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alimentação

Quando você se alimenta, o que acontece com


a quantidade de glicose no sangue (glicemia)?
O principal combustível que fornece energia para o funcionamento de
nosso organismo é a glicose, que é obtida pelos alimentos que ingerimos.
A maior parte da glicose absorvida no aparelho digestivo é, então, estocada
no fígado para que seja possível a manutenção da glicemia durante o jejum.
Qual a função
do pâncreas?
Pâncreas
Além de secretar as enzimas digestivas, o pâncreas também produz
hormônios que regulam o metabolismo da glicose. Quando a glicemia
se eleva graças à glicose absorvida no aparelho digestivo, as células beta
são estimuladas a secretar insulina pancreática. Essa insulina, por sua
vez, reduz a glicemia ao estimular a captação da glicose pelas células.
insulina
Como a insulina
e o açúcar trabalham?
A insulina promove a entrada da glicose para o interior das células
para ser utilizada como fonte de energia. A glicose não utilizada
é armazenada em forma de glicogênio para ser usada quando
houver maior demanda energética.

Quando você NÃO


se alimenta
No jejum, o equilíbrio
da concentração
sanguínea da glicose
é obtido pela ação
conjunta das células
alfa, que produzem
glucagon (esse processo
estimula o fígado a
manter a liberação de
glicose na circulação),
e das células beta,
que secretam uma
quantidade suficiente
de insulina para
balancear a quantidade
de glicose liberada.
Quando você
se alimenta
Na alimentação, ocorre uma liberação de hormônios
gastrointestinais denominados incretinas.

As incretinas estimulam
a secreção de insulina pelas
células beta, o que reduz
a elevação da glicose sanguínea
pós-alimentar e bloqueiam
a produção de glucagon pelas
células alfa pancreáticas,
provocando a diminuição da
produção de glicose hepática.

Células beta
Produzem insulina suficiente
para reduzir a elevação da
glicose após a alimentação.

Células alfa
Não estimulam o fígado
a produzir glicose.
diabetes
O que é diabetes? Você tem risco
de desenvolver Diabetes Tipo 2?
Diabetes é uma condição em que não produzimos insulina suficiente para
transformar o alimento em energia.

A fase inicial, quando a glicose se encontra mais elevada do que o normal


(< 100 mg/dL), mas em níveis < 126 mg/dL, é definida como pré-diabetes.
O diabetes clínico é diagnosticado quando a glicemia de jejum é > 126 mg/dL.
Existem duas formas principais de diabetes: o tipo 1 e o tipo 2.

Tipo 1 – mais frequentemente


observado em crianças e
adolescentes, caracteriza-se
por uma deficiência importante
de insulina em decorrência da
destruição das células beta.

Tipo 2 – forma mais comum,


ocorre geralmente após os
40 anos de idade e a deficiência
da secreção de insulina em
geral é menos intensa.

Principais fatores de risco:


obesidade, hipertensão arterial,
níveis de HDL-colesterol
baixos e de LDL-colesterol e
triglicérides elevados, histórico
de diabetes gestacional,
antecedentes familiares e etnia.
A resistência à insulina
geralmente é associada
Diabetes
Tipo 2
tipo 2
Corresponde a 95% dos casos de diabetes
e tem como principais alterações metabólicas:
à obesidade e causa
alterações no metabolismo • Menor ação da insulina nas células
das gorduras, aumento do do organismo, condição conhecida
ácido úrico, hipertensão como resistência à insulina;
arterial e esteatose hepática • Maior liberação de glicose pelo fígado;
(acúmulo de gordura no • Secreção deficiente de insulina pelo
fígado) - fatores de risco pâncreas.
para diabetes e doenças
cardiovasculares. Conjuntamente, essas alterações causam
a incapacidade do organismo em manter
a glicemia normal.
células beta
O que acontece
com as células beta? A manutenção do controle
glicêmico para compensar
O diabetes tipo 2 depende tanto a resistência à insulina
de fatores genéticos quanto é inicialmente obtida pela
ambientais, especialmente a maior secreção de insulina.
obesidade, que é um fator de Com o passar do tempo,
aumento de resistência à insulina. entretanto, a perda gradual
da capacidade secretora
de insulina pelo pâncreas
resulta em hiperglicemia,
primeiramente no período pós-
alimentar e, posteriormente,
no período de jejum.
Sintomas

Os sintomas clássicos do diabetes tipo 2 são:

• Sede excessiva.
• Aumento do volume e da frequência urinária.
Quando a glicemia
• Aumento da fome e da ingestão de alimentos.
não é muito elevada,
• Perda de peso e fraqueza.
esses sintomas
podem ser de
Hiperglicemias severas podem causar alterações
pequena intensidade
metabólicas como desidratação e cetoacidose,
e por isso passam
provocando alterações comportamentais e
despercebidos.
da consciência (coma). A queda acentuada da
glicemia (hipoglicemia) pode causar sudorese,
fome, palpitações, alterações comportamentais
e neurológicas e coma.
complicações
Pé diabético

O diabetes pode causar lesões nos vasos (vasculopatia) e nos nervos


(neuropatia) dos membros inferiores, resultando em menor irrigação sanguínea
e perda de sensibilidade, o que facilita a formação de calosidades e ferimentos
nos pés. Esses ferimentos, quando infectados, podem formar úlceras que
podem determinar a amputação dos pés e até mesmo das pernas.

Examinar os pés
diariamente é o
melhor cuidado
preventivo para evitar
o pé diabético.
retinopatia
Doença nos olhos
(Retinopatia diabética)
A hiperglicemia persistente pode, após alguns anos, obstruir as
arteríolas da retina, reduzindo sua nutrição. Como consequência,
ocorrem na retina edemas e hemorragias, deformações dos vasos
e formação de novas arteríolas que podem levar à deficiência
ou mesmo à perda da visão.

A prevenção da retinopatia baseia-se


na manutenção do bom controle do
diabetes. Lesões graves podem exigir
o tratamento com raios laser.
Recomenda-se a realização de uma
avaliação oftalmológica anual.
os rins
Doença dos rins
o
Com o tempo, a hiperglicemia pode danificar os rins, que deixam de eliminar
adequadamente algumas substâncias tóxicas e passam a eliminar na urina
outras substâncias, como proteínas. Esse quadro é conhecido como nefropatia
diabética e pode evoluir para a insuficiência renal, condição que exige
a realização de diálise ou transplante renal.

Além da manutenção de um bom controle glicêmico, o controle


da hipertensão arterial pode prevenir ou retardar a doença renal.
A avaliação da presença excessiva de proteína na urina, que se
caracteriza como um sinal de doença renal, deve ser feita anualmente.
o coração
Doença cardíaca

Os níveis persistentemente elevados de glicose sanguínea podem


lesar os vasos sanguíneos e aumentar a pressão arterial.
O excesso de gordura e de colesterol pode se depositar na parede
das artérias coronárias, reduzindo o fluxo sanguíneo cardíaco,
e causar o infarto do miocárdio.

Ao controlar a glicemia, a pressão arterial e o colesterol, pode-se diminuir


o risco de desenvolver doença cardíaca. A Sociedade Brasileira de
Diabetes (SBD) recomenda que a pressão arterial seja medida em todas
as visitas médicas e que o colesterol sanguíneo seja avaliado a cada ano.
tratamento r
Mudanças no estilo de vida e uso de medicamentos antidiabéticos
orais ou insulina são a base do tratamento do diabetes tipo 2.
É preciso modificar a dieta, visando a perda ou manutenção de peso
e a menor ingestão e a melhor seleção de gorduras e carboidratos, além
de praticar atividade física. Quando o controle glicêmico adequado não é
mais obtido apenas com as mudanças de estilo de vida, indica-se o uso de
medicamentos que permitam reduzir a glicemia, denominados antidiabéticos
orais. Quando um antidiabético oral isolado não for eficaz, deve-se adicionar
outros ou substituí-los pelo uso diário de insulina.

É importante que o paciente faça as medições diárias de glicemia,


anote-as e saiba prevenir complicações.
recomendações
A prevenção e a redução dessa doença podem ser obtidas
levando-se em consideração certos cuidados, como:
• Estilo de vida saudável
e disciplinado com dieta
adequada, pobre em
gorduras, para evitar
o sobrepeso ou obesidade.

• Combater o sedentarismo,
o tabagismo e o excesso
de álcool.

• Acompanhamento médico
periódico visando ao
controle glicêmico e de
fatores de risco associados
ao diabetes, como a
dislipidemia e a hipertensão
arterial, e ao diagnóstico
precoce das eventuais
complicações crônicas
da doença.

• Conhecer mais sobre


a doença para monitorar
melhor a glicemia, detectar
e corrigir condições que
possam agravar seu estado
de saúde e poder colaborar
com o médico para melhorar
a qualidade do cuidado
com a doença.
recomendações
da Sociedade Brasileira de Diabetes* (SDB) que você deve seguir
para a manutenção do bom controle do diabetes.

Parâmetro de avaliação Frequência Alvos da SBD*

Realizar consultas com a equipe de saúde,


Pacientes estáveis:
discutindo o plano alimentar e de exercício, a
3 a 4 vezes ao ano
medicação e os valores das glicemias

Manutenção ou perda de peso Objetivo permanente IMC entre 20 e 25 kg/m²

Pelo menos 1 vez ao ano ou a


Avaliação dos pés
cada visita, se tiver neuropatia

Discutir como parar de fumar A cada visita

Aferição da pressão arterial A cada visita Menos que 130/80 mmHg

Avaliação da HbA1c Pelo menos 2 vezes ao ano Menor que 6,5%

Visita ao dentista 1 a 2 vezes por ano

Pelo menos 1 vez ao ano


Menor que 100 mg/dL
Avaliação de colesterol e triglicérides LDL-colesterol
Maior que 45 mg/dL
HDL- colesterol
Menos que 150 mg/dL
Triglicérides

Menor que 30 μg/mL


Avaliação da microalbuminúria Pelo menos uma vez ao ano
de creatinina

Avaliação com oftalmologista Uma vez ao ano

*Consenso Brasileiro de Diabetes - Sociedade Brasileira de Diabetes, 2002. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2007.

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