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A função hormonal no metabolismo celular

Eduardo Macedo Gomes


Gabrielle Eloína Pinto da Costa

Março
2010
Eduardo Macedo Gomes
Gabrielle Eloína Pinto da Costa

A função hormonal no metabolismo celular

Trabalho apresentado à Universidade do


Grande Rio “Professor José de Souza
Herdy”, como parte dos requisitos parciais
para a disciplina Fisiologia do Curso de
Licenciatura em Educação Física. Profª.
Jani Cleria Bezerra

Março
2010
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Regulação do Metabolismo Celular

Os hormônios alteram o metabolismo,regulam o crescimento e o desenvolvimento e


influenciam os processos reprodutivos. Eles são moléculas mediadoras, liberadas
pelo sistema endócrino, que funciona como um supersistema interligado com o
sistema nervoso, formando o sistema neuroendócrino.

A regulação do metabolismo é fundamental para que um organismo possa


responder de modo rápido e eficiente a variações das condições ambientais,
alimentares ou ainda a condições adversas como traumas e patologias. A regulação
metabólica é feita pela modulação de enzimas regulatórias de processos
metabólicos chaves, de tal modo que se possa ativar ou inibir reações químicas
específicas para cada situação resultando em respostas biológicas adequadas .Para
garantir a eficiência necessária, o organismo lança mão de vários tipos de regulação
enzimática que podem ocorrer simultaneamente. Existem dois tipos principais de
regulação enzimática: uma intracelular, comandada pela presença de moduladores
alostéricos enzimáticos positivos ou negativos, e uma que vem de fora da célula,
sistêmica, e que é fundamental para que hajam ações coordenadas entre os
diversos órgãos e tecidos. Este último tipo de regulação, a extracelular, é deflagrada
por hormônios, e relacionada à variação do perfil de fosforilação enzimática.
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO
Atividade Hormonal
Os hormônios exercem efeitos potentes, mesmo quando presentes em
concentrações muito baixas. Via de regra, a maior parte dos cerca de 50
hormonios só afetam alguns tipos celulares. A razão pela qual algumas células
respondem a determinados hormônios, mas não a outros, está ligada aos
receptores.
Embora um determinado hormônio circule por todo o corpo, carregado pelo
sangue, ele só vai afetar as células-alvo, específicas.Os hormônios, como os
neurotransmissores, influenciam suas células-alvo por se fixarem,
quimicamente, a um receptor protéico, ou glicoprotéico, específico.

Regulação alostérica
Muitas das enzimas celulares são alostéricas, isto é, possuem um sítio de
ligação alostérico, um sítio regulatório no qual se ligam compostos químicos
chamados de moduladores alostéricos. A ligação dos moduladores no sítio
alostérico afeta profundamente a atividade enzimática, a qual pode ser
aumentada ou diminuída. Quando a ligação do modulador promove
aumento da atividade enzimática ele é chamado de modulador alostérico
positivo, e quando a ligação do modulador promover diminuição da
atividade enzimática ele é chamado de modulador alostérico negativo.
A presença adequada de nutrientes para a célula resulta na produção de
moléculas ricas em energia como a de adenosina trifosfato (ATP) e outras
moléculas que serão moduladores alostéricos positivos ou negativos,
ativando ou inibindo muitas enzimas regulatórias de vias metabólicas
importantes. Manter uma relação ATP/ADP alta é um dos parâmetros mais
fundamentais para a manutenção da célula viva. Em condições normais a
razão ATP/ADP é cerca de 10/1 e toda vez que esta razão é alterada
ocorrem profundas alterações no metabolismo celular. O ATP é gerado
principalmente pelo metabolismo oxidativo de alimentos como carboidratos,
lipídeos e proteínas, sendo o intermediário comum dessas oxidações o
acetil-CoA. De tal modo, que o perfil metabólico das células será
profundamente modificado em função do nível de energia, o qual, em última
instância, depende do aporte nutricional.

Para ilustrar a importância da regulação alostérica o Quadro 1 mostra como


várias enzimas de vias metabólicas importantes podem ser ativadas ou
inibidas em função das principais moléculas sinalizadores de presença ou
ausência de energia na célula.

QUADRO 1: Principais vias metabólicas moduladas por regulação alostérica,


suas enzimas, moduladores alostéricos sinalizadores de presença ou ausência
de energia e os efeitos na atividade enzimática por eles induzidos.
Regulação neuro-endócrina

A regulação externa à célula, integrada e simultânea a vários tecidos é dada


pela regulação neuro-endócrina [1,2,12]. Os hormônios são importantes
moduladores da atividade enzimática, pois sua ação na célula pode resultar na
ativação de proteínas quinases ou de fosfoproteínas fosfatases, as quais atuam
sobre as enzimas, de tal modo, que estas ganhem ou percam um grupamento
fosfato, intimamente relacionado à modulação da atividade enzimática,
mecanismo também conhecido por regulação covalente.
Enzimas sofrem regulação covalente por fosforilação de um ou mais de um
resíduo de serina, treonina ou tirosina através da ação de enzimas quinases.
Esta fosforilação pode ser revertida pela ação de enzimas fosfoproteínas
fosfatases [2,12,13]. A presença do grupo fosfato modifica a atividade catalítica
de várias enzimas importantes do metabolismo celular, ativando-as ou inibindo-
as. A Figura 1 ilustra o mecanismo geral de regulação enzimática covalente.

quinase
Enzima Enzima-P
(ativa) fosfatase (inativa)
(inativa) (ativa)

Regulação Enzimática Covalente


É importante considerar que muitos hormônios têm natureza hidrofílica e
por isso, são incapazes de atravessar a membrana plasmática. Estes
hormônios só conseguem atuar nas células através de ligação a um receptor
de membrana,normalmente uma proteína transmembranar, que possui um
sítio específico para ligação do hormônio. A ligação hormônio-receptor
promove alterações no ambiente intracelular que resultarão na síntese ou
ativação de uma molécula intracelular, chamada de segundo mensageiro, a
qual passa a ser a responsável pela ação do hormônio dentro da célula.
Alguns hormônios tais como o glucagon e a adrenalina têm como segundo
mensageiro a molécula de nucleotídeo de adenina na forma cíclica, o AMP
cíclico ou AMPc. A principal característica do AMPc é funcionar como um
ativador de proteínas quinases, bem como um inibidor das fosfoproteínas
fosfatases. Conseqüentemente, em presença destes hormônios, várias
enzimas são moduladas pelo processo de fosforilação. O Quadro 2 mostra
que várias enzimas importantes são fosforiladas em presença do glucagon e
a via metabólica que estará ativada ou inibida em função desta regulação
covalente. Sabe-se que a insulina antagoniza os efeitos do glucagon e
adrenalina porque por mecanismos distintos dependentes ou não do AMPc,
sua presença leva a ativação das fosfoproteínas fosfatases, o que culmina
na desfosforilação das enzimas regulatórias das células em que atua [1,17].
O Quadro 3 mostra as enzimas que são moduladas pela desfosforilação
induzida por insulina o que resulta na ativação ou inativação das mesmas.

Entre os principais hormônios que influenciam diretamente o metabolismo


celular temos: a insulina, o glucagon, as catecolaminas adrenalina e
noradrenalina, ocortisol e o hormônio do crescimento entre outros. Como a
presença de insulina está sempre associada a uma situação inicial de
hiperglicemia, a sua ação primordial será a de diminuição da glicemia, no
entanto, a presença deste hormônio também significa uma situação de alto
suprimento energético para células, e, neste momento as reações
anabólicas, as quais necessitam de energia para ocorrer, serão favorecidas.
Assim ao analisarmos o Quadro 3 veremos que a ação da insulina sobre a
maioria das vias metabólicas é justamente de ativação da síntese de ácidos
graxos, triglicerídeos, colesterol, proteínas e glicogênio.

Regulação metabólica é recíproca e antagônica

É de fundamental importância compreender que em um mesmo tecido, vias


opostas precisam ser reguladas antagonicamente. Não haveria qualquer
sentido se uma célula, por exemplo, sintetizasse glicogênio ou qualquer
outro composto, e o degradasse simultaneamente. Isto resultaria em um
gasto energético para a célula sem que houvesse qualquer outro resultado
concreto, este tipo de situação é chamado como ciclo fútil e é impedida pelo
rigoroso controle das vias metabólicas.
Ciclos fúteis podem ser evitados com a regulação recíproca e antagônica de
enzimas regulatórias de vias opostas. Assim, percebe-se que tanto os
moduladores alostéricos, quanto a regulação covalente deflagrada pelos
hormônios incumbem-se de ativar uma enzima responsável pela síntese de
um composto e simultaneamente inibir a enzima responsável pela
degradação do mesmo, ou viceversa, ao ativar a degradação de um dado
composto a sua síntese é impedida. Por exemplo, as enzimas hepáticas
glicogênio-sintase e fosforilase, responsáveis respectivamente pela síntese e
degradação do glicogênio, são reguladas alostérica e covalentemente de
modo recíproco e antagônico. Em situação de aumento de glicemia, há
entrada de glicose no fígado e o primeiro produto a ser produzido, a glicose-
6-fosfato inibe a enzima glicogênio-fosforilase, ao
mesmo tempo, estimula a enzima glicogênio-sintase favorecendo o
armazenamento da glicose sob a forma de glicogênio. Nesta mesma
situação inicial, aumento de glicemia, há aumento da relação
insulina/glucagon e, neste caso, modificação covalente de enzimas
induzidas pela insulina. As enzimas glicogênio sintase e fosforilase
desfosforiladas, passam a estar respectivamente ativada e inibida,
resultando também em favorecimento da síntese de glicogênio. O mesmo
ocorre com as vias glicolítica e gliconeogênese no fígado, tanto a regulação
alostérica quanto a covalente trabalham em acordo para aumentar a
eficiência da regulação metabólica.
CAPÍTULO III
CONCLUSÃO( O AUTOMATISMO CORPORAL)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Tortora, Gerard J. ;Grabowski, S.R. Corpo Humano:fundamentos se Anatomia e


Fisiologia.6. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2006.

Guyton, Arthur C. ;Hall, John E. Fisiologia Humana e Mecanismos das doenças. 6.


Ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
Comportamento
Espere em Deus

Há muito tempo tenho levantado a “bandeira” da espera em Deus, pois tenho vivido
esse tempo em minha vida. Um dia o Senhor tocou em meu coração para compartilhar
desse assunto (artigos), e assim tenho feito e obedecido. Realmente não é nada fácil esse
tempo, mas te convido a continuar lendo este artigo e verás que vale a pena esperar em
Deus.

Amado(a), a espera está ligada a fé, só conseguiremos esperar no Senhor se tivermos fé


para aguardar o tempo do Seu agir.

“E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança.” (Salmo 39.7.)

O livro “Romance a Maneira de Deus”, de Eric e Leslie Ludy, fala o seguinte sobre a
espera: “A ESPERA em Deus é mais ou menos assim. Você simplesmente sabe que Ele
tem um plano incrível. Você está desejoso e ansioso para saber qual é o plano Dele.
Você compartilha essa ansiedade com Ele. Você escuta. Fica alerta e pronto para ver o
que Ele vai fazer”. O livro também trás algumas dicas chave para esperar:

1. Espere com um OBJETIVO;


2. Não fique apenas sentado aí... ORE;
3. Espere FIELMENTE.

A Bíblia traz o relato de Ana (compartilhado no artigo 8), ela ansiava por um filho, ela
tinha um objetivo, um FILHO, e não ficou sentada esperando, ela ORAVA. Um dia Ana
foi ao templo, porquanto só no coração falava, seus lábios se moviam, porém não se lhe
ouvia voz nenhuma (1 Samuel 1.13). O coração de Ana clamava por uma bênção.

Amado(a) você está assim neste momento?

Continue lendo...

Ana soube esperar FIELMENTE, mesmo vivendo o tempo da dor, desespero e angústia,
mas não deixou de buscar a presença do Senhor.

É assim que devemos agir, mesmo em grandes lutas, precisamos entender que somente
aos “pés” do Senhor é que iremos vencer e conquistar nossas promessas.

A fé de Ana foi recompensada, ela teve o filho tão esperado, um menino chamado
Samuel, que foi um dos maiores profetas de Israel.

Creio que Ana pensou: Valeu a pena Esperar em Deus.

Amado(a), creia que Deus tem um milagre certo e será entregue no momento certo na
sua vida.

Espere em Deus!

:: Por Suely Marques de Rezende


Líder - Ministério de Louvor Herdeiros de Deus
sumrezende@terra.com.br
http://herdeirosdedeushd.blogspot.com/

Colaboradora do portal Lagoinha.com


Fundamentos Bíblicos
Desvendando a Páscoa

“Chamou, pois, Moisés todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Ide e tomai-vos cordeiros
segundo as vossas famílias, e imolai a páscoa.” (Êxodo 12.21.)

A Páscoa é a mais famosa das festas judaicas, e também uma das mais importantes do
calendário cristão. É evidente que a celebração judaica sofreu transformações ao longo do
tempo, e a festa cristã também difere muito de sua versão judaica. Através da análise do
texto hebraico, faremos uma viagem pela cultura e pela língua através da qual este evento
foi instituído e perpetuado.

A palavra hebraica para páscoa é ???, pesach, que significa “isenção”. Esse termo nos
lembra a “isenção fiscal”, por exemplo, quando uma pessoa é liberada de pagar um tributo.
Em Romanos 6.23 lemos que “o salário do pecado é a morte”, ou seja, todos que pecaram
deveriam morrer. Assim, os judeus que se encontravam no Egito também eram réus de
morte e alvos do ataque do anjo da morte. Todavia, o mesmo versículo 23 de Romanos 6
nos dá esperança:

“Mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor”. João Batista,
ao ver Jesus, anunciou que este era o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João
1.29). Aqueles que no Egito tomaram posse do sangue do cordeiro de Deus se tornaram
“isentos” de pagar o preço do pecado com a morte de seus filhos primogênitos.

A palavra pesach vem de pasach, que significa “pular”, ou “passar por cima”, que na verdade
é a tradução literal da palavra inglesa para páscoa, passover. O anjo da morte “passou
adiante” das casas cujos umbrais das portas estavam sinalizados com o sangue do cordeiro.
Esse é o mesmo livramento que nos foi concedido por Cristo, que nos livrou da morte e nos
deu vida, e vida em abundância (João 10.10).

O interessante é que a palavra pesach está diretamente relacionada com a palavra pisseach,
que significa “manco” ou “coxo”, pois significa a pessoa que “puxa” ou “pula” uma perna.
Dessa maneira, quando lemos em Êxodo 12.21 que o povo deveria “imolar a páscoa”,
podemos traduzir como “imolar o coxo”. Nesse momento, nos lembramos de um
personagem muito especial da Bíblia: Jacó. Quando retornava para sua terra natal, Jacó foi
surpreendido por um anjo que lutou com ele. Em Gênesis 32.25, lemos que quando o anjo
viu que não prevalecia contra Jacó, este “tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a
juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele”. Desde aquele dia, Jacó (agora Israel),
passou a mancar de uma perna, tornando-se coxo. Dessa maneira, “imolar o coxo” pode
remeter a “imolar Jacó”, “sacrificar Jacó”. Mas o cordeiro sacarificado na páscoa deveria ser
perfeito, sem mancha nem mácula.

Como seria sacrificar o coxo?

Nesse momento temos uma mudança radical de perspectiva, pois no Antigo Testamento o
coxo era uma pessoa amaldiçoada e rejeitada, e nenhum animal coxo poderia ser sacrificado
a Deus e nenhum coxo poderia entrar na presença de Deus. Em Levítico 21.18, por exemplo,
lemos que “nenhum homem que tiver algum defeito se chegará: como homem cego, ou coxo
(pisseach), ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos”.

Em Deuteronômio 15.21, lemos que se o animal a ser sacrificado tivesse algum defeito,
sendo coxo (pisseach), cego ou tivesse qualquer outra deformidade, este não deveria ser
sacrificado ao Senhor. O profeta Malaquias, por sua vez, afirma que Deus reclama que
algumas pessoas estavam sacrificando animais coxos, o que era inaceitável (Malaquias
1.13). Na páscoa, nenhum animal coxo ou manco poderia ser entregue a Deus.

Concluímos, portanto, que Jacó deveria ser rejeitado? Sim, o velho homem Jacó, o
enganador e usurpador, deve ser deixado para trás. Jacó parece ter dado ouvido a um
ensinamento divino: “Se, pois, a tua mão ou o teu pé te fizer tropeçar, corta-o, lança-o de ti;
melhor te é entrar na vida aleijado, ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser
lançado no fogo eterno.” (Mateus 18.8). Jacó foi feito coxo, pois era a sua perna que o fazia
tropeçar (Jacó significa “calcanhar” ou “enganador”). Ele lançou fora aquilo que o fazia
tropeçar e entrou na vida. Ele abdicou de sua desenvoltura, de sua destreza no andar e no
correr, mas alcançou a aprovação de Deus. A fim de tomar posse do sacrifício do Cordeiro da
Páscoa que nos livra da morte, devemos, assim como fez Jacó, abandonar o “velho homem”
e assumir uma nova postura perante Deus. Nesse momento, Deus irá dar nova vida ao coxo,
pois ele mesmo prometeu: “Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará
de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.” (Isaías 35.6). Ou
como lemos em Hebreus 12.13: “E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que
é manco não se desvie, antes seja curado.” Jesus é nossa páscoa (1 Coríntios 5.7), nosso
livramento da morte, poderoso para curar o coxo e levantar o caído.

Jacó foi curado no momento de sua luta com o anjo. Ele reconheceu sua condição pecadora e
se humilhou na presença de Deus. Ele que nasceu segurando o calcanhar de seu irmão, que
posteriormente usurpou a bênção que pertencia a Esaú e que tentava sempre “enganar”, ou
seja, “puxar a perna” dos outros, tem agora a sua perna puxada e danifica por uma ação
divina. Isso o “esvaziou” de toda vaidade e o deixou preparado para receber a cura.

É interessante observar que a luta de Jacó com o anjo ocorreu no “vau de Jaboque” (Gênesis
32.22). A palavra “Jaboque” é, em hebraico, yabboq, que significa “brotar”. Naquele local, a
causa das desventuras de Jacó brotou, tornou-se manifesta, o que facilitou sua libertação
desse mal. Lá, Jacó teve seu pecado perdoado, assumiu o sacrifício do cordeiro pascal e foi
liberto da morte.
Além disso, cabe observar que a palavra yabboq vem de baqaq, que significa “luta” ou
“vazio”. Ou seja, nesse momento de luta, Jacó esvaziou-se de toda sua vaidade e
arrogância, e assumiu forma de servo, permitindo que Deus nele fizesse morada, como na
passagem de Filipenses 2.5-8, que diz: “Tende em vós aquele sentimento que houve
também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a
Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
tornando-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Ao esvaziar-se na luta, Jacó jogou fora
o velho homem e entregou a Deus uma nova vida, agora imaculada como o cordeiro da
Páscoa.

Por fim, voltamos ao versículo de Êxodo 12.21, quando Moisés afirma que cada família
deveria “imolar a páscoa”. A palavra “imolar” é, em hebraico, shachat, cuja raiz shach
significa “jogar no poço”. Um dos filhos de Jacó, José, foi jogado no poço por seus próprios
irmãos. Ele foi lançado à morte pelos seus próprios parentes. Mas aprouve a Deus livrá-lo da
morte, assim como aconteceu com nosso Senhor, nosso Cordeiro, que foi entregue à morte,
mas trazido de volta à vida pelo poder de Deus. Todo aquele que invocar o sangue do
Cordeiro da Páscoa, poderoso para tirar o pecado do mundo, será livre da morte assim como
o foram aqueles que, no Egito, obedeceram à ordem divina e tomaram posse da salvação.

::Por Daniel Lopez

Jornalista formado pela UFRJ, mestre em Linguística pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ) e professor de Filosofia da Educação da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), tendo estudado hebraico na Sinagoga ARI, em Botafogo – RJ.

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