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CARTAS ÀS SETE IGREJAS DA ÁSIA

ESMIRNA

APOCALIPSE 2.8-11

INTRODUÇÃO

A cidade de Esmirna tinha uma das maiores populações da época. Era um centro
cultural e religioso, de intensa adoração ao Imperador. Havia ali um templo edificado e
dedicado a Tibério (c. 23-26 d.C)
Na época da escrita do Apocalipse (96 d.C), o imperador Domiciano, que exigia que
uma vez por ano, cada pessoa queimasse incenso e dissesse diante do altar dedicado a ele,
que ele era Kyrios, Senhor.
Sendo uma cidade religiosa, havia templos para Apolo, Esculápio, Afrodite, Cibele e
Zeus.
Nesse contexto de idolatria e perseguição, havia um grupo de crentes, que, a
despeito de tudo, testemunhavam de Cristo. Testemunhavam em seu aspecto mais duro da
palavra grega, muitos eram martirizados.

I – A SITUAÇÃO DA IGREJA: PRESSIONADA (V.9).

1. A apresentação do remetente: “O primeiro e o último, que esteve morto e tornou a


viver” Sendo Cristo, o Alfa (Princípio) e o Omega (Fim), aquele que padecera, mas
saiu vitorioso, teria todas as prerrogativas para consolar aquela igreja.
2. “Conheço a tua tribulação”. Em Êxodo 3.7, diz Deus: “Vi a aflição do meu povo”.
Deus não fecha os olhos e os ouvidos ao clamor do seu povo. Assim também se
expressa Jesus: “Conheço a tua tribulação”.
3. Conhecer por observação dos fatos, dos acontecimentos. A igreja sofria por
conservar a sua fidelidade. Não cedeu à imposição de uma adoração idólatra.

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4. Na história do povo de Deus, há outros casos de fidelidade diante de imposições de
homens ímpios (Ver Daniel 3.l, 4-6, 8,9, 12-18).
5. “Conheço...a tua pobreza”. Uma cidade próspera como Esmirna, foi marcada pela
pobreza de alguns de seus habitantes, no caso, os crentes. Sem a misericórdia de
Deus, seria um estado de total mendicância.
6. Mas como a igreja chegou a esse estado de pobreza? Os membros não souberam
aplicar bem os seus recursos ? Muitos vêem a resposta em Hebreus 10.34. Eles
foram espoliados; tiveram os seus bens confiscados.
7. “Conheço...a blasfêmia”. O líder e os crentes eram caluniados. Havia um grupo de
maledicentes judeus, que procurou, por todos os meios, desestabilizar a fidelidade
dos crentes. Mas não conseguiram!
8. Não era ser fácil ser crente no contexto da cidade de Esmirna.

II – UMA IGREJA PRECISANDO SER MOTIVADA (V.10)

1. A motivação: “Dar-te-ei a coroa da vida”. Tudo o que a igreja passaria, não deveria
ser motivo para que tirasse seus olhos do prêmio.
2. A pobreza motivada pelo confisco dos bens, era apenas parte do que aguardava a
prova da fé daqueles crentes.
3. “Não temas o que tens de sofrer”. A palavra à igreja, não foi de que determinassem
vitória sofre os ímpios, mas, que não temessem.
4. A palavra não foi de que eles seriam livrados de qualquer sofrimento, mas, de que
eles teriam que passar. Escreveu Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano, enforcado
por ordem nazista: O sofrimento é, pois, o sinal do verdadeiro cristão...Lutero
reconheceu o sofrimento como uma das marcas da verdadeira Igreja...Discipulado
significa sujeição ao sofrimento de Cristo, não sendo de forma alguma
surpreendente que os cristãos devam ser chamados para sofrer...”(O Custo do
Discipulado).
5. “O diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós”. O diabo usaria os falsos
judeus, talvez até alguns infiltrados na igreja; com cara de membro, hinário de
membro e certificado de batismo, mas a serviço do acusador deste século.

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6. Eles seriam colocados à prova. Os seus algozes queriam saber se aqueles professos
eram cristãos de verdade.
7. A ordem de Cristo: “Sê fiel até a morte”. Jesus pedia fidelidade à fé professada,
independentemente dos riscos.

III- POR FIM, A IGREJA RECOMPENSADA.

1. Um prêmio, uma dádiva: “Dar-te-ei”. Não um prêmio de consolo. Mas um prêmio


pela fidelidade.
2. “Coroa da vida”. O prêmio, sem preço, será entregue ao vencedor.
3. Os crentes do século XXI também serão beneficiados pela mesma promessa. O
exercício da fidelidade trará resultados magníficos para o cristão. Pode até não ser
na visão do não-cristão.
4. Um outro aspecto a ressaltar: “O vencedor, de nenhum modo sofrerá o dano da
segunda morte”.
5. Mesmo morrendo fisicamente, o vencedor não visualizará o espectro da segunda
morte, que é o afastamento eterno de Deus, com estadia eterna no inferno.

CONCLUSÃO

Os crentes esmirnianos não deveriam lamentar os fatos que lhes aconteceram, outros ainda
estavam por acontecer.
Deveriam sair de todas aquelas dificuldades aprovados, vitoriosos e premiados.
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”(v.11).

Pr. Eli da Rocha Silva


02-11-2007

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