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Quando a ingestão de uma refeição rica em carboídratos gera uma concentração de glicose sanguínea que
excede a concentração normalmente encontrada entre as refeições, o excesso de glicose é captado pelos
miócitos dos músculos cardíaco e esquelético (que armazenam como glicogênio) e pelos adipócitos (que
convertem a glicose em triacilgliceróis).
A captação de glicose pelos miócitos e adipócitos é mediada pelos transportador de glicose GLUT4, que
nos intervalos das refeições está em sua maioria seuqestrado nas membranas de pequenas vesículas
intracelulares. O pâncreas libera insulina em resposta às altas concentrações de glicose no sangue e, em
minutos, dispara a movimentação dessas vesículas para a membrana plasmática. Quando os níveis de
glicose sanguínea retornam ao normal, a liberação de insulina torna-se lenta e a maioria dos GLUT4 são
removidos da membrana plasmática por endocitose e armazenadas em vesículas.
Os hormonios são pequenas moléculas ou proteínas que são produzidas em um tecido, liberadas na
circulação e transportadas a outros tecidos, nos quais agem por meio de receptores para produzir
mudanças nas atividades celulares.
Os hormõnios exercem seus efeitos por meio de receptores específicos nas células-alvo. A alta afinidade da
interação hormônio-receptor permite que as células respondam a concentrações muito baixas de
hormônio.
Hormônios parácrinos: são liberados no espaço extracelular e se difundem para as células-alvo vizinhas.
Hormônios autócrinos: afetam a mesma célula que os libera, ligando-se a receptores na superfície celular.
GLICÓLISE
A primeira fase das respiração celular é a glicólise com a quebra da molécula de glicose no citoplasma em
duas de piruvato, gerando 4 moléculas de ATP, gasto de 2 ATP (saldo 2 ATP) e geração de 2 NADH.
1 reação
Ligação de fosfato na molécula de glicose para manter a molécula de glicose na célula. Catalizada pela
enzima hexocinase. Ocorre gasto de energia (ATP). Formando glicose-6-fosfato.
2 reação
Deixar a molécula ainda mais simétrica, através da enzima fosfrutocinase, transformando em frutose 1,6
bifosfato e gastando 1 ATP (sempre que tiver fosforilação há gasto de atp). Molécula pronta para ser
quebrada.
4 reação
Quebra da frutose 1,6 bifosfato catalisada pela aldolase, formando di-hidroxiacetona e gliceraldeído 3
fosfato (que continua no role)
5 reação
Uma isomerase converte a di-hidroxiacetona em gliceraldeido 3 fosfato. A partir dai tudo acontece em
dobro, pois temos duas moléculas de gliceraldeido 3 fosfato
6 reação
Continuação da quebra da molécula. Quebra o gliceraldeído com a formação de NADH e adição de fósforo,
formando 1,3 bifosfoglicerato. Catalizada por uma desidrogenase.
7 reação
Catalisada por uma cinase (transferencia de fósforo). 1,3 bifofoglicerato perde um fósforo e gera um ATP
formando 3 fosfoglicerato.
8 reação
Transferencia do fosfato, mudando a posição do fósforo para ser mais fácil de expulsa-lo, catalisada por
uma mutase.
9 reação
Perca de uma molécula de água para facilitar a saída do fósforo, formando fosfoenolpiruvato.
10 reação
GLICONEOGÊNESE
-transaminação do aminoácido: transação do grupo amina do aminoácido para outra molécula (ocorre no
citoplasma).
O aminoácido na primeira transaminação irá perder um grupo amina (NH3) formando alfa cetoácido. O
grupo amina solto se liga ao alfa-cetoglutarato formando glutamato.
Transaminação (transfere o grupo amina para outra molécula, forma aspartato) e desaminação do
glutamato → ocorrem no citoplasma.
Na desaminação o glutamato perde diretamente a amônia devido a entrada de uma molécula de água.
Uma parte do ciclo ocorre na mitocondria (formação do carbamoil e da citrulina) e termina no citoplasma.
Alteração da concentração das enzimas: No caso das reações biológicas, o catalisador — a enzima — é
produzido pelas próprias células e sua concentração pode ser alterada por variação na velocidade de sua
síntese ou na velocidade de sua degradação. Este é um mecanismo de regulação a longo prazo,
manifestando-se em tempos da ordem de horas ou dias. O controle da síntese de enzimas é exercido,
basicamente, sobre a transcrição do gene que codifica a enzima: pode ser ativada ou inibida, levando à
indução ou à repressão da síntese da enzima, respectivamente. A regulação da transcrição gênica é
complexa, podendo ser exercida por fatores que vão desde a concentração do substrato sobre o qual a
enzima atua, até hormônios específicos.
Alteração da atividade das enzimas: outro nível de regulação manifesta-se a curto prazo, em tempos da
ordem de segundos ou minutos. Mesmo quando a concentração de uma enzima é mantida constante, a
velocidade da reação que ela catalisa pode ser aumentada ou diminuída como resultado de mudanças
conformacionais da própria enzima, provocadas por ligação de compostos ou grupos à cadeia
polipeptídica. Esta ligação pode ser do tipo não covalente (regulação alostérica) ou do tipo covalente
(regulação por modificação covalente). A regulação alostérica da atividade das enzimas depende da
concentração celular de compostos que são claros indicadores das condições metabólicas da célula. A
regulação por modificação covalente está sob influência indireta da ação hormonal, que coordena a
resposta do organismo como um todo. O alvo destas regulações são enzimas-chave presentes nas vias
metabólicas, as enzimas reguladoras, cuja atividade é decisiva para o funcionamento de toda a via.
As enzimas alostéricas são sensíveis reguladores do metabolismo graças à possibilidade de ligarem-se a
determinados metabólitos, o que provoca grandes alterações de sua atividade. Estes metabólitos,
os efetuadores ou moduladores alostéricos, são chamados positivos (ativadores alostéricos)
ou negativos (inibidores alostéricos), segundo provoquem aumento ou redução da velocidade da reação
catalisada
A atividade de uma enzima pode ser drasticamente alterada pela ligação covalente de certos grupos à
cadeia polipeptídica. A modificação resultante em sua conformação provoca desde mudanças na afinidade
pelo substrato ou na sensibilidade a efetuadores alostéricos, até sua completa inativação. A mais
frequente é a fosforilação catalisada por priteínas quinases.
Transdução de sinal: Transdução (transformação, tradução) de sinal é o processo que confere às células a
capacidade de receber e processar estímulos originados do meio ambiente (luz, odorantes) ou do próprio
organismo (hormônios, neurotransmissores). Qualquer que seja o estímulo, o circuito que integra este
processo é formado por componentes comuns: o sinal inicial, o receptor do sinal, a transdução
propriamente dita, que consiste na transformação do estímulo em um composto químico, e a resposta
celular. As respostas geradas são variadas e podem incidir sobre a atividade de enzimas, a expressão
gênica e a transmissão do impulso nervoso. A maioria das vias de transdução de sinal compreende a
interação de estímulos físicos ou químicos com receptores situados na membrana plasmática. Estes sinais
são transmitidos para o interior das células, onde provocam mudanças na fisiologia celular, devidas à
alteração da conformação de proteínas, por fosforilação ou ligação com íons cálcio, ou modificação do
funcionamento (abertura ou fechamento) de canais iônicos.
Ação hormonal (destaque para adrenalina, glucagon e insulina): Os hormônios são sintetizados pelo
sistema endócrino e secretados na corrente sanguínea. Atuam sobre tecidos específicos, provocando
respostas também específicas, mas o conjunto das respostas é cooperativo, tornando lógico e harmônico o
ajuste do organismo a uma determinada condição fisiológica. Ao atingirem células sensíveis, as células-
alvo, provocam modificações de seu metabolismo por interferência na atividade de enzimas, no controle
da expressão gênica ou no transporte através de membranas. São os primeiros mensageiros químicos,
extracelulares, do sistema endócrino.
Alguns tipos importantes de hormônios são os esteroides (cortisol, aldosterona, estradiol, progesterona,
testosterona), os tireoidianos (tiroxina, tri-iodotironina), os peptídicos (insulina, glucagon, hormônio do
crescimento) e as catecolaminas (adrenalina, noradrenalina).
Trandução de sinais sensiriais:
Nos seres humanos e em outros vertebrados, os mecanismos de percepção de estímulos gerados no
próprio organismo ou de estímulos oriundos do meio ambiente são semelhantes. Todavia, nas vias de
transdução de sinal dos exemplos relatados de hormônios, o resultado é a modificação da fisiologia celular.
No caso da transdução de sinais externos (fótons, odorantes etc.), o resultado do estímulo inicial é a
geração de um impulso nervoso, que conecta a célula sensorial ao cérebro.
PERÍODO ABSORTIVO
O período absortivo ou pós-prandial, que compreende cerca de 4 horas após a tomada de refeições,
caracteriza-se, naturalmente, pela ocorrência de processos biossintéticos que incluem a recomposição das
reservas energéticas (Tabela 21.2), diminuídas pelo jejum precedente.
Após uma refeição, os nutrientes absorvidos no intestino são conduzidos diretamente ao fígado. Este
órgão retém uma fração considerável da glicose recebida e o seu conteúdo de glicogênio é elevado de 70 g
(5% do seu peso) para 120 g, em média. O excedente de glicose é mantido em circulação, provocando
aumento da glicemia, a que o pâncreas responde aumentando a liberação de insulina e diminuindo a de
glucagon (Figura 21.1 e Tabela 21.3).
Em condição de hiperglicemia, como a que ocorre no período absortivo, todos os transportadores de
glicose estão atuantes, inclusive os que dependem de insulina para serem mobilizados para a membrana
plasmática, como GLUT 4, que medeia a entrada de glicose no tecido adiposo e em músculos esqueléticos
e cardíaco. Ou seja, todas as células tornam-se permeáveis à glicose.