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17/08/2023 Exames Complementares I

AULA 1 – RADIOGRAFIA

• Radiologia: é a parte da ciência que estuda órgãos e/ou estruturas através da utilização das radiações, gerando uma
imagem.

• A radiologia veterinária é uma área da Medicina Veterinária que se destina ao diagnóstico de doenças/alterações em
animais.

• Raio-x: são ondas eletromagnéticas semelhantes à luz, mas que diferem no comprimento de onda (comprimento de
onda no raio-x é muito curto).

• Se propagam em linha reta e na mesma velocidade da luz;

• Produzem efeitos biológicos, gerando danos somáticos, carcinogênicos e genéticos.

• Radiação: é a propagação de energia através de partículas ou ondas eletromagnéticas de um ponto a outro no espaço
ou em um meio material, com uma certa velocidade.

• 2 formas: eletromagnética ou corpuscular (ionizante)

• Eletromagnética: caracterizada pela oscilação entre um campo elétrico e um campo magnético e está classificada de
acordo com a frequência de ondas, por exemplo: ondas hertzianas (de rádio ou TV), microondas, radiação infravermelha,
ultravioleta, raios X e raios gama.

• Ionizante (corpuscular): constituída por partículas subatômicas (elétrons, prótons, nêutrons).

• IMPORTANTE: qualquer radiação pode ser prejudicial à saúde, levando em consideração o tempo de exposição e a
intensidade da radiação.

Importância na Medicina Veterinária

• Diagnóstico de doenças: fraturas, gestação, luxação, doenças pulmonares, alterações cardíacas ( tamanho), pesquisa
de CE(corpo estranho).

• Favorece: pesquisa de tumores, metástases, avaliação de processo obstrutivo urinário e gastrointestinal (contraste).

• Planejamento cirúrgico

Quando solicitar

• Claudicação ao andar;

• Dificuldade e dor ao levantar;

• Sensação de dor quando o tutor toca alguma parte do corpo do animal;

• Suspeita de ingestão de materiais indevidos;

• Inchaço de alguma parte do corpo;


• Suspeita de lesão muscular, óssea ou cartilaginosa;

• Suspeita de lesão em algum órgão interno;

• Suspeita de tumores nos órgãos e tumores ósseos;

• Suspeita de ingestão de algum material indevido.

Vantagens do exame de raio-x

• Permite diagnóstico mais precoce de diversas patologias, facilitando a rápida intervenção do Médico Veterinário.

• É indolor;

• Não é invasivo (não precisa de corte);

• Rápido resultado (geralmente em 24 horas, no máximo);

• Por ser um exame rápido, causa o mínimo desconforto ao animal.

Radiografias mais comuns solicitadas pelo veterinário

• Abdômen:

Geralmente utilizado na pesquisa de corpos estranhos ingeridos por cães e gatos, solicitado também nos seguintes

casos:

✓ diagnóstico da torção gástrica;


✓ Contagem do número de fetos à partir do 45° dia de gestação; avaliação do grau de retenção fecal; avaliação do trânsito
gastrointestinal através da administração via oral de contraste radiográfico; pesquisa de cálculos urinários radiopacos; e
diagnóstico de ruptura de bexiga através da administração de contraste via sonda uretral.

• Tórax:

Geralmente solicitado para observar:

✓ Silhueta cardíaca, pulmões, traqueia e esôfago torácicos, além do diafragma;


• Coluna vertebral

✓ Melhores resultados obtidos quando o animal está relaxado. Raios x tirados da coluna vertebral em animais permite a
visualização de suas partes ósseas, mostrando os segmentos cervical, cervicotorácico, toracolombar, lombossacro e as
vértebras caudais. Importante para identificar lesões da coluna.

• Membros torácicos e pélvicos

Mostra ao médico veterinário detalhadamente as porções ósseas dos membros, bem como os tecidos moles que as
envolvem.

✓ Quadril, Pelve ou Coxal


✓ Este tipo de imagem é indicada para o diagnóstico da displasia coxofemoral, além da avaliação de fraturas e luxações.
Neste sentido, é importante ponderar que para a realização de um laudo oficial para displasia coxofemoral, o animal
deve ser sedado/anestesiado e ter mais de 1 (um) ano de vida.

• Crânio

✓ A análise do crânio não é tão ampla por meio do raio x, porém, é importante para uma melhor avaliação da dentição,
das articulações temporomandibulares (ATMs), da integridade dos ossos que compõe a cavidade nasal e os seios da
face.
- Pós cirúrgico – Transposição da crista tibial
- Pós cirúrgico TPLO
- Espondilose ventral em diversas vértebras
- Gestação - + de 45 dias
História da radiologia

• Descoberta dos Raios-X: 08 de novembro de 1895 na Alemanha.


• Físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen
• Experiências utilizando alta tensão em tubos contendo gases;
• Placa recoberta pela substância fosforescente (platinocianureto de bário) apresentava um brilho
(fluorescente) durante a aplicação de alta tensão na ampola.
• Cobriu a ampola com diferentes materiais repetindo o procedimento de aplicação de alta tensão por várias
vezes e em distâncias diferentes.
• O brilho apresentava diferenças mas não desaparecia;
• Desligando o tubo de alta tensão, não havia mais brilho.
• Roentgen teve a ideia de colocar a mão na frente do tubo e viu seus ossos projetados na tela
• Estes raios foram chamados de X, pois não era conhecido este tipo de radiação, que atravessava madeira,
papel e até o corpo humano.
• Tentando barrar o feixe de raio x, segurou um disco de chumbo e percebeu a sombra do disco projetada sobre
a placa fluorescente, ou seja, CHUMBO era a única coisa que parava os raios.
• 22 de dezembro de 1895: 1a radiografia em humanos.
• Mão de Anna Bertha Roentgen (esposa).
Com o descobrimento de Roentgen dá-se o desenvolvimento no estudo da Radiologia (estudo das radiações
ionizantes).
Radiações ionizantes: são empregadas no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças.
A radiação natural ou artificial.
Natural: radiação ultravioleta (raios UV) e a infravermelha, sendo o Sol a principal fonte.
Radiação ultravioleta artificial: lâmpadas fluorescentes ou câmaras de bronzeamento artificial.
História da radiologia no Brasil
• O 1º aparelho de raio x foi trazido pelo médico José Carlos Ferreira Pires para a cidade de Formiga, em MG.
• 1898: 1ª radiografia no Brasil foi feita no ministro Lauro Muller.
• Janeiro de 1938 : medicina veterinária
Equipamentos: fixo ou móvel( portátil).
• Fixo: equipamento de maior potência, maior capacidade de
miliamperagem ( define a densidade radiográfica : miliamperagem X
tempo (s)) e de kilovoltagem (responsável pela escala de contraste:
2x espessura + constante do aparelho ).
• Portátil: equipamento de potência menor.
A forma de captação da radiação pode ser feita através do filme convencional (em desuso) e digital (CR e DR).
CR (radiografia computadorizada): placa de imagem que fica dentro do chassi (cassete) e substitui o filme
convencional.
Equipamento fixo para melhor resultado.
DR (radiografia digital): placa fechada (chassi) que capta a radiação, mais sensível à radiação.
• Fixo: sala exclusiva para sua utilização, com suprimento adequado de energia e espaço para movimentação
do paciente. Local reservado para o operador controlar o equipamento à distância, mesa onde se realizam os
exames.
• Módulos do equipamento fixo:
Cabeçote do equipamento: ampola (tubo) de raios x, onde se produz a radiação propriamente dita;
Torre: é a coluna onde está preso o cabeçote;
Mesa Bucky: local que permite acomodar o paciente e posicioná-Io para a aquisição das imagens;
Painel de comando: através do qual e feita à seleção de parâmetros de controle e o acionamento do feixe de
raios X para a aquisição da imagem.

• Portátil: tamanho e peso cabíveis para ser transportado por uma única pessoa.
• Profissional volante.

Formação do raio x

• Tempo: menor número de exposições (ambiente calmo, paciente calmo);


• Barreira física : EPI plumbiferos (avental, protetor de tireoide, óculos e luvas);
• Distância: quanto maior a distância do foco primário, menor a radiação recebida;
• Colimação: diminui a quantidade de radiação secundária.

Tipos de exame radiográfico

• Simples: não utiliza nenhum meio de contraste


• Contrastado: utiliza contraste.
• Contraste positivo: bário e iodo (torna a imagem mais branca)
• Contraste negativo: ar e óxido nitroso (torna a imagem mais preta **pouco utilizado**).
Radiopacidade (radiodensidade)
• É um termo que se refere à habilidade da radiação dos raios x de passar por um determinado material.
Estruturas com densidade alta barram completamente a passagem dos raios-x, impedindo que eles atinjam o
filme radiográfico, portanto, a imagem ficará branca. Ex: ossos
Estruturas com densidade intermediária barram parcialmente os raios-x, fazendo com que apenas uma parte da
radiação X emitida atinja o filme. Desse modo, a imagem ficará cinza. Ex: músculo, bexiga, coração.
Estruturas com baixa densidade deixam passar livremente a radiação, a imagem ficará preta. Ex: pulmão,
traqueia.

Terminologia

• Le ou E para lado esquerdo.


• Ld ou D para lado direito.
• M para medial.
• Cr para cranial.
• Cd para caudal.
• O para oblíquo.
• D para dorsal

V para ventral.
L para lateral.
R para rostral.
Pa para palmar.
Pl para plantar

Planos anatômicos
• Caudal: refere às partes de trás da cabeça, do pescoço e parte “de trás” dos membros voltadas para a cauda
do animal.
• Cranial: é o contrário da caudal, ou seja, se refere às partes do pescoço, tronco e parte “da frente”
dos membros.
• Distal: tudo o que está distante do centro do corpo. Ex: extremidade inferior do membro torácico.
• Proximal: tudo o que está próximo do centro do corpo. Ex: extremidade superior do membro torácico.
• Ventral: superfície do corpo esternal ou abdominal (“embaixo”).
• Dorsal: inverso de ventral (“em cima”).
• Palmar: membro torácico (“palma da mão”).
• Plantar: membro pélvico (“planta do pé”).

Rostral: tudo que está em direção à cabeça ou ao focinho do paciente.

Posicionamento radiográfico
• Decúbito dorsal (incidência ventrodorsal)

• Decúbito dorsal (incidência ventrodorsal)

• Decúbito lateral direito ou esquerdo (incidência látero lateral direita ou esquerda)

Como dar nomes às projeções radiográficas?


Membros Torácicos

1. De escápula até ossos do carpo em decúbito/incidência:


• Lateral: médio-lateral.
• Ventral: crânio-caudal.
• Dorsal: caudo-cranial.

2. Do carpo até falanges em decúbito/incidência:


• Ventral: dorso-palmar.
• Dorsal: palmaro-dorsal

Membros Pélvicos

3. Do fêmur até ossos do tarso em decúbito/incidência:


• Lateral: médio-lateral
• Ventral: caudo-cranial
• Dorsal: crânio-caudal

4. Do tarso até falanges:


• Decúbito ventral: plântaro-dorsal
• Decúbito dorsal: dorso-plantar

Alterações radiográficas:
1. Lesões ósseas causadas por alterações:
a) Traumáticas;
b) Nutricionais;
c) Alterações de desenvolvimento;
d) Infecciosas;
e) Neoplásicas.
2. Respostas à injúria:
A. Diminuição da radiopacidade :
a) Osteopenia (generalizada) : perda gradual da massa óssea, comprometendo a resistência dos ossos.
b) Osteólise (focal): reabsorção ativa da matriz óssea com consequente redução de massa óssea.

B. Aumento da radiopacidade:
a)Esclerose (aumento da densidade óssea): endurecimento anormal do tecido ósseo.

Região maxilar aumentada em decorrência do hiperparatireoidismo renal secundário.


Diminuição da radiopacidade óssea e da trabeculação.
Perda de lâmina dura, aspectos de “dentes “voando Setas: perda da sustentação óssea

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