite ao cirurgião observar a zona do


cérebro afetada pela crise, e pode ser retirada cirurgicamente se tiver localização possível.

SPECT mais o EEG a ser feito a todo o momento, conjuga-se informação.

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Vera Moreira (a41866)

Morte cerebral:

Não temos SPECT, é planar.

Não há perfusão dentro do cérebro (não há


atividade nuclear).

É um auxiliar muito bom para avaliar a morte


cerebral. É um diagnóstico de certeza.

Serve de fundamento jurídico em caso de


contestação, mostrando ao juiz que facilmente
percebe as imagens.

Isto é importante porque nos hospitais em que


há programas de transplantação quanto mais
rápida for a retirada dos órgãos mais eficaz é o
transplante e se fizermos esta cintigrafia
podemos comprovar rapidamente a morte cerebral e passar para a retirada dos órgãos.

PET cerebral com FDG-F18

Doença de Alzheimer

Mapear o metabolismo glicolítico que é um


metabolismo que vai a par da perfusão, mas
tem imagens melhores e mais adequadas.

Estas imagens apresentam um padrão de


distribuição de doença de Alzheimer.

Síndrome Parkinsónica

Associado a perturbação dos transportadores de dopamina.

Métodos de diagnóstico limitados:

• Critérios clínicos por vezes insuficientes;


• Confirmação só é possível post-mortem;
• Técnicas de imagem estruturais com utilidade limitada, sobretudo nos estádios iniciais.

Diagnóstico precoce é fator chave para a introdução da terapêutica correta e melhoria da qualidade de vida.

Cintigrafia com SPECT de captação


normal. Quão mais grave é a
doença, menor é a atividade
radioativa.

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Vera Moreira (a41866)

Marcar os transportadores a dopamina através


da ação do Ioflupano – I123.

Tremor essencial: não tem perturbação dos


recetores de dopamina – imagem normal.

Doença de Parkinson: défice de captação – não


é tremor essencial.

PET cerebral com PiB-C11

1º imagem : não há substancia amiloide.

2º imagem: as partes vermelhas é a ligação do PIB à


substância amiloide – sugestivo de Alzheimer.

Cafeína:

A cafeína é considerada como podendo


tem influência na prevenção ou adiamento
do declínio cognitivo fisiológico assim
como em doenças neurodegenerativas
como a Doença de Alzheimer (DA) e a
Doença de Parkinson (DP). Este estudo
pretende demonstrar como é que se pode,
sobre uma forma não invasiva,
imagiológica e in vivo, mostrar a
capacidade do cérebro.

Ligação dos recetores de adenosina, os


mesmos onde a cafeína se vai ligar.

2 grupos de voluntários. Um que tomou 2/3 cafés e outro que não tomou café. No grupo que não tomou café
é possível observar o radiofármaco ligado aos recetores. No grupo que tomou café, há ausência na captação
do radiofármaco porque os recetores estavam já preenchidos com a cafeina.

Indicações da cintigrafia de perfusão cerebral?

Contributo da MN nas Doenças de Parkinson e Alzheimer?

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Vera Moreira (a41866)

➢ Terapêutica
A utilização da MN na terapêutica não deve ser feita à toa, devemos evitar a radiação desnecessária. Só deve
ser realizado quando temos um objetivo e sabemos que vai ser mais vantajoso que as consequências que tem.

Importante aplicação da Medicina Nuclear

• Grande utilidade em patologia da tiroide.


• A Medicina Nuclear permite a avaliação in vivo dos locais de atuação do radiofármaco:
o lesões a tratar;
o irradiação de outros órgãos;
o previsão de efeitos secundários.

Utilização de várias partículas (sobretudo eletrões negativos - beta e partículas alfa). Os positrões só são
utilizados no diagnóstico e não na terapêutica .

Tratamento: irradiação do tecido pela radiação beta ou alfa. Interessa estar a utilizar uma dose que seja alta
o suficiente para a destruição dos tecidos. Muitas vezes as doses são de tal maneira elevado (ex.: iodo 131)
que tem de ficar isolados pela irradiação.

A principal é a patologia tiróidea, maligna ou benigna. Utiliza-se iodo 131.

T. Neuroendrócrino: MIDG marcado com I123

Metástases ósseas: aparecem com mais frequência em metástases do pulmão, próstata... provocam dores
significativas que prejudicam a qualidade de vida do doente. Tanto beta como alfa contribui para uma melhor
qualidade de vida, diminuindo a dor.

Radioimunoterapia: junção de elementos radioativos e anticorpos; substância radioativa que emite radiação
beta. Potencia alguns anticorpos que vai ajudar

Radiossinoviortese: administração dentro de uma cavidade articular de um radiofármaco e permite a


diminuição da inflamação sinovial e a dor (quando outras técnicas não resolvem).

⚠ Efeitos secundários: irradiar desnecessariamente as glândulas salivares levando a inflamação. Podemos


evitar esse efeito se fizermos salivar com sumos de limão, por exemplo.

Tiroide

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Vera Moreira (a41866)

Decaimento radioativo 131I

Iodo 131 decai emitindo radiação beta – usada na terapêutica e em sequência radiação gama que usamos
para obter a imagem.

Tecnécio tem semivida de 6 h e energia da radiação


gama. É uma energia muito alta o que vai fazer com
que a imagem não fique tão boa.

A semivida do iodo é bastante mais elevada do que


o tecnécio.

Iodo(instável) decai para xenon (estável).

(⚠ Características física e semivida perguntado em


exame)

NIS & I-131

Entra através do simporte sódio-iodo.

A emissão da partícula beta vai irradiar o núcleo, danificar o DNA e provocar a morte da célula.

Aplicações clínicas do 131I

• Hipertiroidismo (benigna, intenção de diminuir a atividade) → nódulo autónomo, BMN e doenças


mais graves.
o Reduzir a atividade funcional
(Ambulatório <20mCi → podem ser feitas com o doente tratado no hospital e com alta logo a
seguir)

Cápsula com uma determinada atividade de iodo 131 é dada a tomar ao doente, que a engole
(tem de estar em jejum). Depois o doente pode ir embora, mas sempre com cautela pois está
radioativo. Tem de haver 3 regras básicas de proteção radiologia (regras parecidas com o covid):
distância, tempo e interposição de barreiras. Estes cuidados têm de ser mantidos durante uns dias
porque a eliminação do que não foi absorvido vai ter de ser eliminado tanto pela urina como pelas
fezes e pele e demora o seu tempo.
É importante informar o paciente que deve evitar estar com crianças porque são mais sensíveis à
radiação, evitar tocar em objetos que são tocados por outros, lavar frequentemente as mãos.

• Carcinoma diferenciado da tiroide


o Destruição de tecido tiroideu residual
o Destruição de metástases
(Internamento >20mCi)

Carcinoma tem de levar ao internamento: precisamos de atividades muito superiores porque


queremos destruir o tecido que ficou depois das cirurgias (pelo menos 80 mCi) e as metástases
(200 mCi).

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Vera Moreira (a41866)

Doentes ficam em quartos terapêuticos cujas paredes são revestidas com chumbo para evitar que
a radiação gama emitida pelo doente saia do quarto. Tem que ficar lá 2/3 dias em isolamento.

Terapêutica de hipertiroidismo

Preparação

• Suspensão de ATS (Antitiroideo síntese);


• Excluir gravidez e aleitamento.

Cálculo da atividade terapêutica

• Estudo cintigráfico.

Informação ao doente

• Objetivos;
• Efeitos secundários ( ex. leucemia);
• Cuidados de proteção radiológica.

Terapêutica de carcinoma diferenciado da tiroide

Carcinoma diferenciado da tiroide de origem

• Folicular
• Papilar

As células neoplásicas

• Expressam NIS
• Captam e retêm 131I

Tiroidectomia

• Total
• Quase total
131
I

• Ablação de restos tiroideus


• Tratamento de metástases

As células neoplásicas captam iodo, por isso é que as podemos tratar. Os carcinomas medulares têm células
que não captam iodo e por isso não pode ser tratada com iodo.

Tiroidectomia total: evitar presença de micrometástases.

Quando a tiroidectomia não é total, os restos que ficam são tratados com iodo, tal como as metástases.

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Vera Moreira (a41866)

Quarto terapêutico

Adequado à proteção radiológica:

• Instalações próprias, com drenagem para tanques de decaimento;


• Acesso controlado;
• Uma cama por quarto;
• Material descartável;
• Superfícies de limpeza fácil;
• Circuito interno TV, telefone, intercomunicador, campainha de chamada.

Instalações sanitárias → a urina e fezes não podem ir para o meio ambiente e tem de haver uma ligação direta
entre as instalações sanitárias e tanques de radioatividade onde ficam lá alguns dias até o iodo ser
completamente eliminado. O mesmo acontece com as águas dos banhos e assim. Depois juntam-se as água
residuais do hospital, que está ligada à ETAR da cidade e só depois quando se dilui ainda mais é que os líquidos
todos com o iodo 131 já muito diluído vai para o meio ambiente.

Não existem visitas, até porque são internamentos relativamente curtos, podem ter contacto com os médicos
através de campainhas. Vão para casa quando tem radioatividade menos de 20mCi,e em casa tem que manter
os mesmos cuidados das pessoas que realizam em ambulatório.

Cuidados de proteção radiológica

• Boa ingestão hídrica - 1,5 a 2 L/dia;


• Micções frequentes, evitando contaminação;
• Salivação intensa;
• Proteção da mucosa nasal;
• 2 duches/dia e lavagem frequente das mãos.

Terapêutica com 131I - Carcinoma diferenciado da tiroide

• Preparação:
o Suspender levotiroxina;
o Excluir gravidez e aleitamento.
• Internamento em quartos preparados para
terapêutica com radionuclídeos.
• Informação ao doente:
o Cuidados de proteção radiológica.
• Consentimento informado
• Administração oral do 131I (cápsula) em jejum
• Alta após 2-3 dias
o ≤ 20 mCi
• Retoma a terapêutica hormonal (72h)
• Manutenção dos cuidados de proteção radiológica
• Gravidez (não se pode engravidar nos próximos
meses, assim como se for um homem a ser tratado
também não deve procriar nos próximos meses).
• Cintigrafia corporal após terapêutica (5-10 dias; fazemos a medição com detetores de radiação a 1 metro
de distância)

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Vera Moreira (a41866)

Temos que ajustar a dose a administrar uma vez que


queremos destruir as metástases, mas não provocar
fibrose pulmonar.

Vemos que houve diminuição do tecido e quantidade de


tireoglobulina.

Terapêutica com 131I-MIBG- T.neuroendócrinos

Utilizamos o MIBG para tumores com origem neural. São captados pelas terminações
nervosas adrenérgicas pré-sinapticas. Este é mais complicado que o da tiroide. Tem de se
controlar a pressão arterial.

Infusão endovenosa lenta de 131I-MIBG

o 3.7 – 11.1 MBq (100-300 mCi)


o 1 hora (50 ml/hora)
o Controlo da pressão arterial

Tumores neuroendócrinos do pâncreas que têm


capacidade de ligar aos recetores de
somatostatina.

Primeiro nota-se múltiplas metástases hepáticas,


no segundo já se observa uma melhoria, uma
diminuição de metástases, apesar de não ter
erradicado totalmente.

(Lu177, gama → esta substância vai ser eficaz no


tratamento.)

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Vera Moreira (a41866)

Metástases ósseas

Radioterapia metabólica para melhorar a


qualidade de vida- paliativo.

Irradiação in loco das lesões:


• Radioterapia metabólica;
• Melhoria da qualidade de vida;
• Paliativo;
• Administração sistémica;
• “Trata” várias lesões:
o Simultâneo;
o qq. parte do esqueleto.

223
Ra - Melhoria da sobrevida (Rádio 223
também tem uma melhoria de sobrevida –
possibilidade de aumento de vida).

Radioimunoterapia

Em algumas situações nomeadamente com


tumores não Hodkin, fazer a marcação de
anticorpo com gama, lítio vai emitir a
radiação.

Radiossinoviortese (RSO)

Já não é muito usado hoje em dia, uma vez que já temos outros
melhores.

“... terapêutica com radionúclidos para o controlo da sinovite através da administração intra-articular de
emissores β- ...” → É um técnica que através da administração intra-articular de uma suspensão coloidal de
emissores beta permite controlar a sinusite que não é controlada com outros tratamentos convencionais.

⚠ Radiossinoviortese = Radiossinoviectomia

O que está aqui em causa é uma inflamação que provoca dor. Objetivo da terapêutica é diminuir o processo
inflamatório, a dor e o derrame → Restauração da mobilidade / função.

43
Vera Moreira (a41866)

Consulta de reumatologia prévia para saber


se este tratamento está indicado para aquele
doente em específico. Radiologia também
contribui.

Não pode haver fuga da substância radioativa


senão danifica estruturas a volta→ utilização
de um penso compressivo

Vários tipos de emissores de radiação. O 90Y


é usado principalmente em grandes
articulações como joelho por exemplo. Se for
articulações mais pequenas, tem de ser
outro tipo.

Efeitos secundários e complicações

• Precoces
o Agravamento da sinovite
– Temporário
• Tardios
o Fuga do RF
– Radionecrose
trajecto da agulha/pele
– Sistémica

⚠Fuga 40% após uso ativo da articulação

Principais aplicações terapêuticas da MN?

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